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Exp. 9 e 10 - Ou você respeita os cogumelos, ou sofre as consequências. Dor emocional extrema.

Experimentalist

Hifa
Membro Ativo
14/04/2022
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Salve amigos! Um relato breve, outro mais compridinho. Tenham paciência, por favor.

Dia 17 de fevereiro de 2023, das 23h às 05h00 aproximadamente.
Dosagem: 7g de cogumelos secos e engraçadinhos, dado a festas coloridas e radiantes.

Eu estava sem cogumelos do meu próprio cultivo, então acabei recorrendo aos cogumelos de uma pessoa em quem confio. Como tinha feito viagens muito fortes antes, decidi que talvez fosse legal experimentar 7g desta vez.

Essa trip foi muito divertida e… pronto… só isso mesmo. Muito divertida e tá tudo bem. Eu sei que nem sempre os cogumelos precisam trazer insights profundos.

O que foi muito legal nesse dia é que pela primeira vez eu senti o efeito tão forte, que nem fazia diferença estar de olhos abertos ou fechados. Tudo virou uma mistura de cores e formas geométricas lindas. E tudo se mexia de acordo com a música que eu ouvia. Foi lindo. Num momento, o apartamento estava banhado por luz roxa e eu podia jurar que tinha alguma entidade junto comigo, embora eu não tenha visto ela de olhos abertos.

Nessa noite eu basicamente passei horas e horas viajando nos efeitos visuais. Foi muito divertido, mas nem um pouco introspectivo. Para ser justo… lá no finalzinho da experiência eu tive um único insight: uma inspiração de que eu seria capaz de encarar as coisas que eu preciso encarar. Fora isso, acho até um pouco difícil me lembrar de detalhes. Talvez a dose tenha sido tão forte que eu aproveitei menos do que se tivesse tomado apenas 5g, como tinha feito antes com os cogumelos desse cara.

Dia 11 de março de 2023, das 23h às 05h30 aproximadamente.
Dosagem: 10g de cogumelos secos, fortes e raivosos que queriam me ensinar uma lição.


Muito bem amigos, aqui é que está o problema. Minha décima experiência. Ainda sem cogumelos próprios, arranjei duas doses de 5g para os próximos dois meses, só pra garantir que não ficaria mais sem.

Acho que por ser minha décima experiência, eu tava me sentindo todo paquito experiente, capaz de enfrentar qualquer viagem. Que erro primário! Quero que vocês entendam o que aconteceu com meu set e setting antes de eu relatar a viagem em si:

  1. Estou num processo emocionalmente difícil de separação da mãe do meu filho. Isso não tem nada a ver com a revelação que eu tive de ser gay na minha oitava viagem (que por sinal foi linda demais).
  2. Estou enfrentando dívidas que tem me tirado o sossego. Nunca passei por isso antes e confesso que até há poucos dias atrás, eu estava com muito medo.
  3. Tensões na área profissional… coisas boas podem acontecer, coisas assustadoras podem acontecer, eu posso crescer, eu posso me dar mal.
  4. Estou realmente… digo, REALMENTE cansado. Perto da exaustão física e mental.
  5. Naquela noite eu tinha saído do meu lugar tradicional de trip e fui pro meu novo quarto em casa, onde tenho dormido sozinho. Isso tem um significado profundo para mim.
A trip começou comigo ingerindo 5g. O começo foi o de sempre, com os efeitos sutis de alteração de cores e distorções de linhas retas. Comecei a ter visuais com olhos fechados, mas não eram tão marcantes. Olhei para o relógio e percebi que fazia 1 hora que a trip tinha começado e ela estava fraca. Eu estava impaciente. Mais uma vez, eu “senti o chamado para comer mais”. E o que foi que eu fiz? Comi a segunda dose que seria para abril! Nunca, nunca, nunca mais quero cair no erro de fazer redosagem.

Eu estava ansioso, esse é o fato. Queria mergulhar de cabeça numa experiência extremamente psicodélica, cheia de cores e paisagens malucas. Não foi isso o que aconteceu.

Vi paisagens parecidas com florestas, cores e formas muito vívidas. Me senti realmente muito embriagado, mas então me veio a marretada que iria me desmontar naquela noite. Como uma revelação divina (ou diabólica?), uma ideia surgiu entre os pensamentos:

Eu cuido de tudo e de todos, enquanto isso ninguém cuida de mim. Estou sozinho. Se eu quebrar, minha casa quebra. Se eu cair, ninguém me segura. Não tem ninguém segurando a minha mão enquanto eu atravesso a vida adulta. Estou completamente só. Ninguém me conhece para além dos papéis que eu desempenho. As pessoas conhecem o Experimentalist que é pai, (ex)-marido, colega de trabalho, parceiro de jogatina, companheiro de cervejada, piloto de churrasqueira, o filho dos pais conservadores e superprotetores… mas ninguém me conhece de verdade.

