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Germinação de esporos em ágar (South American strain e carimbo selvagem)

elsew

Hifa
Cadastrado
26/10/2014
7
12
33
Saudações comunidade Cogumelos Mágicos!​
É uma honra e um prazer usufruir deste espaço para compartilhar com vocês este experimento que estou a realizar desde domingo, dia 22. Naquele dia, comecei preparando o meio de cultura BDA, seguindo a receita tradicional (caldo de batata, xarope de glicose e agar-agar) e depois esterilizei três plaquinhas de Petri na panela de pressão, embaladas em papel toalha. Quando fria, levei a autoclave improvisada para junto da minha poor man's glovebox. Ela consiste num organizador plástico furado com tubos de PVC onde se encaixam luvas, a tampa vedada com filme plástico, modelo bem conhecido. Já havia sido previamente desinfetada e mandei o embrulho estéril lá pra dentro. Este, depois da panela de pressão, se apresentou encharcado.

Anteriormente não tive bons resultados vertendo meio de cultura em placas úmidas: as gotículas de água na tampa dificultam a visão, isso quando o excesso de água não fica sobrenadante ao meio de cultura, o que parece dificultar para o micélio. Sendo assim, desembrulhei-as e as deixei abertas dentro da glovebox pra água evaporar. Somente na terça, 23, as benditas cápsulas de vidro vieram a ficar bem secas. Na tarde deste dia, esterilizei o meio de cultura (que pacientemente aguardava sob refrigeração): 20 minutos na panela de pressão a partir da fervura. Esperei esfriar, levei pra perto da caixa, abri a panela, peguei o frasco com o meio e mandei rapidão pra dentro dela, rezando pra que o ar externo que entrou ali, dadas as limitações do set up, não viesse carregando nenhum contaminante.

Tudo lá dentro, inclusive o inóculo, sentei-me confortavelmente, calcei as luvas... me ocorreu que ao elaborar o meio devo ter pesado um pouco a mão no ágar :whistle:, já que ele ficou BEM consistente, tanto é que não foi possível espalhá-lo bem por toda superfície da placa. Após verter o meio nas placas, deixei-as destampadas arrefecendo, e na noite desse mesmo dia realizei a inoculação da seguinte forma: dispunha de uma seringa de esporos da strain South American, e também um carimbo fresco, oriundo de um belo cogumelo coletado por mim na natureza em meados de setembro de 2014. Da seringa, pinguei umas poucas gotas em duas das placas, tampando-as em seguida. O carimbo esfreguei suavemente na superfície do meio de cultura, já que não dispunha de um instrumento adequado para raspagem.

Então as placas inoculadas ficaram aguardando dentro da glovebox até a manhã do dia seguinte, quarta, 25, quando foram expostas às condições de incubação (33°C aproximadamente) e assim permanecem até o presente momento.

Chamou-me atenção o rápido desenvolvimento da rede micelial na placa que recebeu os esporos selvagens, que após um dia de inoculação e menos de um dia de incubação já apresenta algum rizomorfismo visível, conforme imagem em anexo. 20150225_231507.jpg As placas de South American ainda não mostram sinais de desenvolvimento.

Por enquanto é isso, pessoal, tentei ser sucinto mas já escrevi um montão. :roflmao: Aos que já trabalharam com South American, qual o truque? Esta é a terceira vez que tento germinar esporos dessa strain, anteriormente sem sucesso.

[EDIT 26/02/15]

Então galera, hoje, após 24h de incubação, as placas de South American continuam sem apresentar desenvolvimento micelial, porém, não mencionei isso antes, o copo béquer usado para esterilizar o BDA em cuja superfície interna ficou uma boa quantidade de meio de cultura também foi inoculado com South American, da mesma forma e na mesma ocasião que es placas. Nele, sim, já é possível distinguir micélio na lateral, avançando para colonizar as demais áreas. Segue uma imagem: 20150226_080007.jpg Tenho um palpite, penso que isso esteja relacionado com a capacidade do copo em reter mais oxigênio que as placas de Petri, o que vocês acham?
 
