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Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

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Como lidar com a morte?

Atualmente eu tenho pensado na morte com mais tranquilidade. Devo isso aos queridos psicoativos. Experiências psicodélicas me parecem o modo mais sensato de lidar com a morte. Porque a experiência psicodélica é a "morte".

Aldous Huxley disse que queria morrer na viajem psicodélica, e assim ele foi embora, numa megatrip lisérgica.

Existem muitas pesquisas que relacionam o uso de psicoativos com uma melhor aceitação desse momento, porque a droga mais pesada, o Ego, não deseja morrer jamais.

É que com o uso de psicodélicos, você passa a entender o seu papel na biosfera; você compreende que é apenas mais um organismos nesse maravilhoso sistema, que funciona há bilhões de anos.

Você passa a encarar a morte de uma maneira diferente porque deixa de ser EGOísta em relação à sua própria vida... você percebe que a sua vida também é a vida de todo o universo.

Viva os cogumelos! :geek:
 
morte pra mim é quando eu nasci, eu quero é morrer pra viver, mas se voltar pra ca de novo estarei morto novamente e tenho que renascer pra nao voltar mais para ca e sim para o lugar que a morte nao nasce.
A fisica moderna ensina que nenhuma substancia realmente desaparece, apenas muda de forma. alguns dizem que existem almas, se o corpo eh substancia material a alma eh substancia espiritual. Nao existe apos a vida para definir o que acontece apos a morte. Apos a vida eh quando entro em um outro local, e apos a morte eh uma continuacao da vida. A madeira eh uma arvore, apos sua morte ela vira uma mesa ou uma cadeira, mas mesmo assim é vago. Se quer mesmo saber o que eh a morte tem que saber o que é a vida, e a vida o que eh? nessa nossa compreensão a vida eh nada mais do que o cerebro e o coracao em funcionamento, mas a pessoa pode estar biologicamente viva mas sem estar em vida ( coma ) .
Mas para a pessoa que tem a vida com posses materias a todo tempo, a morte sim representa o fim, pois levar pro caixao a riqueza so os faraos mesmo, mesmo assim foram saqueados e nada foi para o apos a vida.
Muitos creem que a morte eleva a alma e estarao em lugares melhores, mas mesmo assim eh uma dor muito grande para aqueles que ficaram, sentem falta do ente querido, mas entao pq o pensamento de alma elevada ao morrer? talvez pro problemas do ego e dos conflitos que surgirao no futuro.
Ta certo a dor eh um sentimento, e o enlutado permite que esse sofrimento tome conta dele, isso eh logico na nossa cultura, nao ha maneira de substituir o ente que se foi, pois cada pessoa é um mundo dentro de varios mundos.
A morte para aqueles que sao apegados na vida mundana, sao os que mais sofre. Nos que ja estamos um pouquinho na frente pelo uso de enteogenos entendemos melhor, ou acho que entendemos, e ja aceitamos com maior compreenssividade, ja aqueles que tomam para si pessoas com o amor doentio ou ate mesmo inocente misturado com posses de achar que a pessoa é dela, ai sim a morte eh totalmente incompreensivel
 
Certa vez tive um abrupto insight sobre a natureza da vida e da morte, e desde então todo o meu medo de morrer evanesceu-se.
Antes, eu acreditava que não temia a morte, ou melhor, procurava não pensar sobre a morte. Foi só depois que eu realmente parei de temê-la é que pude perceber o real medo que tinha e quanto tal medo me constrangia.

Sinceramente não sei identificar o que causou tal insight, mas há algumas ideias que me ajudaram ao longo da jornada:

  • Realização de que não importa quando ou como morrermos, continuaremos a moldar o futuro como se estivéssemos lá. Sinto essa verdade em muitos níveis diferentes.

Sobre o aspecto físico que nossos corpos podem tornar-se nutrientes para bactérias, fungos e animais, desta forma, nos tornamos parte desse novo "cosmo". Mesmo que sejamos cremados ou embalsamados, nossos corpos ainda irão afetar o mundo físico, mesmo quando nos tornarmos parte de outros organismos.
Nossas ações também deixam uma marca no futuro, em cada pessoa que tivemos contato. Seja influenciando ou moldando o futuro, nós vivemos em suas memórias.

