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Gaiolinha de carne

VICTOR

Cogumelo maduro
Membro Ativo
24/10/2006
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E ai pessoal? Segue um relato que demorei pra criar coragem de postar, por falta de compreensão do acontecido!

A cerca de uns 8 meses a um ano eu não tinha tido experiências psicodélicas, na verdade eu tinha me afastado, tanto do fórum, quanto de ler e pesquisar sobre o assunto e também de cultivar nossos amiguinhos, mas vinha passando uma fase meio esquisita e queria ter uma experiência pra ver se me aparecia alguma luz.
Todas minhas experiências, que não foram muitas, se passaram dentro da cidade de SP dentro de casa e eu queria que fosse diferente dessa vez, queria ter um lugar em meio a natureza, pois das vezes na cidade até radio fm eu sintonizei no meu corpo, mas isso é outra historia!!rsrs
Sem grana e sem lugar pra ir, aceitei a proposta de um amigo que já tinha ido acampar num local perto de Mogi das Cruzes – SP, um lugar meio visado e tal, mas aceitei por falta de opção.
Chegando lá, desisti da trip na hora, um monte de macumba, lixo pra todo lado, um lugar tão bonito e tão judiado......Não tenho nada contra as religiões de umbanda e coisas do gênero, mas igual a campanha de pegar o coco do cachorro, vou lançar a campanha, LEVE SUA MACUMBA PRA CASA!
Desencanado da viagem fui aproveitar a cachoeira e passou-se a primeira noite e o segundo dia, na noite do segundo dia, já sabendo que eu ia embora no outro dia e não tendo em vista outra chance de fazer a experiência, por estar escuro e eu não conseguir ver mais tanta sujeira físicas, aumentei a fogueira e fiz o que tinha ido fazer.
Aproximadamente 9 gramas dos Mexicanos, um amigo ficou com as 4 gramas que restaram do presente que eu havia ganhado.
No começo foram risadas e moleza, o raciocínio ficou difícil, me coloquei sentado em uma grande pedra com o queixo apoiados em um dos joelhos e em frente ao fogo, quando a coisa pegou mesmo eu vi e senti a presença de diversas entidades indígenas, estavam ali não em atitude grosseira, mas parece que pra me dar um apoio, muitas vezes eu mesmo na frente da fogueira sentado naquela posição me senti também um índio como se fizesse parte daquilo tudo, estávamos todos em volta da fogueira. Isso durou um tempo e aconteceram algumas coisas, mas não consigo me lembrar, mas rolou algumas conversas com eles.
Mas o que mais me marcou é o que vem agora: começaram meus milhões de questionamentos, sobre o universo, sobre o ser humano, sobre nossa condição humana, sobre o planeta terra, sobre a vida sobre a morte, milhões de perguntas sendo feitas ao mesmo tempo numa velocidade impressionante e ao mesmo tempo eu dava as respostas que conhecia e ia do microcosmo até o macrocosmo e a resposta final era sempre a mesma, por mais que eu mudasse a forma de perguntar e mudasse meu raciocínio eu acabava na mesma resposta: Deus!
Mas porra esperai, que deus, quero algo mais explicativo, preciso de uma resposta mais direta, nunca fui adepto de fanatismo religioso e essa conclusão me cheirava estranho e eu tentava mais e mais chegar a algo lógico e descobrir uma resposta, meu corpo doía pela quantidade de energia gasta nesse raciocínio e a resposta final era sempre a mesma.
Ai entrei na segunda fase da viagem, me reconheci derrotado por uma força maior ao qual eu não tinha sequer capacidade de raciocinar o que era, de onde vinha, do que era feito, meus porque cessaram e meu orgulho de ser pensante e senhor do conhecimento se transformou numa mescla de auto-piedade e tristeza, eu me sentia como se fosse um verme uma coisa ínfima sem importância para o universo infinito, foi ai que começou uma movimentação esquisita dentro da minha cabeça a qual eu sentia fisicamente que estavam fuçando dentro da minha cabeça, no meu cérebro mesmo.
Me sentia apenas como um ponto entre minhas sobrancelhas uma luzinha pequena, como se tudo que eu sou, fosse aquele ponto de luz ali, envolto num monte de carne, mas ao mesmo tempo eu sentia coisas sendo mexidas dentro do meu cérebro e eu voltava a realidade abria os olhos e com medo dizia: Será que eu posso mexer ai dentro, não vai me causar algum mal?
Eu fechava os olhos e tudo voltava, os movimentos dentro da cabeça, muito fortes, como se fosse um quebra cabeça com os gominhos do meu cérebro e as visões de ser um pontinho de luz dentro daquele emaranhado de carne que me apertava, aquela carne tinha uma consistência gosmenta, como tentáculos mesmo, que se entrelaçavam em mim e eu não conseguia me livrar e parecia que eles estavam mexendo dentro da minha cabeça, entre essas idas e vindas de abrir o olho por medo de estar fazendo algo que fosse comprometer a saúde física do meu cérebro e me ver preso como um bichinho numa jaula de carne, fiquei exausto e desisti de ficar nisso e fui me deitar na barraca, só consegui tirar uma soneca quando o dia clareou!
Todas essas partes que dividi duraram pra mim uma eternidade, mas não sei quanto tempo durou, sei que a fogueira se apagou, meu amigo veio, ascendeu o fogo novamente e voltou a dormir e a fogueira se apagou de novo, foi ai que eu desisti!

