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13a. experiência - Muito cuidado com o que se pede.

kooboo

Hifa
Membro Ativo
15/11/2022
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Nesse domingo, 04 de Agosto, tive a minha experiência mais perturbadora. Acho que cruzei uma linha e fundiu o explicável com o inexplicável.
Sempre li experiências muito realistas aqui, e dessa vez o bagulho foi comigo.
Tudo começou no sábado, quando saí de disposto a ter no domingo uma experiência mística. Eu já tive alguns "sentimentos da presença de Hecáte" em algumas trips, em setembro do ano passado, ao me contatas com meu lado sombrio senti muita paz. Na minha segunda experiência, lá em outubro de 2023, se não me falha a memória, consagrei um colar como uma chave para ultrapassar o portal... e lá fui eu, ao sair no sábado, já com a intenção em mente os cachorros do prédio onde moro começaram a latir, algo que não é comum por aqui.
No domingo depois depois do almoço, preparei seis gramas com mel e limão, pela primeira vez usei cogumelos albinos e considerei uma excelente escolha, já que o odor deles não é tão forte.
Montei uma mesa ritualistica e pedi para Deusa me guiar e me mostrar o que eu precisa ver.
Na hora que bateu a lomba deitei no sofá enquanto uma playlist que achei no spotify tocava músicas sobre Hecáte. Eu já estava meio sono, meio acordado, quando de repente uma música com vocal cavernoso começou a dizer "Hecáte, queen of the witches"... E foi nessa hora que ela se manifestou, nunca tive uma trip com tanta nitidez, é meio difícil descrever, mas vou tentar... um cenário cavernoso, escuro, iluminado com poucas tochas, e atrás de uma pedra sacrificial ela com um facão enorme retalhava corpos. Por ali rondavam criaturas de sombras, sombras se moviam dentro da escuridão. O símbolos que vinham não eram as usuais mandalas e as conhecidas formas geométricas de outras viagens, mas runas e símbolos bem elaborados de bruxaria.
Sim, eu tive o que pedi, e foi assustador. Levantei do sofá, mudei a playlist, e fui para outro quarto onde o sol batia, olhei pela janela e a trip era normal, cheia de cores, o azul do céu estava lindo, o sol refletia nas nuvens numa explosão de cores vivas... mas meus olhos se forçavam a fechar e eu entrava de imediato naquela caverna. A luta para manter os olhos abertos era batalha perdida, e toda vez que eu jogava a manta nas costas, era como se Ela estivesse ali. Já haviam passado duas horas... eu sabia que estava no pico da experiência, tentei bater um papo com ela e pedir para parar, mas ela ainda tinha muito a me mostrar, independente se eu colacasse um psytrance ou Anavitória para tocar, ela vinha com tudo. Tentei encerrar o trabalho, mas o portal estava aberto.
Foi interessante que em determinado momento, apareceu um guia para me ajudar a sair daquelas visões infernais, ninguém menos que Jesus... e olha que estou longe de ser cristão, mas acho que depois dessa preciso rever meus conceitos.
Liguei para uma amiga que manja das magias e mundo espiritual, ela foi conversando comigo e me acalmando, me fez entender mais sobre mim e sobre tudo o que estava rolando, só que curiosamente havia uma mariposa no vidro do quarto (cães latindo e mariposas são sinais da presença de Hecáte)... fui para o banheiro e vomitei. Meti o dedo na garganta até sair o último cogumelo... e quando eu olhei para o vomito no vaso, a imagem que eu via era similar ao que eu via de olhos fechados. Ao voltar para o quarto a mariposinha havia ido embora. Minha energia começou a voltar.
Ao voltar para casa resolvi dispensar os artefatos, o colar, a imagem e o manto. De forma respeitosa a deixei numa árvore, em uma praça. Hoje fiz uma limpeza a muita coisa relativa a Ela que eu tinha... Conversei de novo com a minha amiga e falei da minha dúvida se o portal estava realmente fechado. Fizemos uma pequeno ritual para consolidar, me sinto que encontrei mais uma com Ela, agora sem os psicodélicos, e me despedi.