  • Realização de que a morte é apenas uma extensão da vida. Nada pode crescer para sempre, em algum momento/nível é necessário renascer. Morte é a preparação para nascer. Muitas tradições culturais tendem a considerar o período entre nascer e morrer como especial, mas sinto que é uma maneira um tanto arbitrária de olhar as coisas. Há muitos aspectos que embasam a fronteira entre vida e morte. Além disso, se olharmos para nós mesmos, somos um coletivo de bilhões de células que vivem e morrem todos os dias. Mesmo assim, incorretamente vemos o nascimento e morte como barreiras absolutas. No entanto, as células que cresceram para se tornar "você" tem se dividido e combinado desde o início da vida no planeta. Neste sentido, já temos milhões de anos de idade.
  • Realização de que você é parte do planeta. Da mesma forma que bilhões de células compõem o seu corpo, você compõe o planeta. Mesmo que uma célula do seu corpo morra, você continua vivendo. Mesmo que você morra ou grande parte dos organismos que lhe compõem morram, a Terra continua vivendo.
  • Realização de retornar à Fonte. Nós nascemos de nossas mães, mas não podemos retornar da mesma forma quando envelhecermos. Em vez disso, morremos, somos enterrados e absorvidos pela Grande Mãe, que é a Terra. Nós voltamos novamente, para dormir um pouco até a retornada. Para então retornar ao estado que éramos antes de nascer.

Resumindo tudo em uma palavra: Anattā
 
Partilho muito do que você disse Cosmik. Essa visão científica/mística, ver o Todo como um grande mito de morte e renovação. Acho que a máxima de Lavoisier "Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma." possibilita muito bem esse tipo de reflexão, afinal se nada se cria, então nada se destrói, tudo é transformação. Criação e destruição são "pontos de vista". Acho que ciência e espiritualidade devem sempre andar juntas, assim se cria uma visão de mundo xamânica.
 
'Talvez a maior razão pela qual temos medo da morte é porque não sabemos quem somos. Acreditamos em uma identidade pessoal, única e separada — mas se nos atrevermos a examiná-la, descobriremos que essa identidade depende totalmente de uma coleção interminável de coisas para se sustentar: nosso nome, nossa “biografia”, nossos parceiros, família, casa, trabalho, amigos, cartões de crédito… É com a ajuda frágil e transitória delas que nós baseamos nossa segurança. Então quando tudo isso é subtraído, teremos alguma ideia de quem realmente somos? Sem nossos acessórios familiares, temos que encarar a somente nós mesmos, uma pessoa que não conhecemos, um incômodo estranho com que estivemos vivendo todo o tempo mas nunca realmente quisemos conhecê-lo. Não é por isso que temos tentado preencher cada momento do tempo com barulho e atividade, não importa o quão trivial ou monótono, para garantir que nunca fiquemos em silêncio sozinhos com esse estranho?' — Sogyal Rinpoche, em ‘O Livro Tibetano do Viver e do Morrer’
 
O relato a seguir é de um anônimo que partirá em breve. Ele deixa alguns insights de como lidar com a vida. Obviamente é o oposto do que estamos discutindo aqui, mas ainda assim acho muito válido, pois acredito que aquele que não tem medo da vida, não tem medo da morte.

Eu tenho apenas 24 anos, mas eu realmente já escolhi a minha última gravata. É o que vou usar no meu funeral em alguns meses. Pode não coincidir com o meu terno, mas eu acho que é perfeito para a ocasião.

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O diagnóstico de câncer me veio tarde demais para me dar, pelo menos, uma esperança tênue para uma vida longa, mas eu percebi que a coisa mais importante sobre a morte é garantir que com as suas contribuições, você deixe este mundo um pouco melhor do que era antes de você existir. A maneira que eu vivi minha vida até agora, a minha existência ou mais precisamente a perda da mesma, não importa, porque eu vivi sem fazer nada impactante.

Antes, havia tantas coisas que ocupavam minha mente. Quando eu soube quanto tempo eu tinha perdido, no entanto, tornou-se claro quais coisas são realmente importantes. Então, eu estou escrevendo para você por uma razão egoísta. Eu quero dar sentido à minha vida, compartilhando com vocês o que eu percebi:

  • Não desperdice o seu tempo no trabalho que você não gosta. É óbvio que você não pode ter sucesso em algo que você não gosta. A paciência, paixão e dedicação vem facilmente somente quando você ama o que faz.
  • É estúpido ter medo da opinião alheia. O medo lhe enfraquece e paralisa. Se você deixar, ele pode crescer cada vez pior a cada dia, até que não sobre nada de você, mas uma casca de si mesmo. Ouça a sua voz interior e siga-a. Algumas pessoas podem chamá-lo de louco, mas alguns podem até pensar que você é um lendário.
  • Assuma o controle de sua vida, tenha a plena responsabilidade pelas coisas que acontecem com você. Limitar os maus hábitos e tentar levar uma vida mais saudável. Encontre um esporte que te faz feliz. Acima de tudo, não procrastinar. Deixe sua vida ser moldada por decisões que você fez, não por aquelas que você não fez.
  • Aprecie as pessoas ao seu redor, seus amigos e parentes sempre serão uma fonte infinita de força e amor. É por isso que você não deve desrespeitá-los.
É difícil para mim expressar plenamente os meus sentimentos sobre a importância dessas simples realizações, mas eu espero que você ouça alguém que tenha experimentado o quão valioso é o tempo.