Obrigado ao amigo que me presenteou com os cogus e obrigado a Deus por me mostrar o tópico do pegaso hoje, que me fez lembrar de muita coisa, o tópico é do ano passado onde ele se viu enroscado numa lula neon, isso me fez lembrar da prisão de carne que me parecia com tentáculos e espirais que vemos na maioria das pinturas psicodélicas!
Essa trip ocorreu entre o natal e ano novo de 2008.

Grande abraço a todos
Victor
 
Já tive Trips num naipe parecido, de sentir que é somente um feicho de luz em meio a carne e tal... é uma sensação foda se sentir mais do que simples carne e ossos.

E essas respostas que vem do nada na mente também são fodas :D :pos:

E ainda tem gente que recrimina o uso dos mágicos... como pode???

Muita luz a ti irmão... e pow, eu fui acampar este fds num local próximo à mogi... e que tem uma "cachoeira" que vive cheia de macumba tbm, inclusive este é o nome da corredeira.

Por acaso este local que vc foi é perto de Taquarussú/Paranapiacaba?

Tem locais bem mais bonitos e limpos por ali, basta dar uma pesquisada.
 
Deus é onipresente mesmo... e isso é horrível =X
 
cuidado com isso que vc sentiu e vivenciou, so vc sabe qual foi a intensidade e a grandiosidade do momento, vc precisava de algumas respostas, e teve ... nao talvez como vc esperava, mas teve,
nao deixa que alguém te imponha o contrario.

o cara existe mesmo...:luz:
 
Porque será que tantas perguntas vem a mente?
Tantas e tantas que chegam a dar nó!
 
bem louco esse negocio dos tentaculos. será um padrão? dá um medo fdp de encontrar esse bicho de novo

quando postei minha exp com a lula-alien, teve uma resposta que se encaixou perfeitamente com o que vivi/senti, talvez lhe ajude também, embora seja meio hermetica:

cogtrd
Membro

Meditei bastante na questão antes de contribuir com uma visão...

Geralmente associo a figura de tentáculos (e as vezes espirais) como o Demiurgo, a entidade divina que mantêm o mundo "real" e nos prende nele.

O pessoal aqui deve saber melhor que eu, mas para os Gnósticos antigos (não os do Samael) nosso mundo foi criado por uma manifestação de Sophia sem o seu lado masculino no Pleroma (hiper-universo). A manifestação de Sophia acabou fragmentando-a, e os maiores pedaços formaram o Demiurgo e seus anjos.

O recém-nascido Demiurgo se considerou o Deus Verdadeiro e criou o mundo material para aprisionar os fragmentos que ainda estavam livres (nós).

