- 14/04/2015
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UM SORRISO DE AMOR APÓS A DESTRUIÇÃO (XP 72)
Escolhi colocar esse relato de duas experiências na área mística por conta de um processo que houve na experiência 72, em que comi cerca de 65 gramas frescas de cogumelo recém-colhidos. Algo que não fazia há certo tempo. Era uma sexta-feira (07/08/2020), e não domingo, porque meu filho viria pro dia dos pais no sábado e ficaria até segunda. Assim, de noite, ingeri e pedi a Deus-Deusa uma experiência mais leve e um tanto divertida, e a tive.
Bem, em certo momento me deitei na cama e refleti sobre diversos eventos que vinham naquela semana que me fizeram magoar pessoas que eu amo. Parado estático com o olhar pro chão, deixei as pálpebras fecharem enquanto procurei visualizar tudo que ocorreria com minha vida caso certa coisa fosse diferente do que é, se eu tivesse ficado com certa pessoa no passado, ou o que ela poderia fazer comigo no presente mesmo.
Enfim, em delírio enteogênico, o tempo se tornou algo diminuto em décadas e pude enxergar uma destruição sem igual sendo feita no que suponho fosse a minha vida e tudo à minha volta, francamente em frangalhos pelos atos daquela pessoa: uma floresta cheia de verde se tornava um poço de lixo atômico e sem vida, com galhos secos saindo de poços de lamas. E então, me veio algo que francamente mal posso compreender e explicar, mas que com semanas me fez mais sentido: um sorriso de amor nos céus, da mesma pessoa que causou essa destruição. Um sorriso de amor verdadeiro, como a dizer "essa etapa foi passada, eu errei muito e destruí tanto porque foi necessário, mas amo muito e agora sim podemos fazer melhor", ou então como se a própria destruição fosse a preparação de um terreno para que eu mesmo possa ser uma pessoa e marido melhor, e o sorriso seria de ver o resultado amoroso daquilo que quando ocorreu achei que era pura dor, mas fazia parte de uma plano maior de Amor que nem ela ainda entendia - então não há porque ela se sentir uma monstra por nada que me fez, ela foi apenas Humana e agiu em seu limite, e assim algo bom surgirá dali.
E isso realmente tem me ocupado a mente. Saber conciliar a oposição entre dois sentimentos que jamais deveriam se integrar. De um lado, uma visceral destruição cheia de rancor e ódio. De outro, naquele mesmo ser que me causou tanto sofrimento, uma infinitude de amor que não podia se expressar quando viva, quando vivos, mas que agora podia olhar pra tudo e pensar no Bem que afinal foi feito, através do sofrimento de ambos.
Me bate um sentimento tão profundo, limpante e paradoxal que acho mais fácil deixar uma lágrima quase vir aos meus olhos e terminar essa frase em três pontos...
Tem mais de 3 semanas isso. A interpretação ainda vai e volta na minha mente. Bem, me levou a dar um passo além na compreensão e amor dessa pessoa. Por razões diversas, me resolvi com ela num certo assunto que conversei recentemente com ela mesma. E não sei se foi a somatória de tudo, toda a mágoa que eu tinha dela simplesmente desapareceu por diversas vezes em que nutriu meu amor e me deixou à deriva ou que escolheu outra pessoa em vez de mim em duas décadas simplesmente... sumiu! Não que eu não saiba o que ocorreu, apenas consegui desfazer um nó de dependência emocional de duas décadas. Me sinto mais feliz e capaz de valorizar e seguir em frente com essa grande amiga e companheira de vida que tenho, sem os rancores das coisas que ocorreram no passado.
Com isso, também consigo analisar algumas coisas e aspectos da personalidade minhas e dela e agir melhor.
...
UM COGUMELO NO DOMINGO DE BOBEIRA (XP 73)
Bem, aí ocorreu que uma semana depois, no domingo que não era meu domingo de imersão (que no fim das contas foi no domingo passado mas que não fiz porque deu goteira aqui em casa então não tinha setting adequado (eu ficar secando pano kkk)), fiz uma colheita com apenas um lindo cogumelo. Ele quase abria um sorriso mágico pra mim e dizia: "e aí, hem? Me come, gostosão! ".
