- 24/10/2012
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Aconteceu há pouco mais de dois meses.
Um amigo comprou um desses kits de cultivo e produziu uma leva de B+. Enteógenos sempre despertaram o meu apreço e curiosidade, então não hesitei em aceitar o convite que ele fez.
Numa casa grande, eu e mais 7 amigos tomamos.
Estava combinado pras 10 da manhã. Acordei umas 9 e pouco, não comi nada - pra respeitar o jejum indicado - e fui pra lá. Me lembro de ter chegado umas 10 e pouco, receoso de que estivesse atrasado. Na real todo mundo se atrasou (era óbvio que isso iria acontecer num sábado de manhã ) e acabou que quando tomamos já era quase duas da tarde.
Apesar disso, reinava um clima de tranquilidade. Desde as 10 ficamos fumando baseados e tava rolando um som legal, num baita amplificador que o mesmo cara que cultivou os B+ levou.
Os cogumelos já estavam secos. Trituramos no liquidificador e pesamos 2 gramas pra cada um. Colocamos no meio de um pão com doce de leite e comemos.
Até então eu já tinha tido experiências com LSD (todos com gosto amargo, o que me deixa em dúvida sobre o quanto realmente eram LSD) e uma única trip com Sálvia divinorum extrato 5x, que me proporcionou um viagem nível 1~2. Era algo semelhante a isso que eu esperava.
Cerca de 30 minutos depois de ingerir - ainda fumando vários baseados - o som começou a me atrair. Me lembro que tava rolando um Yes, mas não lembro especificamente qual album. O que eu sei é que aos poucos a textura dos objetos parecia distorcer-se e o epicentro da distorção vinha da sala onde estava o amplificador. Fui para lá.
A partir daí a experiência foi altamente pessoal e introspectiva. O som variava de rock psicodélico a música clássica; de olhos fechados, minha imaginação criava sensações indescritíveis induzidas pelas harmonias. Fiquei curtindo esse estado maravilhoso por o que eu acredito que tenha sido algo em torno de uma hora e meia. Junto comigo estavam +4 dos que tinham tomado e o cultivador (que, fiquei sabendo só depois, tinha tomado um ácido ). Nessa altura, decidi ir ver onde estavam os outros três: mais ou menos no momento que eu tinha ido pro som, eles saíram pra rua - a casa tem um pátio gigantesco de mata atlântica preservada. Me levantei, vi que estavam sentados no sofá da sala e decidi me juntar a eles. Esse foi o momento das risadas descontroladas. Parecíamos todos embriagados e tudo era motivo pra uma maré incontrolável de gargalhadas. Aos poucos as risadas foram parando e cada um parecia entrar numa viagem individual, olhando fixamente para o nada. Me levantei, com o equilíbrio afetado, e voltei pra sala do som. Dessa vez as sensações maravilhosas voltaram ainda mais intensas. A música parecia induzir um filme multidimensional dentro da minha cabeça. Em alguns momentos eu ria a risada inocente de uma criança, em alguns chorava comovido. Fiquei lá mais o que eu acredito ter sido umas duas horas. Quando abri os olhos, todos já haviam levantado e estavam na sala. Fui pra lá. Nesse momento tive um princípio de bad trip... As pessoas falavam e eu não conseguia entender direito: as palavras pareciam vazias. Ao mesmo tempo eu não conseguia me expressar, dizer o que queria dizer, usando palavras. A impressão que eu tive foi que todos já haviam saído da experiência, enquanto eu ainda estava totalmente dentro. Também me assustei um pouco com a grande dilatação da pupila de todos, que criava um aspecto 'vidrado'. Aos poucos essa situação começou a me enojar e senti uma ânsia de vômito. Me levantei e sentei do lado de fora. Nesse momento senti a pressão muito baixa e fui pra beirada do mato, com a certeza de que iria vomitar. Sentei na grama enquanto suava frio, com uma sensação agoniante muito ruim. Cheguei a botar o dedo na goela, mas o vômito não veio. Se passaram uns 2 minutos... Acho que a brisa no corpo molhado me acalmou. De uma hora pra outra voltei a me sentir bem de novo. Dei uma passada no banheiro e vi que minhas pupilas também estavam mega dilatadas, o que me tranquilizou em relação a cara dos outros. A partir daí já me senti fora da experiência, mas permaneceu até a hora em que eu fui dormir uma sensação de percepção expandida. As cores e luzes continuavam mais brilhantes e eu percebia detalhes que nunca tinha visto antes (ou, melhor, que normalmente ignoro). Cheguei em casa, fui direto pra cama e dormi .