Para os Gnósticos todo o mundo material possui esta natureza "maligna" (não que necessariamente o Demiurgo seja mal, mas ele é imaturo e infantil, como uma criança pequena com muitos poderes. Ele também é associado ao Deus do Antigo Testamento, o "Senhor dos Exércitos", que parece realmente mais uma criança brincando de War do que com um Deus).

A própria postura do Demiurgo parece ter mudado nos último séculos, mas ele continua sendo o aprisionador (se este mundo é o inferno que prende nossas almas para sempre, ele seria o Diabo) e tenta impedir a nossa liberdade, mesmo durante o transe.

Os tentáculos são as ferramentas que ele usa para tampar nossos sentidos e injetar o mundo consensual onde vivemos.

Geralmente ele vai lhe confundir, amedrontar e atrapalhar. Mesmo que você escape (interessante a questão do "quem sou eu", ele não teria como responder pois ele também não domina a sua própria natureza) ele pode lhe oferecer ilusões de liberdade. Quem sabe da próxima vez, agora que temos a "Gnose", será mais fácil enfrentá-lo?



abraço a todos

muita luz procê, victor.
 
Muita luz a ti irmão... e pow, eu fui acampar este fds num local próximo à mogi... e que tem uma "cachoeira" que vive cheia de macumba tbm, inclusive este é o nome da corredeira.

Por acaso este local que vc foi é perto de Taquarussú/Paranapiacaba?

Tem locais bem mais bonitos e limpos por ali, basta dar uma pesquisada.

Paranapiacaba eu conhece mas parece que proibiram o lance de acampar agora!
Foi em guararema, não lembro o nome do lugar mas é num escorregador de pedra.

Deus é onipresente mesmo... e isso é horrível =X

Oniciente e onipotente também......então tá tranquilo.....nada pode estar errado, se tudo já está programado por Ele.

o cara existe mesmo...
É....eu sempre acreditei nisso, mas não sou o tipo que fala muito no assunto.

Porque será que tantas perguntas vem a mente?
Tantas e tantas que chegam a dar nó!
eu sinto dores pelo corpo até, de tantas questões e tanta força pra responder!

Fala meu querido Pegaso!
Eu li essa resposta sobre o demiurgo, achei bem interessante, talvez exista mesmo um ser responsável por nos segurar nessa ilusão, talvez pelo nosso pequeno (como posso dizer) repertório, nosso pequeno conhecimento sobre o que pode acontecer universo a fora, sobre a grandeza da inteligencia divina, nós talvez interpretemos essa força ou ser como tentaculos por nos dar a impressão de estar preso por ele e talvez até a historia do demiurgo seja uma alusão a essa força que nos amarra dentro do corpo por não estarmos prontos pra vislumbrar algo ainda incompreensivel pra gente.
Caracas quantos talvez!!!haha
E eu nem consegui me livrar dele, na verdade, nem consegui entender isso até ler seu relato, mas agora fiquei interessado em comparar doses e fazer testes pra ver se encontramos esse "padrão" de novo....se não for nós aqui do forum, quem é que vai pesquisar essas coisas???

Fala psilocibec
É uma honra vê-lo por aqui de novo, dei muitas risadas com as imagens!

Grande abraço a todos e continuemos com os estudos!!
Victor
 
Foi uma boa leitura! :pos:

Na minha primeira viagem forte também presenciei um ser / forma com tentáculos que ficava passeando pelo meu corpo. Fiquei cara a cara com ele dentro da minha boca. Difícil explicar, mas entrei dentro da minha própria boca, andei por cima da minha língua e ví bichinho lá. Estranhíssima sensação.

Existem padrões que se repetem mesmo: Olhos, tentáculos, fractais, mantídeos...

Talvez sejam signos de alguma língua estranha tentando nos dizer alguma coisa, talvez sejam coincidencias, talvez sejam seres / imagens arquétipos. Gosto de pensar que são o sinal de que há um fio sintonizando mentes a um bizarro canal de comunicação. :luz: Imagens na estática.

