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100% colonizado, o que fazer?

  • Criador do tópico Criador do tópico NeuroFX
  • Data de início Data de início

NeuroFX

Viajante
Membro da Staff
Cultivador confiável
23/01/2005
904
83
Bom, estou abrindo esse tópico devido a uma discussão sobre o que fazer após a colonização dos frascos estarem em 100%. Como o Cygnus abriu o assunto, achei melhor não discuti-lo no diário do Psylótico777, já que o espaço lá não é pra isso.

Citando a mim:

O ato de virar os copos de cabeça pra baixo sob luz indireta é que recomenda-se deixar os copos por cerca de 10 dias após a superfície estar 100% colonizada pra que o interior tb colonize bem. A iluminação é para que ocorra pins ainda dentro do copo. Eu acho essas duas teorias meio questionáveis, mas isso é papo pra outro tópico.

E citando o grande Cygnus X1:

Será válido deixar os bolos sob luz indireta de ponta cabeça por alguns dias?"

1 - SIM. É bastante válido vc deixá-los na luz indireta e até direta, inclusive é ainda mais interessante vc só tirar os bolos dos copos depois de certificar-se q já estão nascendo pins e primordias.

Posso pensar em umas boas razões pra fazer isso ao invés de colocar no terrário antes dos pins estarem formados: tirá-lo do copo envolve expor o micélio ao ambiente externo (leia contaminantes), o terrário é um ambiente mais difícil de controlar em termos de calor, luminosidade e oxigenação do que um copinho cheio de micélio dentro e relativamente bem fechado e por fim é bom vc já ter a certeza de q os bolos irão frutificar antes de colocá-los no terrário pois sempre é possível q uma contaminação cresça rapidamente sobre o micélio de um bolinho aparentemente saudável, e assim vc suja seu terrário inteiro e todos os bolinhos q estarão dentro dele.

Então, citando dois casos experimentais (as condições do terrário foram iguais para ambos, exceto a umidade relativa do ar - externa - que não foi medida):

Caso 1: Um bolo 95% colonizado foi posto no terrário, pois dentro do copo, mesmo com entrada de ar (micropore), o micélio não evoluia (já estava pegando luz por 12 dias). Após ter ido para o terrário, em seis dias o micélio colonizou o substrato que faltava e iniciou os pins dando uma bela frutificação. Apesar de estar 95% colonizado, o bolo, por sorte, não contaminou.

Caso 2: Colonização demorada (~30 dias). Exposição à luz indireta por três semanas ou talvez um pouco mais. Bolo colocado no terrário. Demora no surgimento de pins. Frutificação fraca e muitos abortos.

Eu acho o seguinte:

A capacidade de formação de pins dentro do copo é muito variável a meu ver. Muitas vezes se espera demais para que aconteça e nada. Creio que essa latência não seja benéfica ao bolo.

O microclima do copo oferece maior estabilidade, pois os níveis tendem a se manter, entretanto esses níveis podem estar sendo prejudiciais (a nível de frutificação) e vc não tem como melhorar. Já no terrário pelo menos os níveis de umidade, CO2 e temperatura ótimos podem ser controlados ou aproximados e o boost acontecer.

Eu atualmente prefiro adotar a idéia de que o copo é apenas um ambiente para construção de imunidade (leia-se colonização superficial que dificulta, mas não impede o aparecimento de contaminantes, como disse o Cygnus). Uma vez 100% colonizado por que não prover o micélio fresco com as condições ideais para seu desenvolvimento? Não vejo a lógica de aguardar o início de pins, que pode levar um tempo bastante variável, no qual vc mantém o micélio em condições incertas que podem acarretar consequências danosas na frutificação, ou talvez até o início de uma possível senescência (autodestruição do micélio).
 
Eu nunca fiquei sabendo desse problema (ou possível problema) em deixar o bolo dentro do copo por mais tempo, a espera dos pins ali mesmo. Para mim, sempre foi uma questão variável, que não existisse um modo correto e um errado.

Alguns lugares dizem que o momento ideal de colocar os bolos no terrário é quando se vê os pins começarem a aparecer na superfície do copo, e outros não falam nada quanto a isso.

Achei um bom tópico, de repente conseguimos uma resposta mais direta sobre isso, esclarecendo a situação.
 
Mas como dizer se esses 100% de colonização são realmente 100% de sucesso do cubensis, muitos bolos aparentam 100% de sucesso mas logo após serem expostos ao terrário eles contaminam, ou melhor manifestam a contaminação latente?