Lição de humildade - nem sempre acreditei nos relatos incríveis que já li por aqui, mas desta vez senti que a coisa extrapolou em muito o que poderia ser algo só da minha cabeça.
A Hecáte da minha cabeça era diferente, a que encontrei era outra versão, algo que nunca vi nem num filme de terror hollywoodiano.
Sei que fui imprudente, sei que extrapolei demais... mas aprendi muito sobre Ela e sobre mim. Agradeço a ela por essa experiência assustadora, e vi que podemos ter o que pedimos... então, agora serei mais comedido no que pedir e nos meus objetivos da Trip.

Jamais imaginei que uma substância fosse capaz de realmente levar não apenas a um devaneio, mas um lugar tão sombrio e com tanta dose de realismo.
 
Esperando as sábias mediações do mestre @Texugo desta trip

Eu já tinha lido a trip do kooboo, mas não tenho o costume de responder por cada um ter uma ideia sobre a trip.
Mas já conheço o kooboo e ele é maduro pra não ser influenciado pela opinião alheia.

Pessoalmente, não acredito em nenhuma trip como verdadeira, independente da experiência. Assim como não acredito em acessar universos diferentes, entidades tomarem seu corpo ou qualquer coisa assim.

Vocês já me conhecem e eu mesmo tenho minhas próprias "ilusões" de trip, assim como já senti meu corpo não estar sobre meu controle (obviamente, mas a sensação de psicodélico só após várias experiência para entender de forma objetiva).

Pra mim, a trip é totalmente controlado pelo que a gente quer e ainda mais pelo que nós vivenciamos no dias anteriores. Quando você tem mais espaço durante as trips, fica mais difícil identificar isso, já que algumas coisas ficam só na memória guardadas.

Minhas trips como são a cada 15 dias não são muito tempo de acontecerem coisas na vida para mudar totalmente, então eu percebo cada nuance modificado pela minha realidade. Por exemplo, eu não gosto de filme de terror ou assassinato, minha esposa adora CSi e sempre que eu acabo batendo o olho ela tá assistindo caso sobre estupro, tortura e etc. Mesmo apenas ouvindo ou batendo o olho, volta com tudo na trip, mesmo sabendo que é só uma série fictícia.

Não é que eu não goste por causa disso, eu só não acho interessante, apesar de achar importante ter até esse tipo de experiência na trip, de ter trip de terror, de tortura pra aprender a lidar e não ficar mais com medo nas próximas.

Quando você começa a ler sobre qualquer religião, mito ou crença fica ainda mais internalizado, porque eu não consigo provar que Hécate não existe, assim como não consigo provar que jesus não existe, que vampiros não existem ou qualquer ideia imaginada de ficção. Então apesar de não ser necessário acreditasse, aquela possibilidade fica internalizada.

A falta de experiência com as trips (e isso não quer dizer quantidade ou frequência) facilita experiências impactantes, com alucinações fortes e sentimentos descontrolados.

Sendo bem sincero, teve uma semana que tirei férias bem antigamente e fiz sexo todo dia mais de 1x por dia, minha trip no sábado foi inteiramente sobre sexo, sentindo prazer sexual mesmo, alucinação de olhos fechado com mulheres.

Quando eu tinha menos experiência era muito mais fácil ter esses efeitos, ter alucinações. Eu atribuo isso a perda da normalidade nos sentidos. Quando você já tem experiência e sabe que é normal perder os sentidos, o corpo não tenta justificar o que está acontecendo ou criar ilusões pra justificar aquilo ao ponto de nem se quer perder os sentidos mais. (Não dá mesma forma pelo menos), os fractais ainda aparecem no pico por 5 minutos mas é isso.

Ali o kooboo falou dos visuais que mudaram para runas, como já falei da minha trip pós semana sexual, eu via o chão de granito do meu quarto virar peitos, vulvas, atos sexuais. Na primeira trip eu via símbolo Azteca por ser quando estava aprendendo sobre cogumelo e das culturas que utilizavam e hoje eu não vejo mais nada de olhos abertos.
Para não dizer nada, eu vejo como se cada olho estivesse vendo uma cor diferente, sabe aqueles óculos 3d vermelho e azul? Essa é a minha alucinação, porém, como se óculos dose 99% transparente.

Aí mais uma vez, quando o efeito da trip está passando, diminuindo e voltando a normalidade, assim como o corpo atribui a anormalidade dos sentidos a coisas externas, também atribui a melhora, como no caso do kooboo "invocou jesus", não foi consciente dele, mas na memória tem como uma figura salvadora.