Um amigo comprou um desses kits de cultivo e produziu uma leva de B+. Enteógenos sempre despertaram o meu apreço e curiosidade, então não hesitei em aceitar o convite que ele fez.
Numa casa grande, eu e mais 7 amigos tomamos.
Estava combinado pras 10 da manhã. Acordei umas 9 e pouco, não comi nada - pra respeitar o jejum indicado - e fui pra lá. Me lembro de ter chegado umas 10 e pouco, receoso de que estivesse atrasado. Na real todo mundo se atrasou (era óbvio que isso iria acontecer num sábado de manhã ) e acabou que quando tomamos já era quase duas da tarde.
Apesar disso, reinava um clima de tranquilidade. Desde as 10 ficamos fumando baseados e tava rolando um som legal, num baita amplificador que o mesmo cara que cultivou os B+ levou.
Os cogumelos já estavam secos. Trituramos no liquidificador e pesamos 2 gramas pra cada um. Colocamos no meio de um pão com doce de leite e comemos.
Até então eu já tinha tido experiências com LSD (todos com gosto amargo, o que me deixa em dúvida sobre o quanto realmente eram LSD) e uma única trip com Sálvia divinorum extrato 5x, que me proporcionou um viagem nível 1~2. Era algo semelhante a isso que eu esperava.
Cerca de 30 minutos depois de ingerir - ainda fumando vários baseados - o som começou a me atrair. Me lembro que tava rolando um Yes, mas não lembro especificamente qual album. O que eu sei é que aos poucos a textura dos objetos parecia distorcer-se e o epicentro da distorção vinha da sala onde estava o amplificador. Fui para lá.
A partir daí a experiência foi altamente pessoal e introspectiva. O som variava de rock psicodélico a música clássica; de olhos fechados, minha imaginação criava sensações indescritíveis induzidas pelas harmonias. Fiquei curtindo esse estado maravilhoso por o que eu acredito que tenha sido algo em torno de uma hora e meia. Junto comigo estavam +4 dos que tinham tomado e o cultivador (que, fiquei sabendo só depois, tinha tomado um ácido ). Nessa altura, decidi ir ver onde estavam os outros três: mais ou menos no momento que eu tinha ido pro som, eles saíram pra rua - a casa tem um pátio gigantesco de mata atlântica preservada. Me levantei, vi que estavam sentados no sofá da sala e decidi me juntar a eles. Esse foi o momento das risadas descontroladas. Parecíamos todos embriagados e tudo era motivo pra uma maré incontrolável de gargalhadas. Aos poucos as risadas foram parando e cada um parecia entrar numa viagem individual, olhando fixamente para o nada. Me levantei, com o equilíbrio afetado, e voltei pra sala do som. Dessa vez as sensações maravilhosas voltaram ainda mais intensas. A música parecia induzir um filme multidimensional dentro da minha cabeça. Em alguns momentos eu ria a risada inocente de uma criança, em alguns chorava comovido. Fiquei lá mais o que eu acredito ter sido umas duas horas. Quando abri os olhos, todos já haviam levantado e estavam na sala. Fui pra lá. Nesse momento tive um princípio de bad trip... As pessoas falavam e eu não conseguia entender direito: as palavras pareciam vazias. Ao mesmo tempo eu não conseguia me expressar, dizer o que queria dizer, usando palavras. A impressão que eu tive foi que todos já haviam saído da experiência, enquanto eu ainda estava totalmente dentro. Também me assustei um pouco com a grande dilatação da pupila de todos, que criava um aspecto 'vidrado'. Aos poucos essa situação começou a me enojar e senti uma ânsia de vômito. Me levantei e sentei do lado de fora. Nesse momento senti a pressão muito baixa e fui pra beirada do mato, com a certeza de que iria vomitar. Sentei na grama enquanto suava frio, com uma sensação agoniante muito ruim. Cheguei a botar o dedo na goela, mas o vômito não veio. Se passaram uns 2 minutos... Acho que a brisa no corpo molhado me acalmou. De uma hora pra outra voltei a me sentir bem de novo. Dei uma passada no banheiro e vi que minhas pupilas também estavam mega dilatadas, o que me tranquilizou em relação a cara dos outros. A partir daí já me senti fora da experiência, mas permaneceu até a hora em que eu fui dormir uma sensação de percepção expandida. As cores e luzes continuavam mais brilhantes e eu percebia detalhes que nunca tinha visto antes (ou, melhor, que normalmente ignoro). Cheguei em casa, fui direto pra cama e dormi .