Denver quer ser primeira cidade dos EUA a legalizar cogumelos alucinógenos
16/01/2019 06h02
Denver (EUA), 16 jan (EFE).- Os cinco anos de maconha recreativa legalizada no Colorado deram asas a um grupo de residentes da capital do estado, Denver, a sonhar com uma cidade onde o cultivo e o consumo de cogumelos alucinógenos não seja criminalizado.
Os promotores da Psilocibina Denver deram com sucesso um primeiro passo para essa iniciativa, ao superar amplamente o número de assinaturas necessárias para submeter a questão a uma consulta popular nas eleições locais de maio.
Recentemente, representantes da iniciativa apresentaram na Divisão Eleitoral de Denver mais de 8 mil assinaturas de apoio (só são necessárias 4.726 válidas) para perguntar ao eleitor se eles está de acordo em descriminalizar o consumo e posse de cogumelos alucinógenos, classificados pelo governo Federal como "droga ilegal".
"Por que não agora e por que não em Denver?", perguntou em declarações à Agência Efe Kevin Matthews, promotor da campanha que procura transformar a capital do Colorado na primeira cidade americana a legalizar os fungos com psilocibina, o componente psicoativo presente em mais de 200 espécies de cogumelos.
"Denver é uma metrópole robusta, aberta e progressista que historicamente foi uma cidade líder nos Estados Unidos quanto a reformas de leis sobre drogas", disse Matthews, que lembrou que até quando as agências federais qualificavam a maconha como ilegal foi possível em 2012 a promoção de seu consumo recreativo no Colorado.
O promotor defende o potencial dos fungos com psilocibina como método alternativo para tratamentos contra a depressão e desordens mentais, que podem ser mais efetivos do que o "enfoque farmacêutico tradicional".
"Estima-se que um a cada seis americanos tome remédios psiquiátricos e vemos em todo o país uma evidente epidemia do abuso de remédios receitados", ressaltou Matthews.
Os defensores das propriedades curativas dos cogumelos, assim como de sua capacidade para expandir a consciência, se referem a diversos estudos científicos para sustentar os benefícios do cultivo.
Da mesma maneira, surgem conhecidos nomes nesta matéria como o psicólogo clínico americano Timothy Leary, que na década de 60 conduziu experimentos à base de LSD na Universidade de Harvard, da qual depois foi expulso, e o etnobotanista Terence McKenna, que lançou a hipótese de o trânsito do Homo Erectus ao Homo Sapiens ter acontecido pelo consumo de psilocibina.
"Ninguém deveria receber acusações ou ir para prisão e potencialmente perder sua família e seu emprego por uma substância que nasce naturalmente, que tem benefícios médicos e que não é viciante", alegou Matthews.
O promotor da iniciativa, que descreve os cogumelos alucinógenos como "medicina de fonte aberta" e "transformadora", acredita que depois da maconha haverá uma "reintegração responsável" dos cogumelos "à nossa cultura" através de dispensários e painéis de especialistas.
Mas para que "o novo paradigma sobre os cogumelos" seja aceito, além de novas pesquisas científicas será necessária, disse, uma campanha de educação pública, similar à que o Colorado implementou em relação à maconha recreativa.
"É satisfatório para nós ter o privilégio, a oportunidade e a responsabilidade de conseguir que algo que antes era tabu seja agora um tema de debate público", defendeu Matthews, que, além disso, se confessou honrado pelo arrasador "apoio" que sua iniciativa recebeu.
A Psilocibina Denver deve esperar primeiro a verificação da validade das assinaturas e depois os resultados das eleições de 7 de maio para descobrir qual recepção a proposta receberá.
Por ora, sabe-se que esta não é a única iniciativa. Em dezembro, a chamada Sociedade de Psilocibina do Oregon (noroeste de EUA) iniciou uma campanha para também incluir nas cédulas de votação de 2020 uma proposta para legalizar os fungos psicodélicos nesse estado.
