O egoísmo é inerente ao ego ou 'eu'. Não podemos pensar na relação sujeito/objeto emancipando-nos da experiência do Eu. Infelizmente essa é a nossa condição de existência: a crença perpétua na experiência do eu como característica essencial da nossa existência. A nossa limitação, entretanto, estará no solipsismo a que seremos remetidos ao tentar expor, por exemplo, uma experiência transcendente ao eu. Pois, desde o princípio de nosso pensamento, já estaremos inertes no dogma; na sujeição à crença do outro, crença essa, sujeitada por sua vez, pela experiência de vida do outro, que em todo caso, pode ou não ter utilizado drogas ou se importar com o despertar da consciência cósmica
Vide Krishnamurti em seu Discurso da Dissolução:
Uma crença é algo puramente individual, e vocês não podem e não devem organizá-la. Se o fizerem, ela se torna morta, cristalizada; torna-se um credo, uma seita, uma religião a ser imposta aos outros. Isto é o que todos estão tentando fazer mundo afora. A Verdade é restringida e usada como joguete por aqueles que são fracos, por aqueles que estão apenas momentaneamente desgostosos.
O ponto é que, nossa simples tentativa de convencê-los, já será um ataque moral à individualidade e liberdade de suas existências, de opinarem, por exemplo, que as drogas ou enteógenos não são o caminho adequado para qualquer coisa que seja. Seremos nada mais que "bolsonaros" se insistirmos...
Agora, sobre a mutação, podemos partir do seguinte princípio: tudo é impermanente. Tudo que existe está se modificando para outras formas de existência, e isso não é necessariamente um problema. Aliás, esse movimento é uma condição para que a adaptação dos seres seja realizada às condições (também impermanentes) necessárias para a vida na terra, por exemplo. É uma questão de perspectiva, da sujeição de nosso eu aos infinitos
pontos de vista que ou outro representará nessa comenda do eu com o universo.