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Acompanhando uma viagem sagrada

Prisiconauta

Primórdia
Membro Ativo
29/03/2018
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Olá!

Gostaria de compartilhar com vocês uma experiência muito bonita que tive. Dessa vez não do ponto de vista de quem come os cogumelos, mas de quem acompanha alguém nesse momento tão sagrado. Acredito que possa ser útil para quem se dispõe a acompanhar alguém iniciante. Ao final vou colocar algumas coisas que ela me contou sobre sua viagem. Separei por tópicos pra leitura ficar mais fácil.

Contexto e preparo

Conheci uma jovem espanhola às vésperas do ano novo em uma cidadezinha de interior muito especial. Ela havia acabado de chegar ao Brasil, junto com uma amiga nossa, e veio passar um tempo viajando por aqui. Desde o momento em que a vi, antes de trocarmos qualquer palavra, soube que tínhamos muito em comum e muito o que compartilhar. Foi amizade à primeira vista, hehe.

As conversas que seguiram confirmaram minha primeira impressão, tanto que este mês ela veio à minha cidade passar uns dias na minha casa. Logo de início me disse que sentia um chamado forte em relação aos cogumelos e a outras plantas sagradas, e que até teve algumas oportunidades anteriores mas recusou pois sentiu que o contexto não respeitava a sacralidade com que ela queria consagrá-los, além de não se sentir segura com as pessoas que a ofereceram. Disse-me que sentiu de maneira muito forte que queria ser acompanhada por mim. Uma honra e uma responsabilidade e tanto. Aceitei, e combinamos de fazer no domingo, 8 de março.

Os dias anteriores foram de muuuita conversa sobre nossos caminhos, nossos sonhos, sobre espiritualidade, sexualidade, sagrado feminino... muito lindo, muita conexão. Acho que foi um preparo essencial.

O dia

Chegado o dia, acordamos e tomamos um leve café-da-manhã. Ela se recolheu para meditar enquanto eu preparava algumas coisas (frutas cortadinhas na geladeira, chá de gengibre, água., etc.). Quando ela sinalizou estar pronta, adentrei o quarto onde iriamos realizar o processo. É um ambiente agradável, com plantas, e onde mantenho meu altar. Ela também leva consigo seu altar e o montou ali, próximo ao meu. Coloquei uma música relaxante para meditarmos juntas.

Disse-lhe para que confiasse em sí e para que se entregasse completamente à experiência; que os cogumelos são muito seguros, que seu corpo ficaria bem, e que ela estava segura pois eu estaria ali o tempo todo para qualquer coisa que precisasse. Disse também para que não se assustasse caso sentisse frio.

Fizemos um reiki nos cogumelos e ela os comeu com mel. Foram 5g, como eu havia sugerido. Já havia explicado que essa era uma dose alta, mas que como confio em mim, na qualidade do acompanhamento que posso oferecer (modéstia às favas), nos cogumelos, e no preparo que estávamos fazendo, valeria a pena tomar uma dose alta e entrar de cabeça na experiência.

Preciso frisar aqui que apenas sugeri uma dose alta porque: 1- Já tomei essa dose várias vezes e estou familiarizada com os efeitos; 2- Eu sabia que ela tinha estrutura para lidar com o que viesse; 3- Já tive uma bad e sei como acolher quem está passando por uma ( pra quem se interessar, pesquise sobre o guia de redução de danos para psicodélicos da MAPS – Psychedelic Harm Reduction - , são materiais excelentes e acho que tem tradução de alguma coisa desse material aqui no Fórum); 4- Preparamos muito bem set (conversas nos dias anteriores e meditação no dia) e setting (ambiente agradável e seguro); 5- Eu me propus a ficar presente o tempo todo com toda a atenção voltada a ela, o que quer dizer: sem celular, sem ler livros, atenção plena no momento sagrado da amiga e em suas necessidades.

Ela os comeu, colocou uma venda de olhos e se deitou confortavelmente na cama. Com sua permissão, apliquei reiki nela nesse início. Coloquei uma playlist maravilhosa de música clássica e sentei-me em uma cadeira próxima à cama, observando-a.

Passados uns 40 minutos notei que ela sorria algumas vezes. Me disse “Pri, tengo um poquitinho de frio”, então a cobri.

Após 1h, 1h30 mais ou menos ela gargalhava muito.

