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Artigo Efeitos da psilocibina na atividade cerebral - Revista Nature (23/01/2012)

A química psicodélica subjuga a atividade cerebral
Distantes de expandir a sua mente, as substâncias alucinógenas encontradas em cogumelos mágicos induzem um decréscimo generalizado da atividade cerebral, pesquisadores afirmaram hoje no "Procedimentos da Academia Nacional de Ciências". A Psilocibina é reverenciada por séculos por sua capacidade de induzir experiências místicas, e têm potencial terapêutico para várias condições psiquiátricas. A droga é conhecida por ativar receptores serotoninérgicos, mas como isso produz os seus efeitos é algo pouco estudado.

Em um dos poucos estudos desse tipo, David Nutt, um neurofísicofarmacologista no Colégio Imperial de Londres e seus colegas usaram ressonância magnética funcional para monitorar as mudanças na atividade cerebral durante a transição de uma consciência normal para o estado psicodélico induzido pela psilocibina.

Os pesquisadores recrutaram 30 voluntários, todos usuários experimentados de substâncias alucinógenas, e escanearam seus cérebros duas vezes: uma depois de receberem um placebo sob a forma de água salgada e outra depois de uma injeção de uma dose moderada de psilocibina, que produziu uma viajem curta, que veio em poucos segundos.

"Psicodélicos são pensados como "expansores da mente", então eles são geralmente entendidos como aumentadores da atividade cerebral", afirma Nutt. "Surpreendentemente, nós descobrimos que a psilocibina age causando um decréscimo da atividade em áreas que possuem conexões mais densas com outras áreas."

Os grandes decréscimos são observados no córtex médio pré-frontal (mPFC) e o anterior e posterior córtex cingulado. (ACC e PCC, respectivamente). Os escaneamentos também mostraram uma redução na conectividade funcional entre o mPFC e o PCC, e a atividade sincronizada normal se tornou dessincronizada.

Além disso, a intensidade dos efeitos das drogas - como reportado, subjetivamente, pelos participantes- está estreitamente relacionada com a extensão do decréscimo da atividade do ACC e do mPFC, com os efeitos mais fortes ligados aos decréscimos mais altos.

O mPFC, PCC eo tálamo são pensados para funcionar como "conectores" que têm um papel central na coordenação do fluxo de informação através do cérebro, e os pesquisadores dizem que isso explica os efeitos de alucinógenos, que induzem um estado de "cognição sem restrições".

No seu livro "As Portas da Percepção" (1954), o romancista Aldous Huxle, que ficou famoso por experimentar psicodélicos, sugeriu que as drogas produzem um dilúvio sensorial abrindo uma "válvula de redução" no cérebro que normalmente age limitando nossos limites da percepção.

Os novos achados são consistentes com essa ideia, e o princípio da livre-energia nas funções do cérebro desenvolvido por Karl Friston da Universidade de Londres que afirma que o cérebro funciona através da limitação de nossas experiências perceptivas para que as suas previsões do mundo sejam tão precisas quanto possível.

Potencial Terapêutico

Nutt e seus colegas sugeriram que os resultados podem explicar alguns dos efeitos terapêuticos da psilocibina. A depressão envolve uma hiperatividade no mPFC, levando aos pontos de vista pessimistas e à característica patológica da condição, então a redução na atividade do mPFC pode aliviar esses sintomas.

Os pesquisadores também observaram um fluxo sanguíneo reduzido para o hipotálamo, e sugeriram que isso explica os relatos de que os psicodélicos podem aliviar os sintomas das dores de cabeça, que são associadas com a atividade exagerada do hipotálamo.

Entretanto, as descobertas de Nutt entraram em conflito com outros estudos.

"nós completamos um número de estudos similares e nós sempre visualizamos uma ativação das mesmas áreas", diz Franz Vollenweider na Universidade de Zurich na Suíça. "Nós administramos a droga oralmente e esperamos uma hora, mas eles administraram-na intravenosamente logo antes das ressonâncias, então uma explicação é que os efeitos não eram tão fortes"
E de acordo com Keith Laws, um neurofísicologista da Universidade de Hertfordshire, UK, os resultados podem ser explicados de outro modo. "O decréscimo do mPFC e PCC estão ligados com a ansiedade e antecipação de experiências prazerosas e não-prazerosas, diz ele. "Essa é uma situação estressante, mesmo para usuários experimentados, e eu suspeito de que eles mediram algo para ser comparado com a ansiedade.

Nature.

Traduzidinho! :)
 
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