Abraços
 
Ainda bem que tem mais gente vendo isso!!!rs

Já tive sensações também de algo percorrendo meu corpo, uma energia diferente que eu sentia bem no fisico, mas quando essas coisas me acontecem eu me borro de medo e não consigo deixar prosseguir fico cortando toda hora e nunca sei até onde isso iria chegar.
Tive isso com os cambojanos, me sentia um marimbondo gigante vibrando e emitindo aquele som das asas dos marimbondos e a energia caminhava pelo meu corpo e como sempre eu cortava com medo de interferir no meu estado de saude ou sei lá o que!!!
Na próxima eu já sei!!!rs
Valeu mirador por contribuir com suas experiências, já ouvi muitos membros antigos aqui do forum falando que antigamente esse espaço era voltado mais pra esses estudos psicodélicos e que agora a coisa mudou um pouco e passou mais pra parte técnica, mas claro que tem muita informação por aqui ainda. Gostaria mesmo de levar adiante essas pesquisas para tentar descobrir alguns padrões em nossas experiências, com ajuda de todos talvez consigamos!
Grande abraço
Victor
 
Ainda bem que tem mais gente vendo isso!!!rs

Já tive sensações também de algo percorrendo meu corpo, uma energia diferente que eu sentia bem no fisico, mas quando essas coisas me acontecem eu me borro de medo e não consigo deixar prosseguir fico cortando toda hora e nunca sei até onde isso iria chegar.

Meio obvio dizer isso mas o medo do desconhecido é natural e acho que é vencido com tempo e persistência. Medo de ficar louco ou morrer é bobo mas sabemos que nos estados alterados muitas coisas simples assumem dimensões assustadoras. O melhor fruto que eu já consegui com estas experiências foi vencendo o pavor absoluto do meu corpo.

Valeu mirador por contribuir com suas experiências, já ouvi muitos membros antigos aqui do forum falando que antigamente esse espaço era voltado mais pra esses estudos psicodélicos e que agora a coisa mudou um pouco e passou mais pra parte técnica, mas claro que tem muita informação por aqui ainda.

Se tivessemos um backup do que foi discutido sobre esse tipo de assunto na extinta Garagem Hermética e aqui no início da CM teríamos material de pesquisa pra uns 3 doutorados em psicodelia :). Haviam discussões antológicas sobre esses assuntos. É uma pena mesmo. Mas ainda tem muitos soldados psicodélicos por aí tentando levantar a bandeira, o problema é que falta um pouco de background da galera mais nova que está só na pilha dos "alucinógenos" e tem também os soldados da 18º cabala do ceticismo ecumênico que se divertem jogando ácido súlfurico nos casulos mais coloridos. Mas acho que ainda haverá um recrudescimento por aqui, novas mentes sempre são novas mentes. Voto nas crianças da aurora, sempre.

Gostaria mesmo de levar adiante essas pesquisas para tentar descobrir alguns padrões em nossas experiências, com ajuda de todos talvez consigamos!

Tem alguns tópicos sobre esse tipo de coisa perdidos por aí, talvez juntando tudo e dando uma pesquisada em outros sites dê pra reunir algum material interessante. Há milhares de relatos espalhados pela net que poderiam servir de material de pesquisa.
Seria legal mesmo se alguém com tempo e bagagem se dispusesse a fazer uma pesquisa séria sobre isso, de preferência utilizando um pouco de metodologia ciêntifica e criasse um tópico por aqui pra ir discutindo , postando material, analisando relações, etc. É uma idéia.

Valeu,
Abraço
 
VOCê É O CARA!
ACREDITE - todas asrespostas sobre DEUS são você mesmo.
 
e tem também os soldados da 18º cabala do ceticismo ecumênico que se divertem jogando ácido súlfurico nos casulos mais coloridos. Mas acho que ainda haverá um recrudescimento por aqui, novas mentes sempre são novas mentes. Voto nas crianças da aurora, sempre.

Falou bonito demais! Ótimas analogias.

Qual a sensação física que vocês sentem na presença desse ser?
 
VOCê É O CARA!
ACREDITE - todas asrespostas sobre DEUS são você mesmo.

Não gosto de axiomas.