Última edição:
O ágar deve estar liquido na hora de colocar na placa, da pra ver na foto que tem uma área da placa sem ágar.

Isso está me parecendo contaminação e não micélio de Cubensis.
 
Última edição:
comecei preparando o meio de cultura BDA, seguindo a receita tradicional (caldo de batata, xarope de glicose e agar-agar)
O agar labotatorial e ideal, pois usando 20 g de caldo, 15 de agar, 4 de dextrose e 100 de agua esteriiliza por 15 min. fica perfeito para trabalhar.

e depois esterilizei três plaquinhas de Petri na panela de pressão, embaladas em papel toalha.
placas esteril de plastico sao praticas e custam barato.

minha poor man's glovebox. Ela consiste num organizador plástico furado com tubos de PVC onde se encaixam luvas, a tampa vedada com filme plástico, modelo bem conhecido. Já havia sido previamente desinfetada e mandei o embrulho estéril lá pra dentro. Este, depois da panela de pressão, se apresentou encharcado.
Muito util para trabalhar com BDA

as gotículas de água na tampa dificultam a visão, isso quando o excesso de água não fica sobrenadante ao meio de cultura, o que parece dificultar para o micélio. Sendo assim, desembrulhei-as e as deixei abertas dentro da glovebox pra água evaporar.
esse problema pode ser evitado com placas pre esterilizadas.


abri a panela, peguei o frasco com o meio e mandei rapidão pra dentro dela, rezando pra que o ar externo que entrou ali, dadas as limitações do set up, não viesse carregando nenhum contaminante.
Se o ambiente estiver limpo e sem corrente de ar as chance de sucesso sao boas.

me ocorreu que ao elaborar o meio devo ter pesado um pouco a mão no ágar :whistle:, já que ele ficou BEM consistente, tanto é que não foi possível espalhá-lo bem por toda superfície da placa.​
Deve colocar uns 10 ml a mais de agua pois durante a esterilizacao evapora.

O carimbo esfreguei suavemente na superfície do meio de cultura, já que não dispunha de um instrumento adequado para raspagem.

Use bisturi descartavel e barato e a melhor opcao para raspar.​
às condições de incubação (33°C aproximadamente) e assim permanecem até o presente momento.
25 C e nao 33 C
 
Última edição por um moderador:
Conforme fotos, as duas placas estão contaminadas. Você não vai conseguir micélio saudável dessas 2 tentativas.
Oxigênio não gera influência nessa etapa de desenvolvimento.
 
Salve comunidade! Obrigado @Mauricio, @khrin e @tupy pelas respostas.
No início pensei que se tratar de cubensis, por causa da cor. Após analisar fotos de placas saudáveis (do @tupy, rs) percebi que o micélio desejado é de um branco mais vívido, e parece espalhar-se de forma mais uniforme.
25 C e nao 33 C
Desde ontem desliguei a incubadora. As altas temperaturas no início da fase de incubação podem ter facilitado para o contaminante vencer a corrida, e dificultado para o nosso micélio, caso contrário é de se esperar que eu tivesse pelo menos alguns pontos de micélio saudável, passível de ser isolado.
Aqui vão imagens das placas nessa sexta-feira 27:
placa.jpg 20150227_094856.jpg
E aí, alguém mais já se deparou com um micélio assim? Gostaria de saber o nome do contaminante, que ao que tudo indica é ávido por oxigênio: o plástico filme esticado para selar o béquer fez um côncavo!
concavo.jpg 20150227_095119.jpg

Deve colocar uns 10 ml a mais de agua pois durante a esterilizacao evapora.
Estarei atento à dica quando for preparar mais meio de cultura. Pretendo continuar com as experiências para obter um micélio saudável, tanto da strain South American quanto do cogumelo que eu coletei (saudades).
 