Aliás, isso que muitos pessoas não percebe, o quanto as coisas que ouvimos (no meu caso csi) influenciam nossas decisões, mesmo não acreditando ou absorvendo conscientemente. Por isso a mídia é a organização mais poderosa e Youtuber mudaram o nome para influencers... A cura não é evitar isso Mas deixa pra lá.

E é por isso que não é muito comum eu dar opiniões em relatos. Eu até gosto, mas nem sempre é o melhor pra quem fez o relato. Até porque algo que é opinião pode acabar sendo absorvido como verdade durante a trip.

Só que ainda no final o kooboo fala que fez um ritual pra fechar o portal, independente de crença, de ser real ou não, apenas o ato de fazer algo assim é suficiente pra evitar a mesma trip ruim. Porque vai lembrar que fez algo a respeito.

Da mesma forma como ler sobre Hecate fez acreditar, fazer um ritual para mandar embora tem o mesmo resultado de "prender" a ideia e vai funcionar independente da crença, se foi feito de uma maneira ou de outra.

Acho que já falei demais e falar mais saindo do assunto do relato seria egoísmo.

Mas adoro como a solução que todo mundo encontra é colocar o dedo na garganta e vomitar os cogumelos.
Nesse ponto eu já nem acho mais que é uma decisão consciente, mas instintiva mesmo.
A decisão consciente é que quando você já se arrependeu, não adianta mais vomitar hahahaha

Acho que esse é um conselho que eu poderia dar pra terminar, fazer um pacto com o cogumelo igual você faz com a vida.
Independente de ser bom ou ruim, eu já tô aqui mesmo, melhor assistir o que acontecer.

Não sei se é o jeito mais "saudável" de pensar sobre a vida.... Mas sendo boa ou não eu tô aqui e não vou desistir haha qualquer problema que aparecer é só resolver.

No caso da trip é ainda mais simples, se você prepara o ambiente, qualquer problema da tempo de resolver lá depois que passarem os efeitos.
Eu sei que as vezes parece que o tempo fica infinito, mas aí é aprender a confiar que a trip nunca dura mais que as 1-2 horas mais fortes que é quando fica confuso, depois do pico já começa a voltar ao ponto de não estar mais preocupado, mesmo que ainda sob efeito.
 
Eu já tinha lido a trip do kooboo, mas não tenho o costume de responder por cada um ter uma ideia sobre a trip.
Mas já conheço o kooboo e ele é maduro pra não ser influenciado pela opinião alheia.

Pessoalmente, não acredito em nenhuma trip como verdadeira, independente da experiência. Assim como não acredito em acessar universos diferentes, entidades tomarem seu corpo ou qualquer coisa assim.

Vocês já me conhecem e eu mesmo tenho minhas próprias "ilusões" de trip, assim como já senti meu corpo não estar sobre meu controle (obviamente, mas a sensação de psicodélico só após várias experiência para entender de forma objetiva).

Pra mim, a trip é totalmente controlado pelo que a gente quer e ainda mais pelo que nós vivenciamos no dias anteriores. Quando você tem mais espaço durante as trips, fica mais difícil identificar isso, já que algumas coisas ficam só na memória guardadas.

Minhas trips como são a cada 15 dias não são muito tempo de acontecerem coisas na vida para mudar totalmente, então eu percebo cada nuance modificado pela minha realidade. Por exemplo, eu não gosto de filme de terror ou assassinato, minha esposa adora CSi e sempre que eu acabo batendo o olho ela tá assistindo caso sobre estupro, tortura e etc. Mesmo apenas ouvindo ou batendo o olho, volta com tudo na trip, mesmo sabendo que é só uma série fictícia.

Não é que eu não goste por causa disso, eu só não acho interessante, apesar de achar importante ter até esse tipo de experiência na trip, de ter trip de terror, de tortura pra aprender a lidar e não ficar mais com medo nas próximas.

Quando você começa a ler sobre qualquer religião, mito ou crença fica ainda mais internalizado, porque eu não consigo provar que Hécate não existe, assim como não consigo provar que jesus não existe, que vampiros não existem ou qualquer ideia imaginada de ficção. Então apesar de não ser necessário acreditasse, aquela possibilidade fica internalizada.

A falta de experiência com as trips (e isso não quer dizer quantidade ou frequência) facilita experiências impactantes, com alucinações fortes e sentimentos descontrolados.