"Estamos em um momento único e crítico na história da nossa nação", afirmou Matthews. EFE
Fonte:
Denver quer ser primeira cidade dos EUA a legalizar cogumelos alucinógenos
16/01/2019 06h02
Denver (EUA), 16 jan (EFE).- Os cinco anos de maconha recreativa legalizada no Colorado deram asas a um grupo de residentes da capital do estado, Denver, a sonhar com uma cidade onde o cultivo e o consumo de cogumelos alucinógenos não seja criminalizado.
Os promotores da Psilocibina Denver deram com sucesso um primeiro passo para essa iniciativa, ao superar amplamente o número de assinaturas necessárias para submeter a questão a uma consulta popular nas eleições locais de maio.
Recentemente, representantes da iniciativa apresentaram na Divisão Eleitoral de Denver mais de 8 mil assinaturas de apoio (só são necessárias 4.726 válidas) para perguntar ao eleitor se eles está de acordo em descriminalizar o consumo e posse de cogumelos alucinógenos, classificados pelo governo Federal como "droga ilegal".
"Por que não agora e por que não em Denver?", perguntou em declarações à Agência Efe Kevin Matthews, promotor da campanha que procura transformar a capital do Colorado na primeira cidade americana a legalizar os fungos com psilocibina, o componente psicoativo presente em mais de 200 espécies de cogumelos.
"Denver é uma metrópole robusta, aberta e progressista que historicamente foi uma cidade líder nos Estados Unidos quanto a reformas de leis sobre drogas", disse Matthews, que lembrou que até quando as agências federais qualificavam a maconha como ilegal foi possível em 2012 a promoção de seu consumo recreativo no Colorado.
O promotor defende o potencial dos fungos com psilocibina como método alternativo para tratamentos contra a depressão e desordens mentais, que podem ser mais efetivos do que o "enfoque farmacêutico tradicional".
"Estima-se que um a cada seis americanos tome remédios psiquiátricos e vemos em todo o país uma evidente epidemia do abuso de remédios receitados", ressaltou Matthews.
Os defensores das propriedades curativas dos cogumelos, assim como de sua capacidade para expandir a consciência, se referem a diversos estudos científicos para sustentar os benefícios do cultivo.
Da mesma maneira, surgem conhecidos nomes nesta matéria como o psicólogo clínico americano Timothy Leary, que na década de 60 conduziu experimentos à base de LSD na Universidade de Harvard, da qual depois foi expulso, e o etnobotanista Terence McKenna, que lançou a hipótese de o trânsito do Homo Erectus ao Homo Sapiens ter acontecido pelo consumo de psilocibina.
"Ninguém deveria receber acusações ou ir para prisão e potencialmente perder sua família e seu emprego por uma substância que nasce naturalmente, que tem benefícios médicos e que não é viciante", alegou Matthews.
O promotor da iniciativa, que descreve os cogumelos alucinógenos como "medicina de fonte aberta" e "transformadora", acredita que depois da maconha haverá uma "reintegração responsável" dos cogumelos "à nossa cultura" através de dispensários e painéis de especialistas.
Mas para que "o novo paradigma sobre os cogumelos" seja aceito, além de novas pesquisas científicas será necessária, disse, uma campanha de educação pública, similar à que o Colorado implementou em relação à maconha recreativa.
"É satisfatório para nós ter o privilégio, a oportunidade e a responsabilidade de conseguir que algo que antes era tabu seja agora um tema de debate público", defendeu Matthews, que, além disso, se confessou honrado pelo arrasador "apoio" que sua iniciativa recebeu.
A Psilocibina Denver deve esperar primeiro a verificação da validade das assinaturas e depois os resultados das eleições de 7 de maio para descobrir qual recepção a proposta receberá.
Por ora, sabe-se que esta não é a única iniciativa. Em dezembro, a chamada Sociedade de Psilocibina do Oregon (noroeste de EUA) iniciou uma campanha para também incluir nas cédulas de votação de 2020 uma proposta para legalizar os fungos psicodélicos nesse estado.
"Estamos em um momento único e crítico na história da nossa nação", afirmou Matthews. EFE
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Denver quer ser primeira cidade dos EUA a legalizar cogumelos alucinógenos