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Você acha errado vender cogumelos santos, mas faz trocas por outros psicoativos?

ExPoro

Enteogenista Apaixonado pela Vida
Cultivador confiável
14/04/2015
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Então, escambo é comércio de qualquer forma.

Já vi muita gente no fórum criticando quem vende, e depois fala que troca "nuns back", "nuns quadrado"... :facepalm:

Bem, aqui vai a dica: moralmente falando, não há diferença entre venda (produto por dinheiro) para escambo (produto por produto).

Eu já dei minha opinião sobre vender ou não, no tópico adequado, e minha posição pessoal sacramental sobre os santos. Mas não é sobre isso esse tópico. É sobre simplesmente que trocar = vender, e coerência de pensamento. Não que isso ou aquilo seja certo ou errado - onde há o tópico próprio.

A discussão aqui é outra. Aliás, nem discussão é, ao menos nesta postagem inicial. Só vim mesmo infirmar o que penso e quem quiser que contribua. Leu porque quis. :p

Se você troca cogumelo por qualquer outra coisa, você faz o mesmo que quem vende. :facewall::facewall::facewall:

A questão é só se perguntar se você critica quem vende, e se tocar da sua hipocrisia incoerência caso critique quem venda e no entanto troque uns gramas de cogu por uns gramas de skunk... :vesgo:
 
Última edição:
A questão é... Trocar cogumelos por outra coisa equivalente é o mesmo do que obter lucro ou vantagem financeira sobre cultivo do mesmo??

O problema ao meu ver não é o comercio em si, mas sim a enorme responsabilidade que advém deste comercio.

Pra mim, a comparação é uma grande falácia. E tentarei explicar porquê:

Primeiro: Escambo é feito em menor escala do que o comercio que visa o lucro.
Sabemos disso, ninguém aqui é tão ingenuo ao achar que alguém vai abrir um site na internet para "trocar seus cogumelos por becks" sem nenhum tipo de dinheiro envolvido. Quem troca cogumelos por outros psicoativos o faz ocasionalmente e sem intenção de lucro.

Segundo: A visibilidade causa prejuízo a nossa comunidade.
A exposição que o comércio de cogumelos gera é enorme para nossa comunidade de cultivadores. Chama a atenção de proibicionistas e consequentemente uma restrição maior. Isso já ocorreu antes diversas vezes, como o caso da Salvia.
Hoje muitos e-shops que vendiam salvia e causaram tudo isso, ficam criando abaixo assinado on line pedindo a liberação da mesma.
Verdadeiro tiro no pé!!

Terceiro: Responsabilidade social e ética.
A maior escala do comércio e maior visibilidade como pode ter observado, estão relacionados de forma direta. E os dois produzem um outro problema... Você não consegue ter o controle de quem está comprando seu produto: É menor de idade? Tem problemas psiquiátricos? Quais as intenções da pessoa em adquirir os cogumelos?
Entre em qualquer e-shop e me responda se eles fazem este controle ou até mesmo quem vende em redes sociais.

No escambo você precisa ter um grau de confiança na pessoa com quem vai trocar de fato vai te retornar algo de valor equivalente, se feito a distancia, o que necessita uma maior aproximação com a pessoa solucionando parcialmente o problema acima, diferente do comércio que a troca é apenas por números que aparecerão na sua conta bancária.
 
Ah, sim, @PsychoEvie, existe a venda regular etc. E todas as questões que você citou acima são válidas, mas estão fora da proposta do tópico, que é puramente ética e a sua tentativa de separação só gera mais confusão em algo que os cogumeleiros que consideram o cogumelo um sacramento invendável também vejam que ele é introcável, porque venda é meramente a evolução da permuta e escambo de produto-produto para produto-dinheiro .

