O q o cultivo indoor ensina é o tal ponto ótimo de
frutificação: disponibilidade de oxigênio,
umidade relativa, temperatura e substrato.
Se isso servir como padrão de referência pros cubensis, até mesmo selvagens, por mais q tenha um número bem maior de outros fatores, então temos q assumir q se tiver alta disponibilidade de oxigênio, alta umidade relativa e um bom substrato, o mínimo pra frutificação do cubensis já tá garantido.
Agora, essa análise é muito estática pra um pasto. No pasto mesmo vc tem mais
micélio do q frutificações, e no total, tem menos cubensis do q parece, mesmo em condições ótimas tanto pra colonizar como pra frutificar.
O q vc vê no pasto é uma matriz muito gigante de tentativas e erros do organismo em determinada área, na busca dessa climatização q vc está querendo entender.
Se vc tem um cogumelo esporulando em determinado ponto, vamos considerar um raio de "ação esporular" ao redor desse cogumelo, onde a maior incidência de
esporos é obviamente mais próximo ao centro. Adiciona um grupo de bos indicus perambulando "aleatoriamente" pela área. Considera então q o número de "acertos" (isto é, merda cai em cima de uma área "esporulada") é relativamente pequeno, dependendo da área, se considerar o comportamento dos animais, vc pode considerar q eles não vão distribuir homogeneamente a merda né, então a área de eficácia do "raio esporular" de determinado cogumelo vai depender muito da posição estratégica dele, mas vamos considerar q graças à estas incertezas a gente já tem um relativa diminuição da chance de dar sucesso (apesar de tbm indicar posições onde sempre existirão acertos). Soma-se à isto a consideração q apenas uma pequena parcela destes milhões de esporos são efetivamente "vivos" e q não apenas isso eles tem q "brotar" e encontrar uma outra hifa com genética compatível, de tal forma q complete seu ciclo genético e seja capaz de frutificar. Essa "chance de compatibilidade" é ainda mais ridiculamente pequena, o q nos faz considerar em apenas 1 acerto em muitos milhões de esporos liberados e/ou 1 acerto em alguns milhões de tentativas para completar o ciclo de vida. Mas isto tudo tem peso menor pq são muitos milhões de esporos mesmo, daí a "matriz de tentativa e erros" ser realmente gigante e bem velha.
Neste sentido, podemos considerar q em determinado pasto sempre está ocorrendo esta tentativa e erro, em todas as épocas do ano, com muita ou pouca umidade, os esporos não escolhem quando vão abrir e virar hifa, eles simplesmente seguem o fluxo do ambiente, e como sempre tem umidade em algum canto, senão na própria merda dos bovinos, mas nem sempre estaremos a encontrar cubensis pq o clima, e outras razões diversas, pode não permitir o desenvolvimento de esporos até cogumelos.
A seleção genética q caracterizaria a climatização está justamente nestes "sucessos" q foram considerados aqui, se um determinado micélio com determinado genótipo conseguir completar o ciclo total e esporular, uma grande parte desses esporos vão conter os genótipos dominantes daquela linhagem em específico, q cresceu naquela determinada situação, e de forma similar acontece com os outros micélios, mantendo suas dominâncias. Adiciona à dominância a própria "variação auto-referencial" característica da meiose, vc já tem um mecanismo de adaptação, e portanto climatização, pois dentro desse barulho auto-referencial vc vai variar os genótipos e fenótipos o suficiente para gerar maior adaptação, mesmo a partir de uma única linhagem inicial. E o segundo mecanismo é justamente a gigantesca matriz de erros e acertos, q se considerada como um todo, tbm inclui um tipo de "variação inteligente", pois predominaram os genótipos dominantes mais adaptados ao mesmo tempo q alguns genótipos menos dominantes vão adicionar uma pequena variação no somatório de tentativas, tal variação tbm rende adaptação ao clima.
Então, em épocas de seca muitas das manifestações de cubensis no pasto seriam resultado deste alto grau de variação do genótipo da população em determinada região. Na época de chuva encontra-se o maior número de ocorrências de sucesso, pq a dominância do genótipo "gosto de verão tropical" é simplesmente grande demais, e é garantida graças ao depósito muito grande de esporos durante essa época, ao contrário da seca.
Uma outra consideração válida é o primeiro lar dos cubensis, eu já propus aqui a idéia de q o cubensis chegou no brasil a partir da colonização e subsequente pecuária, é o q eu acho q rolou. Mas se fossemos considerar q a pecuária pode não ter sido o berço inicial dos cubensis, q talvez essa espécie tenha existido em excrementos de animais de florestas ou até de campos e savanas, e q eventualmente ela se "adaptou" ou "climatizou-se" ao método e ambientes relacionados à pecuária, talvez o suficiente pra gerar a espécie cubensis em si, deixando o primo das florestas pra trás, estamos falando de um organismo com uma variabilidade genética naturalmente alta. Como segunda consideração, justificando a habilidade mutante do cubensis, é a possibilidade dele estar buscando simbiose com os humanos, conforme Mckenna e outros argumentam, aí estamos falando de um organismo com um capacidade mutagênica comparativa à dos homens (100mil anos de macaco pra sapiens, 4000 pra era do petróleo, 100 pra nanotecnologia ou morte total).
Então pra responder a segunda pergunta inicial:
Se vc tiver um número gigantesco de tentativas e erros vc sempre conseguirá a climatização. A adaptação só falhará em determinadas condições de "falha estrutural total", onde a dominância de certa linhagem é simplesmente inadequada ao ambiente e portanto tende a declinar intensamente a população, o q torna impossível tirar algum benefício da variação estocástica dos genótipos.