Me senti extremamente frágil. Fiquei completamente desarmado, na maior solidão que eu jamais poderia imaginar. Já passei por diversos lutos, mas ter percebido o tamanho da minha solidão me deixou em pânico. Passei quase 2 horas chorando por estar essencialmente sozinho.

Ainda moro com o meu filho e a mãe dele. Nos damos bem. Ela estava dormindo no quarto dela e fui pedir ajuda. Ela segurou a minha mão enquanto eu chorava. Fiquei chorando enquanto via um monte de visuais extremamente psicodélicos. Teve um momento em que eu me vi sendo dissolvido em feixes de luz. Foi lindo ver que eu estava sumindo. Lembro que em um momento eu disse que estava cansado de existir. Pedi licença pra ela e falei que precisava sentir o impacto daquela solidão por conta própria. Se era solidão que eu sentia, eu tinha que passar por aquilo sozinho. Ela dormiu e eu fui pro meu quarto.

Fui me acalmando. Meu gato chegou perto de mim. Ele estava lindo. Parecia um anjo com brilho dourado e eu podia jurar que ele estava vendo o mesmo que eu. Ele tinha um brilho diferente no olhar dele. Comecei a conversar com ele.

“Bigode… você tá aqui comigo né cara? Você tá vendo tudo isso, né? A gente abriu o portal juntos.” Ele ficou chamando minha atenção. Pedindo carinho. Parecia que ele queria me dizer alguma coisa.

Então veio um insight: vivemos em universos que se desdobram à medida que a gente toma decisões. Por exemplo, existe um mundo que se abre quando eu decido comer direito e me exercitar. Esse mundo é diferente do mundo que surge quando eu decido viver comendo lasanha congelada e viver sedentário. Existe um universo que se abre quando eu decido ser amável com as pessoas, que é bem diferente do mundo que se abre quando eu escolho ser amargo e tratar as pessoas com indiferença.

Falei de novo pro meu gato que ele estava me ajudando a abrir o portal para minha nova vida. Que eu teria atitudes baseadas no amor. Que eu tomaria cuidado ao abrir esses novos universos com decisões bem pensadas. Quando me cansei, pedi para dormir ao lado da minha ex-esposa, porque eu sentia que precisava de companhia.

Faz praticamente 10 dias que estou integrando essa viagem. Vou a um psicólogo que respeita meu uso de cogumelos. Acho que a trip me mostrou exatamente o que estava dentro de mim. Uma solidão para a qual não tem cura. E não tem cura porque na realidade a vida dos adultos é assim mesmo. Estamos sozinhos essencialmente.

Aprendi que eu preciso me dar amor. Se ninguém me conhece na minha essência, então que pelo menos eu possa me dar todo amor que eu mereço (e preciso). Estou tentando encontrar maneiras de cuidar de mim mesmo, da mesma maneira como eu cuido do meu próprio filho: minha alimentação, meu descanso, minha higiene, meu nível de estresse. Tenho tentado ser mais gentil comigo mesmo.

Essa experiência foi realmente muito forte. Teve seu valor, mas sinto que errei feio em dois aspectos:
  1. Tive problemas com tomar dose a mais antes. Isso está virando um padrão. Vou passar a esconder os cogumelos quando embarcar numa experiência para evitar esse tipo de situação.
  2. Preciso respeitar meu estado mental e embarcar nas trips apenas num set adequado. Eu estava com uma pilha de nervos e não soube respeitar isso.
Planejo continuar com meu novo projeto de cultivo, mas quero passar pelo menos 3 meses longe de psicodélicos. Eu adoro cogumelos, mas sinto que preciso criar um novo tipo de respeito por eles antes de continuar com as minhas explorações.

Obrigado a todos que me leram até aqui! Isso significa muito para mim.

Um grande abraço amigos cogumeleiros. Sigo por aqui enquanto estou nesse hiato.
 
Excelentes relatos @Experimentalist !

Uma das coisas que substâncias como os cogumelos propiciam é a possibilidade de nos depararmos com nós mesmos em nossa essência, sem máscaras.. mas também nos deixam extremamente vulneráveis quando estamos passando por situações conflituosas, crises existenciais ou sofrendo emocionalmente.. tudo se evidencia e maximiza, é como se enxergássemos tudo com uma lupa..