Sendo bem sincero, teve uma semana que tirei férias bem antigamente e fiz sexo todo dia mais de 1x por dia, minha trip no sábado foi inteiramente sobre sexo, sentindo prazer sexual mesmo, alucinação de olhos fechado com mulheres.

Quando eu tinha menos experiência era muito mais fácil ter esses efeitos, ter alucinações. Eu atribuo isso a perda da normalidade nos sentidos. Quando você já tem experiência e sabe que é normal perder os sentidos, o corpo não tenta justificar o que está acontecendo ou criar ilusões pra justificar aquilo ao ponto de nem se quer perder os sentidos mais. (Não dá mesma forma pelo menos), os fractais ainda aparecem no pico por 5 minutos mas é isso.

Ali o kooboo falou dos visuais que mudaram para runas, como já falei da minha trip pós semana sexual, eu via o chão de granito do meu quarto virar peitos, vulvas, atos sexuais. Na primeira trip eu via símbolo Azteca por ser quando estava aprendendo sobre cogumelo e das culturas que utilizavam e hoje eu não vejo mais nada de olhos abertos.
Para não dizer nada, eu vejo como se cada olho estivesse vendo uma cor diferente, sabe aqueles óculos 3d vermelho e azul? Essa é a minha alucinação, porém, como se óculos dose 99% transparente.

Aí mais uma vez, quando o efeito da trip está passando, diminuindo e voltando a normalidade, assim como o corpo atribui a anormalidade dos sentidos a coisas externas, também atribui a melhora, como no caso do kooboo "invocou jesus", não foi consciente dele, mas na memória tem como uma figura salvadora.

Aliás, isso que muitos pessoas não percebe, o quanto as coisas que ouvimos (no meu caso csi) influenciam nossas decisões, mesmo não acreditando ou absorvendo conscientemente. Por isso a mídia é a organização mais poderosa e Youtuber mudaram o nome para influencers... A cura não é evitar isso Mas deixa pra lá.

E é por isso que não é muito comum eu dar opiniões em relatos. Eu até gosto, mas nem sempre é o melhor pra quem fez o relato. Até porque algo que é opinião pode acabar sendo absorvido como verdade durante a trip.

Só que ainda no final o kooboo fala que fez um ritual pra fechar o portal, independente de crença, de ser real ou não, apenas o ato de fazer algo assim é suficiente pra evitar a mesma trip ruim. Porque vai lembrar que fez algo a respeito.

Da mesma forma como ler sobre Hecate fez acreditar, fazer um ritual para mandar embora tem o mesmo resultado de "prender" a ideia e vai funcionar independente da crença, se foi feito de uma maneira ou de outra.

Acho que já falei demais e falar mais saindo do assunto do relato seria egoísmo.

Mas adoro como a solução que todo mundo encontra é colocar o dedo na garganta e vomitar os cogumelos.
Nesse ponto eu já nem acho mais que é uma decisão consciente, mas instintiva mesmo.
A decisão consciente é que quando você já se arrependeu, não adianta mais vomitar hahahaha

Acho que esse é um conselho que eu poderia dar pra terminar, fazer um pacto com o cogumelo igual você faz com a vida.
Independente de ser bom ou ruim, eu já tô aqui mesmo, melhor assistir o que acontecer.

Não sei se é o jeito mais "saudável" de pensar sobre a vida.... Mas sendo boa ou não eu tô aqui e não vou desistir haha qualquer problema que aparecer é só resolver.

No caso da trip é ainda mais simples, se você prepara o ambiente, qualquer problema da tempo de resolver lá depois que passarem os efeitos.
Eu sei que as vezes parece que o tempo fica infinito, mas aí é aprender a confiar que a trip nunca dura mais que as 1-2 horas mais fortes que é quando fica confuso, depois do pico já começa a voltar ao ponto de não estar mais preocupado, mesmo que ainda sob efeito.
Você sabe que sou seu fã, né?
Eu levei uns dias para digerir isso que me pareceu muito real. Sim, me pareceu...
Depois de ler seu comentário ontem eu pensei em alguns autores - Timothy Leary e Ram Dass concordariam contigo, que tudo rola so na cabeça do viajante. Apesar do livro Experiência Psicodélica fazer uma baita associação mística, o recado final era esse, foi tudo da e na sua cabeça.
O outro autor é Stanislav Grof, que em O caminho do psiconauta, depois de guiar mais de 1200 trips com LSD em sua clínica, sugere que a trip conecta a "algo".
Quando li essa ideia de Grof, achei meio viagem...
Ou seja, temos dois grandes autores com posições diferentes.
Sobre a minha trip ando meio confuso sobre o bagulho todo, pois tudo pareceu muito real, inclusive associei coisas que aconteciam no mundo real como provas do que acreditei. Se eu contar todas as minhas experiências com psicodélicos (em geral), tô na minha 15a, o que me coloca num lugar de iniciante, então qualquer coisa que eu aceite ou negue pode ser um equívoco.
E hoje, quase uma semana depois digerindo isso, entendo que sim - posso ter me autossugestionado, e que a música pode ter dado o tom ao resto da trip me colocando num lugar não muito agradável. Então a ideia é - pegar leve no próximo cenário e trilha sonora, pois já tive viagens deliciosas fazendo as coisas assim... e quem sabe um dia vejo um mar de seios na minha sala hahaha...
Obrigado pela sua contribuição ao meu relato!
 
