- 22/11/2021
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Em Busca da Verdade
Autor: Jiddu Krishnamurti
Longamente peregrinei
Por este mundo de coisas efêmeras
Dele conheci os passageiros deleites
Como o belo arco-íris
Que muito cedo em nada se desfaz
Assim, desde as origens do mundo
Vi todas as coisas passarem
Belas, festivas, deleitáveis
Na busca do eterno
Perdi-me entre coisas finitas
De todas provei
Em busca da verdade
No perpassar das idades
Conheci as delícias do mundo efêmero
Até na mãe com seus filhos
O arrogante e o livre
O mendigo que erra pela face da terra
O conforto dos ricos
A mulher tentadora
O belo e o feio
O autoritário
O poderoso
O homem importante
O benfeitor
O protetor
O oprimido e o opressor
O libertador e o tirano
O homem de muitas posses
O renunciante
O homem prático e o sonhador
O arrogante sacerdote de suntuosas vestes
E o humilde devoto
O poeta, o artista, o criador
Prostrei-me diante dos altares do mundo
Conheci uma a uma as religiões
Inúmeras cerimônias pratiquei
Regalei-me das pompas do mundo
Combatente fui
De batalhas ganhas e perdidas
Desprezei e fui desprezado
Passei pelas tristezas e agonias
De inúmeras desditas
Nadei em prazeres e na opulência
Nos secretos recantos de meu coração
Exultei
Conheci nascimentos e mortes sem conta
Todas essas efêmeras esferas percorri
Entre êxtases passageiros
Certo de sua perenidade
No entanto
Jamais encontrei o eterno reino da felicidade
Outrora eu te buscava
Ó verdade eterna
Culminância de toda sabedoria
No topo da montanha
No céu constelado
Nas sombras do terno luar
Nos templos do homem
Nos livros dos doutos
Na terra folha primaveril
Nas águas irriquietas
No rosto do homem
No regato cantarolante
Na tristeza, na dor
Na alegria e no êxtase
Mas não te encontrei
Assim como o montanhista acende aos altos picos
Largando a cada passo seus múltiplos fardos
Assim também me alcei às alturas
Abandonando as coisas transitórias
Como o renunciante de áureas vestes
A buscar felicidade com sua taça de mendicante
Assim também renunciei
Como o jardineiro que mata as ervas daninhas de seu jardim
Assim também aniquilei o ego
Como os ventos
Sou livre e sem entraves
Forte e diligente como o vento
Que penetra os ocultos recantos do vale
Rebusquei os recessos de minha alma
Purificando-me de todas as coisas
Passadas e presentes
Qual silêncio que, de súbito
Se estende sobre o mundo rumoroso
Assim também, subitamente
Te encontrei no fundo do coração de todas as coisas
E do meu próprio
Sobre a trilha da montanha
Sentado numa pedra
A meu lado e dentro de mim te encontrei
Em ti e em mim
Contidas todas as coisas
Feliz o homem que em tudo o que depara encontra a ti e a mim
Na luz do sol poente
A filtrar-se entre as delicadas rendas de uma árvore primaveril
Eu te contemplei
Nas lucilantes estrelas te contemplei
Na ave que passa célere e desaparece no negror da montanha
Eu te contemplei
Tua glória despertou a glória que em mim dormia
Tendo encontrado, ó mundo
A verdade, a felicidade eterna
Dela desejei judar
Vem, meditemos juntos
Juntos ponderemos e sejamos felizes
Raciocinemos juntos e façamos surgir a felicidade
Assim como andei perdido entre as coisas transitórias
Em busca daquela eterna felicidade
Assim também tu estás perdido na esfera do efêmero
Desperta e reúna tuas forças
Olhe em torno e medita
Aquela felicidade incorruptível
Felicidade que é a única verdade
Que é o fim de toda busca, de toda indagação e dúvida
Que liberta do nascimento e da morte
Felicidade que é a única lei, o único refúgio
A fonte de todas as coisas
Que dá perene conforto
Essa real felicidade que é a iluminação
Em ti habita
Só existe uma verdade
Uma lei
Um refúgio
Um guia
Para aquela eterna felicidade
Desperta
Ergue-te
Medita e reúna tuas forças.