Por volta de 2h, 2h30 disse, ainda com venda nos olhos, disse que precisava ir ao banheiro. Ela se sentou, um pouco desnorteada e percebi que ela não estava se lembrando de tirar a venda dos olhos, kkkk, então a ajudei a tirar. Ela olhou pra mim com uma cara confusa e disse “Não sei bem onde estou”. Falei que não precisava ter pressa. Ela olhou em volta, provavelmente reconheceu onde estava, e disse com uma cara de espanto: “Pri! Estou sentindo coisas que nunca havia sentido antes! Estou com um pouco de medo de me entregar e não voltar”. Afirmei que ela estava segura e que poderia se entregar completamente à experiência, que daqui a algumas horas ela estaria de volta, e que eu estaria ali o tempo todo para o que ela precisasse. Ajudei-a a se levantar e guiei-a pelas mãos até o banheiro, já que ela estava se acostumando com a sensação de andar sob o efeito mágico.

Quando voltou, perguntei se poderia começar com as músicas xamânicas (que eu havia mostrado a ela antes da viagem pra saber se era de seu gosto...), e ela disse que sim. Coloquei uma playlist de cantos Shibibos que escutei na minha primeira trip e que foi muito importante pra mim, seguida de outra playlist de cantos sagrados peruanos. Seu rosto risonho deu lugar a uma expressão mais grave, mais profunda... passados uns 30min ela disse que precisava da minha mão. Coloquei a cadeira mais próximo da cama, e segurei sua mão entre as minhas.

“Está tudo bem?”, ela me perguntava algumas vezes. E eu respondia com uma voz calma: “Está tudo bem, está tudo tranquilo.”
Percebi que em alguns momentos ela chorava, embora não desse pra ver as lágrimas por causa das vendas.

Fiquei por volta de 2h segurando sua mão, entre a terceira e quinta hora de trip. Pra mim foi a parte mais difícil, porque eu já estava um pouco cansada e não podia me movimentar muito. Não ousei largar sua mão porque não sabia o que isso significaria pra ela.

Depois da quinta hora, vi que sua expressão estava serena e que ela parecia estar em algum lugar muuuito profundo, quase como se estivesse dormindo. Como eu estava cansada e queria me movimentar um pouco, interrompi o silencio e perguntei: “Está tudo bem?”. Ela me respondeu que sim com um sorriso e soltou minha mão (ufa!). Perguntei se ela queria alguma fruta, água e disse que não. Avisei-a então que eu iria sair um pouco pra comer algo, e vi que ela estava muito tranquila com essa informação.

Me estiquei, comi algo (já estava com fome!), mas fiquei de olho nela, espiando de quando em vez na porta do quarto. Quando a vi movimentando os braços, como quem se estica e dança ao mesmo tempo, voltei à minha cadeira e perguntei como ela se sentia. Ela se sentou, tirou as vendas, e com um olhar maravilhado me disse: “Uau!”,“Quanta coisa!”, “Uau!”, “Que lindo!” , “Quero te contar, mas ainda..., é tanto!”. Falei que eu estava curiosa mas que sabia que naquele momento seria difícil de me contar... disse que teríamos bastante tempo para conversarmos depois. Ela assentiu com a cabeça e disse: “Me senti tão vulnerável... foi muito importante ter sido acompanhada por uma mulher”. Pediu umas frutas e eu busquei pra ela. Depois de comer disse que precisava descansar e dormiu.

Sua versão da história

No dia seguinte me contou sobre sua experiência, e com sua permissão, irei narrar aqui um pouquinho do que me foi dito.

Ela disse que se viu em uma casa, um castelo, em sua terra natal, mas em uma época antiga. Um homem, seu pai, tocava piano e era muito rígido. Ela estudava dentro de casa, seguindo as regras e a rigidez imposta, mas olhava a mata pela janela e desejava estar ali, em meio à natureza. Em algum momento tomou coragem, saiu, e uns serezinhos, como se fossem duendes, começaram a subir nela, brincando, e a despí-la. Nua, ela foi levada por esses seres cada vez mais profundamente à terra, deixando para trás seu castelo.

Depois se viu dançando com uma longa pluma atrás da orelha. Dançava leve e belamente e viu que todos os homens com quem ela já havia se relacionado sexual e amorosamente faziam um circulo em volta dela. Era um círculo de proteção, era como se eles a tivessem protegendo para que ela seguisse a viagem que estaria por vir.