Bem, apesar da vez anterior que tomei um cogumelo de bobeira ter sido ruim (Um Cogumelo e meio dá Onda... e até Bad (xp 71)), me senti bem pra fazer dessa vez. E foi de boa.
Um cogumelo fresco de 9,1 gramas, que me rendeu uma boa sensação de embriaguez numa tarde, enquanto morria de rir assistindo filmes de comédia feitos pra serem vistos quando a gente tá do-i-do. Kkkk
Bem, quem me acompanha sabe que minha religiosidade enteogênica não proíbe o uso recreativo responsável dos meninos santos. Aliás, minha estrutura religiosa é epicurista mas caindo pro hedonismo. Viver os prazeres é uma virtude, enquanto a privação deles é tão prejudicial à alma quanto ser consumido por eles.
Enfim...
DANDO UM TEMPO NO COGUMELO SEM QUERER
Tenho ficado então um período maior que o normal sem tomar cogumelo em imersão (23 dias hoje), por conta de goteira semana passada e gripe nesse fim de semana. Isso de certa forma acho que me deu um respiro pra refletir melhor e deixar as coisas deste ano se integrarem em mim, em que religiosamente fiz as experiências de 15 em 15 dias. Talvez essa pequena pausa de 1 mês seja boa, apesar das pausas de 15 dias, algo pra dar uma quebrada no ritmo e deixar o cogumelo ter mais tempo para a integração com a minha consciência antes de retornar ao trabalho com ele.
Devo confessar que esse "recesso" religioso (como algumas igrejas de ayahuasca costumam fazer uma vez ao ano) me fez um certo bem e deva ser incluso no meu "calendário anual" de enteogenia. Me fez sentir mais confortável mentalmente esses dias ter o descanso. Uma ou duas pausas maiores para descanso e integração mais profundas dos aprendizados acumulados. Algo assim... kkk
E vamo que vamo.
Escolhi colocar esse relato de duas experiências na área mística por conta de um processo que houve na experiência 72, em que comi cerca de 65 gramas frescas de cogumelo recém-colhidos. Algo que não fazia há certo tempo. Era uma sexta-feira (07/08/2020), e não domingo, porque meu filho viria pro dia dos pais no sábado e ficaria até segunda. Assim, de noite, ingeri e pedi a Deus-Deusa uma experiência mais leve e um tanto divertida, e a tive.
Bem, em certo momento me deitei na cama e refleti sobre diversos eventos que vinham naquela semana que me fizeram magoar pessoas que eu amo. Parado estático com o olhar pro chão, deixei as pálpebras fecharem enquanto procurei visualizar tudo que ocorreria com minha vida caso certa coisa fosse diferente do que é, se eu tivesse ficado com certa pessoa no passado, ou o que ela poderia fazer comigo no presente mesmo.
Enfim, em delírio enteogênico, o tempo se tornou algo diminuto em décadas e pude enxergar uma destruição sem igual sendo feita no que suponho fosse a minha vida e tudo à minha volta, francamente em frangalhos pelos atos daquela pessoa: uma floresta cheia de verde se tornava um poço de lixo atômico e sem vida, com galhos secos saindo de poços de lamas. E então, me veio algo que francamente mal posso compreender e explicar, mas que com semanas me fez mais sentido: um sorriso de amor nos céus, da mesma pessoa que causou essa destruição. Um sorriso de amor verdadeiro, como a dizer "essa etapa foi passada, eu errei muito e destruí tanto porque foi necessário, mas amo muito e agora sim podemos fazer melhor", ou então como se a própria destruição fosse a preparação de um terreno para que eu mesmo possa ser uma pessoa e marido melhor, e o sorriso seria de ver o resultado amoroso daquilo que quando ocorreu achei que era pura dor, mas fazia parte de uma plano maior de Amor que nem ela ainda entendia - então não há porque ela se sentir uma monstra por nada que me fez, ela foi apenas Humana e agiu em seu limite, e assim algo bom surgirá dali.
