- 17/07/2020
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Boa noite, novos colegas de fórum!
Por mais que eu venha frequentando esse fórum nos últimos dois meses, e tenha tido minha primeira experiência com o psilocybe há três semanas, apenas hoje decidi me registrar e compartilhar esse meu primeiro contato com os cogumelos, e também com a enteogenia. Vou ser bastante sucinto, mas acho importante expor o contexto geral da experiência antes. Também acho bacana acrescentar que meus objetivos com os cogumelos a princípio eram dois: matar a curiosidade, e tentar escrever meus poemas sob um estado mental alterado com vistas a ganhar novas perspectivas coisa e tal, pensei que seria possível kkkkk.
Contexto:
Eu comi 3 gramas de cogumelos desidratados que eu comprei da internet, comi todos de uma vez, sem chá nem nada (e achei bem salgadinho, gostoso kkkk). No dia anterior eu tinha bebido, não muito, não estava de ressaca, mas ainda assim tinha alcool no meu organismo. Eu decidi ficar em casa durante o processo todo, mais especificamente no meu quarto. Atualmente estou morando com meus pais e no momento eles estavam em casa. Era um sábado extremamente frio e nublado. Eu perdi minha avó recentemente, no mês de Abril, minha mão ainda está passando pelo luto. Eu tenho um histórico de abuso de drogas, hoje porém, com exceção do alcool, estou abstêmio. Eu comi um omelete no café e os cogumelos por volta das 13h, fui tomar banho e levar a cabeça algo que me tomou uns 40 min, quando eu sai do banheiro eu percebi que os efeitos tinham começado.
Experiência:
Foi sombria, apesar disso eu não classificaria como Bad Trip porque me falta parâmetros, nos últimos dois meses li muito no fórum, mas a minha viagem ficou num meio termo entre os surtos e os paraísos narrados nos relatos que eu chequei. Nem preciso dizer que não consegui escrever absolutamente nada. Eu deitei, me cobri e fui ver uma série do Steve Gervais, era humor mas bem depressivo kkkkk.
Bom, seja pelos tempos pelo qual estamos passando, seja pela perda da minha vó, nos últimos meses me tomou um certo fascínio pela morte, não no sentido mais imediato e necrótico, mas um fascínio pela ideia de morte em contraposição com a vida. Enfim, de qualquer maneira, eu comecei a perceber que os personagens da séries estavam agindo meio estranho, e tinha uma galera com três cabeças, as vezes três olhos kkkk, claramente era umas ilusões bizarra que eu estava tendo, me assustei um pouco e fui pro youtube.
No youtube eu procurei justamente pelos termos "psicodelia e morte", achei uns videos coloridos e quase que literalmente mergulhei neles, parecia tudo muito real. T.udo isso e eu com um frio cabuloso.
Eu passei a sentir uma certa dificuldade de respirar, mas me controlei, fiz umas respirações lentas e profundas e deu tudo certo. Logo após eu coloquei um álbum de black metal ambiental, com sintetizadores e tal, mas não durou muito, me deu uma agonia tremenda kkkk, então eu simplesmente fiquei deitado num escuro total (fechei tudo) sem fazer nada. Eu tive umas sensações de liberdade, potência e felicidade extrema, me lembro até de me perguntar porque eu não ia pra Nova York naquele exato momento kkkk, lembro também de sentir uma ligação muito forte com pessoas que eu não tenho intimidade nenhuma, no caso o motorista da van que eu pego pra voltar da universidade kkkkkk, loucura.
Passado um tempo eu ouvi minha mãe chorar (ela de fato estava chorando, quase todo dia ela chora) e senti uma vontade muito grande de consolar ela, me lembro até que eu estava pensando que era melhor assim, que minha vó tinha adorado morrer, que na verdade é bom, cara kkkkk, ainda bem que eu não levantei da cama pra dar esse 'consolo de onça' pra minha mãe kkkkk.
Foi chegando o fim da minha experiência e eu passei a enxergar na forma de vertigem, seja com os olhos abertos seja com os olhos fechados, uma runa que eu tenho tatuada no meu pulso. Essa imagem foi recorrente durante um tempo e depois eu passei, não sei se enxergar é a palavra, mas 'imaginar' a tal runa na cara daquele Teletubbie verde kkkkk, foi a última bizarrice dessa experiência.
Resultados:
Apesar de não ter me rendido nenhum soneto kkkk, solidificou com força essa minha pesquisa/jornada sobre a morte. Eu sou formado em filosofia e atualmente estou estudando letras, habilitação de grego antigo, então sou desde há muito tempo fascinado pela filosofia e literatura grega, e sob essa perspectiva, nessas semanas pós experiência, eu passei a estudar a enteogenia e/ou psicodelia. Claro que eu dei de cara na questão dos Mistérios de Elêusis, e pra minha surpresa eu encontrei bastante bibliografia (acadêmica) relacionando a metafísica de Platão (e a filosofia de alguns pré-socráticos) com a enteogenia e/ou psicodelia que rolava nos Rituais Eleusianos (extremamente populares importante entre os gregos antigos), então é com isso que eu vou passar meu tempo nessas férias kkkk.
Bom foi isso, espero que ajude algum inciante que esteja ponderando experimentar ou não (no caso esse meu exemplo é o que NÃO deve ser seguido kkkkkkk). E definitivamente, se rolar outra experiência, não vou novamente subestimar os conselhos dos colegas mais experientes a respeito de como conduzir o processo de maneira séria.
