- 14/01/2008
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Faz uns 3 anos, eu e meu sobrinho fomos ao casa de um amigo, que é caseiro num sitio com muitas vacas. Já era tardezinha, quase escuro quando nos caminhávamos pelo pasto a procura dos cubensis. Havia chovido muito dias atrás. Nossa, quase estava desistindo quando avistei por milagre dois pequenos com o chapéu firme e bem dourado. Peguei os dois, trouxemos para casa. Fiz chá com eles adicionei no liquidificador, bati com frutas e tomei tudo, fui para meu quarto, fiquei no computador teclando nas salas de papo esperando algum efeito que não sabia nem como era, fui percebendo alteração na consciência, a cor azul na tela do micro se destacava, tornando-se mais viva. Meu sobrinho bateu a porta perguntando se estava bem, disse sim e fechei a porta. Eu não queria ver ou falar com ninguém, estava num estado de introspecção ao extremo, o simples fato de pensar em alguém me chamando me irritava. Fui sentido aquele efeito estranho, até que senti que alguém queria falar comigo dentro da minha mente, aquilo já tinha sentido usando maconha, mas era diferente, era mais profundo, envolvendo minha psique, após uma hora botei a mão nos olhos, essa era uma posição confortável para ter a visão, aí começou a “aula”; o rapaz se apresentou e começou a falar comigo e usando também de um filme que eu ia assistindo bem nítido. Ele disse que eu precisava ver aquilo, era uma mulher com barrigão indo na maca, entrando no hospital, para ter o bebe, logo já reconheci que era minha mãe, mas bem mais jovem. Ela entrou na sala cirúrgica os médicos já foram cortando a barriga dela e tiraram a criança que eu sabia ser eu mesmo. Aquela cena de um filme que eu assistia na minha própria mente era muito viva, podia ver o suor que escorria do rosto da minha mãe. Todo aquele sangue, haaaff, não queria olhar, mas o rapaz que estava ao meu lado me conduzindo fui duro e firme comigo, ele dizia: Olha, você tem que olhar !!. Olha o que sua mãe fez por você ! Acha que alguém em toda sua vida vai poder te fazer algo parecido, te agüentar nove meses na barriga, ir ao hospital, abrir a barriga ao meio para poder tirar você de dentro. Eu olhava, mas virava o rosto, aiff, aí eu caí em prantos, chorei muito, era uma cena forte, embora chocante, era muito lindo ver meu próprio nascimento. Eu tinha consciência que estava no meu quarto com a mão no rosto, mas toda minha mente estava deslocada para aquela experiência, era como um sonho, nada acontecia ao meu redor, só havia eu e aquela “aula” com o “professor”, eu não via o rosto dele, mas conseguia ver estrutura psicológica, a textura do cabelo, e roupa toda branca, tipo medico. Depois passou o efeito, enxuguei as lagrimas e voltei ao normal, em fim, fui uma viagem muito proveitosa, fui uma ótima lição, não tive por anos um relacionamento muito amigável com minha mãe, mas ela mudou, eu mudei e hoje somos amigos, sou mais tolerante com ela, pude ver algo que eu sabia, mas nunca dei valor; hoje tenho o sentimento de gratidão pela minha mãe, por ela ter me produzido na própria barriga.
Fiquem com Deus !
“Droga, é o segundo copo de água depois do primeiro ter matado a sede” Yoko Ono
Fiquem com Deus !
“Droga, é o segundo copo de água depois do primeiro ter matado a sede” Yoko Ono