Ela então disse que se sentiu em seu próprio útero, que foi sua própria vagina, que começou a sentir orgasmos em cada poro de seu corpo. Isso é muito importante e significativo porque ela disse que tinha dificuldade em sentir prazer sexual. Foi nesse momento em que ela começou a gargalhar. Ela sabia que todo aquele prazer estava conectado com seu útero. Ela gozou por si, gozou por sua mãe, gozou por sua avó. Quem está consciente de toda a repressão sexual que as mulheres carregam a gerações (e ela vem de uma família católica conservadora...) sabe o quanto isso é lindo, importante e revolucionário.

Quando abriu os olhos, disse que me viu saindo de uma concha, como a Vênus de Boticceli kkkkkk

Com os cantos xamânicos ela disse que sentiu-se conectada com suas ancestrais. Com as mulheres que a antecederam. Mas que em algum momento veio um homem, um padre, dizendo que ela não poderia sentir aquilo, que era errado, apontava-lhe o dedo e queria que ela se sentisse culpada... foi quando ela pediu minha mão. Disse que foi muito importante a presença calma de uma outra mulher ali - a presença ancorada pelo aperto de mão - que isso deu forças para que ela enfrentasse esse homem que queria cobrí-la de culpa. E ela o mandou às favas 😊 (e me contou isso com o dedo do meio em riste, acenando para a memória desse padre).

Assim que ela colocou tal opressor em seu devido lugar, viu-se rodeada por muitas mulheres de distintos povos originários, e de mãos dadas, cantavam e dançavam juntas.
Havia homens também, mas eles estavam mais distantes, tocando instrumentos e guardando o lugar para que as mulheres tivessem seu momento sagrado. Diferentemente do padre, eram homens que estavam conectados ao próprio sagrado masculino e respeitavam a importância e sacralidade daquele momento. Sabiam da importância de as mulheres conectarem-se com seus úteros. Ela disse que foi nesse momento que chorou... por gratidão à existência desses homens, por ser possível que eles existam.

Envoltas em um profundo sentimento de amor, as mulheres tiveram um orgasmo coletivo, fazendo tremer a terra. Desse tremor, começaram a brotar flores, frutas, verduras, cogumelos... graças à conexão direta das mulheres com o próprio prazer se gestava a vida, uma vida voltada ao bem estar da comunidade.

Suas lágrimas nesse momento expressavam o sentimento oceânico de amor, esperança, paz e gratidão, e embalada nesse conforto, permitiu-se descansar.

Foi o 8 de março - dia das mulheres - mais lindo, sagrado e revolucionário que já vivi. Interessante notar que não escolhemos essa data por ser dia das mulheres... mas simplesmente por ser "o dia que deu". Mais sincronico, impossível.

Vou colocar aqui as playlists que usamos, caso alguém se interesse. Importantissimo baixar os vídeos antes, pra não ter o inconveniente dos anúncios.

Música de Relaxamento inicial:
Músicas Clássicas Suaves:
Cantos Shibibo:
Cantos Sagrados Peruanos:
Sinos tibetanos relaxantes pro pós:
 
Última edição:
Que emocionante sua forma de guiar e se conectar. Mudanças profundas se deram com a sua amiga, e ter você ali foi fundamental. Parabéns por ser tão sensível e pronta para exercer uma terapia orientada com tanto sucesso.
 
Caraca...

Parabéns pelo lindo relato e, principalmente, pela linda experiência.

Já tive a oportunidade de ser sitter em uma situação parecida, com uma grande amiga com a qual tenho uma amizade muito forte há muitos anos. É algo sensacional também.
Parabéns pela confiança em sí, nos cogumelos, no processo e, especialmente, pelo seu conhecimento.
Afinal, um ignorante confiante é a pior coisa que existe :ROFLMAO:

Maravilhoso relato da sua amiga também!!!

Por mais relatos assim bem escritos aqui no fórum =)
 

Anexos

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Última edição:
Linda a experiência, obrigado por compartilhar!!!

........

Vê aí algum moderador , po o amigo de sempre ai passando dos limites, um tópico super bonito poxa , nada A ver isso. Vamo convidar ai ter um pouco de respeito. Só uma opinião mesmo .
 
........