hoje, quase uma semana depois digerindo isso, entendo que sim - posso ter me autossugestionado, e que a música pode ter dado o tom ao resto da trip me colocando num lugar não muito agradável

Teve trip que eu escutei uma música de orquestra falando "lúcifer" e sei lá o que mais sobre ele, depois procurei no histórico e não achei essa música.
Talvez seja a mesma sensação que você teve, apesar de mudar para Hécate. Enquanto eu achava que era culpa da música, pode ser que aquela ideia de personagem me gerava muitas reflexões internas, que precisava de tempo para pensar.

Fiquei umas 5 trips só pensando no conceito de lúcifer e realmente me trouxe pensamentos novos, a maioria longe da concepções popular sobre o personagem.
Digamos que mesmo que a probabilidade é que não seja real, a reflexão pode ser.

E não é essa a base da experiência humana? Você ver algo sem sentido e dar um sentido artístico ou cultral?
Assim como os próprios mitos e religião foram formados, como falar que o raio era Thor bravo com você, ou Zeus ou qualquer outro nome.
Algo que te faça refletir.

Nesse caso, o sentimento de ser real para você é importante para explorar aquilo. Pra mim, Hécate não é real, apenas com essa crença minha eu limito os pensamentos que poderiam surgir com ela. Eu acho importante acreditarmos em coisas diferentes para termos pensamentos diferentes.

Você falou de dois autores renomados com posições diferente, isso não parece com você ter uma trip e querer impor sua própria opinião como verdade?
Se você falar pro chatgpt, ele vai conseguir manipular o próprio texto para dar provas que a sua ideia é verdade e tem embasamento em algo que ele consegue relacionar.

Quando você fala de física, química, isso é muito útil para descobrir.
Mas quando você fala de experiências com a consciência, isso é como se você definisse o resultado pela sua opinião.
Igual um elétron, teoricamente ele está em posições possíveis, se você delimitar que ele está em certa posição, não quer dizer que ele está lá, apenas que no momento que observou ele estava por um breve período.
Não se deve ler pesquisadores da consciência "como verdade" assim como a minha própria opinião não deve ser levada como verdade para os outros, mas ter sua própria experiência.

Como você citou jesus, também vou citar

“Não há profeta sem honra, a não ser em sua própria terra, e em sua própria casa”.

Nós temos o costume de dar valor a opinião mais inteligentes, o que realmente faz sentido em termos físicos e na ciência objetiva.
Mas quando você quer aprender sobre a consciência, você é o seu próprio "profeta".
A sua própria casa é você percebendo o seu próprio corpo e consciência, a forma como duvidamos de nós mesmos quando determinado assunto é desconhecido por todos.

Isso fica mais óbvio quando você procura sua amiga que conhece mais que você da história de Hécate, procura na internet sobre Hecate.
Usa conceitos assumidos por outra pessoas, em vez de criar o seu próprio, assumindo que você conversou com sua própria ideia de Hécate.

Acho que esse trip tem duas opções, você evitar ela ou tenter entender seus próprios conceitos, como se você conhecesse alguém e projetasse o seu próprio "preconceito" sobre ela, em vez de perguntar diretamente, já que teve a oportunidade.
Um exemplo é que bruxas eram queimadas na idade media, mas elas realmente eram bruxas? Talvez fossem, mas você tem certeza quando te falam que queimaram uma? Não pensa que poderia ser apenas uma pessoa boa ou inteligente e que causava medo nos outros?

o recado final era esse, foi tudo da e na sua cabeça.

