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A realidade realmente existe?

capadocia

Cogumelo maduro
Cadastrado
10/05/2006
3
68
Nem as cores existem na natureza nem nossa mente reflete fielmente os que nos rodeia. A realidade é proporcional ao número de seres humanos, posto que o que cada um percebe é filtrado e deformado pelos sentidos objetivos e a mente subjetiva.

O mundo visual que nos rodeia é uma ilusão? É verdade que as cores não existem na natureza? Nosso cérebro reflete fielmente a realidade exterior? As respostas a essas perguntas demonstram que a realidade é um conceito bastante subjetivo, já que muitas das coisas que observamos não existem ou, pelo menos, não são como as enxergamos.

O coquetel de estímulos provenientes do interior e do exterior de nosso corpo e que captamos por meio dos cinco sentidos varia sutilmente de uma pessoa para outra, já que a estrutura, as diferenças e as alterações dos órgãos sensoriais de cada um fazem com que, por exemplo, vejamos e escutemos de forma diferente, tanto que não exitem duas percepções iguais do real.

Se essa percepção objetiva, por sua vez, é alterada pela interpretação subjetiva do que somos, acontece e nos rodeia, com base em nossa bagagem de aprendizados e experiências, podemos concluir que a realidade é algo tão pessoal e único como as impressões digitais.

Segundo o neurocientista Francisco J. Rubia, autor do livro "¿Qué sabes de tu cerebro?" ("O que seu cérebro sabe"), "antigamente se achava que o cérebro refletia de forma fidedigna o mundo exterior, mas, a cada dia, parece mais evidente que o cérebro é um mundo fechado que traduz os estímulos externos para a linguagem disponibilizada pelas estruturas cerebrais, dando uma versão interna ou uma representação da realidade exterior".

O mundo visual é uma ilusão?

É o que parece. As imagens, que se formam nas duas retinas dos olhos, são distorcidas, pequenas e invertidas. Além disso, o poder de resolução do olho é limitado e disforme, já que, fora do ponto de maior acuidade, é baixo e a retina é praticamente cega para as cores.

O olho, além disso, se movimenta constantemente de um ponto para outro do campo visual, de três a quatro vezes por segundo, o que faz o órgão criar um montão de novas imagens.

Por outro lado, é conhecida a importância da atenção para a percepção de qualquer sensação: por exemplo, se não temos atenção, não vemos.

Além disso, o cérebro "completa" a percepção das coisas que não são vistas, como a visão de um cachorro inteiro atrás de uma cerca, embora só vejamos partes do animal.

Mas, talvez o mais importante, seja constatar que muitas das coisas que vemos são criações do cérebro. As chamadas "ilusões óticas" são inúmeras e dizem "a gritos que o cérebro vê o que quer ver, por isso somos incapazes de captar o que costumamos chamar de 'realidade'".

As cores não existem. A natureza não tem mais que diferentes comprimentos de onda. A audição, a visão, a percepção da cor ou do som... Tudo depende do nosso cérebro e da organização espacial das estruturas que processam esses estímulos.

Além disso, o processamento cerebral das características ou propriedades dos diferentes estímulos do ambiente, como a qualidade, a intensidade, sua estrutura temporária e local de procedência, podem variar, devido às estruturas e células nervosas que os recebem e transportam.

Na visão cromática, intervêm receptores que captam os diferentes comprimentos de onda do espectro electromagnético (azul-violeta, verde, e amarelo-vermelho) e células que produzem as sensação de contraste entre as cores.

No final de todo o processo, o cérebro atribui uma determinada cor à atividade dos receptores e de todas as células que há até a informação chegar a um região denominada córtex visual. Mas um comprimento de onda não se transforma no cérebro em uma determinada cor. Não há uma correlação clara entre as duas coisas.

Presos dentro de nós mesmos

Nosso cérebro, então, reflete a realidade exterior? Para Rubia, esta pergunta tem um categórico "NÃO" como resposta.

"Existe uma realidade exterior, mas tudo o que vemos, ouvimos, cheiramos, sentimos está dentro de nós mesmos. É o próprio cérebro que está sempre falando com a gente", destaca.

Segundo o cientista, "graças às transformações que os receptores dos estímulos externos realizam, graças à tradução dos estímulos físicos para a linguagem cerebral dos impulsos nervosos, fazemos com que surja essa realidade, esse mundo que não está fora, mas dentro do cérebro".

A tradução deve ser boa, porque, caso contrário, não teríamos nos adaptado tão satisfatoriamente ao nosso entorno. Porém, estamos presos dentro do nosso cérebro, e qualquer pensamento sobre a captação da realidade é pura ilusão, diz o especialista.