Jiddu Krishnamurti - Em Busca da Verdade

Autor: Jiddu Krishnamurti
Longamente peregrinei
Por este mundo de coisas efêmeras
Dele conheci os passageiros deleites
Como o belo arco-íris
Que muito cedo em nada se desfaz
Assim, desde as origens do mundo
Vi todas as coisas passarem
Belas, festivas, deleitáveis
Na busca do eterno
Perdi-me entre coisas finitas
De todas provei
Em busca da verdade
No perpassar das idades
Conheci as delícias do mundo efêmero
Até na mãe com seus filhos
O arrogante e o livre
O mendigo que erra pela face da terra
O conforto dos ricos
A mulher tentadora
O belo e o feio
O autoritário
O poderoso
O homem importante
O benfeitor
O protetor
O oprimido e o opressor
O libertador e o tirano
O homem de muitas posses
O renunciante
O homem prático e o sonhador
O arrogante sacerdote de suntuosas vestes
E o humilde devoto
O poeta, o artista, o criador
Prostrei-me diante dos altares do mundo
Conheci uma a uma as religiões
Inúmeras cerimônias pratiquei
Regalei-me das pompas do mundo
Combatente fui
De batalhas ganhas e perdidas
Desprezei e fui desprezado
Passei pelas tristezas e agonias
De inúmeras desditas
Nadei em prazeres e na opulência
Nos secretos recantos de meu coração
Exultei
Conheci nascimentos e mortes sem conta
Todas essas efêmeras esferas percorri
Entre êxtases passageiros
Certo de sua perenidade
No entanto
Jamais encontrei o eterno reino da felicidade
Outrora eu te buscava
Ó verdade eterna
Culminância de toda sabedoria
No topo da montanha
No céu constelado
Nas sombras do terno luar
Nos templos do homem
Nos livros dos doutos
Na terra folha primaveril
Nas águas irriquietas
No rosto do homem
No regato cantarolante
Na tristeza, na dor
Na alegria e no êxtase
Mas não te encontrei
Assim como o montanhista acende aos altos picos
Largando a cada passo seus múltiplos fardos
Assim também me alcei às alturas
Abandonando as coisas transitórias
Como o renunciante de áureas vestes
A buscar felicidade com sua taça de mendicante
Assim também renunciei
Como o jardineiro que mata as ervas daninhas de seu jardim
Assim também aniquilei o ego
Como os ventos
Sou livre e sem entraves
Forte e diligente como o vento
Que penetra os ocultos recantos do vale
Rebusquei os recessos de minha alma
Purificando-me de todas as coisas
Passadas e presentes
Qual silêncio que, de súbito
Se estende sobre o mundo rumoroso
Assim também, subitamente
Te encontrei no fundo do coração de todas as coisas
E do meu próprio
Sobre a trilha da montanha
Sentado numa pedra
A meu lado e dentro de mim te encontrei
Em ti e em mim
Contidas todas as coisas
Feliz o homem que em tudo o que depara encontra a ti e a mim
Na luz do sol poente
A filtrar-se entre as delicadas rendas de uma árvore primaveril
Eu te contemplei
Nas lucilantes estrelas te contemplei
Na ave que passa célere e desaparece no negror da montanha
Eu te contemplei
Tua glória despertou a glória que em mim dormia
Tendo encontrado, ó mundo
A verdade, a felicidade eterna
Dela desejei judar
Vem, meditemos juntos
Juntos ponderemos e sejamos felizes
Raciocinemos juntos e façamos surgir a felicidade
Assim como andei perdido entre as coisas transitórias
Em busca daquela eterna felicidade
Assim também tu estás perdido na esfera do efêmero
Desperta e reúna tuas forças
Olhe em torno e medita
Aquela felicidade incorruptível
Felicidade que é a única verdade
Que é o fim de toda busca, de toda indagação e dúvida
Que liberta do nascimento e da morte
Felicidade que é a única lei, o único refúgio
A fonte de todas as coisas
Que dá perene conforto
Essa real felicidade que é a iluminação
Em ti habita
Só existe uma verdade
Uma lei
Um refúgio
Um guia
Para aquela eterna felicidade
Desperta
Ergue-te
Medita e reúna tuas forças.
Jiddu Krishnamurti - Em Busca da Verdade
