do livro do
Albert Hofmann: "LSD - Minha Criança Problema":
http://www.hippies.com.br/books/albert_hofmann-minha_crianca_problema.pdf
LSD em Experiências com Animais e Pesquisa Biológica
Depois da descoberta de seus efeitos psíquicos extraordinários, a substância LSD-25, que cinco anos antes tinha sido excluída de investigação adicional depois das primeiras experiências com animais, foi readmitida novamente na série de preparações experimentais. A maioria dos estudos fundamentais com animais foi executada pelo Dr. Aurélio Cerletti no departamento farmacológico da Sandoz, coordenado pelo Professor Rothlin.
Antes que uma nova substância ativa possa ser investigada em testes clínicos sistemáticos com seres humanos, devem ser determinados extensos dados de seus efeitos e de efeitos colaterais em testes farmacológicos com animais. Estas experiências têm que analisar a assimilação e a eliminação da substância particular nos organismos e, acima de tudo, sua tolerância e relativa toxicidade. Somente os relatos mais importantes em experiências do LSD com animais e aqueles inteligíveis às pessoas leigas serão vistos aqui. Em muito excederia o âmbito deste livro se eu tentasse mencionar todos os resultados das várias centenas de investigações farmacológicas que foram administradas no mundo inteiro em relação ao trabalho fundamental do LSD nos laboratórios da Sandoz.
Experiências com animais revelam pouco sobre as alterações mentais causadas pelo LSD porque efeitos psíquicos raramente são determináveis em animais inferiores e até mesmo nos mais altamente desenvolvidos eles só podem ser estabelecidos até uma extensão limitada. O LSD produz seus efeitos, acima de tudo, na esfera das mais altas funções psíquicas e intelectuais. É então compreensível que só podem ser esperadas reações específicas do LSD em animais superiores. Não podem ser estabelecidas mudanças psíquicas sutis em animais porque, mesmo que eles soubessem o que está acontecendo, o animal não pode nos dar a informação. Assim, só perturbações psíquicas relativamente grandes se expressam no comportamento alterado dos animais de pesquisa e se torna discernível. Quantidades substancialmente maiores que as doses efetiva do LSD em seres humanos são então necessárias, até mesmo em animais superiores como gatos, cachorros e macacos.
Enquanto o rato sob a influência do LSD só demonstra perturbações motoras e alterações no comportamento de higiene, no gato vemos, além de sintomas vegetativos como eriçar o cabelo (piloerection) e salivação, indicações que apontam para a existência de alucinações. Os animais fitam ansiosamente o ar e, em vez de atacar o rato, o gato deixa-o ir embora ou até mesmo se levantará com medo dele. Uma pessoa também poderia concluir que o comportamento de cachorros que estão sob a influência do LSD envolve alucinações. Uma comunidade enjaulada de chimpanzés reage muito sensivelmente se um membro da tribo recebeu LSD. Embora nenhuma mudança apareça neste único animal, a gaiola inteira entra em alvoroço porque o chimpanzé do LSD já não observa as leis de sua ordem tribal hierárquica finamente coordenada.
Do restante das espécies de animais nas quais o LSD foi testado, só os peixes de aquário e aranhas merecem ser mencionados aqui. Nos peixes foram observadas posturas natatórias incomuns e nas aranhas, alterações na construção da teia foram, aparentemente, produzidas através do LSD. Com doses otimizadas em valores muito baixos, as redes tinham até uma melhor proporção e foram construídas mais exatas do que o normal, porém com doses mais altas as redes estavam mal e rudimentarmente feitas.