Vê aí algum moderador , po o amigo de sempre ai passando dos limites, um tópico super bonito poxa , nada A ver isso. Vamo convidar ai ter um pouco de respeito. Só uma opinião mesmo .

É chato, mas na minha opinião acho que não precisa restringir a fala do colega. Acho que a gente consegue manejar.

Apesar de não representar a opinião da maioria aqui, pode representar o que muitos pensam... e são argumentos tão fáceis de desmentir e rebater que na minha opinião é bom ficar registrado o contraste.

Quem sabe pode ser algo útil pra alguém que esteja lendo refletir, ter outro ponto de vista... enfim.

O colega mesmo não demonstra ter qualquer abertura pra diálogo, mas acho curioso como ele gosta tanto desse fórum a tantos anos. Quem sabe algo reverbere nele tb...
Água mole em pedra dura...
 
É , eu nem me referi a restringir nem censurar, mas convidar a refletir um pouco que não está agregando , nem agradando, enfim. Mas faz parte tambem Esse tipo de coisa eu concordo . Meu padrinho sempre me falava da vela . A mariposa vê a luz da vela acesa , ela e tão ávida em querer aquela luz , que acaba batendo na chama , apaga a vela e ainda se machuca rs .
 
Do que adianta uma moderação, se ela fica em cima do muro em claras infrações à regra?
As pessoas q usam kit d cultivo se faz uma caça as bruxas em 5 min ja tem gente no post reclamando.
Mas qdo vem alguém com mensagens claramente discriminatórias (que por definição significa ação ou efeito de separar, segregar), separando a mulher do homem num sentido vertical, ai é opinião?

Ficar em cima do muro nessa hora @Ecuador legitima a fala dos caras.

"a empatia com o vencedor beneficia sempre, portanto, esses dominadores (...) o vencedor" W. Benjamin

Inclusive recomendo retirar toda essa discussão a partir do morpheu para outro post, pq afinal esse relato não merece essa negatividade nos comentários.


Amém.
E pra também não só contaminar com isso quero voltar ao assunto .

@Priscillocibina , menina me deu vontade de ter uma guia assim . Foi uma das viagens mais lindas , e bem acompanhadas que já li ou vi na minha vida .
A vida te deu um lindo dom , uma bela compreensão das coisas . Eu me senti na idade média, assistindo duas lindas bruxas fazendo ritual . Muito obrigado por compartilhar!
 
Última edição:
Desrespeitam as Regras do Fórum. Desrespeitam o primeiro parágrafo do primeiro artigo e desrespeitam o primeiro parágrafo do segundo artigo.

Agora que reli as regras... de fato as desrespeitam.

Criar um tópico tipo, opiniões machistas sobre sagrado feminino .

Kkkkkk ri muito. Obrigada por essa.


Ficar em cima do muro nessa hora @Ecuador legitima a fala dos caras.

Não tem como discordar disso. Discriminação e ofensa não é opinião, e deixar passar simplesmente é legitimar o discurso.

Agora, ainda sou da opinião de que é importante que isso fique exposto, que não se delete o que foi dito (embora se cabe sanção ao desrespeito às regras... que isso tb seja explícito).

Isso é o mínimo que a gente tem que aguentar todo dia (passamos por cada coisa tão piores só por sermos mulheres... se eu contasse vcs chorariam). Quem tem olhos pra ver, que veja. Quem não acredita que existe machismo, tem uma pequena amostra no contraste dos posts.

Foi uma viagem linda, sagrada, um momento de muita conexão e amizade entre duas mulheres compartilhando sobre o feminino, resgatando e cultuando o feminino em si. E apenas compartilhei isso, com muita naturalidade.

Está bem claro que não teve uma frase ofensiva a homens, que não teve nada de "como somos superiores ou invejosas", e é impressionante como muitos homens se ofendem, e como a reação deles é agressiva.

Se esses posts de ódio servem pra alguma coisa, é pra explicitar o quanto a simples existencia de mulheres livres conectadas a seu feminino ainda causam furor em alguns homens. Homens esses que certamente desconhecem o feminino em si próprios.

E obrigada, @Tucum , @Kvasir e todos os homens que conseguem enxergar isso e se posicionar em nossa defesa (não apenas aqui no fórum, mas na vida de maneira geral, em seus círculos de amizade quando escutam algum absurdo machista, etc.).

