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Criando campo de caça ao Amanita Muscaria

Zelk

Boletus Venator Collectoribusque
Cadastrado
29/07/2019
18
8
46
Porto Alegre/RS
Boa tarde a todos.
Sou de Porto Alegre/RS.
Há algum tempo acompanho o forum resolvi me integrar a partir de agora.
Já cultivei cogumelos mágicos na minha adolescência (antes da era da informática) com certo sucesso.
Voltei a ter interesses em substâncias psicoativas naturais (plantas, fungos, etc.) pelo que estou montando um jardim psicodélico.
O que me trouxe ao forum foi o Amanita Muscaria. Uma de minhas atividades é reflorestamento de Pinus spp. com ênfase no elliottii.
Pretendo reservar parte de minhas florestas para inocular com o amanita e ter um lugar apara que os aficionados possam caçá-los.
Embora tenha lido sobre o assunto aqui, não achei os documentos da pesquisa do Mortandello, principalmente quando ele refere que conseguiu cultivo outdoor.
Qualquer ajuda será bem vinda (inclusive carimbos, técnicas de inoculação no pinus, etc.), e obviamente o sucesso dessa empreitada será maior quando puder liberar os bosques para a caçada!
Em tempo, esporular campos com cepas qualificadas de Psilocybe spp. poderia de alguma forma melhor ou até mesmo substituir os selvagens que crescem naturalmente?
 
Eu li em alguma obra do Paul Stamets, não lembro agora qual, que você pode banhar as raízes das mudas em uma solução de esporos e depois plantar no local desejado. Eles testaram essa técnica com fungos que produzem trufas. Talvez fazendo essa técnica com o muscaria se possa acelerar o processo da micorriza. Da pra usar essa técnica com outros fungos simbiontes tbm.
 
Eu li em alguma obra do Paul Stamets, não lembro agora qual, que você pode banhar as raízes das mudas em uma solução de esporos e depois plantar no local desejado. Eles testaram essa técnica com fungos que produzem trufas. Talvez fazendo essa técnica com o muscaria se possa acelerar o processo da micorriza. Da pra usar essa técnica com outros fungos simbiontes tbm.
Essa técnica será útil para novas florestas (na verdade pequenos bosques que quero criar nas futuras novas florestas com essa finalidade), mas nas que já possuo e há pinus antigos (segundo leituras por aqui, seriam mais eficientes para desenvolver o amanita) seria uma inoculação ou no solo, ou em buracos, ou na serrapilheira... a questão é saber se essa inoculação deve ser com esporos ou poderia ser de alguma forma com tecido vivo.
 
Não sei ao certo por se tratar do muscaria, pois eu tenho quase nenhum conhecimento sobre eles. Eu faria alguns testes, inoculações com esporos e cultura liquida de formas diferentes, enterrando ou cobrindo com a biomassa do pinheiro. Depois o jeito é ficar de olho, cavar de vez em quando pra ver se há sinais do micélio. Se o crescimento dele se mostrar positivo rezar pra que a simbiose funcione e agrade o fungo. Tem que colher alguns dados, tem que ver que tipo de solo o fungo prefere, o ph do solo onde ele costuma brotar, incidência de chuva, que tipo de cobertura há no chão onde ele brota, temperatura, etc.
 
Não sei ao certo por se tratar do muscaria, pois eu tenho quase nenhum conhecimento sobre eles. Eu faria alguns testes, inoculações com esporos e cultura liquida de formas diferentes, enterrando ou cobrindo com a biomassa do pinheiro. Depois o jeito é ficar de olho, cavar de vez em quando pra ver se há sinais do micélio. Se o crescimento dele se mostrar positivo rezar pra que a simbiose funcione e agrade o fungo. Tem que colher alguns dados, tem que ver que tipo de solo o fungo prefere, o ph do solo onde ele costuma brotar, incidência de chuva, que tipo de cobertura há no chão onde ele brota, temperatura, etc.
Exatamente o que quero fazer... tentarei acesso ao material do Mortandello inicialmente.
A questão do ambiente de solo já estou vendo com um banco de esporos que me fornecerá informações para inoculação.
Pretendo abrir um tópico no forum para fazer como diário e compartilhar toda a pesquisa, inclusive de campo.
 
Dou como finalizado esse experimento.

tenho 36 paginas exemplificando todos procedimentos utilizados até o fim da experiencia. estou disposto a fornecer os mesmo a qualquer um que se mostrar interessado no cultivo de A. Muscaria var Muscaria.
resultado do experimento : 4 anos sem nenhum resultado positivo.

