- 08/12/2009
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Olá!
Este é o meu primeiro post aqui.
Este texto foi tirado do meu blog. Espero que gostem!
Trufas, também chamadas as pedras filosofais - Não há dúvida que provocam uma pedrada bastante filosófica...) -, mas por mim baptizadas de trufas do amor
Os cogumelos alucinogénos (vulgo cogumelos mágicos) foram proibidos na Holanda. No entanto, aproveitando um vazio legal, vendem-se trufas: cientificamente, a trufa não é um cogumelo, por isso não está abrangida pela lei. Mas o efeito é basicamente o mesmo, pelo que entendi.
Nem sei bem o que dizer sobre as trufas, a não ser que me fizeram compreender muita coisa… Coisas que nunca antes tinha entendido. Aliás, durante a trip fartei-me de repetir: "Agora entendo tudo!", enquanto as lágrimas me corriam pela cara descontroladamente!
Contando então tudo desde o início, no terceiro dia em Amesterdão, entrámos numa Smartshop e olhámos para o menu. Apareciam os efeitos de cada trufa muito bem discriminados, comparando sensações visuais, sensações físicas, acuidade mental, bem-estar, criatividade, etc. Ele sugeriu a que vêm na imagem porque e eu, como não percebo nada do assunto, limitei-me a concordar. O marado que estava a atender na loja, quando lhe perguntámos se isto era forte, respondeu “Medium” com um ar alucinado e anti-social.
“Medium”, o ****. “Medium” para ele, que já deve ter a cabeça toda comida. Esta cena custou 12,5€, supostamente era uma dose individual, mas nós dividimos em dois. Garanto que foi mais que suficiente. A trip durou umas 5 horas. 6€ é barato para uma viagem tão intensa.
Chegando a esta altura, hesito sobre o que devo escrever, o que devo revelar. Foi uma experiência para contar aos netinhos… ou não. Talvez seja demasiado (porno) gráfica.
A trufa sabia terrivelmente mal, e tive de fazer um esforço enorme para a conseguir comer. Parecia uma noz, mas uma noz fora do prazo... Meti-a no meio de um pão e bebi muita água para tirar aquele sabor horrível da boca. Como estávamos na Red Light, fomos andando para casa, para não nos dar o clique no meio daquela confusão toda.
Mais uma vez, o efeito demorou um pouco, por isso vou reforçar o aviso que vão ver em todo o lado mas provavelmente vão ignorar: se tomarem uma droga "comestível", esperem bastante tempo até sentirem os efeitos antes de se resolverem a mandar mais uma trufa ou um space cake a pensar que "esta merda não deu nada". Esperem umas duas horas se for preciso. No caso das trufas, quando se começarem a sentir nauseados é porque vai começar a fazer efeito. Nessa altura é bom que estejam num local tranquilo, principalmente se for a vossa primeira experiência.
Agora que já vos dei um conselho gratuito, vou continuar o meu relato. A meio do caminho comecei-me a sentir novamente muito leve, e um pouco tonta. Tive umas sensações corporais que me deram vontade de rir, como se o meu corpo fosse percorrido por cócegas. Íamos sendo atropelados, porque atravessamos uma rua sem olhar. Só me apercebi do que tínhamos feito quando vi uma mulher a chamar-nos malucos.
Tentámos ficar um pouco no meio da rua, mais propriamente num parque infantil, para aproveitar as sensações visuais, mas eu mal me aguentava de pé e comecei a sentir-me muito estranha…
Fomos para casa, e percebi que algo de realmente diferente estava para acontecer quando, de olhos fechados, vi uma coisa muito esquisita: uma máscara de diabo muito brilhante, cheia de luz.
A partir desse momento, passei a ter alucinações visuais… de olhos fechados! E compreendi o porquê de nas imagens psicadélicas se usarem determinadas cores, daquelas bem vibrantes. É difícil descrever o que vi, mas foi muito bonito, com muitas cores e muitos detalhes. Depois, na minha mente começaram a surgir espontaneamente imagens de coisas que fizeram parte da minha infância – a decoração de um prato, o papel de parede do meu quarto antigo, etc. Foi estranho.
Curiosamente, encontrei na net testemunhos de "viagens visuais" semelhantes à minha (de olhos fechados), provocadas pela mesma substância. Vejam aqui o testemunho de alguém que se assina "Mr. Bree":
«Experienced something clearly impossible for the normal state of mind. Had a lot of closed-eyes visions which were VERY personal and undoubtably useful!