Impossível não compará-los aos homens do círculo de proteção ao culto do sagrado feminino da viagem da minha amiga.

Que a gente continue evoluindo como sociedade, com muito respeito mútuo e com a integração dos Sagrados Feminino e Masculino.

Sinceramente não esperava que as discussões caminhassem pra esse lado... mas é a vida ne.
E pra também não só contaminar com isso quero voltar ao assunto .

@Priscillocibina , menina me deu vontade de ter uma guia assim . Foi uma das viagens mais lindas , e bem acompanhadas que já li ou vi na minha vida .
A vida te deu um lindo dom , uma bela compreensão das coisas . Eu me senti na idade média, assistindo duas lindas bruxas fazendo ritual . Muito obrigado por compartilhar!

❤❤❤
Agradeço muito!
 
Última edição:
Agora que reli as regras... de fato as desrespeitam.



Kkkkkk ri muito. Obrigada por essa.




Não tem como discordar disso. Discriminação e ofensa não é opinião, e deixar passar simplesmente é legitimar o discurso.

Agora, ainda sou da opinião de que é importante que isso fique exposto, que não se delete o que foi dito (embora se cabe sanção ao desrespeito às regras... que isso tb seja explícito).

Isso é o mínimo que a gente tem que aguentar todo dia (passamos por cada coisa tão piores só por sermos mulheres... se eu contasse vcs chorariam). Quem tem olhos pra ver, que veja. Quem não acredita que existe machismo, tem uma pequena amostra no contraste dos posts.

Foi uma viagem linda, sagrada, um momento de muita conexão e amizade entre duas mulheres compartilhando sobre o feminino, resgatando e cultuando o feminino em si. E apenas compartilhei isso, com muita naturalidade.

Está bem claro que não teve uma frase ofensiva a homens, que não teve nada de "como somos superiores ou invejosas", e é impressionante como muitos homens se ofendem, e como a reação deles é agressiva.

Se esses posts de ódio servem pra alguma coisa, é pra explicitar o quanto a simples existencia de mulheres livres conectadas a seu feminino ainda causam furor em alguns homens. Homens esses que certamente desconhecem o feminino em si próprios.

E obrigada, @Tucum , @Kvasir e todos os homens que conseguem enxergar isso e se posicionar em nossa defesa (não apenas aqui no fórum, mas na vida de maneira geral, em seus círculos de amizade quando escutam algum absurdo machista, etc.).

Impossível não compará-los aos homens do círculo de proteção ao culto do sagrado feminino da viagem da minha amiga.

Que a gente continue evoluindo como sociedade, com muito respeito mútuo e com a integração dos Sagrados Feminino e Masculino.

Sinceramente não esperava que as discussões caminhassem pra esse lado... mas é a vida ne.


❤❤❤
Agradeço muito!


Teu tópico, virou uma aula , parabéns de novo . Através de ti , da pra ver que quem falou aqui , foram os meninos e meninas (porque não?!) santos e santas , através de ti que foi o aparelho cristalino que traduziu essa mensagem.

Deus te abençoe. Sempre. Amém.
 
@Priscillocibina Li o seu post inicial sobre o que fizeste!

Sem palavras guria!
Emocionante, foi possível passear pela trip junto com sua amiga graças à sua forma massa de escrever a viagem.

Muitos méritos para vocês da sua casa que acolheram ela e lhe deram o acesso a essa incrível jornada interior.

Top!!!
 
Excelente relato.

Sou homem e se tivesse oportunidade de ter uma trip sitter assim sem dúvida que seria uma mais valia.
 
@Priscillocibina
A experiência da sua amiga me fez lembrar de uma onde eu entendi um conceito que depois vim descobrir ser muito próximo ao do Tantra, fiquei bem estarrecido pela quantidade de coisas que eu percebi de forma não racional e depois lendo sobre essa antiga filosofia consegui traçar paralelos absurdos. Foi como ler sobre algo que os cogumelos me mostraram como funcionava na prática.

No tantra, energia feminina e masculina são opostos complementares, Shakti e Shiva. Indissociáveis. Presentes em absolutamente tudo.
Sendo Shakti, energia feminina, a fonte das energias dinâmicas do universo e foco principal de adoração dentro da filosofia tântrica.

