- 15/11/2022
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Não sei que título dar, pois nada que eu dissesse depois de "6gramas" seria justo para definir a experiência que tive.
Acordei hoje às 07h15, varri e organizei a casa. Tomei um suco de uvas e comi duas fatias de pão integral.
Botei a playlist e abri tres pacotes de 2g de desidratados. Cortei tudo bem miúdo com uma tesoura. Numa caneca coloquei um saquinho de chá de camomila, com apenas meia caneca de água. Desci com o lixo. Voltei, misturei o cogumelo com o chá e mel. Olhei pra mistura ciente que estava para ultrapassar a minha fronteira (geralmente 4 gramas), fechei o olhos e pensei num propósito para essa experiencia, pensei em muitos motivos nobres, dentre eles "me curar". Só para contextualizar, 20 dias atrás sofri um acidente, passei por cirurgia e agora tenho 8 parafusos fixando meus ossos. Peguei uma colher e fui pondo pra dentro sem mastigar, apenas engolindo. Horrível o gosto.
20 minutos depois veio a sensação de mal estar, enjoo, e percebi que teria de deitar . Agora está 30C. . Mas logo que tomei o chá precisei pegar uma coberta. Eu estava frio...
De olhos fechados só aqueles padrões geométricos e tentáculos. A trilha sonora pareceu chata demais. Tava tudo muito chato na primeira hora. Tentei mudar a playlist, para dar outro tom, olhar pela janela e tudo que eu queria é que a viagem começasse logo. Sentei no sofá, e a parede cinza à minha frente começou a mover, fiquei por um tempo curtindo aquilo, padrões geométricos extra complexos, mandalas se criando e movendo. O cinza tomava tons azuis esverdeados, uma cor que me fez sentir bem vendo aquilo. Ainda sentia frio e fraqueza, fui pra cama, o teto parecia de vidro verde. Translúcido. Olhar pela janela e ver os prédios e árvores não estava dando barato nenhum....
e aí atingi o pico.
Nesse momento já havia desligado a playlist, e entrei num transe. Uma sensação corpórea muito gostosa, minhas mãos tocando meu corpo, e eu dizendo "que delícia", só que por vários momentos parecia que a mão que me tocava não era minha, e nem que a voz era minha. De olhos fechados os cenários mudavam, cores e geometria, mandalas e lugares. De repente me senti acompanhado por entidades cujos rostos eu não via e a voz na mente dizia "você não é ateu, você tem religião", e eu pensei "que porra de religião eu tenho? a religião do cogumelo?" e a resposta não tinha importância, pois a sensação física era muito boa, era amor, era acolhimento, dados por mim mesmo ou sendo mais respeitoso, dados pela 'medicina sagrada'. Levantei para beber água várias vezes, parecia que tinha acabado, mas não, era só olhar pro teto, ou fechar os olhos e tudo repetia.
Não ousarei dar nomes ao que parecia estar comigo. E pensando aqui, a palavra religião foi 'pesada', prefiro pensar que tenho uma espiritualidade que me conecta.
Outro ponto, desnecessário dizer, mas qualquer experiencia com mais de 2g desliga o 'self' por vários momentos. Sim, muitas vezes eu não sabia quem eu era, ou até mesmo o que era, aí me vinha o pensamento "eu escolhi estar aqui". E foi uma boa escolha.
Posso dizer que fora a parte de não fazer ideia de como minha pressão arterial estava, de como meu coração estava, do frio que sentia, a experiência foi muito boa.
Por volta de uma da tarde a onda começou a passar, vinha e voltava... levantei e fui preparar algo para comer... bateu um preguiça imensa de cozinhar e isso perdurou até as 15 horas quando finalmente preparei um arroz, ovos, tomate, queijo e comi.
Curiosamente estou andando melhor que antes, meus passos estão mais firmes e menos dolorosos que ontem.
Depois de digitar tudo isso, de refletir na experiência, acho que o mantra "se ame mais" é o que prevalece.
Não sei se repito outra dose de 6g, pretendo voltar às 4g.
E ainda não consigo pensar num título mais criativo que faça jus a tudo vi, senti, ouvi, experenciei .