Algo que pode ser útil durante as crises durante as trips é não se identificar tanto com os pensamentos e sentimentos, como se vc fosse um espectador de si mesmo em um filme e estivesse assistindo tudo de fora.. a fim de se poupar e evitar desgastes desnecessários.
O que faz perdermos muita energia é o que Castaneda chama de auto-importância.

Nesse caminho do autoconhecimento análise ajuda um bocado. E o auto-cuidado é fundamental, é um longo caminho de volta a nós mesmos, esse resgatar ou conquistar do amor próprio.

E pensar que nós e os nossos filhos muitas vezes conhecemos apenas a versão atarefada nossa, preocupada com aquilo que vamos prover.. quando podemos oferecer essa nossa versão mais pura antes da senilidade podemos nos considerar extraordinários.

E não estamos de todo sozinhos.. essa rede cogumeleira é infinita..
 
Última edição:
Que experiência forte! É o que eu chamo de ir olhar para o abismo e se ver no fundo.
Acho que foi mesmo no fundo, se calhar era algo que você precisava mesmo de ver, mas precisa de tempo para racionalizar a experiência. Eu acredito, mas nada contra quem faça diferente, que é preferível ter experiências espaçadas e tempo de integração que experiências muito próximas sem tempo de pensar corretamente no que viu. Penso que você tem muito para resolver na sua vida, mas força, você vai conseguir.
A armadilha da redosagem é complicada, embora digam que o take-off sente-se em 30 ou 40 minutos, por experiência própria isso é mais próximo de 1h20 ou mais... Isso pq a absorção do cogumelo é feito a nível do aparelho digestivo e isso é afetado por muitos parâmetros do processo digestivo como o que comeu, a quanto tempo, e a própria velocidade do aparelho digestivo e a capacidade de absorção.
Outro fator é usar cogumelos que não são do seu cultivo. Um cubens é um cubensis, mas cubensis de tipos diferentes e criados de forma diferente apresentam reações diferentes. Alguns são mais suaves ao entrar e crescem, outros são uma bomba e tem efeito mais curto... Sempre bom conhecer o cogumelo. O Fato de usarem para lá do 5G também é preciso ter cuidado. 5G, tecnicamente, seria suficiente para decolar e ir para o espaço... Acima disso, deve se ir pra o hiperespaço e outras dimensões.
Força e calma. Você vai superar toda essa fase. As vezes precisamos de passar por momentos menos bons para evoluirmos e atingirmos uma nova etapa de vida.
 
@Experimentalist ,
AMO os seus relatos. Neste relato, não apenas a trip, mas o aprendizado sobre o uso e erros cometidos.
Aprendo muito aqui!

E gostaria de fazer duas perguntas: O que você busca, ou onde gostaria chegar, ao tomar doses altas?
Como a terapia o tem ajudado nesse processo?
 
Salve salve galera!

Obrigado @Verdandi , @Sigillvm Dei e @kooboo pelo carinho. Considero que ter paciência de ler esses textos gigantes que eu posto já é muito. E fico mais agradecido ainda pelos comentários.

Demorei para responder porque eu estou dando o último gás antes de tirar alguns dias de folga. Tenho tido semanas em que me restam pouquíssimas horas somente para mim mesmo. Complicada essa vida cheia de correria. Isso inclusive é uma das coisas que eu quero mudar assim que eu tiver chance. Preciso de mais tempo.

Uma das coisas que substâncias como os cogumelos propiciam é a possibilidade de nos depararmos com nós mesmos em nossa essência, sem máscaras.. mas também nos deixam extremamente vulneráveis quando estamos passando por situações conflituosas, crises existenciais ou sofrendo emocionalmente.. tudo se evidencia e maximiza, é como se enxergássemos tudo com uma lupa..
Concordo totalmente. Percebi como o cogumelo funciona como um amigo que pode esfregar na sua cara coisas que você não está percebendo ou então coisas que você está escolhendo ignorar. Foi assim quando eu tomei aquela dose cavalar de 12g e foi assim nessa última trip.

