Começamdo pela parte material da coisa.
Como já comentado por diversas pessoas, realmente, uma viagem inícial com 4 gramas pode ser pesado, 2, ou 2,5 parece mais interessante.
Já em razão do histórico de doença psiquiátrica na família, o que aconselharia é evitar os abusos. Não é incomum que uma primeira viagem seja transformadora e gere um deslumbramento, com isso pode ocorrer uma tendência ao uso exagerado. Então, mesmo que seja incrível, aguarde a digestão de tudo o que você aprendeu, sentiu e as mudanças que isso pode ter te trazido, para somente, a contar dai, partir para uma próxima experiência.
E seguindo para a parte psicológica da coisa, caminhando por onde se tem informações confiáveis e pincelando com um pouco dos aprendizados, que podem ou não ser úteis pra ti, e podem ou não se confirmar.
Bom, não existe milagre, mas o fato é que tem se observado que o tratamento de quadros de saúde mental com psicodélicos tem resultados muito superiores aos tratamentos com medicamentos convencionais. Principalmente para depressão e estresse pós traumático, isso são dados colhidos em estudos realizados de maneira controlada.
Atualmente se tem a noção de que, o tratamento de depressão, ansiedade, estresse pós traumático, entre outras patologias psiquiátricas, não obtém resultados satisfatórios por meio de tratamento somente com os fármacos e sem acompanhamento terapeutico, só o remédio é um remendo com alguma efetividade no início do tratamento, mas isso vai se perdendo com o passar do tempo, e pelo que consta, a longo prazo, os antidepressivos sozinhos não tem resultado melhor que o placebo, claro, para algumas pessoas é possível obter uma cura por meio desses mesmos fármacos, saúde mental é algo bem particular, mas no geral é muito importante para a efetividade do tratamento o acompanhamento com psicólogos. Já no caso dos psicodélicos, os dados ainda não são tão numerosos para poder comparar, e se tem muitas, mas muitas mesmo, evidências únicas, baseadas em depoimentos ou casos específicos, onde, por vezes a pessoa realiza uma caminhada, atravessando meses ou anos, e por vezes após uma seção a pessoa sara de todos os sintomas e mesmo 1 ou 2 anos após mantém o quadro de saúde mental estável, então, no caso dos psicodélicos, aparentemente, por mais que os resultados sejam bastante superiores, a amplitude de possibilidades de resultados é maior do que no caso dos fármacos comuns.
No caso dos psicodélicos, o que se tem estudado é a terapia assistida, pois é o meio mais efetivo de se medir os resultados, além de, aparentemente, essa ser a forma mais produtiva de tratamento, a lógica é, já que com remédios comuns o resultado é melhor com terapia, com os psicodélicos também deve ser.
Agora, já que você comentou que a viagem sera solitária, com base no que você procura, com base no que os estudos apontam, e com base no que venho experinciando e lendo das experiências alheias, acredito que posso acrescentar a parte, que pode ou não, ser útil ou válida.
Pra trip, algo importante é o propósito, já que aparentemente você tem um, mas esse propósito não deve ser uma cobrança com os cogumelos, mas sim uma carta de intenções e de desejos.
E como construir esse propósito?
Como somos o fruto do que vivemos até o momento, auto conhecimento é algo bem importante, saber a origem de nossas dores ajuda muito.
Vou passar a um exemplo prático:
Normalmente o que funciona pra mim é, pelo menos uma semana antes, ir refletindo sobre o que, quando, e como as coisas aconteceram, e me colocando naquele momento, mesmo sem resgatar o evento traumático.
Isso é como uma "técnica", que pode ser experimentada por quem não pode ou não quer fazer um acompanhamento com terapeuta pré viagem.
Vamos a um exemplo hipotético para ilustrar. - Pedro não confia nas pessoas depois de adulto pois quando ainda era Pedrinho, uma criança, ele deixou seu brinquedo preferido com um amiguinho que ele gostava muito e esse amiguinho roubou seu brinquedo e passou a ignorar o Pedrinho, Pedrinho ficou sem o brinquedo e sem o amigo, agora, depois de adulto, qualquer amizade desperta o gatilho de desconfiança, e ele se afasta, não conseguindo criar laços de amizade duradouros.
O Pedro agora adulto, então, vai se preparar para uma experiência psicodélica pois gostaria de ser uma pessoa mais sociável.
O que ele poderia fazer para tentar resolver essa pendência psicológica?
Bom, aplicando essa espécie de "técnica" que comentei, ele poderia relembrar aquele período, quais outros amiguinhos ele tinha, como era a escolinha, professores que ele gostava, brincadeiras que ele participava, como ele via o mundo, o que ele gostava de comer, o que o alegrava, em resumo, uma semana revivendo aquele tempo, refrescando a memória.
Isso PODE ser suficiente para que na trip o nosso personagem seja direcionado para as memórias, mesmo subconscientes, daquela época, para que ele as reconheça, e assim, possa, com sua mente de adulto, resignificar muito do que aconteceu, por exemplo, poderia lembrar que ele tinha outros amiguinhos e entender que naqueles anos somente alguns dias foram tristes, e que na verdade ele vivia relações saudáveis e significativas, hoje como adulto ele poderia até compreender que aquele amiguinho que pegou o brinquedo talvez fosse muito pobre e não tinha nada com o que brincar, e que passou a ignora-lo por vergonha, merecendo assim o perdão dele.
Claro, essa é uma situação hipotética, sem aprofundamento e bem mais simplista do que a vida real é, e para cada um a viagem pode ser diferente, mas fica o relato, espero que possa ser útil de alguma forma.
Ok,