Sem ressacas, acho que posso voltar à rotina do dia.
Acordei hoje às 07h15, varri e organizei a casa. Tomei um suco de uvas e comi duas fatias de pão integral.
Botei a playlist e abri tres pacotes de 2g de desidratados. Cortei tudo bem miúdo com uma tesoura. Numa caneca coloquei um saquinho de chá de camomila, com apenas meia caneca de água. Desci com o lixo. Voltei, misturei o cogumelo com o chá e mel. Olhei pra mistura ciente que estava para ultrapassar a minha fronteira (geralmente 4 gramas), fechei o olhos e pensei num propósito para essa experiencia, pensei em muitos motivos nobres, dentre eles "me curar". Só para contextualizar, 20 dias atrás sofri um acidente, passei por cirurgia e agora tenho 8 parafusos fixando meus ossos. Peguei uma colher e fui pondo pra dentro sem mastigar, apenas engolindo. Horrível o gosto.
20 minutos depois veio a sensação de mal estar, enjoo, e percebi que teria de deitar . Agora está 30C. . Mas logo que tomei o chá precisei pegar uma coberta. Eu estava frio...
De olhos fechados só aqueles padrões geométricos e tentáculos. A trilha sonora pareceu chata demais. Tava tudo muito chato na primeira hora. Tentei mudar a playlist, para dar outro tom, olhar pela janela e tudo que eu queria é que a viagem começasse logo. Sentei no sofá, e a parede cinza à minha frente começou a mover, fiquei por um tempo curtindo aquilo, padrões geométricos extra complexos, mandalas se criando e movendo. O cinza tomava tons azuis esverdeados, uma cor que me fez sentir bem vendo aquilo. Ainda sentia frio e fraqueza, fui pra cama, o teto parecia de vidro verde. Translúcido. Olhar pela janela e ver os prédios e árvores não estava dando barato nenhum....
e aí atingi o pico.
Nesse momento já havia desligado a playlist, e entrei num transe. Uma sensação corpórea muito gostosa, minhas mãos tocando meu corpo, e eu dizendo "que delícia", só que por vários momentos parecia que a mão que me tocava não era minha, e nem que a voz era minha. De olhos fechados os cenários mudavam, cores e geometria, mandalas e lugares. De repente me senti acompanhado por entidades cujos rostos eu não via e a voz na mente dizia "você não é ateu, você tem religião", e eu pensei "que porra de religião eu tenho? a religião do cogumelo?" e a resposta não tinha importância, pois a sensação física era muito boa, era amor, era acolhimento, dados por mim mesmo ou sendo mais respeitoso, dados pela 'medicina sagrada'. Levantei para beber água várias vezes, parecia que tinha acabado, mas não, era só olhar pro teto, ou fechar os olhos e tudo repetia.
Não ousarei dar nomes ao que parecia estar comigo. E pensando aqui, a palavra religião foi 'pesada', prefiro pensar que tenho uma espiritualidade que me conecta.
Outro ponto, desnecessário dizer, mas qualquer experiencia com mais de 2g desliga o 'self' por vários momentos. Sim, muitas vezes eu não sabia quem eu era, ou até mesmo o que era, aí me vinha o pensamento "eu escolhi estar aqui". E foi uma boa escolha.
Posso dizer que fora a parte de não fazer ideia de como minha pressão arterial estava, de como meu coração estava, do frio que sentia, a experiência foi muito boa.
Por volta de uma da tarde a onda começou a passar, vinha e voltava... levantei e fui preparar algo para comer... bateu um preguiça imensa de cozinhar e isso perdurou até as 15 horas quando finalmente preparei um arroz, ovos, tomate, queijo e comi.
Curiosamente estou andando melhor que antes, meus passos estão mais firmes e menos dolorosos que ontem.
Depois de digitar tudo isso, de refletir na experiência, acho que o mantra "se ame mais" é o que prevalece.
Não sei se repito outra dose de 6g, pretendo voltar às 4g.
E ainda não consigo pensar num título mais criativo que faça jus a tudo vi, senti, ouvi, experenciei .
Sem ressacas, acho que posso voltar à rotina do dia.