Falou bonito demais! Ótimas analogias.

Qual a sensação física que vocês sentem na presença desse ser?

Essa é uma daquelas perguntas que sempre terão uma resposta duvidosa e aproximada pela natureza do que é sensação física quando o cérebro está do lado de lá.

Deixo essa tarefa árdua pra pessoa que melhor expressou esses estados na minha modesta opinião, e mesmo assim está longe longe de uma acuidade aceitável:

Desvanecera-se A DOR, a aflição da dispnéia, e o piso ladrilhado do banheiro perdera a dureza e a frialdade.

Tudo era treva e silêncio. Mas o próprio vazio, no silêncio mesmo, perdurava uma espécie de conhecimento, uma vaga consciência.

Consciência, não de nomes ou pessoas, não de coisas presentes ou de recordações do passado, não de lugares ou situações, pois não havia lugares, apenas uma existência cuja dimensão única era essa consciência de personalidade atenuada, esbulhada de suas posses, irremediavelmente só...

Essa consciência só tinha consciência de si mesma, e não como uma presença, mas como a ausência de qualquer coisa...

E o conhecimento, fascinado pela ausência que era seu objeto, mergulhava na treva e no silêncio, cada vez mais fundo, ilimitadamente, pois não havia fronteiras.

Era o conhecimento de uma ausência ainda mais total, de uma privação ainda mais excruciante. E seu modo de perceber era uma fome crescente, mas fome por algo que não existia, pois o conhecimento era apenas de uma ausência, de uma pura e absoluta ausência.

A ausência se estendia por intervalos cada vez mais latos. Intervalos de inquietação. Intervalos de fome. Intervalos que se expandiam à medida em que a febre da insaciedade se fazia mais intensa, intervalos que se prolongavam em eternidade de desespero.

Eternidades de insaciável e desesperado conhecimento de uma eterna e onipresente ausência, numa existência apenas unidimensional...
Mas, logo, abruptamente, surge outra dimensão, e o sempiterno perde a sua eternidade.

Aquilo dentro de que a consciência da ausência percebeu a si mesma, aquilo em que se incluiu, aquilo com que se inter-penetrou, já não era uma ausência, mas sim a presença de uma segunda consciência. E a consciência da ausência se soube percebida por outra consciência.

No tenebroso silêncio, no vácuo absoluto de todas as sensações, uma nova presença tornava conhecimento da consciência. A princípio, vagamente, imensuravelmente remota. Mas, gradualmente, a presença se aproximou,e a tenuidade do outro conhecimento adquiriu luz. A luz do conhecimento pelo qual era conhecida.

Na consciência de que algo que não era ausência estava presente, a ansiedade encontrou sossego, a fome, satisfação.
Nem tudo era privação. Havia a luz. Havia esse conhecimento de ser conhecido. E esse conhecimento de ser conhecido era uma conhecimento tranqüilizador.

(...)

De O Tempo deve Parar de Audous Huxley
-------------

Digitei até aqui, mas esse texto vale a pena ser lido inteiro. Tem no Moksha http://www.scribd.com/doc/2429008/Huxley-Moksha
Aliás, o Moksha é uma leitura maravilhosa. Compilação de relatos relacionados a estados alterados escritos pelo mestre e tambem cartas. VOu abrir um tópico pra ele.

Abraço
 
curti a modesta opiniao, se aproximando do mestre huxley.
modesto mesmo.
conheci 100 modestos que tomaram cha de cogumelo e se sentiram jesus.
quem tem mestre - é mestrado, nunca vai além disso.
 
curti a modesta opiniao, se aproximando do mestre huxley.
modesto mesmo.
conheci 100 modestos que tomaram cha de cogumelo e se sentiram jesus.
quem tem mestre - é mestrado, nunca vai além disso.

Na verdade não aproximei minha opinião. Esse texto é de um romance e essa parte trata de uma experiência de quase morte pela qual o personagem passa. Não é uma descrição de uma viagem psicodélica do Huxley. E a descrição no texto me remete a estados alterados fortes com dissolução do ego e à temática da discussão - seres/consciência externos. Queria compartilhar com vocês porque considero pertinente além de muito bonito. Só isso.