The taste is horrible. First it was like the 'shroom' was fighting a bit around with my ego cause I didnt let go of my ego and reality. Also had a lot of nausia. When I gave in, it was hard cause I was shooting in this world or dimension of what looked like infinite wisdom and I was alone with the shroom.
When I relaxed and stopped worrying it all got easier. Space and time are very different and it actually let me see a lot of secrets about the universe. With most visuals I didnt understand what it was trying to tell me but some were very clearly intangled into my personal life. My thoughts where stronger and faster.
I put the messages out of my visuals into practise in real life afterwards and all of them had a real positive impact on my life.
When you do it with friends I think you'll have a less personal trip, but maybe it's safer. Try to remember what you see, but thats not an easy task »
Essa foi a parte boa. A parte pior foi no fim, quando o meu duende me começou a mostrar capas de discos de heavy metal, cheias de monstros horrorosos com tentáculos de polvo a saírem-lhes pelos olhos. Nessa altura respirei fundo e disse para o duende (sim, eu conversei com o duende das trufas, pelo menos em pensamento):
- Entendi. As drogas têm um lado bom e um lado mau. Eu compreendo o que me queres ensinar. Podes parar com isso, já aprendi.
E ele percebeu e deixou-me em paz.
Antes disso acontecer, dei por mim em cima da cama, agarrada às traves de madeira no texto, aos saltos, a imaginar que estava no meio da floresta a dançar… Conseguem imaginar-me? (Deve ser uma linda visão!)
Agora, uma pausa para uma explicação sobre o efeito das trufas.
Na Holanda disponibilizam imensa informação sobre drogas, e por acaso pegámos num folheto que explicava como é que a substância activa das trufas (psilocibina) interfere com as nossas hormonas, e consequentemente com o nosso humor e as nossas sensações.
Agora prestem atenção. Listen very carefully, for I shall say this only once!
Essa cena da psilocibina e a seretonina e mais a *** que o pariu… é tudo mentira! Esqueçam essa explicação!
O que se passa é que cada trufa tem uma criaturinha associada, como por exemplo, um duende ou uma fada. Quando comemos uma, o ser que habita na trufa toma conta de nós. Somos como que possuídos por um espírito, percebem? Como os Romanos, que eram possuídos por Baco (deus do vinho) quando bebiam até cair para o lado e faziam orgias.
Aproveitando a mitologia nórdica, diria que o ser que tomou conta de mim foi este:
«Freya
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A deusa Freya, por Carl Frederick
Freya é a Deusa-Mãe da dinastia de Vanir na mitologia nórdica. Filha de Niord e Skade (Skadi), o deus do mar, e irmã de Frey, ela é a deusa do sexo e da sensualidade, fertilidade, do amor da beleza e da atração, da luxúria, da música e das flores.
De carácter arrebatador, teve vários deuses como amantes e é representada como uma mulher atraente e voluptuosa, de olhos claros, baixa estatura, sardas, trazendo consigo um colar mágico, emblema da deusa da terra.
Na tradição germânica, Freya e dois outros vanirs (deuses de fertilidade) se mudaram para Asgard para viver com os aesirs (deuses de guerra) como símbolo da amizade criada depois de uma guerra. Ela usava o colar de Brisingamen, um tesouro de grande valor e beleza que obteve dormindo com os quatro anões que o fizeram.»*
* Comentário: WTF????
Outras vezes achei simplesmente que dentro da minha trufa estava um duende que me tentou seduzir (do género: “Tu comeste a minha trufa, agora eu vou-te comer a ti”), mas isso já é outra história.
Pois é, ninguém me avisou sobre isto. Disseram-me que os cogumelos mágicos tornam as pessoas mais introspectivas. Sexo, nem pensar.
Cuidado com as trufas, deviam ser usadas em antigos rituais de fertilidade.
Sacana do duende, era levado da breca.
Como vêm, aprendi alguma coisa. Percebi o porquê das cores psicadélicas (tentei ilustar com uma imagem, mas não encontrei nenhuma que fizesse justiça ao que vi), e percebi porque é que os duendes, gnomos e outros seres da floresta são representados com um sorriso de orelha a orelha.
Esta foi a parte interessante, a parte má foi ter ficado com dores de barriga durante três dias. Mas como essa parte não interessa a ninguém, passemos à frente.
Mais informações sobre a minha viagem, e sobre outras drogas, em
http://6thnonsense.blogspot.com/2009/08/amesterdao-um-relato-para-maiores-de-18.html
Espero que tenha sido útil.