Nessa experiência, uma fonte interminável de energia feminina avançava através das gerações, infinitamente, sendo motor da evolução e da existência como um todo.

Infelizmente, boa parte do material traduzido sobre tantra é bem fraco e fala só sobre as questões sexuais.

Ps: Melhor indicação:

Tenho muito respeito por ti, queria muito contribuir com algo aqui, e tudo que posso dizer é que a frase em verde:
Você está ignorando conteúdo deste membro. Mostrar Conteúdo Ignorado é um alento.
 
Última edição:
Uma experiência simples e bela, ainda que alheia.

E duas mulheres numa trip, uma tem um orgasmo, sem nem rolar nada, cara... Que vê outras vinte, todas juntas... Como assim, sem um homem ali, diretamente envolvido? 😲 Real ou não, cogumelos ou não... Isso mexe com a psiqué masculina.

Lá no fundo, todos sentimos uma pontada no ego (masculino).
Talvez porque achemos que falta algo (alguém) aí - o homem, que tem que ser o único responsável por tal prazer.
Talvez porque tenhamos inveja - de uma ou de outra, a que segura a mão ou a que tem a mão segurada (quem não quer uma namorada / esposa assim?)

Ou talvez porque não podemos ter a mesma experiência... Imagina dois homens na mesma situação? É "proibido", é inconcebível, é... bem gay, hahaha.

Só essa parte foi a que me "incomodou", homem que sou. Mas também me lembrou de algumas experiências que tive, com cogus, em que senti sensações parecidas (orgasmo). Sem a parte física, e mais óbvia, só a sensação mesmo.

Achei incrível, mas ao mesmo tempo em que tive uma sensação de "proibido", porque, bem... É estranho para um homem o prazer, sem que haja nele a presença do estímulo, da ação, iniciativa, do contato. A consciência de, e de que o centro de prazer masculino, naquele momento, é a próstata. 😳

Por um momento, me senti passivo - feminino - e então fiz contato (metaforicamente!) com um lado que não sabia que tinha, ou até sabia, mas não aceitava. Percebi que todos (eu) temos um lado feminino, mesmo os homens, embora muitos não aceitem. Eu senti um universo masculino, positivo e negativo, ao mesmo tempo Shiva e Shakti, tomando conta do meu ser, através do chakra ali localizado.

Esse tipo de experiência levei um tempo para assimilar.

Como lição prática, percebi que falar em gozar, orgamos e tudo o mais, não acontece em rodinhas masculinas. Que no fundo, comparados com as mulheres, os homens são tão ou mais reprimidos quanto. Só que a repressão vem de dentro. Então os homens (cis) não tem para quem contar essas coisas, porque "não podem".

E por isso acho que esse relato suscite emoções e opiniões tão exacerbadas, vinda de homens. Porque mexe com algo, lá no fundo. Beeem fundo. Bom, não tão fundo, mas quem quiser descobrir onde, pode consultar uma psicóloga, ou talvez se informar sobre práticas tântricas... 😆

Eu acho que muitos na verdade já sabem, e que ainda assim muitos não vão admitir, sequer anônimos, muito menos em um relato. Explica, Freud?


Achei o relato belíssimo. A outra coisa que queria dizer, é que quando li sobre o padre ali, me começou na hora a tocar na cabeça a melodia de The Happiest Days of Our Lives, do The Wall (Pink Floyd)... Já vi um padre gigante inflável com uma batuta :ROFLMAO:

Paz e luz!
 
E duas mulheres numa trip, uma tem um orgasmo, sem nem rolar nada, cara... Que vê outras vinte, todas juntas... Como assim, sem um homem ali, diretamente envolvido? 😲 Real ou não, cogumelos ou não... Isso mexe com a psiqué masculina.

Lá no fundo, todos sentimos uma pontada no ego (masculino).
Talvez porque achemos que falta algo (alguém) aí - o homem, que tem que ser o único responsável por tal prazer.
Talvez porque tenhamos inveja - de uma ou de outra, a que segura a mão ou a que tem a mão segurada (quem não quer uma namorada / esposa assim?)

Ou talvez porque não podemos ter a mesma experiência... Imagina dois homens na mesma situação? É "proibido", é inconcebível, é... bem gay, hahaha.

Só essa parte foi a que me "incomodou", homem que sou. Mas também me lembrou de algumas experiências que tive, com cogus, em que senti sensações parecidas (orgasmo). Sem a parte física, e mais óbvia, só a sensação mesmo.