Omar Segura

link
http://br.noticias.yahoo.com/s/080502/48/gjn2li.html

espero ter contribuido com o fórum, já frequento a algum tempo mas nunca tinha postado, achei interessante esse estudo...
 
Porém, estamos presos dentro do nosso cérebro, e qualquer pensamento sobre a captação da realidade é pura ilusão, diz o especialista.

uma boa dose de Pesa pro especialista, pra ele perceber tbm que ilusão é pura ilusão
 
A questão do critério da verdade, novamente...

Afinal, como fazermos para estabelecer exatamente a distinção do que "existe" e o que "não existe" ?

Essa pergunta metafísica não faz muito sentido se antes não falarmos do critério que estabelecemos para definir o que é isso "que existe"...

Uma vez que estabelecemos, por exemplo, dizendo que o que existe é aquilo que "podemos tocar", podemos partir para a analise desse juizo a priori, começamos a fazer analise de todos os juizos a posteriori (se os demais juizos concordam com aquele primeiro, no nosso caso, se a existência de alguma coisa concorda com o critério de distinção de coisas que existem).

Isso se chama "analise judicativa", ou seja, analise do juízo, (É verdadeiro ?, É falso ?).

Tudo é desdobrado desse primeiro estabelecimento de um critério, o da distinção daquilo que existe.

Ora, tudo existe, porque se não existisse, não existiria.
Tudo é, porque se não fosse, não seria.

Aqui podemos ver claramente qual é um dos princípios filosóficos implicitos, o princípio do Ser e o princípio da não contradição.

Se fixamos esses dois critérios, esses dois métodos, não cairemos num relativismo nunca, nunca chegariamos a dizer "NA MINHA opinião" ou "PARA mim"... Isso tudo, é um erro decorrente do raciocínio de carater lógico que rompe esses princípios fundamentais.

Isso não que dizer que, seja impossível conceber as coisas de outro modo, mas que se o fizermos, não tem serventia para a lógica, capiche ?

De que serve um pensamento anti-lógico ? Para mil coisas, oras, mas não para ser lógico.

Enfim.. A lógica é linda....

Leiam Aristóteles - Organon... La ele faz um ensaio da lógica, ele esclarece todos os tipos de articulação lógica que ele reconhece, são 10 tipos, denominados "Categorias".

A partir disso ele concebe um enorme salmo metafísico, que até hoje é BASE para a física, sem que muitos cientístas saibam disso.. Enfim, existência ironica a parte... Recomendo para quem quer compreender o princípio do pensamento ocidental.

Ele é considerado o primeiro filósofo Realista.
 
Nosso cientistas fizeram uma enorme 'descoberta'! Oh! Estão pasmos, embasbacados e perpléxos com algo que vários povos já sabiam a milenios.

Nossa sociedade ocidental é ridícula.
 
Nosso cientistas fizeram uma enorme 'descobertar'! Estão pasmos, embasbacado e perpléxos com algo que vários povos já sabiam a milenios.

Nossa sociedade ocidental é ridícula.

Exato!! Esse é exatamente o motivo quase unanime entre os historiadores do pensamento da crítica do declínio do pensamento a partir da origem da filosofia.

Nietszche poe em termos bem claros a decadência do pensamento após a sistematização de Sócrates, o pivo, na opinião dele, dessa tragédia.

Liga também música e do conceito do deus Dionísio da mitologia, a origem da tragédia, para Nietzsche, é tudo isso que vem sendo comemorado durante a história, que não tem relação com a Verdade, pelo contrário, o verdadeiro revela-se apenas no vazio dos sentimentos humanos.

Epícuro também pincela o problema, mas acusa Platão o principal elemento da desconstrução da integridado do Ser.

Heidegger vai distinguir, degrau por degrau, a concepção de Ser durante o discorrer da história do tempo, e constatar também esse declínio, no ser "O Ser e o Tempo".

Mas tudo isso, tudo é muito bem compreendido, deixa de ser mistério, quando se toma conhecimento do "antes" filosofia, o período da poesia clássica de Homero, o periodo que o pensamento articulava-se livre, tão livre que era constituído o mundo apenas de Deuses, semi-deuses e titâns.

Esse antes-filosofia era, na verdade, a origem remota de todas as tradições verdadeiramente genuínas, dos movimentos mais divinos da natureza, esse mundo chamava-se "Olímpo".

Eu queria escrever aqui uma história da filosofia numa pespectiva Grega mitológica, mas isso é demorado, eu preciso terminar o estudo que to fazendo atualmente que vai sair, vocês vão ver, uma nova concepção do mundo.