@elsew, é assim mesmo, as chances de contaminar são tão boas quanto as de conseguir um micélio saudável, tente de novo, trabalhar com agar é assim mesmo. Sinto em dizer, mas com essas placas ai se não vai ter sucesso.
 
Boa tarde, pessoal!
Sei que é difícil identificar um micélio apenas por foto, mas estou em dúvida se vale a pena prosseguir com essa placa.
placa1.jpg

Meio de cultura: BDA
Método de inoculação: raspagem
Strain: esporos selvagens
Procedimentos de esterilização e assepsia como descrito na primeira mensagem.
Esse micélio branco e algodoado veio à tona mais ou menos no local onde raspei os esporos.
O que vocês acham?
Desde já, obrigado!
 
Ponha essa quantidade (•) de esporos em 10 ml de água destilada.
Mexa com um bastão de vidro esterilizado e encoste em 4 ou 5 pontos, bem separados, de uma placa BDA, depois ponha na incubadora
Assim que obtiver micélio saudável, transfira um pedaço para outra placa.
 
Resultado do isolamento da placa acima, com três dias de incubadora (25 °C aprox)
Fiz este repique em duplicata, mas uma das placas desenvolveu o famigerado contaminante do primeiro post dessa discussão (ainda descubro nome e sobrenome desse safado!) e dela eu me desfiz prontamente.
Inoculei três pontos usando uma colher estéril, a partir do setor demarcado na imagem.
Confiram o aspecto:
dish1.jpg
A condensação está aí para turvar a visibilidade, apesar de eu as estar incubando de ponta-cabeça o_O
dish_detail.jpg
Detalhe do micélio obtido.
Vou aguardar e vigiar seu avanço na placa, em seguida realizar novos isolamentos para buscar algum rizomorfismo.
 
Oi amigo, eu já iria tentando uma nova investida, esporos? estas placas ai não estão nada boas, tão pouco promissoras.
 
Quando for fazer as placas de BDA, tente usar menos caldo de batata e xarope de glicose, por ser muito nutritivo e favorecer as bactérias.
 
Última edição por um moderador:
Olá companheiros!
eu já iria tentando uma nova investida
Caro @tupy, valeu o toque, vou descartar a placa. Mas o que exatamente, nesse caso, permite-nos deduzir que o micélio não é Psilocybe? A aparência é cotonosa e a coloração branco-brilhante me parecem características. Longe de mim questionar, apenas busco desenvolver um olhar mais clínico.
principalmente quando se trata de bactérias
Fala aí @Fungize, blz? Pelo que sei, a batata fornece amido ao meio. Me corrijam se eu estiver errado, mas os únicos microrganismos capazes de hidrolisar o amido são os fungos filamentosos e as leveduras. Podemos interpretar isso como uma forma de deixar o meio seletivo. Não venho observando contaminação bacteriana em minhas tentativas de isolamento, somente bolores e leveduras.
O melhor seria inocular alguns potes no estilo PF Tek.
Pretendo usar justamente a PF TEK para produzir, mas antes quero isolar uma cepa promissora. :feliz:
 
Olá companheiros!



Fala aí @Fungize, blz? Pelo que sei, a batata fornece amido ao meio. Me corrijam se eu estiver errado, mas os únicos microrganismos capazes de hidrolisar o amido são os fungos filamentosos e as leveduras. Podemos interpretar isso como uma forma de deixar o meio seletivo. Não venho observando contaminação bacteriana em minhas tentativas de isolamento, somente bolores e leveduras.

Pretendo usar justamente a PF TEK para produzir, mas antes quero isolar uma cepa promissora. :feliz:

De onde tirou isso? Bactérias irão apodrecer qualquer coisa orgânica, principalmente amido.
 
Última edição por um moderador:
Esta informação vem de umas anotações minhas em uma apostila de microbiologia. Se está incorreto, alguém na ocasião estava dormindo (ou eu ou era o professor). Abraço!
 
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