De acordo com as minhas observações um bolo q já está frutificando, isto é, já está apresentando pins e primordias e assim vai, muito raramente contamina enquanto frutifica. Diria q é o momento mais forte do metabolismo do bolinho, isto é, um bolo q está frutificando é um bolo comprovadamente saudável (mas nem sempre, já rolaram contaminações durante frutificação, mas com uma iincidência muito menor), bolos pré contaminados quando frutificam são em uma questão de desespero, e acabam manifestand outros sintomas ainda mais esquisitos, logo após frutificação observamos q esse bolo desesperado acaba manifestando os sintomas da contaminação em si e/ou simplesmente não frutifica mais.

Pessoalmente não posso afirmar q controlar a umidade e temperatura de um terrário seja tão fácil quanto controlar a umidade e temperatura de um bolinho ainda dentro do copo, dentro do copo certamente vc vai ter umidade alta o suficiente e uma troca gasosa muito boa dois fatores cruciais pra iniciar uma boa frutificação, a temperatura é ainda mais fácil de controlar basta colocar os copos em um lugar fresco. O espaço entre superfície do bolo e superfície interna do copo é sem dúvida nenhuma um grande estimulante à frrutificação, volto à discussão q está rolando em relação aos casings q só frutificam pelas bordas, essas bordas são equiparáveis ao espaço entre superfície do bolo e superfície interna do copo.

Claro q consigo observar ótimos beneficios de levar os bolos rapidamente ao terrário, entre eles: melhor umidificação pré frutificação (coisa q é faca de dois gumes, pois umidificação em excesso pode abortar tudo, mas pode tbm ser um grande estímulo a flushs magnanimos), se o bolo é um bolo saudável então quanto mais jovem for mais saudável será, isso é, quanto mais jovem for o micélio mais forte em termos de imunodeficiência e tolerância à variações ambientais e também serão melhores as frutificações.

Meu argumento em favor da espera por manifestações de primordia e pins é baseada no controle maior q se espera ter sobre os bolos ainda incubados... enquanto q o controle do microclima do terrário é uma coisa de feeling e intuição, um bolo incubado é uma questão de método de preparo e conservação.

Ainda apresento mais um questionamento: se o tempo de início da frutificação é variável, como de fato é muito variável mesmo, então qual o benefício de colocá-los no terrário se o tempo vai ser tão variável quanto dentro do copo?

Digo isto pq muitas vezes já coloquei bolos recém colonizados pra frutificar e já aconteceu tanto frutificações mais rápidas como em certas ocasiões demorou mais do q 3 semanas pra frutificar.

ps. : Em relação a casings esse problema é ainda maior, pq o casing acaba ficando encharcado demais o q contribui muito à compactação do casing layer ao longo desse tempo todo de starter da frutificação... mas isso não precisa entrar como argumento na discussão dos bolinhos, é só uma observação em relação à indução da frutificação.
 
ah sim, já respondo à minha própria pergunta aqui:

"então qual o benefício de colocá-los no terrário se o tempo vai ser tão variável quanto dentro do copo?" (é horrível quando vc cita a si mesmo)

Aclimatização do bolo.
 
Muito bom!

Eu sempre achei mais fácil a idéia de manter umidade e temperatura dentro do copo mais simples e fácil do que em um terrário. Basicamente, tudo depende do cuidado na preparação, e depois vai meio que sozinho. No terrário tem que se controlar tudo para evitar problemas, e estando ao ar livre é sempre mais complicado.

Agora uma outra pergunta: no caso então, os micélios mais jovens são mais "fortes" contra contaminações que podem estar ameaçando o bolo. Porém, não compensa você colocar no terrário os bolos de cara em função dos micélios estarem mais fortes assim se você então percebe que apenas a superfície estava colonizada. Acredito que, quanto mais bem formada a colonia, mais forte será também, correto? Enfim, parece então que o que acontece é uma opção, algo meio-termo entre as duas possibilidades, se possível. Um comprometimento.

Enfim, discussão muito legal, novas dúvidas tiradas e idéias boas.
 
Cygnus X 1 disse:
Mas como dizer se esses 100% de colonização são realmente 100% de sucesso do cubensis, muitos bolos aparentam 100% de sucesso mas logo após serem expostos ao terrário eles contaminam, ou melhor manifestam a contaminação latente?[...]