Vou exclarecer mais exatamente a dedução que cheguei, com relação a historicidade, a filosofia, a filosofia na época dos gregos, a concepção grega do mundo (o "ser" do grego, o olímpo) e a exata intuiçao que tiveram nesse momento das leis naturais que regem o mundo e o espírito na formulação de um conhecimento elevado...

Mitologia é muuito legal, é o que eu to me empenhando ultimamente... :D
 
A realidade é um "estado"... em um momento ela "está" e em outro "não está" mais.

Exemplo:
Quando você olha o céu estrelado... quem garante que aquelas estrelas ainda estão lá? você está vendo a luz que foi emitida há milhões de anos atrás... um potente telescópio localizado a 65 milhões de anos-luz da Terra iria ver os dinossauros andando por aqui.... ou seja, a luz que saiu daqui a 65 milhões de anos atrás.
 
Nietszche poe em termos bem claros a decadência do pensamento após a sistematização de Sócrates, o pivo, na opinião dele, dessa tragédia.

Liga também música e do conceito do deus Dionísio da mitologia, a origem da tragédia, para Nietzsche, é tudo isso que vem sendo comemorado durante a história, que não tem relação com a Verdade, pelo contrário, o verdadeiro revela-se apenas no vazio dos sentimentos humanos.

Saberia me dizer em que livro ele disee isso? Fiquei interessado em ler.

Eu queria escrever aqui uma história da filosofia numa pespectiva Grega mitológica, mas isso é demorado, eu preciso terminar o estudo que to fazendo atualmente que vai sair, vocês vão ver, uma nova concepção do mundo.

Aguardo anciosamente.
 
Saberia me dizer em que livro ele disee isso? Fiquei interessado em ler.



Aguardo anciosamente.

Aqui ha a idéia da tragédia central.

"A Origem da Tragédia no Espírito da Música - Fredric Nietzsche"

Cita também aqui:

Humano, demasiado Humano

A Genealogia da Moral

Você não pode entrar numa leitura dessas sem ter uma mínima noção de historicidade, mitologia, e até humanismo.

Sem isso, você vai ficar no nominal - máximas sem significado e conteúdo "real", sem conteúdo prático pra reflexão, afinal, ele objeta sobre pormenores da construção do pensamento des de a origem mais antiga num método filológico produzido por ele: analise perspectvista.

Você pode entender mais claramente esse movimento que ele da forma no intelecto na Genealogia da Moral, quando ele produz, pela correlação das imaginações - imagética própriamente e abstração - uma gênese de funcionamento da consciência, dele mesmo e do "homem" resultado da composição histórica, ou seja, decífra uma arvore genealógica da moral da humanidade, que dá nome ao livro.

Enfim, não vou fazer resumo porque resumo é uma espécie de anti-filosofia, então, leia...

Porém, sem o conhecimento prévio, sem uma crítica prévia desses momentos, dos fenomenos e dos acontecimentos exemplares, vira a filosofia dele pura fabulação... É de fato muito mais interpretado como um poeta do que como um escolástico rigoroso por esse equivoco e essa ingenuidade de alguns investigadores.

É profundamente rigoroso seu método, o perspectivismo está numa esfera de abstração das mais profundas conhecidas por mim.
 
A realidade existe enquanto possibilidade de existir, basta que o observador a faça existir, mas estamos tão bitolados que a fazemos existir a quase todo momento e por tempos acreditamos que é a unica possibilidade existente
 
A realidade é a imagem deformada de um objeto que nunca vemos, projetada no espelho imperfeito que é a mente de cada um.
Acho que isso é a principal coisa que as pessoas percebem e talvez o que há de mais bonito nos cogumelos. É possível ver tudo de outra forma.

Pensemos, por exemplo, por que somos vaidosos, por que somos cismados com a aparência. A vaidade não vém do que as pessoas pensam de você, mas do que VOCÊ ACHA que as pessoas pensam de você, independentemente de você saber se as pessoas te acham mais bonito ou não, você já se sente mais bonito só por estar seguro consigo mesmo, apenas pelo fato de ter perdido 2 quilos.

A maioria das coisas da vida são assim... são previsões que nunca testamos, mas mesmo assim achamos que estão certas.
 
A maioria das coisas da vida são assim... são previsões que nunca testamos, mas mesmo assim achamos que estão certas.

Concordo com o camarada Spitzenkörper.

Nossa mente extrapola o que não consegue afirmar apenas para preencher as lacunas de compreenção.
Não há como saber se o que estamos vendos, realmente é, ou se nossa mente esta extrapolando e completando o desconhecido com elementos conhecidos pela mente.
 
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