Este é o meu primeiro post aqui.
Este texto foi tirado do meu blog. Espero que gostem!
Trufas, também chamadas as pedras filosofais - Não há dúvida que provocam uma pedrada bastante filosófica...) -, mas por mim baptizadas de trufas do amor
Os cogumelos alucinogénos (vulgo cogumelos mágicos) foram proibidos na Holanda. No entanto, aproveitando um vazio legal, vendem-se trufas: cientificamente, a trufa não é um cogumelo, por isso não está abrangida pela lei. Mas o efeito é basicamente o mesmo, pelo que entendi.
Nem sei bem o que dizer sobre as trufas, a não ser que me fizeram compreender muita coisa… Coisas que nunca antes tinha entendido. Aliás, durante a trip fartei-me de repetir: "Agora entendo tudo!", enquanto as lágrimas me corriam pela cara descontroladamente!
Contando então tudo desde o início, no terceiro dia em Amesterdão, entrámos numa Smartshop e olhámos para o menu. Apareciam os efeitos de cada trufa muito bem discriminados, comparando sensações visuais, sensações físicas, acuidade mental, bem-estar, criatividade, etc. Ele sugeriu a que vêm na imagem porque e eu, como não percebo nada do assunto, limitei-me a concordar. O marado que estava a atender na loja, quando lhe perguntámos se isto era forte, respondeu “Medium” com um ar alucinado e anti-social.
“Medium”, o ****. “Medium” para ele, que já deve ter a cabeça toda comida. Esta cena custou 12,5€, supostamente era uma dose individual, mas nós dividimos em dois. Garanto que foi mais que suficiente. A trip durou umas 5 horas. 6€ é barato para uma viagem tão intensa.
Chegando a esta altura, hesito sobre o que devo escrever, o que devo revelar. Foi uma experiência para contar aos netinhos… ou não. Talvez seja demasiado (porno) gráfica.
A trufa sabia terrivelmente mal, e tive de fazer um esforço enorme para a conseguir comer. Parecia uma noz, mas uma noz fora do prazo... Meti-a no meio de um pão e bebi muita água para tirar aquele sabor horrível da boca. Como estávamos na Red Light, fomos andando para casa, para não nos dar o clique no meio daquela confusão toda.
Mais uma vez, o efeito demorou um pouco, por isso vou reforçar o aviso que vão ver em todo o lado mas provavelmente vão ignorar: se tomarem uma droga "comestível", esperem bastante tempo até sentirem os efeitos antes de se resolverem a mandar mais uma trufa ou um space cake a pensar que "esta merda não deu nada". Esperem umas duas horas se for preciso. No caso das trufas, quando se começarem a sentir nauseados é porque vai começar a fazer efeito. Nessa altura é bom que estejam num local tranquilo, principalmente se for a vossa primeira experiência.
Agora que já vos dei um conselho gratuito, vou continuar o meu relato. A meio do caminho comecei-me a sentir novamente muito leve, e um pouco tonta. Tive umas sensações corporais que me deram vontade de rir, como se o meu corpo fosse percorrido por cócegas. Íamos sendo atropelados, porque atravessamos uma rua sem olhar. Só me apercebi do que tínhamos feito quando vi uma mulher a chamar-nos malucos.
Tentámos ficar um pouco no meio da rua, mais propriamente num parque infantil, para aproveitar as sensações visuais, mas eu mal me aguentava de pé e comecei a sentir-me muito estranha…
Fomos para casa, e percebi que algo de realmente diferente estava para acontecer quando, de olhos fechados, vi uma coisa muito esquisita: uma máscara de diabo muito brilhante, cheia de luz.
A partir desse momento, passei a ter alucinações visuais… de olhos fechados! E compreendi o porquê de nas imagens psicadélicas se usarem determinadas cores, daquelas bem vibrantes. É difícil descrever o que vi, mas foi muito bonito, com muitas cores e muitos detalhes. Depois, na minha mente começaram a surgir espontaneamente imagens de coisas que fizeram parte da minha infância – a decoração de um prato, o papel de parede do meu quarto antigo, etc. Foi estranho.
Curiosamente, encontrei na net testemunhos de "viagens visuais" semelhantes à minha (de olhos fechados), provocadas pela mesma substância. Vejam aqui o testemunho de alguém que se assina "Mr. Bree":
«Experienced something clearly impossible for the normal state of mind. Had a lot of closed-eyes visions which were VERY personal and undoubtably useful!