E isso realmente tem me ocupado a mente. Saber conciliar a oposição entre dois sentimentos que jamais deveriam se integrar. De um lado, uma visceral destruição cheia de rancor e ódio. De outro, naquele mesmo ser que me causou tanto sofrimento, uma infinitude de amor que não podia se expressar quando viva, quando vivos, mas que agora podia olhar pra tudo e pensar no Bem que afinal foi feito, através do sofrimento de ambos.
Me bate um sentimento tão profundo, limpante e paradoxal que acho mais fácil deixar uma lágrima quase vir aos meus olhos e terminar essa frase em três pontos...
Tem mais de 3 semanas isso. A interpretação ainda vai e volta na minha mente. Bem, me levou a dar um passo além na compreensão e amor dessa pessoa. Por razões diversas, me resolvi com ela num certo assunto que conversei recentemente com ela mesma. E não sei se foi a somatória de tudo, toda a mágoa que eu tinha dela simplesmente desapareceu por diversas vezes em que nutriu meu amor e me deixou à deriva ou que escolheu outra pessoa em vez de mim em duas décadas simplesmente... sumiu! Não que eu não saiba o que ocorreu, apenas consegui desfazer um nó de dependência emocional de duas décadas. Me sinto mais feliz e capaz de valorizar e seguir em frente com essa grande amiga e companheira de vida que tenho, sem os rancores das coisas que ocorreram no passado.
Com isso, também consigo analisar algumas coisas e aspectos da personalidade minhas e dela e agir melhor.
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UM COGUMELO NO DOMINGO DE BOBEIRA (XP 73)
Bem, aí ocorreu que uma semana depois, no domingo que não era meu domingo de imersão (que no fim das contas foi no domingo passado mas que não fiz porque deu goteira aqui em casa então não tinha setting adequado (eu ficar secando pano kkk)), fiz uma colheita com apenas um lindo cogumelo. Ele quase abria um sorriso mágico pra mim e dizia: "e aí, hem? Me come, gostosão! ".
Bem, apesar da vez anterior que tomei um cogumelo de bobeira ter sido ruim (Um Cogumelo e meio dá Onda... e até Bad (xp 71)), me senti bem pra fazer dessa vez. E foi de boa.
Um cogumelo fresco de 9,1 gramas, que me rendeu uma boa sensação de embriaguez numa tarde, enquanto morria de rir assistindo filmes de comédia feitos pra serem vistos quando a gente tá do-i-do. Kkkk
Bem, quem me acompanha sabe que minha religiosidade enteogênica não proíbe o uso recreativo responsável dos meninos santos. Aliás, minha estrutura religiosa é epicurista mas caindo pro hedonismo. Viver os prazeres é uma virtude, enquanto a privação deles é tão prejudicial à alma quanto ser consumido por eles.
Enfim...
DANDO UM TEMPO NO COGUMELO SEM QUERER
Tenho ficado então um período maior que o normal sem tomar cogumelo em imersão (23 dias hoje), por conta de goteira semana passada e gripe nesse fim de semana. Isso de certa forma acho que me deu um respiro pra refletir melhor e deixar as coisas deste ano se integrarem em mim, em que religiosamente fiz as experiências de 15 em 15 dias. Talvez essa pequena pausa de 1 mês seja boa, apesar das pausas de 15 dias, algo pra dar uma quebrada no ritmo e deixar o cogumelo ter mais tempo para a integração com a minha consciência antes de retornar ao trabalho com ele.
Devo confessar que esse "recesso" religioso (como algumas igrejas de ayahuasca costumam fazer uma vez ao ano) me fez um certo bem e deva ser incluso no meu "calendário anual" de enteogenia. Me fez sentir mais confortável mentalmente esses dias ter o descanso. Uma ou duas pausas maiores para descanso e integração mais profundas dos aprendizados acumulados. Algo assim... kkk
E vamo que vamo.
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