A xerostomia (também conhecida como boca seca ou secura da boca) é um sintoma relacionado à falta de saliva.
A xerostomia pode causar dificuldade em falar e comer. Também pode levar à halitose (mau hálito) e aumento dramático de cáries dentárias, já que o efeito de proteção da saliva não está presente, e também pode fazer com que a mucosa da boca se torne mais vulnerável a infecções.
A língua pode mostrar deficiência pela atrofia das papilas, inflamação, fissuração, rachaduras e até desnudação. O indivíduo portador de xerostomia apresenta sensibilidade, ardência, queimação e dor na mucosa da língua.
A xerostomia crônica predispõe à cárie dental aguda, complicações periodontais e perda subseqüente dos dentes. O paciente apresenta dificuldades para utilização de dentaduras e incômodos com aparelhos protéticos devido à secura da boca.
O volume de saliva secretada, em condições basais de repouso está em torno de 1 ml/min, o que totaliza diariamente um volume de 1000 a 1500 ml/dia (em média 1200 ml/dia). As variações deste volume como as de composição da saliva devem-se à ação de fatores controladores da secreção salivar, sendo o fundamental o sistema nervoso autônomo. Por meio do controle neuro-autônomo, tanto o simpático como o parassimpático influem sobre o formação da saliva; porém o segundo é o mais importante, como para as funções digestivas em geral.
Dentre os diversos fatores que podem ocasionar a xerostomia, ela também pode estar associada a uma reação emocional como a do estresse tendo em vista que a atividade das nossas glândulas salivares depende, dentre outros fatores, do equilíbrio do nosso Sistema Nervoso. O estresse provoca desequilíbrio desse sistema, diminuindo a produção de saliva, de forma que a secreção dessa é controlada pelo sistema nervoso autônomo - parassimpático e simpático.
O sistema nervoso simpático induz a produção da adrenalina, hormônio vasoconstritor produzido pela adrenal e ainda estimula a contratilidade de certas células (mioepiteliais) que envolvem as regiões responsáveis pela produção de saliva. O resultado dessa estimulação é a expulsão da saliva pré-formada, aumentando transitoriamente o fluxo salivar. Após alguns instantes , o fluxo salivar começa a diminuir devido à redução da irrigação sanguínea determinada pela vasoconstrição simpática (redução do calibre do vaso e conseqüente diminuição da irrigação sanguínea). Sendo assim, quando há uma hiperatividade simpática a boca fica seca, podendo até ocorrer dor e dificuldade na deglutição.
A nível molecular, as células serosas das glândulas salivares possuem organelas para síntese, armazenamento e secreção de proteínas, portanto, elas possuem abundante retículo endoplasmático granular, complexo de Golgi bem desenvolvido além de ribossomos livres e mitocôndrias em torno das cisternas do retículo endoplasmático granular e do complexo de Golgi. A partir de uma situação de estresse muito recorrente ou duradoura, ocorrerá uma deficiência da produção de anticorpos, enzimas e na neutralização da acidez da boca. Esses fatores vão desencadear os sintomas já descritos da xerostomia.
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