The taste is horrible. First it was like the 'shroom' was fighting a bit around with my ego cause I didnt let go of my ego and reality. Also had a lot of nausia. When I gave in, it was hard cause I was shooting in this world or dimension of what looked like infinite wisdom and I was alone with the shroom.
When I relaxed and stopped worrying it all got easier. Space and time are very different and it actually let me see a lot of secrets about the universe. With most visuals I didnt understand what it was trying to tell me but some were very clearly intangled into my personal life. My thoughts where stronger and faster.
I put the messages out of my visuals into practise in real life afterwards and all of them had a real positive impact on my life.
When you do it with friends I think you'll have a less personal trip, but maybe it's safer. Try to remember what you see, but thats not an easy task »
Essa foi a parte boa. A parte pior foi no fim, quando o meu duende me começou a mostrar capas de discos de heavy metal, cheias de monstros horrorosos com tentáculos de polvo a saírem-lhes pelos olhos. Nessa altura respirei fundo e disse para o duende (sim, eu conversei com o duende das trufas, pelo menos em pensamento):
- Entendi. As drogas têm um lado bom e um lado mau. Eu compreendo o que me queres ensinar. Podes parar com isso, já aprendi.
E ele percebeu e deixou-me em paz.
Antes disso acontecer, dei por mim em cima da cama, agarrada às traves de madeira no texto, aos saltos, a imaginar que estava no meio da floresta a dançar… Conseguem imaginar-me? (Deve ser uma linda visão!)
Agora, uma pausa para uma explicação sobre o efeito das trufas.
Na Holanda disponibilizam imensa informação sobre drogas, e por acaso pegámos num folheto que explicava como é que a substância activa das trufas (psilocibina) interfere com as nossas hormonas, e consequentemente com o nosso humor e as nossas sensações.
Agora prestem atenção. Listen very carefully, for I shall say this only once!
Essa cena da psilocibina e a seretonina e mais a *** que o pariu… é tudo mentira! Esqueçam essa explicação!
O que se passa é que cada trufa tem uma criaturinha associada, como por exemplo, um duende ou uma fada. Quando comemos uma, o ser que habita na trufa toma conta de nós. Somos como que possuídos por um espírito, percebem? Como os Romanos, que eram possuídos por Baco (deus do vinho) quando bebiam até cair para o lado e faziam orgias.
Aproveitando a mitologia nórdica, diria que o ser que tomou conta de mim foi este:
«Freya
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A deusa Freya, por Carl Frederick
Freya é a Deusa-Mãe da dinastia de Vanir na mitologia nórdica. Filha de Niord e Skade (Skadi), o deus do mar, e irmã de Frey, ela é a deusa do sexo e da sensualidade, fertilidade, do amor da beleza e da atração, da luxúria, da música e das flores.
De carácter arrebatador, teve vários deuses como amantes e é representada como uma mulher atraente e voluptuosa, de olhos claros, baixa estatura, sardas, trazendo consigo um colar mágico, emblema da deusa da terra.
Na tradição germânica, Freya e dois outros vanirs (deuses de fertilidade) se mudaram para Asgard para viver com os aesirs (deuses de guerra) como símbolo da amizade criada depois de uma guerra. Ela usava o colar de Brisingamen, um tesouro de grande valor e beleza que obteve dormindo com os quatro anões que o fizeram.»*
* Comentário: WTF????
Outras vezes achei simplesmente que dentro da minha trufa estava um duende que me tentou seduzir (do género: “Tu comeste a minha trufa, agora eu vou-te comer a ti”), mas isso já é outra história.
Pois é, ninguém me avisou sobre isto. Disseram-me que os cogumelos mágicos tornam as pessoas mais introspectivas. Sexo, nem pensar.
Cuidado com as trufas, deviam ser usadas em antigos rituais de fertilidade.
Sacana do duende, era levado da breca.
Como vêm, aprendi alguma coisa. Percebi o porquê das cores psicadélicas (tentei ilustar com uma imagem, mas não encontrei nenhuma que fizesse justiça ao que vi), e percebi porque é que os duendes, gnomos e outros seres da floresta são representados com um sorriso de orelha a orelha.
Esta foi a parte interessante, a parte má foi ter ficado com dores de barriga durante três dias. Mas como essa parte não interessa a ninguém, passemos à frente.
Mais informações sobre a minha viagem, e sobre outras drogas, em
http://6thnonsense.blogspot.com/2009/08/amesterdao-um-relato-para-maiores-de-18.html
Espero que tenha sido útil.