Então, nesse aspecto, quem troca um grama de cogumelo num quadrado de lsd numa festa, faz o mesmo que vender o cogumelo pelo valor da substância obtida. Então, falacioso é afirmar que trocar cogumelo por outra droga não é a mesma coisa que vender cogumelo:
  1. Escambo é feito em menor escala que comércio? Sim. Mas isso não descaracteriza que escambo é eticamente a mesma coisa que comércio: vender ou trocar um cogumelo sagrado é a mesma coisa, moralmente.
  2. A visibilidade causa prejuízo a nossa comunidade? Sim. Mas isso não descaracteriza que escambo é eticamente a mesma coisa que comércio: vender ou trocar um cogumelo sagrado é a mesma coisa, moralmente.
  3. Responsabilidade social e ética? Sim, tudo certo. Mas novamente e com base no que você diz no item, isso não descaracteriza que escambo é eticamente a mesma coisa que comércio: vender ou trocar um cogumelo sagrado é a mesma coisa, moralmente.

A crítica à venda que se vê pelo fórum não recai apenas sobre os vendedores profissionais (que infelizmente você tem razão nos pontos acima, apenas não tem relação com o tópico isso que foi dito). Claro que lojistas não farão escambos, mas o fórum não é para produtores atacadistas, e sim usuários individuais. (Por isso acredito que TEKs de alta produtividade deveriam ser proibidas de discutir neste fórum, como o Bulk - em especial o Bulk, que é a galinha de ovos de ouro dos membros que vem aprender a produzir pra vender). Então vamos falar sobre membros que criticam membros que vendem em uma relação não-comercial, e não membros que criticam lojas que buscam lucro numa atividade organizada.

Como o sujeito que nem sai de casa, só fica nos cogus. Chega um amigo com uma erva de 100 reais a grama, e ele faz a troca de três gramas de cogumelo por uma grama do fumo. Isso é a mesma coisa que ter vendido cada grama por 33,33 reais.

Não tem escapatória. Vender e trocar é eticamente a mesma coisa. Se fulano acha errado vender mas não acha errado trocar, então está sendo incoerente.

E todas as ressalvas que o ilustre amigo do fórum fez? Estão certas. Só não derrubam essa verdade.
 
Última edição:
Demorei responder pois estive bem ocupado nessa semana. Mas vamos lá...
mas estão fora da proposta do tópico, que é puramente ética e a sua tentativa de separação só gera mais confusão
Acho que você não deve ter entendido que todo meu post foi desenvolvido para chegar justamente a questão ética.
os cogumeleiros que consideram o cogumelo um sacramento invendável também vejam que ele é introcável
Pela maioria das pessoas que conversei aqui nesse fórum e fora dele que cultivam cogumelos, não acham ruim a venda de cogumelos por motivos religiosos como você cita. Cogumelo pra mim nunca foi mais sagrado do que um outro alimento qualquer como uma banana. No entanto, concordo plenamente com o comercio de banana. A questão sempre foi ética.
porque venda é meramente a evolução da permuta e escambo de produto-produto para produto-dinheiro .
De maneira simplista assim até é verdade... Mas como me posicionei, meu problema não é a venda de cogumelos.

vender ou trocar um cogumelo sagrado é a mesma coisa, moralmente.
Respondendo ao mantra que você criou... O que você quer dizer não tem nada a ver com moral, até porque moral não é absoluta como você quer dizer...
Acho que você tá querendo ligar mais a semântica do que a questão moral. Já pude explicar bem que por mais que o entendimento entre escambo e comércio pode se equivaler semanticamente a coisas parecidas ou a mesma coisa, eticamente não é!

É a mesma coisa que crer que tomar banho pelado no banheiro da sua casa é a mesma coisa que tomar banho pelado num chafariz em praça publica já que nos dois casos você está tomando banho. Percebe que a questão moral não é imutável e varia de situação pra situação??

Como o sujeito que nem sai de casa, só fica nos cogus. Chega um amigo com uma erva de 100 reais a grama, e ele faz a troca de três gramas de cogumelo por uma grama do fumo. Isso é a mesma coisa que ter vendido cada grama por 33,33 reais.
O "cara da maconha" que aceitou a troca foi forçado a isso?? Não?? Então pra mim tudo tranquilo!!! Simples.
Assim como quem frequenta uma e-shop de cogumelos foi forçado a isso?? Não?? Então não vejo problema da mesma forma.

