- 11/05/2020
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Boa noite.
Deixo aqui um breve relato da minha segunda experiencia c/ uma dose maior de psilocybe cubensis.
O mundo da arvore
Na noite de ontem (27/06) eu e um amigo resolvemos fazer uma jornada induzida por psicoativos. Durante a tarde fizemos a preparação do ambiente e fizemos a escolha de que músicas, aromas e ambiente iriam servir como “ferramentas” para nossa condução através dos planos de nossa própria consciência.
Por fim fizemos uma seleção de músicas célticas e viking, com um plano de fundo envolvendo sons da natureza a noite (corvos, lobos e outras criaturas noturnas). Escolhemos a figura de uma arvore representando Gaia (de Alex Grey), montamos um tabuleiro de xadrez c/ peças enormes e escolhemos um incenso chamado spiritual. Além de termos deixado a nossa disposição tudo aquilo que nosso corpo dito físico poderia vir a necessitar (mais especificamente cobertores e água).
Nosso “ritual” teve inicio por volta das 17:30 horas, onde inicialmente colocamos as músicas, preparamos uma jarra de cerâmica antiga c/ desenhos de animais colocando nesta um pouco de chá e dois recipientes contendo 3.6g de psilocybe cubensis . Por fim “consagramos” o ambiente, os cogumelos e o jarro de forma ritualística c/ a fumaça de incenso natural de salvia branca.
Então as 18 horas ingerimos os cogumelos com auxilio do chá e decidimos fumar pouco de cannabis e fazer uma sessão de yoga para induzir um maior relaxamento. Após a yoga sentamos em um tapete no chão e fizemos algumas séries de respiração holotropica.
Assim que intuitivamente encerrávamos o exercício de respiração, levantamos e fomos sentar em cadeiras para iniciar uma breve partida de xadrez. Curiosamente assim que sentamos e nos encaramos a musica até então tranquila (celta) terminou e instantaneamente uma musica viking, cujo claramente remetia ao cenário de guerra começou a tocar.
Não demorou muitas jogadas até que eu começa-se a sentir os efeitos (primeiramente visuais), pois claramente as peças vibravam conforme as batidas da música, conforme as peças vibravam eu me sentia cada mais concentrado. Até que simplesmente senti que interromper a partida e sentar no sofá para contemplar a imagem da arvore seria uma boa ideia.
Neste momento meu amigo parecia sentir o mesmo, concordando imediatamente com a interrupção do jogo (este acabou indo se deitar na rede para contemplar a mesma imagem).
... A partir daqui relato brevemente acontecimentos que se passaram em minha mente, além de minhas próprias interpretações a respeito destes ...
Olhei fixamente para a imagem, procurando entender toda sua complexidade. Não demorou até que inúmeros detalhes antes não percebidos começassem a surgir, e que eu conseguisse compreende-la em 3 dimensões.
Características antes evidentes tornaram-se cada vez mais obvias, como o fato da arvore ser gaia representando a terra e tudo aquilo que nela existe, e que a figura feminina aparece como algo que fornece de forma espontânea, esperando apenas ser retribuída da mesma forma (um ciclo de equilíbrio). Já a figura masculina surge como alguém que suga, extorque, drena mais do que o necessário, além de não fornecer nada em troca (claramente quebrando o ciclo). Após isso lembro-me de perceber diversos outros itens e conceitos na arvore, porém o que mais se destacava era seu rosto triste.
Então me vi em um campo aberto, contemplando e analisando profundamente esta arvore. Percebi então que este ser fantástico precisava de ajuda. Pois apesar de ser algo muito poderoso não era tão forte assim como pensávamos, e que sendo profundamente atacada perdia cada vez mais a sua “força”. Pensei como aquela criatura dotada de tanto poder não seria capaz de destruir tudo aquilo que a incomodava, porém logo percebi que esta não era sua essência, esta possibilidade parecia simplesmente não existir dentro de sua racionalidade. Conclui que ela queria apenas não ser agredida, ansiando apenas pelo equilíbrio que um dia pareceu existir.
Após contemplar a arvore pelo o que pareceu ser um longo tempo eu senti que esta estava me convidando para entrar (pela entrada semelhante a vulva). Uma figura representava por uma mulher segurando uma criança pareceu permitir minha passagem, então a partir daqui eu vi uma figura feminina ao meu lado e passei a tentar explicar que o fato de eu entrar nesse mundo seria benéfico e que nada ruim iria acontecer.