Abraços e se cuidem.
Por mais que eu venha frequentando esse fórum nos últimos dois meses, e tenha tido minha primeira experiência com o psilocybe há três semanas, apenas hoje decidi me registrar e compartilhar esse meu primeiro contato com os cogumelos, e também com a enteogenia. Vou ser bastante sucinto, mas acho importante expor o contexto geral da experiência antes. Também acho bacana acrescentar que meus objetivos com os cogumelos a princípio eram dois: matar a curiosidade, e tentar escrever meus poemas sob um estado mental alterado com vistas a ganhar novas perspectivas coisa e tal, pensei que seria possível kkkkk.
Contexto:
Eu comi 3 gramas de cogumelos desidratados que eu comprei da internet, comi todos de uma vez, sem chá nem nada (e achei bem salgadinho, gostoso kkkk). No dia anterior eu tinha bebido, não muito, não estava de ressaca, mas ainda assim tinha alcool no meu organismo. Eu decidi ficar em casa durante o processo todo, mais especificamente no meu quarto. Atualmente estou morando com meus pais e no momento eles estavam em casa. Era um sábado extremamente frio e nublado. Eu perdi minha avó recentemente, no mês de Abril, minha mão ainda está passando pelo luto. Eu tenho um histórico de abuso de drogas, hoje porém, com exceção do alcool, estou abstêmio. Eu comi um omelete no café e os cogumelos por volta das 13h, fui tomar banho e levar a cabeça algo que me tomou uns 40 min, quando eu sai do banheiro eu percebi que os efeitos tinham começado.
Experiência:
Foi sombria, apesar disso eu não classificaria como Bad Trip porque me falta parâmetros, nos últimos dois meses li muito no fórum, mas a minha viagem ficou num meio termo entre os surtos e os paraísos narrados nos relatos que eu chequei. Nem preciso dizer que não consegui escrever absolutamente nada. Eu deitei, me cobri e fui ver uma série do Steve Gervais, era humor mas bem depressivo kkkkk.
Bom, seja pelos tempos pelo qual estamos passando, seja pela perda da minha vó, nos últimos meses me tomou um certo fascínio pela morte, não no sentido mais imediato e necrótico, mas um fascínio pela ideia de morte em contraposição com a vida. Enfim, de qualquer maneira, eu comecei a perceber que os personagens da séries estavam agindo meio estranho, e tinha uma galera com três cabeças, as vezes três olhos kkkk, claramente era umas ilusões bizarra que eu estava tendo, me assustei um pouco e fui pro youtube.
No youtube eu procurei justamente pelos termos "psicodelia e morte", achei uns videos coloridos e quase que literalmente mergulhei neles, parecia tudo muito real. T.udo isso e eu com um frio cabuloso.
Eu passei a sentir uma certa dificuldade de respirar, mas me controlei, fiz umas respirações lentas e profundas e deu tudo certo. Logo após eu coloquei um álbum de black metal ambiental, com sintetizadores e tal, mas não durou muito, me deu uma agonia tremenda kkkk, então eu simplesmente fiquei deitado num escuro total (fechei tudo) sem fazer nada. Eu tive umas sensações de liberdade, potência e felicidade extrema, me lembro até de me perguntar porque eu não ia pra Nova York naquele exato momento kkkk, lembro também de sentir uma ligação muito forte com pessoas que eu não tenho intimidade nenhuma, no caso o motorista da van que eu pego pra voltar da universidade kkkkkk, loucura.
Passado um tempo eu ouvi minha mãe chorar (ela de fato estava chorando, quase todo dia ela chora) e senti uma vontade muito grande de consolar ela, me lembro até que eu estava pensando que era melhor assim, que minha vó tinha adorado morrer, que na verdade é bom, cara kkkkk, ainda bem que eu não levantei da cama pra dar esse 'consolo de onça' pra minha mãe kkkkk.
Foi chegando o fim da minha experiência e eu passei a enxergar na forma de vertigem, seja com os olhos abertos seja com os olhos fechados, uma runa que eu tenho tatuada no meu pulso. Essa imagem foi recorrente durante um tempo e depois eu passei, não sei se enxergar é a palavra, mas 'imaginar' a tal runa na cara daquele Teletubbie verde kkkkk, foi a última bizarrice dessa experiência.
Resultados:
Apesar de não ter me rendido nenhum soneto kkkk, solidificou com força essa minha pesquisa/jornada sobre a morte. Eu sou formado em filosofia e atualmente estou estudando letras, habilitação de grego antigo, então sou desde há muito tempo fascinado pela filosofia e literatura grega, e sob essa perspectiva, nessas semanas pós experiência, eu passei a estudar a enteogenia e/ou psicodelia. Claro que eu dei de cara na questão dos Mistérios de Elêusis, e pra minha surpresa eu encontrei bastante bibliografia (acadêmica) relacionando a metafísica de Platão (e a filosofia de alguns pré-socráticos) com a enteogenia e/ou psicodelia que rolava nos Rituais Eleusianos (extremamente populares importante entre os gregos antigos), então é com isso que eu vou passar meu tempo nessas férias kkkk.
Bom foi isso, espero que ajude algum inciante que esteja ponderando experimentar ou não (no caso esse meu exemplo é o que NÃO deve ser seguido kkkkkkk). E definitivamente, se rolar outra experiência, não vou novamente subestimar os conselhos dos colegas mais experientes a respeito de como conduzir o processo de maneira séria.
Abraços e se cuidem.