Mas qual situação chama mais atenção de proibicionistas? Uma relação de troca que vai ficar só ali entre os dois, ou um comercio que visa atrair o maior numero de pessoas possível? É justamente nesse ponto em que situações aparentemente parecidas esbarram em questões morais.

Olha o que disse no inicio do meu post ali em cima.
O problema ao meu ver não é o comercio em si, mas sim a enorme responsabilidade que advém deste comercio.

Isso vai mais além do que a diferença entre venda por dinheiro ou por outras substancias.
Este tópico é otimo pra entender:
Ética, postura e inteligência.

É por isso que o fórum busca não dar mais visibilidade a esse comércio que pode nos afetar negativamente. É uma forma de proteção apenas, pelo menos assim eu encaro...
 
Última edição:
Me posiciono de forma contrária ao relator e acompanho o voto do Dr. @PsychoEvie... kkk

Pessoalmente eu já até dei cogumelos (e outros) para algumas pessoas, mas nem foi escambo, só compartilhar. Eu dou os cogumelos de graça, geralmente vou junto, e se alguém trouxer mais alguma coisa para a roda eu uso também. Sem necessariamente qualquer equivalência em pesos e medidas.

Não levo nada para casa, a não ser aquilo que é para ser levado. (da experiência)

Eu vejo problema no comércio, ou produção para fins de venda ou troca com desconhecidos aleatórios, pela questão ética.

Além disso não apóio dar dinheiro para traficante, que é de onde vem a maioria das outras coisas que não são cogumelos, e também onde pode ir parar o dinheiro conseguido com a venda destes. De que adianta cultivar cogumelos para vendê-los e ir entupir o nariz de pó?? Ou comprar prensado na biqueira? Financiar outras drogas, armas e todo o resto que vem com o tráfico, e assim perpetuar tudo o que a gente vê acontecendo na favela, em alguns casos pela TV. E no horário eleitoral.

Não compre, plante... Ou cultive, no caso.
 
Ao meu ver, o dinheiro já é uma mercadoria de troca, vou explicar melhor.

você trabalha criando galinhas em seu terreno, seu vizinho cria patos, seu outro vizinho planta arroz, já um outro vizinho não cultiva nem cria nada em casa, mas trabalha no cultivo de arroz, você leva alguns dos ovos de suas galinhas para trocar por um pato, depois leva algumas galinhas para trocar por um saco de arroz, o rapaz que trabalha no plantio de arroz recebe 3 sacos de arroz por mês, um dos sacos ele alimenta sua familia e os outros ele usa como troca, toda vez que ele quer trocar por alguma outra coisa ele tem que carregar uma quantia de arroz para trazer outra mercadoria, assim se desgastando na ida e na volta, ambos estão tendo lucro pois estão tendo o que querem, assim estão comercializando.

Esse caso que relatei é o mais pacífico de levar em conta, agora olha a bagunça.

Você quer trocar alguns ovos de suas galinhas por um pato, mas seu vizinho não que ovos de galinha ele quer costelinha de porco, quem cria porcos mora na outra cidade, e quando ele chega lá ele descobre que o criador de porcos quer arroz, e quem quer os ovos é o rapaz que trabalha na fazenda de arroz, mas você não precisa de arroz, e quem tem arroz para trocar não quer pato, bagunça doida né?!

Para organizar um pouco o mundo criou o dinheiro como mercadoria universal de troca.

Veja como evitou o transtorno,

o rapaz trabalhou na fazenda de arroz e recebeu um salário no valor do arroz que ele iria receber, com esse dinheiro ele comprou os ovos que você estava vendendo, você pegou esse dinheiro e comprou o pato, o dono do Pato comprou o pedaço de porco que ele queria e o dono do porco comprou o arroz que faltava na sua casa.

Conclusão: A ideologia de vocês dois estão corretas, mas o dinheiro também é uma mercadoria de troca, só que pode ser qualquer coisa que você imaginar, assim quem troca carimbos não devia falar de quem vende. Essa é a minha opinião
 
assim quem troca carimbos não devia falar de quem vende. Essa é a minha opinião
Quem troca carimbos está trocando ovo por ovo, muda só a cor do pato.