Após um longo tempo onde me vi consolando e tentando explicar algo a diferentes pessoas na minha vida, percebi que aquela figura feminina era meu próprio eu (ego) o que imediatamente passei a chamar de “eu racional”. Tentei então mais uma vez explicar para meu ego que este deveria deixar eu ir, pois ele não poderia entrar na caverna, uma vez que sua racionalidade (Vista como uma linguagem) era diferente da racionalidade deste outro plano. Expliquei que lá dentro existia uma outra consciência idêntica a ele, porém operando com uma linguagem (??) racional diferente e que após meu retorno poderíamos juntos racionalizar o que vi com meu outro eu, “traduzindo” a linguagem deste outro mundo em nossa linguagem (mesmo que isso fosse demorar muito tempo).
Durante esse árduo trabalho de convencer o meu eu a me deixar, meu corpo físico passou a sentir coisas realmente difíceis. Eu senti muito frio, senti uma hipoglicemia severa (sou diabético), me senti tomado por um ataque de ansiedade, porém entendi que aquelas eram as ultimas ferramentas que o meu ego manifestava para me impedir de deixa-lo brevemente, ingressando no que depois eu viria chamar de “o mundo da arvore”. (eu estava morrendo)
Então uma nova música começou, palavras em uma língua que provavelmente era islandês começou a tocar. A musica ia tornando-se cada vez mais “agressiva”, até que seu refrão se manifestou como a representação de um ser enorme feito de madeira, cujo eu só conseguia ver o que pareciam ser seus braços. Este ser colocava agressivamente duas peças de xadrez em um tabuleiro e depois as esmagava com força, enquanto tentava me explicar algo nessa linguagem desconhecida. Eu percebi então que outra manifestação do ser tinha se cansado de me esperar e tentava me explicar da forma mais rudimentar e incompreensível possível (usando a raiva e a violência).
Durante e após essa cena lutei intensamente com meu ego até que senti que não conseguiria convencê-lo, então o mesmo disse que me acompanharia mesmo que não entendesse muito a respeito daquele mundo. Percebendo que esta era a única forma de conhece-lo deixei meu eu me amarrar em uma corda, guiando-me sorrateiramente para dentro da passagem.
Consegui ter apenas alguns vislumbres do que seria aquele mundo, passando a entender de forma muito breve a sua essência. Então senti que a corda estava esticada ao máximo, e que não conseguindo deixar meu ego para trás não compreenderia o que de fato a arvore queria me dizer. Aqui então resolvi interromper a viagem e abordar meu amigo que parecia já ter encerrado a sua jornada.
Observação: Durante a viagem perguntei diversas vezes a este ser como poderia ajuda-lo, e a partir de sua contemplação e reflexão tive um conjunto de conclusões a respeito dela (gaia/terra) e do meu próprio eu.
Deixo aqui um breve relato da minha segunda experiencia c/ uma dose maior de psilocybe cubensis.
O mundo da arvore
Na noite de ontem (27/06) eu e um amigo resolvemos fazer uma jornada induzida por psicoativos. Durante a tarde fizemos a preparação do ambiente e fizemos a escolha de que músicas, aromas e ambiente iriam servir como “ferramentas” para nossa condução através dos planos de nossa própria consciência.
Por fim fizemos uma seleção de músicas célticas e viking, com um plano de fundo envolvendo sons da natureza a noite (corvos, lobos e outras criaturas noturnas). Escolhemos a figura de uma arvore representando Gaia (de Alex Grey), montamos um tabuleiro de xadrez c/ peças enormes e escolhemos um incenso chamado spiritual. Além de termos deixado a nossa disposição tudo aquilo que nosso corpo dito físico poderia vir a necessitar (mais especificamente cobertores e água).
Nosso “ritual” teve inicio por volta das 17:30 horas, onde inicialmente colocamos as músicas, preparamos uma jarra de cerâmica antiga c/ desenhos de animais colocando nesta um pouco de chá e dois recipientes contendo 3.6g de psilocybe cubensis . Por fim “consagramos” o ambiente, os cogumelos e o jarro de forma ritualística c/ a fumaça de incenso natural de salvia branca.
Então as 18 horas ingerimos os cogumelos com auxilio do chá e decidimos fumar pouco de cannabis e fazer uma sessão de yoga para induzir um maior relaxamento. Após a yoga sentamos em um tapete no chão e fizemos algumas séries de respiração holotropica.
Assim que intuitivamente encerrávamos o exercício de respiração, levantamos e fomos sentar em cadeiras para iniciar uma breve partida de xadrez. Curiosamente assim que sentamos e nos encaramos a musica até então tranquila (celta) terminou e instantaneamente uma musica viking, cujo claramente remetia ao cenário de guerra começou a tocar.
Não demorou muitas jogadas até que eu começa-se a sentir os efeitos (primeiramente visuais), pois claramente as peças vibravam conforme as batidas da música, conforme as peças vibravam eu me sentia cada mais concentrado. Até que simplesmente senti que interromper a partida e sentar no sofá para contemplar a imagem da arvore seria uma boa ideia.
Neste momento meu amigo parecia sentir o mesmo, concordando imediatamente com a interrupção do jogo (este acabou indo se deitar na rede para contemplar a mesma imagem).