Muita gente tentou cultivar amanitas e sempre acabam falhando com a frutificação e desistindo porque não parece promissor, é difícil controlar as condições e os efeitos parecem não valer a pena.
Micélio você pode conseguir em PDA/BDA, mas isso não é suficiente.
O Mortandello não é mais tão ativo, acho difícil ele ler aqui e talvez nem tenha mais esse documento.
Todos que tentaram utilizaram um pouco do livro Amanita Muscaria, Herb of Immortality - Donald E. Teeter.
Não é um guia, mas provavelmente seja o mais próximo que encontre sobre amanitas. Incluindo os dados que tem no site da Ambrosia. (Talvez o que eles chamam de "Ressurrection" seja melhor que esporos), mas não sei se realmente é o micélio dele crescendo ou apenas qualquer outra coisa.
Talvez estudar o cultivo de trufas ajude, uma vez que por serem comestíveis (não-psicoativa) são mais difundidas.
Acredito que já saiba que não é algo fácil, terá varias tentativas e falhas, mas quem sabe consiga desenvolver um método e compartilhar.
Qualquer parte de estudo será mais por conta, acumulando informações de micologia geral, ciclo de vida dos fungos e preparação de substrato.
Se começar hoje levará 4 anos, se começar daqui 1 ano serão 5...



Em tempo, esporular campos com cepas qualificadas de Psilocybe spp. poderia de alguma forma melhor ou até mesmo substituir os selvagens que crescem naturalmente?

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Apenas não nos abandone haha
Mantenha atualizado caso prossiga e mesmo se perder o interesse, são inúmeros os tópicos de entusiastas que prometeram retornar com atualizações
e então não acessaram mais o fórum.
Mesmo a falta de sucesso precisa ser documentada para ajudar.
Boa sorte e terá minha atenção ajudando no que conseguir.
 
Muita gente tentou cultivar amanitas e sempre acabam falhando com a frutificação e desistindo porque não parece promissor, é difícil controlar as condições e os efeitos parecem não valer a pena.
Micélio você pode conseguir em PDA/BDA, mas isso não é suficiente.
O Mortandello não é mais tão ativo, acho difícil ele ler aqui e talvez nem tenha mais esse documento.

Será que alguém por aqui tem essa pesquisa dele? Toda pesquisa dele, dados, etc. são importantes para analisar uma possível cultura outdoor.

Apenas não nos abandone haha
Mantenha atualizado caso prossiga e mesmo se perder o interesse, são inúmeros os tópicos de entusiastas que prometeram retornar com atualizações
e então não acessaram mais o fórum.
Mesmo a falta de sucesso precisa ser documentada para ajudar.
Boa sorte e terá minha atenção ajudando no que conseguir.

Não vos abandonarei... esse é um projeto viável e inclusive de interesse econômico: vá que os amanitas sejam mais promissores que os demais fungos micorrízicos no rendimento dos pinus?!
 
o Cultivo comercial de fungos simbiontes como as trufas ainda está em fase inicial e pelo que sei, poucos tiveram algum sucesso em obter frutos. Sabemos o que os fungos comem e sabemos o que eles precisam para viverem, mas não sabemos o que desencadeia o processo de reprodução desses fungos.
Os fungos simbiontes costumam ser fungos terciários ou quaternários na sucessão de fungos. Sabemos que uma floresta cresce a partir da sucessão natural. Plantas pioneiras ocupam o espaço e preparam o solo e criam plantas de sucessões secundárias e terciárias até chegar nas espécies clímax. Sabemos que existem nos fungos tbm cadeias de sucessão. Os fungos primários como os pleurotus e polyporus tem a capacidade de decompor matéria bruta como a lignina e outros compostos difíceis de quebrar, alguns fungos conseguem até decompor rocha. O cubensis já se encaixa como um fungo secundário, ele não consegue decompor matéria difícil de quebrar como madeira, por isso cresce em substratos que já sofreram decomposição prévia, como a bosta de vaca. Um fungo terciário necessitaria de um substrato rico em matéria orgânica já decomposta e assim vai. No que diz respeito a sucessão de fungos, é possivel pegar um substrato para pleurotus e depois que ele tiver colonizado e frutificado reutilizar o substrato com algum fungo de um estagio mais avançado que não consegue decompor o que o pleurotus consegue.
Quanto mais subimos na cadeia de sucessão dos fungos, menos se sabe sobre as espécies. Acredita-se que muitas especies de fungos de estágios de sucessão avançados já não existam mais, pois uma das coisas que mais degradamos na história humana foi o solo. Esses fungos são muito sensíveis a mudanças no meio ambiente e exigem um sistema complexo no qual possam sobreviver. Alguns fungos terciários como os agaricus necessitam da presença de certas bactérias no substrato para que possam frutificar, por isso que num sistema comercial de agaricus se faz o casing com composto orgânico, pois ele é rico em micro-organismos que desencadeiam o processo de frutificação. Cada especie de fungo desencadeia a frutificação com algo diferente, e sobre esses fungos terciários ou os fungos simbiontes sabemos bem pouco sobre o que eles necessitam pra frutificar.
Para entender o que desencadeia a frutificação do Muscaria teria que estudar a fundo a floresta de pinheiros. Será que eles brotam em florestas de estagio sucessional avançado apenas? Será que eles necessitam que outros fungos preparem o terreno antes? Será que eles apenas frutificam na presença de outro fungo ou algum micro-organismo que vive na floresta de pinheiro?
Eu chuto, que eles precisam de um sistema complexo e maduro. Assim como entre as plantas, aquelas de estágios secessionais avançados, apenas estão lá pq o sistema se complexificou a ponto de existir a possibilidade de seu surgimento. Algo prepara o terreno para que as relações corretas possam se estabelecer no sistema para que possam surgir arvores clímax. Não vejo razão para que não possa ser algo parecido com os fungos. Os fungos apesar de decompositores realizam serviços ambientais diversos, talvez o Muscaria seja uma especie de fungo clímax das florestas temperadas. E como esses fungos tem um papel chave por trás desse sistema complexo, talvez para desvendar os mistérios deles precise-se compreender a floresta e as relações bioquímicas que acontecem no solo como um todo. É um trabalho de gerações.
 