Eu não estou chateado porque eu entendo que os últimos dias da minha vida tornaram-se significativos. Só lamento que eu não vou ser capaz de ver um monte de coisas legais que devem acontecer em breve, como a criação de inteligência artificial, ou o próximo projeto incrível do Elon Musk. Espero também que a guerra na Síria e Ucrânia acabem em breve.

Nós nos preocupamos tanto com a saúde e integridade do nosso corpo que, até a morte, nós não notamos que o corpo não é nada mais do que uma caixa - um meio para entregar a nossa personalidade, pensamentos, crenças e intenções a este mundo. Se não há nada nessa caixa que possa mudar o mundo, então não importa se ela desaparecer. Eu acredito que todos nós temos potencial, mas também é necessário coragem para realizá-lo.

Você pode flutuar através de uma vida criada pelas circunstâncias, dias perdidos após dia, hora após hora. Ou, você pode lutar pelo que você acredita e escrever a grande história da sua vida. Eu espero que você faça a escolha certa.

Deixe uma marca neste mundo. Tenha uma vida significativa, seja qual for a definição que tem para você. Siga em frente. O lugar que estamos deixando é um belo playground, onde tudo é possível. No entanto, não estamos aqui para sempre. Nossa vida é uma pequena faísca neste belo planeta pequeno que voa com uma velocidade incrível para a escuridão infinita do universo desconhecido. Portanto, aproveite o seu tempo aqui com paixão. Torne-o interessante. Faça valer a pena!

Obrigado.


Fonte: https://www.reddit.com/r/GetMotivat...t_soon_i_will_be_gone_forever_but_thats_okay/
 
Mr Kernan said with solemnity:
—I am the resurrection and the life. That touches a man’s inmost heart.
—It does, Mr Bloom said.

Your heart perhaps but what price the fellow in the six feet by two with his toes to the daisies? No touching that.

:morto:
 
Como vocês lidam com isso, a nossa única certeza que temos.

Se uma realidade intrínseca da natureza é a ação e reação, então a consequência de nascer é morrer. Sendo assim, a morte deve ser visto como uma parte essencial do ciclo da vida, já que nada pode viver para sempre, não é mesmo? Nem o nosso querido Sol viverá para sempre. Não é à toa que em algumas culturas a morte é motivo de festa.

Os enteógenos, assim como a meditação, são ótimas ferramentas para nos ajudar compreender a morte. Em minha concepção, o apego excessivo ao ego é uma das fontes que alimentam o medo da morte.

:!: @RedTelephone, seu tópico foi mesclado a outro com o mesmo tema.
 
Só tenho medo de morrer de forma violenta. A morte em si penso desde que era criança.
 
Pensar na morte só me traz tristeza, principalmente antes de dormir. Como vocês lidam com isso, a nossa única certeza que temos.


De uma perspectiva budista o problema não é a morte, mas sim o renascimento ... descontrolado, no samsara.
 
Não existe morte. A morte na verdade é apenas perceber que essa pessoa que nós pensávamos ser nunca existiu de fato.

Ja leram algo sobre a relação entre a morte e o DMT que produzimos, principalmente no EQM?

Que eu saiba não há nenhuma prova de que realmente ocorre uma liberação de DMT na hora da morte. Isso é apenas uma teoria.
 
Sabe, a morte é evolutiva. Há uma razão pra todos os organismos vivos envelhecerem e morrerem, exceto células cancerígenas. Em algum momento passou a prevalecer na Terra o desgaste do telômero, se isto não ocorre desde a primeira replicação de DNA. Em outras palavras, viver para sempre (no sentido de não morrer por envelhecimento ou nunca envelhecer) foi algo que a seleção natural descartou da Terra em algum momento. Então, morrer é fundamental pra existência e equilíbrio da vida, pois os "imortais" foram varridos do mapa, se um dia existiram.

Fora isso, a experiência psicodélica e/ou enteogênica ajuda-nos, os ocidentais, a aprender a revalorizar nossa visão da morte, e assim aliviar nossa tensão de estar vivo. Porque quando as flores florescem, o melhor é aproveitar de sua beleza, e não nos fixarmos que amanhã ou depois brocharão. Assim vive-se a beleza da vida, com a tranquila noção da transitoriedade de tudo neste Planeta e Dimensão.
 
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