[...]Pessoalmente não posso afirmar q controlar a umidade e temperatura de um terrário seja tão fácil quanto controlar a umidade e temperatura de um bolinho ainda dentro do copo, dentro do copo certamente vc vai ter umidade alta o suficiente e uma troca gasosa muito boa dois fatores cruciais pra iniciar uma boa frutificação, a temperatura é ainda mais fácil de controlar basta colocar os copos em um lugar fresco.


Opa! É verdade, fica difícil saber em qualquer ocasião. Levemos o debate tendo um ambiente ideal, livre de contaminações. A minha questão é se o terrário regulado não oferece condições mais propícias para uma melhor frutificação. No copo vc não tem controle, na verdade vc tem apenas uma certa estabilidade dos níveis. Concordo que no copo é muito mais fácil dos níveis serem mantidos, portanto se estiverem próximos ao ideal o cultivador terá muita sorte. Concordo tb que a umidade e troca gasosa tendem a ser suficientes quando o substrato é bem preparado e o processo feito corretamente, porém esse parâmetros são incapazes de serem medidos e podem estar longe de proverem uma boa frutificação.

Da mesma forma que o copo protege ele nos impede de agir em função do bolo. Numa incubação, por exemplo, por descuido do cultivador, o bolo pode perder umidade em função de alta temperatura. Talvez essa perda de umidade impeça ou dificulte a formação de cogumelos. Portanto creio que a "segurança" de manter o bolo no copo seja relativa.

Cygnus X 1 disse:
O espaço entre superfície do bolo e superfície interna do copo é sem dúvida nenhuma um grande estimulante à frrutificação

Não sabia disso. Por quê?

Cygnus X 1 disse:
Ainda apresento mais um questionamento: se o tempo de início da frutificação é variável, como de fato é muito variável mesmo, então qual o benefício de colocá-los no terrário se o tempo vai ser tão variável quanto dentro do copo?
Digo isto pq muitas vezes já coloquei bolos recém colonizados pra frutificar e já aconteceu tanto frutificações mais rápidas como em certas ocasiões demorou mais do q 3 semanas pra frutificar.

É outra questão. Um ponto que observo é que sempre que os bolos são postos no terrário em poucos dias eles parecem estar mais vivos, mais brilhantes, enfim, saudáveis. Talvez haja uma mudança benéfica no metabolismo micelial quando este vai pro terrário em boas condições. Tb já vi bolos recém-colonizados demorarem semanas pra frutificar no terrário e terem uma frutificação fraca. Mas aí a gente cai na questão sobre qual fator provocou a baixa frutificação, talvez seja a strain ou qualquer outro fator que não tenha a ver com o fato deles terem ido cedo pro terrário.

Com tanta variação, afinal, qual fator é mais preponderante na frutificação: condições ambientais ou strain?

[]'s
 
"O espaço entre superfície do bolo e superfície interna do copo é sem dúvida nenhuma um grande estimulante à frrutificação"

"Não sabia disso. Por quê?"

Pq é nesse lugar onde a umidade relativa, O2/CO2 e temperatura estão na condição ideal. e ainda sobra espaço pra formar o primordia e deixar este se desenvolver com menos restrições.

" Com tanta variação, afinal, qual fator é mais preponderante na frutificação: condições ambientais ou strain?"

Vai saber, isso deve ser bem variável, isto é, de vez em quando só pq a strain é forte mas as condições nem tão lá essas coisas vc tem uma ótima frutificação, em outras condições vc tem uma boa frutificação pq a strain por acaso está de acordo com as especificações climáticas do seu terrário/ambiente. Pode se falar toscamente q a strain vai definir os fenótipos q serão manifestados, tipo, tamanho do cogumelo, coloração, potência, tendência à abortar, etc etc etc e o ambiente vai permitir q as características se excedam ou não, tipo, um ambiente bem controlado (***) com certeza absoluta estimula o desenvolvimento perfeito dos pins, o crescimento dos cogumelos até seu tamanho máximo sem o menor detrimento da potência, estimula o sistema imunológico sem falar no fato q desestimula os condicionantes negativos tipo contaminações, excessos de qualquer um dos fatores, etc etc etc.


*** = um ambiente bem controlado não é necessariamente o com melhor tecnologia, é simplesmente aquele ambiente q vai ter mais monitoração, isto é, melhor monitorado ou mais monitorado, em termos de tempo dedicado à observação do andamento do terrário enquanto está na frutificação. De uma forma piegas: é o cultivo q foi feito com carinho e dedicação.
 
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