Última edição:
o Cultivo comercial de fungos simbiontes como as trufas ainda está em fase inicial e pelo que sei, poucos tiveram algum sucesso em obter frutos. Sabemos o que os fungos comem e sabemos o que eles precisam para viverem, mas não sabemos o que desencadeia o processo de reprodução desses fungos.
Os fungos simbiontes costumam ser fungos terciários ou quaternários na sucessão de fungos. Sabemos que uma floresta cresce a partir da sucessão natural. Plantas pioneiras ocupam o espaço e preparam o solo e criam plantas de sucessões secundárias e terciárias até chegar nas espécies clímax. Sabemos que existem nos fungos tbm cadeias de sucessão. Os fungos primários como os pleurotus e polyporus tem a capacidade de decompor matéria bruta como a lignina e outros compostos difíceis de quebrar, alguns fungos conseguem até decompor rocha. O cubensis já se encaixa como um fungo secundário, ele não consegue decompor matéria difícil de quebrar como madeira, por isso cresce em substratos que já sofreram decomposição prévia, como a bosta de vaca. Um fungo terciário necessitaria de um substrato rico em matéria orgânica já decomposta e assim vai. No que diz respeito a sucessão de fungos, é possivel pegar um substrato para pleurotus e depois que ele tiver colonizado e frutificado reutilizar o substrato com algum fungo de um estagio mais avançado que não consegue decompor o que o pleurotus consegue.
Quanto mais subimos na cadeia de sucessão dos fungos, menos se sabe sobre as espécies. Acredita-se que muitas especies de fungos de estágios de sucessão avançados já não existam mais, pois uma das coisas que mais degradamos na história humana foi o solo. Esses fungos são muito sensíveis a mudanças no meio ambiente e exigem um sistema complexo no qual possam sobreviver. Alguns fungos terciários como os agaricus necessitam da presença de certas bactérias no substrato para que possam frutificar, por isso que num sistema comercial de agaricus se faz o casing com composto orgânico, pois ele é rico em micro-organismos que desencadeiam o processo de frutificação. Cada especie de fungo desencadeia a frutificação com algo diferente, e sobre esses fungos terciários ou os fungos simbiontes sabemos bem pouco sobre o que eles necessitam pra frutificar.
Para entender o que desencadeia a frutificação do Muscaria teria que estudar a fundo a floresta de pinheiros. Será que eles brotam em florestas de estagio sucessional avançado apenas? Será que eles necessitam que outros fungos preparem o terreno antes? Será que eles apenas frutificam na presença de outro fungo ou algum micro-organismo que vive na floresta de pinheiro?
Eu chuto, que eles precisam de um sistema complexo e maduro. Assim como entre as plantas, aquelas de estágios secessionais avançados, apenas estão lá pq o sistema se complexificou a ponto de existir a possibilidade de seu surgimento. Algo prepara o terreno para que as relações corretas possam se estabelecer no sistema para que possam surgir arvores clímax. Não vejo razão para que não possa ser algo parecido com os fungos. Os fungos apesar de decompositores realizam serviços ambientais diversos, talvez o Muscaria seja uma especie de fungo clímax das florestas temperadas. E como esses fungos tem um papel chave por trás desse sistema complexo, talvez para desvendar os mistérios deles precise-se compreender a floresta e as relações bioquímicas que acontecem no solo como um todo. É um trabalho de gerações.
Essa fase do estudo já passei. Explico-te.
Os Amanitas são fungos sucessores, ou seja, formam simbiose somente em raízes de árvores que passaram do estágio inicial de crescimento: florestas adultas. Essa sucessão tem a ver com o tipo de nutriente que a árvore precisa... no tópico que criarei farei todas as ponderações acerca disso, inclusive com referências bibliográficas.
Eles até micorrizam in vitro em raízes novas, mas a campo desaparecem. Por essa razão que reservei bosques adultos nas minhas florestas de pinus para fazer a inoculação e os experimentos.
Abrirei um tópico para apresentar minha pesquisa inicial, materiais e métodos, local que pretendo a inoculação, origem dos esporos, etc... para que a comunidade possa apresentar suas críticas e contribuições.
Mas estou em dúvida qual a melhor forma de fazer essa postagem: publicação de artigo, um post... o que me sugeres?
 
