Salve meus amigos, tenho 30 anos e estou no meu terceira fase de aprendizado psicodélico. Espero com esse relato, além de me apresentar, contribuir para os mais novos no caminho do auto conhecimento.
1ª Fase - Faculdade - Juiz de Fora
Sai de casa com 17 anos, vindo de uma experiência de adolescência pouco gratificante entrei na faculdade. Era uma pessoa em conflito, inseguro sem saber para onde ir em vários campos da vida: Sem um deslumbramento ou paixão pela realização profissional (sou engenheiro eletricista), sexualmente sem nenhuma desenvoltura sendo extremamente tímido.
A partir do terceiro ano de faculdade entrei para o D.A. , juntamente com isso o meu círculo social aumento bastante, fiz amizades em outros cursos, principalmente nas humanas, comecei a fazer uso de maconha, conhecer muita musica brasileira interessante e ler muitos livros importantes na minha formação.
Essa fase foi de ruptura total com o "passado", vejo que esse processo é bastante comum nos jovens. Estando frustrado e emocionalmente pouco desenvolvido, adentra no uso de substâncias como uma válvula de escape, tentando romper com uitas concepções adquiridas ao longo da vida, principalmente muito conteúdo emocional reprimido na criação. No meu caso passei uma crise séria de afastamento dos meus pais, chegando a ficar um ano sem visitar minha casa, que ficava a 300KM.
Utilizei no período de um ano, a maior quantidade que pude de maconha, LSD, argiréia nervosa, trombeta, MDMA, cogumelo e ayuhasca. Hoje entendo que eu estava procurando solução para minhas frustrações e dificuldades nas drogas. Para quem está "perdido" sem orientação, esse tipo de comportamento é muito perigoso, pois a tendência a abuso é um passaporte para paranóias e ressacas morais amargas.
Não foram só dificuldades, as substâncias são professoras que precisam ser respeitadas, caso contrário só haverá confusão. Mesmo assim, contei com a generosidade da argiréia numa trip que fui para um sítio junto com um amiga e dois amigos. Após tomar 4 sementes eu"curupirizei", andando no mato descalço de madrugada, me sentindo um bicho, sem fazer uso de linguagem,sem qualquer diálogo interno. Estava plenamente conectado com os meu corpo, escutando os barulhos da noite, correndo, sentindo meu pé entrando na terra gelada e úmida em simbiose com a mata e com a noite.
Pela primeira vez eu entrava em um estado e êxtase. Após essa experiência minha relação de confiança e ligação com a natureza foram reestabelecidas em um entendimento e senso de pertencimento que eu carrego até hoje.
Após algumas intervenções de amigos eu diminui a frequência dos usos, terminei a faculdade depressivo, pesando 56KG e sem muitas perspectivas.
2ª Fase - Cefet- Belo Horizonte
Assim que me formei, estudei por 4 meses e passei em um concurso. Enquanto não era convocado consegui um emprego para da aula no CEFET. Me Mudei para Belo Horizonte, comprei uma moto. Estava em uma fase muito boa, o emprego de professor foi uma grata surpresa, estava conhecendo uma cidade nova, tinha muito tempo disponível, namorada nova.
Sempre fui uma pessoa muito racional e materialista. Tive criação católica tradicional e sempre fui a criança que ficava de olho aberto vendo se todo mundo estava de olho fechado na hora de rezar na catequese. No meio da confusão do meu primeiro ciclo de uso de substâncias eu li bastante sobre religiões orientais, porém sem nenhuma orientação e sem a prática correta de qualquer método de introspecção o que consegui foi um amontoado de conceitos confusos na minha cabeça e um preconceito meio indefinido contra "a mente". Por causa desse desgaste parei de olhar para a "transcendentalidade" que possuía.
Estava a um ano se utilizar nada, quando por acaso conheci uma casa sincrética que trabalha com Ayhuasca. A primeira vez que visitei foi numa gira de umbandaime. Tomei duas pequenas doses e tive umas das experiências mais gratificantes da vida adulta. Comecei a rir,rir, rir e não conseguia mais parar, nem me comunicar com niguém. Me invadia em ondas uma sensação infantil de alegria com a vida, de riso de criança em estado de graça. Mesmo depois do final do ritual não conseguia retornar a "normalidade"; Dormi no terreiro e só fui embora no outro dia.
Após essa experiência tive aproximadamente outras 10, no espaço de quatro meses. Esse ciclo de imersão foi extremamente virtuoso, principalmente pela destruição de várias barreiras e ilusões desnecessárias que eu criava com minhas carências e expectativas.
Não sei detalhar os mecanismos especificamente, mas passei a adotar uma postura mais aberta e acolhedora em relação a minha subjetividade. Passei a ser mais flexível, questionando o valor das minhas verdades, e observando as manifestações religiosas/artísticas de modo mais pragmático, pelos resultados objetivos observáveis. As coisas que realmente valem a pena, como o amor, a paz, tranquilidade e a harmonia começaram a aflorar, como lembranças esquecidas.