E em geral é uma troca 1:1, ninguém lucra, ou ambos lucram, se contar que ambos agora terão as mesmas cores de pato após a troca.

É claro que, para trocar carimbo por carimbo, você já precisa de pelo menos 1 carimbo, motivo pelo qual abrimos o fórum também para doações.

Uma vez que você já adquiriu um carimbo de uma raça, pode cultivá-la e tirar seus próprios carimbos, independente de como o conseguiu. Mas só precisa do carimbo daquela raça 1 vez.

É diferente de obter cogumelos (ou qualquer outra coisa) para consumo próprio, por meio de dinheiro ou escambo. E vice-versa, cultivar cogumelos, ou tirar carimbos, em quantidade com a finalidade não de consumi-los, mas de trocá-los por outros psicoativos. Dá no mesmo que usar dinheiro, principalmente se alguém comprou aquele psicoativo na boca.
 
Pensar enlouquece.
Tento resumir ao máximo questões assim:

Quer vender? Vende. Sua consciência está tranquila? Não? Então não vende. Ter a consciência tranquila não tem preço. Ou tem?

A questão ética entre vender por lucro e vender na amizade (troca, escambo) é evidente. Só não enxerga quem não quer.
 
Última edição:
E se você considerar a venda de trabalho (a dedicação feita no cultivo,secagem), venda de informação (muita pesquisa que o cultivador faz sobre efeitos, como evitar bad trips, enjoos, escolher os melhores ambientes/amigos pra tomar) e não apenas alguns cogumelos?

Óbvio que vender pra menor seria zoado, mas se pensar por um outro ângulo, aquela pessoa que compra cogumelos pode estar deixando de comprar um papel ruim, que faz mais mal, vem de fontes desconhecidas que podem até estar financiando crimes mais graves. No fim isso não seria algo bom? (óbvio que tem diferença entre você conversar com a pessoa antes, ver se ela está preparada pra coisa e tudo o mais, acho uma baita prostituição do cogu esses sites que vendem indiscriminadamente e caro pra krl)

Antes de começar a tomar cogumelos eu tomava papel, fui várias vezes no pasto procurar, gastei um monte em gasolina, fui ameaçado pelos donos do pasto, desisti. Até que um dia um amigo que manjava mais me levou no lugar certo e na época certa e eu fui agraciado pela belezura kkkk. Tem muita gente que quer tomar cogus, mas não tem tempo/empenho de cultivar ou ir no pasto buscar, eu acho justo recompensar o trabalho do cultivador.

O escambo mais ético ainda eu acho que é o do cogu pela murruga que a própria pessoa plantou, uma troca de trabalho por trabalho.
 
Quem compra cogumelos, quer os cogumelos. Você pode enviar um manual junto, e a pessoa vai tomar os cogumelos antes e só ler depois. Se ela quiser ler bastante antes, melhor ainda. Mas então ela vai ter dúvidas, procurar e achar esse fórum ;)

Aquela pessoa que compra cogumelos, também pode comprar papel, tomar o papel junto com os cogus e ainda fumar um baseado em cima, ou outras coisas, e ter uma experiência bem traumática. Ou fazer besteira e se machucar, acordar num hospital.

A pessoa que compra cogumelos também dá dinheiro para outra pessoa fazer outra coisa com o dinheiro, e esse dinheiro pode estar financiando apenas o próprio comércio de cogumelos, visando o lucro, em detrimento do uso responsável ou terapêutico. Ou pior, indo parar na mão de quem vende o pó que o comerciante cheira, o prensado que ele fuma.

Melhor mesmo seria que essa pessoa não comprasse nada, nem vendesse, apenas cultivasse os próprios para consumo responsável. Que é o que defendemos (defendo) aqui.

Se você quiser trocar com um amigo ou conhecido seu é uma coisa, com um desconhecido na Internet é outra. Se alguma coisa der ruim, o amigo você pode estar lá para ajudar. Para quem você oferece ou apresenta psicoativos, se torna responsabilidade sua, também.

Parafraseando Exupèry: "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cultivas".
 
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