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Brasil, lixeira do mundo

Clorofila

Cogumelo maduro
Membro Ativo
24/01/2007
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Brasil, lixeira do mundo

A posição ambígua que o Palácio do Planalto vem adotando em relação ao projeto de lei que permite a importação de pneus usados preocupa técnicos do Ministério do Meio Ambiente e enfraquece a posição defendida pelo Itamaraty nas discussões internacionais. Os ambientalistas são contrários a esse tipo de comércio por causa dos danos ambientais que ele pode provocar ao País. Pelas mesmas razões, a diplomacia brasileira vem resistindo às pressões externas, especialmente da União Européia (UE), no sentido de abrir o mercado doméstico a esse tipo de produto. No entanto, a indiferença com que membros importantes do governo tratam o projeto em tramitação no Congresso deixou muitas dúvidas sobre o que se pensa no Planalto a respeito da importação de pneus usados.
O tema causa polêmica ambiental e judiciária há anos. Dar o destino ambientalmente correto para os pneus usados é um problema mundial. Para não transformar o Brasil numa espécie de lixeira do mundo para os pneus velhos, há restrições à entrada desses produtos no País. Mas, por meio de liminares concedidas pela Justiça, importadores e empresas de recuperação desse produto vêm conseguindo trazer do exterior pneus usados em quantidades expressivas.

No ano passado, o Brasil importou 10,5 milhões de pneus usados, o que corresponde a 25% do que foi produzido no País. O que foi feito com esses pneus é que preocupa os ambientalistas. Os números apresentados pelas empresas de remoldagem de pneus sugerem que boa parte das peças importadas não foi reaproveitada, ou seja, teria vindo apenas para aqui terem o destino de lixo. No plano externo, as restrições já existentes geraram um conflito com a UE, que entrou com uma queixa contra o Brasil na OMC. A análise da posição brasileira está marcada para o início do próximo mês
 
EXCLUSIVO: Supremo mantém impedimento de importação de pneus usados

As multis saem do armário, publicado por AmbienteBrasil junto com a nota oficial divulgada pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) - A insensatez da importação de pneus usados.

Por mais que devam ser respeitadas opiniões contrárias à importação de pneus usados, muitas delas levantadas pelo movimento ambientalista, soa estranho que às duas empresas prejudicadas – entre 24 do setor, registre-se outra vez - não tenha sido garantido um direito elementar: o da defesa.

A União conseguiu impedi-las de importar pneus usados por meio de um instrumento jurídico chamado Suspensão de Tutela Antecipada, que não exige o exame aprofundado da matéria.

“A Suspensão de Tutela Antecipada tem uma especificidade: ela não permite o contraditório, ou seja, não se ouve a outra parte”, explicou a AmbienteBrasil o advogado Ricardo Alípio da Costa, que representa a BS Colway e a Tal.

Para ele, a escolha de ambas como alvo da proibição também não traz nenhum mistério. “São as duas de melhor tecnologia e que mais roubam o mercado das fabricantes de pneus novos”, diz. “É uma disputa de mercado disfarçada de questão ambiental”.

O contra-senso de proibir duas de importar e deixar outras 22 livres para fazê-lo – sem ouvir os argumentos das prejudicadas – também foi a base do voto do ministro Marco Aurélio, favorável às empresas paranaenses. Ele registrou que a importação desse tipo de produto é proibida por uma “simples resolução”, e não por uma lei editada pelo Congresso Nacional. E ressaltou que a matéria deveria ser discutida pelo Supremo de forma ampla, com participação da Procuradoria Geral da República e dos advogados de defesa.

Inegavelmente, dessa forma, qualquer que fosse a decisão final, ela teria sido mais justa.

Fechamento

Antes da reunião do Supremo, a BS Colway antecipou que, sendo a votação desfavorável a ela – como foi -, fecharia suas portas. Com isso, 700 demissões virão se somar às 500 registradas desde que a falta de matéria-prima obrigou-a a reduzir para dois os quatro turnos de trabalho que produziam 200 mil pneus por mês, até o ano passado. Em 2005 e 2006, a empresa superava em dois pontos percentuais a média mundial de participação de remoldados, que é de 10%.

Além dos empregos diretos, serão afetados perto de cinco mil funcionários de cerca de 400 lojas e centros automotivos, mais os beneficiários dos programas sociais do IBS - Instituto BS Colway Social -: 400 estudantes do Bom Aluno, que leva até a universidade os melhores alunos carentes de escolas públicas; sete mil escolares da Vila da Cidadania, mini-cidade para ensinar civismo desde o primeiro grau; mil escoteiros do Grupo Guardião das Águas, que protege os mananciais da região; e seis mil coletadores de pneus inservíveis do Rodando Limpo – programa criado pela empresa - em vários estados.

Contra o argumento da AGU de que a importação causa danos ambientais e de
saúde pública, Simeão apresenta laudo em que o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) afirma não haver constatado aumento do passivo ambiental e nem liberação de substâncias tóxicas no solo ou na atmosfera. Também exibe comprovantes da Petrobras e das cimenteiras Votorantim e Cimpor, que deram destinação ambientalmente adequada a mais de 17 milhões de pneus inservíveis coletados pelo programa Rodando Limpo no Paraná, Santa Catarina, Paraíba, Alagoas e Pernambuco.

O empresário informou a AmbienteBrasil que já recebeu convites “muito tentadores” dos Governos do Paraguai e do Uruguai, para instalar lá a BS Colway. Embora grato, tal deferência não o satisfaz. “Não tenho um pingo de vontade de sair do Brasil”.

* Com informaçóes da Assessoria de Comunicação do STF.
 
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