Algo que pode ser útil durante as crises durante as trips é não se identificar tanto com os pensamentos e sentimentos, como se vc fosse um espectador de si mesmo em um filme e estivesse assistindo tudo de fora.. a fim de se poupar e evitar desgastes desnecessários.
O que faz perdermos muita energia é o que Castaneda chama de auto-importância.
Não sei se isso acontece só comigo, mas durante o efeito do cogumelo, principalmente no pico, eu fico completamente imerso na experiência. Logo no comecinho e no final da viagem eu consigo dizer "calma... é só a substância fazendo a mágica dela". O que acontece é que no pico... vish... no pico já era. Eu fui pra Nárnia mesmo. Eu consegui melhorar alguns aspectos das experiências com treino. Por exemplo, nas minhas primeira 4 experiências eu sofria demais com os loops. Hoje eu consigo lidar com eles, mas não porque eu fico lúcido na trip, mas sim porque eu já internalizei que pode acontecer loop e que se eu perceber ele acontecendo, eu só preciso sentar no sofá e desistir de sair dele.

Talvez eu precise me treinar a não me identificar com os pensamentos. Aliás... isso é algo útil pra vida cotidiana né? Nem tudo que a gente pensa ou sente é verdade.

E pensar que nós e os nossos filhos muitas vezes conhecemos apenas a versão atarefada nossa, preocupada com aquilo que vamos prover.. quando podemos oferecer essa nossa versão mais pura antes da senilidade podemos nos considerar extraordinários.

Meu novo objetivo de vida agora é buscar justamente essa versão, mais relaxada, com menos afazeres e mais livre pra respirar sem tanta ansiedade. Tenho mudado algumas coisas na minha rotina e senti um certo alívio de umas suas semanas para cá.

Que experiência forte! É o que eu chamo de ir olhar para o abismo e se ver no fundo.
Acho que foi mesmo no fundo, se calhar era algo que você precisava mesmo de ver, mas precisa de tempo para racionalizar a experiência. Eu acredito, mas nada contra quem faça diferente, que é preferível ter experiências espaçadas e tempo de integração que experiências muito próximas sem tempo de pensar corretamente no que viu. Penso que você tem muito para resolver na sua vida, mas força, você vai conseguir.

Pois é verdade @Sigillvm Dei ... nessa última viagem eu realmente olhei para um aspecto da minha vida que me deixou aterrorizado. Passei pelo menos uma semana muito afetado pela experiência, mas consegui processar ela melhor. Acho que hoje já posso considerar essa trip totalmente integrada, até mesmo porque já comecei a mudar algumas coisas a respeito da minha vida e como eu cuido de mim mesmo. Como essa trip foi extrema, decidi dar um espaço de pelo menos uns 3 meses até a próxima. E espero que a próxima seja com frutos do meu cultivo.

Outro fator é usar cogumelos que não são do seu cultivo. Um cubens é um cubensis, mas cubensis de tipos diferentes e criados de forma diferente apresentam reações diferentes. Alguns são mais suaves ao entrar e crescem, outros são uma bomba e tem efeito mais curto... Sempre bom conhecer o cogumelo. O Fato de usarem para lá do 5G também é preciso ter cuidado. 5G, tecnicamente, seria suficiente para decolar e ir para o espaço... Acima disso, deve se ir pra o hiperespaço e outras dimensões.

Preciso concordar. Tenho experiências com os cogumelos que eu cultivei e com os cogumelos desse cultivo dessa outra pessoa. Os meus cogumelos foram muito, mas muito mais carinhosos comigo do que os cogumelos comprados. Inclusive percebo que quando uso cogumelos frescos a experiência é mais gostosa também.

AMO os seus relatos. Neste relato, não apenas a trip, mas o aprendizado sobre o uso e erros cometidos.
Aprendo muito aqui!

Puxa vida cara, que legal. Obrigado por dividir isso comigo. Eu escrevo minhas experiências e deixo documentado em arquivos pessoais para que eu possa ler quando quiser, se eu quiser. E também compartilho aqui porque gosto de saber das impressões dos outros cogumeleiros também. O problema é que eu sou tagarela... começo a escrever e não paro. Quando eu vejo, tá parecendo uma redação do ENEM. Fico feliz em saber que tem gente com paciência pra ler esse meu falatório.

E gostaria de fazer duas perguntas: O que você busca, ou onde gostaria chegar, ao tomar doses altas?
Como a terapia o tem ajudado nesse processo?
Então, sobre minhas doses altas... pode parecer exagero, mas eu acho que as experiências mais prazerosas que eu tive em toda minha vida foram algumas das viagens de cogumelo que eu já fiz. Eu realmente ADORO a sensação. A embriaguez do cogumelo é muito especial para mim. Lembro da minha primeira experiência, quando eu literalmente chorei de emoção e agradeci a Deus por estar vivo e poder sentir aquela sensação pelo menos uma vez na vida.