... A partir daqui relato brevemente acontecimentos que se passaram em minha mente, além de minhas próprias interpretações a respeito destes ...
Olhei fixamente para a imagem, procurando entender toda sua complexidade. Não demorou até que inúmeros detalhes antes não percebidos começassem a surgir, e que eu conseguisse compreende-la em 3 dimensões.
Características antes evidentes tornaram-se cada vez mais obvias, como o fato da arvore ser gaia representando a terra e tudo aquilo que nela existe, e que a figura feminina aparece como algo que fornece de forma espontânea, esperando apenas ser retribuída da mesma forma (um ciclo de equilíbrio). Já a figura masculina surge como alguém que suga, extorque, drena mais do que o necessário, além de não fornecer nada em troca (claramente quebrando o ciclo). Após isso lembro-me de perceber diversos outros itens e conceitos na arvore, porém o que mais se destacava era seu rosto triste.
Então me vi em um campo aberto, contemplando e analisando profundamente esta arvore. Percebi então que este ser fantástico precisava de ajuda. Pois apesar de ser algo muito poderoso não era tão forte assim como pensávamos, e que sendo profundamente atacada perdia cada vez mais a sua “força”. Pensei como aquela criatura dotada de tanto poder não seria capaz de destruir tudo aquilo que a incomodava, porém logo percebi que esta não era sua essência, esta possibilidade parecia simplesmente não existir dentro de sua racionalidade. Conclui que ela queria apenas não ser agredida, ansiando apenas pelo equilíbrio que um dia pareceu existir.
Após contemplar a arvore pelo o que pareceu ser um longo tempo eu senti que esta estava me convidando para entrar (pela entrada semelhante a vulva). Uma figura representava por uma mulher segurando uma criança pareceu permitir minha passagem, então a partir daqui eu vi uma figura feminina ao meu lado e passei a tentar explicar que o fato de eu entrar nesse mundo seria benéfico e que nada ruim iria acontecer.
Após um longo tempo onde me vi consolando e tentando explicar algo a diferentes pessoas na minha vida, percebi que aquela figura feminina era meu próprio eu (ego) o que imediatamente passei a chamar de “eu racional”. Tentei então mais uma vez explicar para meu ego que este deveria deixar eu ir, pois ele não poderia entrar na caverna, uma vez que sua racionalidade (Vista como uma linguagem) era diferente da racionalidade deste outro plano. Expliquei que lá dentro existia uma outra consciência idêntica a ele, porém operando com uma linguagem (??) racional diferente e que após meu retorno poderíamos juntos racionalizar o que vi com meu outro eu, “traduzindo” a linguagem deste outro mundo em nossa linguagem (mesmo que isso fosse demorar muito tempo).
Durante esse árduo trabalho de convencer o meu eu a me deixar, meu corpo físico passou a sentir coisas realmente difíceis. Eu senti muito frio, senti uma hipoglicemia severa (sou diabético), me senti tomado por um ataque de ansiedade, porém entendi que aquelas eram as ultimas ferramentas que o meu ego manifestava para me impedir de deixa-lo brevemente, ingressando no que depois eu viria chamar de “o mundo da arvore”. (eu estava morrendo)
Então uma nova música começou, palavras em uma língua que provavelmente era islandês começou a tocar. A musica ia tornando-se cada vez mais “agressiva”, até que seu refrão se manifestou como a representação de um ser enorme feito de madeira, cujo eu só conseguia ver o que pareciam ser seus braços. Este ser colocava agressivamente duas peças de xadrez em um tabuleiro e depois as esmagava com força, enquanto tentava me explicar algo nessa linguagem desconhecida. Eu percebi então que outra manifestação do ser tinha se cansado de me esperar e tentava me explicar da forma mais rudimentar e incompreensível possível (usando a raiva e a violência).
Durante e após essa cena lutei intensamente com meu ego até que senti que não conseguiria convencê-lo, então o mesmo disse que me acompanharia mesmo que não entendesse muito a respeito daquele mundo. Percebendo que esta era a única forma de conhece-lo deixei meu eu me amarrar em uma corda, guiando-me sorrateiramente para dentro da passagem.
Consegui ter apenas alguns vislumbres do que seria aquele mundo, passando a entender de forma muito breve a sua essência. Então senti que a corda estava esticada ao máximo, e que não conseguindo deixar meu ego para trás não compreenderia o que de fato a arvore queria me dizer. Aqui então resolvi interromper a viagem e abordar meu amigo que parecia já ter encerrado a sua jornada.
Observação: Durante a viagem perguntei diversas vezes a este ser como poderia ajuda-lo, e a partir de sua contemplação e reflexão tive um conjunto de conclusões a respeito dela (gaia/terra) e do meu próprio eu.