Creio que você pode fazer de vários jeitos. Você pode escrever em word e transformar em pdf e depois enviar pro fórum como artigo. Você pode também escrever tudo num tópico publicando aos poucos conforme for escrevendo. Faça como você preferir. Eu certamente vou acompanhar.
 
Boa tarde a todos.
Sou de Porto Alegre/RS.
Há algum tempo acompanho o forum resolvi me integrar a partir de agora.
Já cultivei cogumelos mágicos na minha adolescência (antes da era da informática) com certo sucesso.
Voltei a ter interesses em substâncias psicoativas naturais (plantas, fungos, etc.) pelo que estou montando um jardim psicodélico.
O que me trouxe ao forum foi o Amanita Muscaria. Uma de minhas atividades é reflorestamento de Pinus spp. com ênfase no elliottii.
Pretendo reservar parte de minhas florestas para inocular com o amanita e ter um lugar apara que os aficionados possam caçá-los.
Embora tenha lido sobre o assunto aqui, não achei os documentos da pesquisa do Mortandello, principalmente quando ele refere que conseguiu cultivo outdoor.
Qualquer ajuda será bem vinda (inclusive carimbos, técnicas de inoculação no pinus, etc.), e obviamente o sucesso dessa empreitada será maior quando puder liberar os bosques para a caçada!
Em tempo, esporular campos com cepas qualificadas de Psilocybe spp. poderia de alguma forma melhor ou até mesmo substituir os selvagens que crescem naturalmente?

Segue aqui no fórum Zelk? Acredito que eu possa te ajudar, vi no YouTube um rapaz que após 2 anos de esporulação de bosque de pinus conseguiu cultivar o Amanita. Dá um sinal de vida ae, não consegui te mandar mensagem diretamente. Abraços!
 
Segue aqui no fórum Zelk? Acredito que eu possa te ajudar, vi no YouTube um rapaz que após 2 anos de esporulação de bosque de pinus conseguiu cultivar o Amanita. Dá um sinal de vida ae, não consegui te mandar mensagem diretamente. Abraços!
Boa noite! Sim estou ativo! Tive apenas alguns contratempos. Compartilha o link para analisarmos!
 
Como eu havia dito, reservei uma parte de minhas florestas de pinus para inocular com amanita; não precisei. Para minha surpresa, minha floresta já era inoculada naturalmente. Estou postando algumas fotos, mas internet aqui é a manivela! Postarei outras mais tarde. Tentarei fazer carimbos deles. Fotos obtidas agora, dia 06/06/2020, Pinheiro Machado/RS, está fazendo 7•C06597371-ADB3-45FD-837F-73CA9DED8480.jpeg9D5284B1-1523-4D76-99D5-24F2F82D1BBE.jpeg087BF15B-C1C5-48FA-BD22-597447E10FEB.jpegF5F81430-D929-4FA6-9F46-6734A64FB1C5.jpeg
 
Como eu havia dito, reservei uma parte de minhas florestas de pinus para inocular com amanita; não precisei. Para minha surpresa, minha floresta já era inoculada naturalmente. Estou postando algumas fotos, mas internet aqui é a manivela! Postarei outras mais tarde. Tentarei fazer carimbos deles. Fotos obtidas agora, dia 06/06/2020, Pinheiro Machado/RS, está fazendo 7•CView attachment 114037View attachment 114038View attachment 114039View attachment 114040
Um ano depois volta assim com novidades <3

e ai, fez nada mesmo durante esse um ano e eles surgiram naturalmente?
 
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