- 31/03/2010
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O dia estava frio e sem graça. Tudo cinza, as cores pareciam não querer participar dessa viagem mágica. Uma leve neblina completava o cenário triste que me rodeava. Com pouca visão do que estava acontecendo e o que estava por vir me fixei em pensamentos positivos, deixando de lado qualquer coisa que viesse prejudicar minha intenção real: vagar pelo mundo inferior. Um som ensurdecedor agora me fazia companhia e eu podia sentir como se fossem agulhadas pelo meu corpo inteiro. Tudo era muito vago, muito escuro. E cada vez mais que tentava chegar ao meu destino surgia coisas inesperadas. As agulhadas pararam e logo se deu inicio a um tipo de chuva acolhedora, quando percebi os pingos fortes já não era eu. Estava já dentro de um lago e eu fazia parte dele, conseguia enxergar tudo o que estava submerso. Borboletas dançavam lindamente trazendo cor para esse mundo desconhecido e até então cinza. Elas estavam como uma coroa de flores e pousaram sobre a água, como se elas soubessem onde eu estava pousaram em cima de mim e me levaram para o fundo do lago. Prendi-me em uma única borboleta e dela não consegui me desligar, ficamos inteiramente conectadas, sua leveza me conduzia e minha visão a guiava. Vagamos incontáveis horas, procurando por algo sem nome, sem cor, sem cheiro e sem formato. Acredito que não tenhamos chegado nem perto do mundo inferior nesse momento de busca. Quando pensei estar perto do destino uma luz forte parecia querer me fazer acordar ela nos chamava para a superfície, infelizmente não conseguimos encontrar o que procurávamos, a luz não me deixava outra escolha a não ser desligar-me da pequena borboleta e ir embora. Nossa viagem vai continuar, e assim que encontrar o que estávamos procurando venho contar.