O que responde mas não responde não é?
Se há a possibilidade do próprio universo for tudo da e na sua cabeça.

"O universo não é da minha cabeça"
Você tem certeza? Eu não. Se tivesse, responderia muita coisa e simplificaria tudo.

Acho que o melhor pensamento que você pode ter na trip é de que nada consegue afetar seu corpo físico lá, mesmo que alucinações possam causar dor e sensação de morte. Mas se você assume que o cogumelo forma uma "barreira" em volta de você.

Digamos que sua consciência fica fora da água gelada, o cogumelo é uma roupa a prova d'água que você coloca no pezinho só pra ficar com os pés na água.
A minha "teoria" é de que o cogumelo não afeta seu cérebro diretamente.
Mas de que coloca a roupinha que protege e a conscience sente que pode nadar sem medo, entrando em lugares que seria perigoso entrar sem a roupa de proteção.

Pelo na menos na minha experiência, se algo realmente pudesse me afetar, eu já estaria morto, dilacerado ou no inferno.

Por isso quando você consegue internalizar essa mentalidade, de que a trip sempre passa, você consegue interagir com "figuras" que você mesmo projeta sem medo.
Para resumir, seria como se você visse o diabo e em vez de ficar assustado com o que ele quer fazer com você, por estar protegido, você tem a liberdade de perguntar pra ele porque ele é assim, o que levou a fazer isso e o que mais quisesse perguntar e fosse de deu interesse.

Como você falou, parecia muito real pra você, como se fosse uma consciência separada da sua, parece uma boa forma de aprender por perspectivas diferentes. Se tem alguma parte de você que seja Hécate ou se idenfique com aquilo, é a forma mais direta de aprender.
 
@Texugo ,
Sobre os autores e o que acredito no que se refere a Trips:
Eu sempre fui mais na linha de Timothy Leary/Ram Dass. Acredito nos benefícios químicos que a substância provoca no cérebro, tanto que após cada trip eu sempre trabalho por umas duas semanas no meu potencial máximo e me sinto mais relaxado, independente da trip ter sido boa ou 'bad'.
A trip pode ser sugestionada, tanto pelo set quanto pelo setting. No meu caso, eu criei um set e um setting dignos de uma hell-trip. De modo que sou responsável pelo que fiz e senti... o ponto que ainda não obtive uma resposta satisfatória é "porque raios fiz isso?" - Será que queria uma experiência mística? visitar Nárnia ou algum tipo de paraíso/inferno?... sim, era por aí... mas o realismo que tive foi alto a ponto de sair atordoado do que eu mesmo criei.
E tá tudo certo... passou uma semana e sinto que o meu crescimento no mundo real foi bom.

E um fator interessante... nunca mais achei a música na playlist hahaha... fato em comum contigo.
 
Diálogo interessante, principalmente pros novos, como eu, que podem vir a passar por algo similar.
Acredito que de fato seja tudo da nossa mente e inconsciente.

Mas acredito também que abre uma porta mediúnica e podemos ser mais influenciados pelos espíritos que nos cercam, principalmente o obssessores.
 
Diálogo interessante, principalmente pros novos, como eu, que podem vir a passar por algo similar.
Acredito que de fato seja tudo da nossa mente e inconsciente.

Mas acredito também que abre uma porta mediúnica e podemos ser mais influenciados pelos espíritos que nos cercam, principalmente o obssessores.
Essa semana comecei a fazer a pós sobre o uso de psicodélicos e acabei de ter uma aula com Costa Rebelo, sobre o uso das medicinas. Embora ele fale mais da Ayahuasca, citou as demais medicinas, e colocou um ponto interessante - A planta (que pode ser o cogumelo também) te coloca num ônibus, e você entra numa viagem, mas a viagem é sobre você mesmo. A planta é só o motorista desse ônibus.
O onibus é esse portal... a sua própria consciente. A planta só guia a sua consciencia.
Aquilo que você alimentou nos dias anteriores, ou na vida, vai te ser mostrado... Cara, é um bagulho louco, é a planta usando a tua mente para te mostra o que você precisa ver.

E cabe sim enfatizar o respeito às medicinas.
mesmo nas bad trips que tive aprendi mais sobre mim, de modo que não há viagem ruim se estivermos dispostos a nos suportar.
Boas Trips!!!!
 
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