Experimentei os cogumelos mágicos às 19:00h do dia 07/05/2010. Combinei com um amigo e perparamos tudo no apartamento dele. Ele estava muito mais preparado do que eu para viver aquela experência. Eu estava era muito curioso e ansioso pelos efeitos que viriam. A questão: tive um dia cansativo, minha mãe se encontrava internada em um hospital, eu estava extremamente abatido, cansado, não vinha dormindo direito e ainda faço uso de ansiolíticos e antidepressivos. Não preciso dizer, que sou a última pessoa do mundo a poder experimentar cogumelos. Como tinha passado o dia na rua, tinha comido várias besteiras. Cheguei ao apto do meu amigo e 40 minutos depois estávamos consumindo o chá com 2,5g de cogumelo em cada xícara. Resovlemos comer os cogumelos, conforme orientações de sites que pesquisamos. 20 minutos depois comecei a ficar sonolento e disse ao meu amigo que iria deitar. Ele abriu um colchonete no chão e eu deitei. Então começou o pesadelo. Várias imagens psicodélicas se misturavam entre sonho e realidade. Comecei a rir desesperadamente e a perder todo o controle do meu corpo, das minhas funções fisiológicas, e a ter delírios. Meu amigo gritava que o quarto estava parecendo um terreiro de Candomblé, que via imagens, pomba-giras, exus me atormentando. Começou o pânico! Uma paranóia me absorveu e comecei a babar, enquando ria descontroladamente e meu amigo gritando para aquela entidade me deixar em paz. E eu ria, ria, ria sem parar, rolando no chão. Comecei a gritar: "Fizemos uma merda! Fizemos uma merda! Nós vamos morrer! Compramos um troço de um lugar que a gente não conhecia, não sabemos o que é isso, vamos morrer! Avisa alguém que estamos aqui! Precisamos de ajuda médica! Preciso de glicose!" Meu amigo correu cambaleando na cozinha e pegou água e açucar, estava tudo bangunçado, tinha açucar no chão, água... Eu tentei beber mas nada passava pela minha garganta. Então vomitei no chão, vomitei muito. Senti meu coração parando, minhas mandíbulas travando e um desconforto intestinal terrível. Meu amigo começou a recobrar a sanidade e a me pedir para calar a boca que aquilo ia passar, eu tinha que me deitar e ficar calmo. Mas não conseguia, comecei a limpar o vômito e achar o apto sujo: "Seu apto está imundo, está tudo sujo, eu não vou dormir nesta imundice! Eu estou todo sujo! Não tinha noção nenhuma da realidade. Comecei a andar em circulos por todo o apto, batendo nas paredes no armário, ia para a área de serviço sentava e pensava:"Estou morrendo, que merda que eu fiz, e a minha mãe doente, como vai ficar, que merda!" Batia palmas, batia na porta, meu amigo trancou a porta e escondeu as chaves. E o vi caído ao lado do vaso no banheiro. Ele estava vermelho feito um tomate. Então ele tomou banho frio e me mandou fazer o mesmo, enquanto eu gritava:"Diz a verdade: eu estou sujo? Estou muito sujo? Que vergonha, ninguém nunca me viu assim!" Tomei banho e eperguntei a hora. Ele respondeu: "22:00h. Calma está acabando. Deita e se acalma. Os espíritos estão dizendo que tudo vai acabar bem..." Para mim tinha pasado uma eternidade, e a minha visão era muito turva, não enxergava nada pequeno. Perguntei a hora: "22:15h" A hora não passava e para mim já tinha até amanhecido. E eu falava: "O que vamos dizer aos médicos? E a polícia?! Liga para alguém de confiança e diz que estamos morrendo. Eu não posso ter passagem pela polícia, estou prestando concurso público!" Às 23:00h a onda foi se acalmando e eu comecei a chorar convulsivamente sentado na cozinha. Meu amigo já estava bem e eu chorando, chorando feito um bebê. "Eu carrego muito peso, resolvo todos os problemas da familia, eu ando muito cansado". E chorava, e me deu uma vergonha do meu amigo, uma vergonha avassaladora. Meu celular passou o dia inteiro sem serviço, e resolvi ligar para a operadora usando o telefone fixo. Quando o atendente perguntou o que eu queria, eu mal conseguia responder de tanto que chorava. Consegui solucionar o problema do celular e seguia chorando mas já conseguindo, raciocinar. Começamos a conversar sobre o ocorrido. E eu senti muito medo de ficar ali, não queria apagar as luzes, não queria dormir. Resolvemos sair um pouco, por volta da 01:00h da manhã. O vento, o ar fresco me fizeram bem. Voltamos e dormimos. Acordei às 10:00h da manhã, sentindo uma violenta dor de cabeça, boca seca e visão turva. Comi pão com vitamina de banana. Me despedi do meu amigo e voltei para casa me sentindo muito mal ainda. Não repetirei a experiência mas foi importantíssimo vivê-la...