Obrigada por falar desse incômodo e desse ponto de vista com tanta consciência e respeito.

Pode ser...
Pode ser muita coisa, fato é que mexe ne.

Como lição prática, percebi que falar em gozar, orgamos e tudo o mais, não acontece em rodinhas masculinas. Que no fundo, comparados com as mulheres, os homens são tão ou mais reprimidos quanto. Só que a repressão vem de dentro. Então os homens (cis) não tem para quem contar essas coisas, porque "não podem".

E por isso acho que esse relato suscite emoções e opiniões tão exacerbadas, vinda de homens. Porque mexe com algo, lá no fundo. Beeem fundo. Bom, não tão fundo, mas quem quiser descobrir onde, pode consultar uma psicóloga, ou talvez se informar sobre práticas tântricas... 😆

Eu acho que muitos na verdade já sabem, e que ainda assim muitos não vão admitir, sequer anônimos, muito menos em um relato. Explica, Freud?

Mt bom lembrar que a masculinidade na nossa cultura tb acaba tolhendo muito da espontaneidade na vivência sexual masculina, e do carinho não sexualizado entre homens. E isso tem mts consequências... só fere quem tb está ferido ne.

Se tem uma coisa que nossa cultura caga pra td quanto é lado é na sexualidade... o mais basal (literalmente) na nossa saúde mental. Haja psicanálise e tantra pra dar conta :LOL:

Aahh e lindo esse trecho do seu relato! Libertador! Quero ler ele td dps

Um tema bem parecido com o seu ne @Barratorta ?

To aqui imaginando um belo tópico de homens contando sobre suas experiências com o próprio feminino :love: 🙌

Achei o relato belíssimo.

^^ obrigada!

A outra coisa que queria dizer, é que quando li sobre o padre ali, me começou na hora a tocar na cabeça a melodia de The Happiest Days of Our Lives, do The Wall (Pink Floyd)... Já vi um padre gigante inflável com uma batuta :ROFLMAO:

Engraçado vc dizer! No dia seguinte sonhei que estava numa escola mt rígida, fazendo uma prova sem sentido, e ali, na carteira, começei a cantar alto a continuação dela, a another brick in the wall... "we dont need no education" e os colegas começaram a acompanhar "we dont need no thought control..." e por ai vai. Arrepiei no sonho e arrepio de lembrar.

Pink Floyd marcando psiqués hehe
 
Última edição:
Que viagem lindíssima!
A minha primeira também aparecia o útero, tive a experiência física de sair de uma vagina como se nascesse naquele instante, e a vagina era a minha própria kkkk

Espero cuidar de alguém assim também e ajudar na viagem

Parida de si própria (e por sí própria) 😉 belo simbolismo!
 
Aqui pensando sobre a similaridade sobre essa parte da experiência uterina, você sabe de alguém que já fez ou se você já fez, ou até se é possível fazer uma viagem com cogumelos refletindo sobre questões do sagrado feminino?
Aaah certamente é possivel
 
Que viagem lindíssima!
A minha primeira também aparecia o útero, tive a experiência física de sair de uma vagina como se nascesse naquele instante, e a vagina era a minha própria kkkk

Espero cuidar de alguém assim também e ajudar na viagem

Eu tive algo parecido mas foi lá na adolescência entre as primeiras tragadas de erva. Ao alcançar um orgasmo sob efeito, me tornei meu pênis e me ejaculei pra fora dele retornando ao meu corpo kkk. Bem, nada de místico, é verdade, mas posso me colocar no lugar de um espermatozóide se um dia um deles precisar de empatia. :p

"-Puxa vida, ExPoro, nunca chegarei no útero"
"-Nem eu, pequeno amigo"
"-Mas você um dia já chegou"
"-Prove!"

Aqui pensando sobre a similaridade sobre essa parte da experiência uterina, você sabe de alguém que já fez ou se você já fez, ou até se é possível fazer uma viagem com cogumelos refletindo sobre questões do sagrado feminino?

Existem muitos, muitos relatos sobre sagrado feminino em diversas manifestações culturais diferentes dentro do set do psiconauta. Olha no setor de místicas os relatos de membros femininos envolvidos em religiões como druidismo ou deuses gregos/egípcios/etc, em especial.
 
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