O LHC, maior acelerador de partículas do mundo, recebeu seus primeiros feixes de prótons nesta quarta-feira (10). As primeiras tentativas foram iniciadas pelos cientistas por volta das 4h30 (9h30 no horário suíço). Tudo correu conforme as expectativas, e o mundo não acabou -- nem vai acabar, segundo os responsáveis pelos experimentos.
A equipe do Cern (Organização Européia para a Pesquisa Nuclear) está transmitindo os eventos ao vivo pela internet, com direito a passagens pelo centro de controle e entrevistas com cientistas. (Clique aqui para ver.) "Há duas emoções, o prazer de completar uma grande tarefa e a esperança de grandes descobertas à nossa frente", disse o diretor-geral do Cern, Robert Aymar.
O projeto, que custou, por baixo, 3 bilhões de euros (há quem diga que o valor total chegou a 10 bilhões), estava sendo gestado nas últimas duas décadas.
A partícula de Deus
Quando o LHC estiver promovendo colisões para valer, começará uma busca frenética por uma partícula em especial: o bóson de Higgs.
O nome assusta, e o apelido mais ainda -- ele é chamado popularmente como "a partícula de Deus". Mas, por que, afinal, o bóson de Higgs é tão especial?
Existe uma teoria muito querida pelos físicos de partículas, chamada de modelo padrão. Ela é basicamente uma lista de todas as peças -- ou seja, todas as partículas -- usadas na confecção de um universo como o nosso. Ela explica como os prótons e os nêutrons são feitos de quarks, e como os elétrons fazem parte de um grupo de partículas chamado de léptons, em que também se incluem os neutrinos, partículas minúsculas de carga neutra. O modelo padrão também explica como funcionam as partículas portadoras de força (como o glúon, responsável por manter estáveis os núcleos atômicos, ou o fóton, que compõe a radiação eletromagnética, popularmente conhecida como luz).
Mas para todo esse imenso "lego" científico funcionar corretamente, os físicos prevêem a existência de uma partícula que explicaria como todas as outras adquirem sua massa. É onde entra o bóson de Higgs. Infelizmente, até agora os cientistas não encontraram nenhum sinal concreto de sua existência. Por maior que fossem os aceleradores de partículas, o Higgs continuava ocultando sua existência. Agora, com a nova jóia da ciência européia, ele não terá mais onde se esconder.
Com uma potência nunca antes vista num acelerador, o LHC quase com certeza encontrará o bóson de Higgs. Ou coisa que o valha.
"Ninguém duvida que a idéia que está por trás do bóson de Higgs esteja correta", afirma Adriano Natale, físico da Unesp (Universidade Estadual Paulista). "Se o bóson de Higgs, exatamente como foi proposto, não for encontrado, aparecerão outros sinais -- partículas -- que indicarão o novo caminho a ser seguido. Podemos não achar o bóson de Higgs, mas, seja qual for a física que está por trás, algo vai aparecer, e este algo pode até levar a uma nova revolução na física."
Aliás, a física bem que anda precisando de uma "nova revolução".
http://g1.globo.com/Noticias/Cienci...R+DE+PARTICULAS+DO+MUNDO+COMECA+A+OPERAR.html
interessante
A equipe do Cern (Organização Européia para a Pesquisa Nuclear) está transmitindo os eventos ao vivo pela internet, com direito a passagens pelo centro de controle e entrevistas com cientistas. (Clique aqui para ver.) "Há duas emoções, o prazer de completar uma grande tarefa e a esperança de grandes descobertas à nossa frente", disse o diretor-geral do Cern, Robert Aymar.
O projeto, que custou, por baixo, 3 bilhões de euros (há quem diga que o valor total chegou a 10 bilhões), estava sendo gestado nas últimas duas décadas.
A partícula de Deus
Quando o LHC estiver promovendo colisões para valer, começará uma busca frenética por uma partícula em especial: o bóson de Higgs.
O nome assusta, e o apelido mais ainda -- ele é chamado popularmente como "a partícula de Deus". Mas, por que, afinal, o bóson de Higgs é tão especial?
Existe uma teoria muito querida pelos físicos de partículas, chamada de modelo padrão. Ela é basicamente uma lista de todas as peças -- ou seja, todas as partículas -- usadas na confecção de um universo como o nosso. Ela explica como os prótons e os nêutrons são feitos de quarks, e como os elétrons fazem parte de um grupo de partículas chamado de léptons, em que também se incluem os neutrinos, partículas minúsculas de carga neutra. O modelo padrão também explica como funcionam as partículas portadoras de força (como o glúon, responsável por manter estáveis os núcleos atômicos, ou o fóton, que compõe a radiação eletromagnética, popularmente conhecida como luz).
Mas para todo esse imenso "lego" científico funcionar corretamente, os físicos prevêem a existência de uma partícula que explicaria como todas as outras adquirem sua massa. É onde entra o bóson de Higgs. Infelizmente, até agora os cientistas não encontraram nenhum sinal concreto de sua existência. Por maior que fossem os aceleradores de partículas, o Higgs continuava ocultando sua existência. Agora, com a nova jóia da ciência européia, ele não terá mais onde se esconder.
Com uma potência nunca antes vista num acelerador, o LHC quase com certeza encontrará o bóson de Higgs. Ou coisa que o valha.
"Ninguém duvida que a idéia que está por trás do bóson de Higgs esteja correta", afirma Adriano Natale, físico da Unesp (Universidade Estadual Paulista). "Se o bóson de Higgs, exatamente como foi proposto, não for encontrado, aparecerão outros sinais -- partículas -- que indicarão o novo caminho a ser seguido. Podemos não achar o bóson de Higgs, mas, seja qual for a física que está por trás, algo vai aparecer, e este algo pode até levar a uma nova revolução na física."
Aliás, a física bem que anda precisando de uma "nova revolução".
http://g1.globo.com/Noticias/Cienci...R+DE+PARTICULAS+DO+MUNDO+COMECA+A+OPERAR.html
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