Eu acho que sentir esse tanto de prazer tem um valor terapêutico pra mim. Um pequeno desabafo... não quero me fazer de vítima, não me entenda errado, mas passei por momentos muito tensos nos últimos dez anos. Se eu considerar o último ano apenas, fica pior ainda. Quando eu tomo cogumelos e consigo sentir esse nível de bem estar e prazer, é como se fosse um carinho nos neurônios. Inclusive, em julho do ano passado eu vivi uma experiência extremamente traumática. Coisa que não cabe aqui, mas foi absurdo. De alguma forma, eu sei que eu não teria tido estrutura suficiente pra segurar a barra se eu não tivesse passado por todas essas experiências com os cogumelos. Eles realmente são muito importantes pra mim.

Já a terapia me ajuda a lidar com esses insights malucos que surgem. Tipo "kralho mano, eu sou gay mesmo!" depois de passar mais de uma década ao lado da mãe do meu filho. Ou então esse último insight sobre a profunda solidão que eu sinto mas estava ignorando. Levo isso pra terapia e converso sobre. Elaboro melhor. Acaba ajudando a clarear as ideias e separar o que é realidade daquilo que é exagero ou fantasia.

Mais uma vez amigos, muito obrigado pelos comentários e perdão pela minha ausência. Continuarei por aqui até minha próxima experiência, lendo relatos, diários de cultivo e jogando conversa fora com vocês.

Abraço!
 
@Experimentalist
Obrigado pela resposta... nem te conheço e já boto fé que um dia gostaria de papear pessoalmente contigo. É muita riqueza na tua narrativa.
Continue compartilhando conosco.
Big Abraço
 
Oi. Eu li o seu relato e me senti realmente tocado. Nessa mesma semana eu senti esse sentimento, foi sóbrio, após um jejum de 98 horas. Sinto também que estou sozinho na vida adulta.

Sei que é difícil de ouvir um "ensinamento de vida" vindo de alguém com apenas 20 anos de idade, mas, existe o Experimentalist que ainda é criança, que cresceu num mundo de preconceitos e julgamentos. Essa criança interior que se debulha em lágrimas ainda está aí. Mas, como somos "homens" e sempre nos foi esperado uma posição de âncora, de proa, nós vivemos ignorando essa solidão. Mas não te faz mais fraco chorar e viver isso com toda a intensidade. Alivia muito se abrir consigo mesmo e se conhecer, conhecer os seus traumas e entender como eles se desdobram na sua vida hoje.

A nossa mente é caótica, cheia de paranoias e, se dermos voz a esse ego, esse nos domina, cara. Dívidas se pagam, empregos vão e vêm, mas o hoje é tudo que temos.
Em minhas trips eu sempre lembro de 3 coisas básicas, seja lá quem ou o que me passou:

O hoje é a vida e o amanhã é a morte. Se pensarmos no amanhã, esquecemos do hoje, e vice-versa.
O amor é uma das únicas coisas que podemos passar para os outros. O físico se degrada.
A questão existencial nunca será respondida por mim, então apenas "jogue o jogo"


Não é muito, mas espero que algumas de minhas palavras lhe confortem. Bom hiato pra nós e boa sorte na sua jornada!
 
Salve @JonasBlacker !

Ow mano, obrigado pelo comentário!

Sei que é difícil de ouvir um "ensinamento de vida" vindo de alguém com apenas 20 anos de idade

De jeito nenhum meu amigo. Eu acho que toda idade carrega consigo uma sabedoria, sabia? E eu não falo isso por demagogia não, cara. Sou pai de um menino em idade escolar e ele me ensina várias lições desde que ele começou a se comunicar. Sem exagero. Com a idade, a gente vai perdendo o olhar e principalmente a audácia que a gente tinha na juventude e na infância. Os mais velhos deveriam ouvir os mais jovens em muitas questões. Acho que viveríamos num mundo com mais equilíbrio, principalmente na área da afetividade se os boomers ouvissem mais um pouco dos millennials e a geração Z.

A nossa mente é caótica, cheia de paranoias e, se dermos voz a esse ego, esse nos domina, cara. Dívidas se pagam, empregos vão e vêm, mas o hoje é tudo que temos.
Você tem toda razão. A vida acaba e nunca sabemos quando exatamente. A nossa maior urgência deveria ser amar as pessoas e usar o tempo presente da melhor maneira possível.

O hoje é a vida e o amanhã é a morte. Se pensarmos no amanhã, esquecemos do hoje, e vice-versa.
O amor é uma das únicas coisas que podemos passar para os outros. O físico se degrada.
A questão existencial nunca será respondida por mim, então apenas "jogue o jogo"

É o que eu tenho tentado fazer, especialmente depois dessa última trip.
 
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