E tenho Huxley como mestre sim! Além de muitos outros homens que conseguiram enlevar a nossa FRIA humanidade através da arte. Um mestre das letras.

Acho que temos problemas de semântica. :rolleyes: Léxico?? Dislexico? No México? hummm

Abraço
 
Muito bom esse link mirador.

Mas... Acha que nesse trecho que você colocou se tratava da mesma situação?
 
Lysergic, deixa eu perguntar um coisa. Você já teve uma viagem realmente FORTE com cogumelos? Só pra eu me situar.

Cara, se eu tivesse a capacidade linguística do Huxley acho que escreveria algo muito parecido com esse trecho que postei aí sobre essas experiências mais "estranhas". Inclusive existem similaridades de relatos entre pessoas que tiverram experiências de quase morte e experiências psicodélicas fortes. Não estou propondo nada de novo, esse assunto já foi discutindo em foruns pela net e acho que renderia uma bom tópico aqui no forum mas acho que não vem muito ao caso agora.

Nas experiências em que tive a nítida impressão de "conciências externas" foi mais ou menos nessa sequência:

Anulação completa do ego / indentidade
sensação de vácuo / inconsciência
desespero / silêncio / eternidade
misto de tranquilidade e pavor (portão de entrada - hora de fugir ou de ficar)
presença de alguma consciência externa

Foi duas vezes que aconteceu com os cogus. Da primeira vez eu tive coragem e fiquei depois da fase do pavor. Foi quando tive minha melhor experiência até hoje. Um espetáculo audiovisual indiscritível que naquele momento parecia claramente criado por outras consciências e que nunca mais saiu da minha cabeça.

Da segunda vez eu "mijei pra trás". Não tive coragem de continuar porque achei que a tal da presença era forte demais e ia me enlouquecer. Abri os olhos, levantei e fui andar. Bastou pra dissipar a "sintonia".

Tive uma terceira com Brugmansia (trombeta), mas foi uma parada muito mais estranha. Acho que tive de fato uma intoxicação forte com ela. Senti também o vazio, a perda da identidade, o pavor. Mas foi diferente. Não ouso tentar explicar. hehe

Leio e releio tudo que acabei de escrever e não consigo deixar de achar anedótico. Simplesmente não dá pra expressar em palavras. Não faz sentido, não é fiel. Por isso eu tentei evitar deixando o texto de um verdadeiro artista - a arte é muito mais própria para expressar esse universo enteógeno do que a lógica - o velho clichê que não falha.

Só pra constar: Eu não sou esotérico, não sou macumbeiro, não sou espiritualista, nada afins. Sou apenas um psiconauta curioso que viu e sentiu coisas que não compreende e especula a respeito com a malucada da forum.:pos::pos::pos:

E que quer muuuuito sentir novamente!:cool:

Faz tempo...
 
Sinceramente eu não tive a oportunidade de experimentar cogumelos ainda... Mas estou próximo =D

Tá chegando!

Porém experimentei bastante enteogenia com LSD, MDMA e Huasca. Então sou um pouco familiarizado com isso, só que acredito que os cogumelos proporcionam um tipo de enteogenia bem peculiar. Fora que produzir seu próprio enteógeno em casa é outra coisa.

Me interessei pelo relato porque vejo muitas pessoas falarem desse momento X que você relatou, porém cada uma acaba tirando uma conclusão específica disso, sendo na maioria das vezes atribuida a deus ou qualquer outra entidade "divina", me parece um ponto comum saca?

Como sou um pouco crítico com relação a "inspiração divina", procuro entender mais ou menos o que esse momento significa para cada pessoa, assim posso traçar um roteiro de viajem, afinal também sou um psiconauta, só um pouco mais cético e cauteloso.

Muito obrigado pelo sua descrição, sei que é difícil tentar passar o que se vive para um texto, se nem falar ou filmar pode expressar direito o que se sente, mas deu pra ficar claro a essência.

Abraço lysergico.
 
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