Descontrui alguns comportamentos como a sensação de uma eterna perseguição de prazer que não te permite estar satisfeito aqui e agora. Preocupação com a "verdade", toneladas de falação metafísica e o sarcasmo com as crenças alheiais "não racioanais" dentro do âmbito religioso. Passei a olhar para mim mesmo como mais humildade e tranquilidade, aceitando que a vida é isso mesmo que está aí. A aceitação permite que venha a tranquiladade, com a tranquilidade você aumenta sua presença nas situações e a mudança ocorre sempre no presente. Esse paradigma se pôs como um aprendizado valioso.
Após um ano e meio me mudei para o Rio de Janeiro. Tomei 02 vezes cogumelos e umas 04 vezes ayauhasca no período de três anos, porém estava sentindo que a porta não estava se abrindo porquê eu não estava sabendo bater corretamente. Durante as experiências frequentemente estava caindo na armadilha de ser embalado por imaginações açucaradas de deslumbramentos do tipo Eu feliz, Eu realizado, Eu pacífico, Eu harmonizado que não conduziam a qualquer tipo de reflexão profunda. Fiquei um ano sem utilizar nada e amadureci a visão que o trabalho com enteógenos deve ser feito para rasgar os véus de ilusão, mistificações, sonhos e devaneios egóicos de poder pessoal e coisas do tipo.
3ª Fase - Belo Horizonte - Santo Daime e Cogumelos
Retornei a Belo Horizonte a três anos, nesse período fui ao Santo Daime, numa igreja do interior onde tenho vários amigos. Inicialemtne tive muita resistência ao ritual porque não me identifico com simbologia cristã. Porém foquei na substância em si e no que eu poderia somar, após a 3ª experiência melhorei muito a minha firmeza na música, tocando percursão. Paralelamente eu li o livro o jogo interior do tênis, que recomendo a todos, o texto trata sobre o diálogo interno que geralmente travamos quando estamos em situações que exigem alta performance, seja esportiva, comunicativa, musical etc.
Resumidamente, quando estamos sob pressão de uma apresentação/performance nós nos dividimos internamente entre um ego - instrutor e um executor. Essa cisão te afasta da ação que exige atenção plena, tirando o seu foco da atividade e preocupando-se com resultados e reações do público. Na verdade é muito mais fácil fazer, entrar no ritmo, pular no rio e seguir o fluxo do quê ficar enumerando um compêndio gigantesco de coisas a se lembrar na hora da executar. Entender esse ensinamento melhorou muito minha capacidade musica, trabalhada sob a influência de substâncias.
Na virada do ano fui a São Tomé das Letras, onde tive uma experiência muito significativa com cogumelo. Estou planejando o cultivo próprio para ter material suficiente para um novo ciclo de estudo virtuoso, consumindo a substância em um contexto e com objetivo de auto conhecimento e auto expressão.
No momento estou com uma companheira que confio bastante e que está se propondo a conhecer substâncias como ayahuasca e Cogu com bastante equilíbrio. Essa companhia tem me motivado muito a uma nova fase de experiências saudáveis.
Estou pensando em fazer programas de domingo do tipo: Corrida pela manhã, meditação, almoço leve, ingestão de Cogus, tocar violão, pandeiro e canto.
Hoje olho para a caminhada de aprendizado enteógeno e vejo que é possível colher frutos muito valiosos quando se abre as portas da percepção. Porém é necessário respeito pelo ensinamentos que as substâncias carrega e propósito nas suas ações porque as armadilhas da fruição, avidez por experiências de picos, mistificação e abusos estão sempre abertas. A mesma faca que prepara o alimento que nutre pode ferir, cabe ao usuário da ferramenta o discernimento e a responsabilidade pelo seu uso.
Sobre Experiências Transcendentais
Quanto a experiências místicas, creio que elas vêm de partes não acessíveis da mente no seu estado ordinário. Alguns símbolos podem aparecer e fluir bastante conteúdo psíquico e conhecimentos novos podem ser mediados, mas isso realmente acontece quando você consegue ficar em silêncio. Essa opinião é expressa de maneira genial no livro As portas da percepção - Aldous Huxley, onde ele descreve o ego como um filtro redutor da realidade, que sob efeito de enteógenos "abre" a válvula e permite acesso a coisas fantásticas mas pouco práticas. Qualquer usuário experiente sabe que é inviável estar numa trip forte e cumprir sua rotina normal pois perdemos nosso senso utilitário.
Quando vou a um ritual, ou visito qualquer doutrina (que use plantas de poder) evito fazer qualquer tipo de julgamento sobre verdade/mentira sobre o que está acontecendo. Entendo uma gira de umbanda como uma manifestação psíquica e física de potenciais latentes do ser humano. Não sinto necessidade de acreditar em qualquer pressuposto, verdade absoluta ou dogma nem me filiar a qualquer grupo/seita/filosofia/religião.
Cada religião tem o seu conjunto de símbolos, que consequentemente traz um conjunto de ensinamentos/energias. A mediação dessas manifestações e a cognição pessoal é que vai sedimentar algum ensinamento válido a ser agregado no seu modo de viver. Ser racional e ter sabedoria para aceitar coisas que não são acessíveis a sua racionalidade é o modo que encontrei como mais simples para meu aprendizado. Utilizando uma frase de Aldous Huxley:
"O Ser Humano não pode ser racional excluindo sua irracionalidade básica. O que devemos fazer é nos permitir ser irracionais de uma maneira razoável."
Esse é o meu primeiro Post, caso haja pessoas de BH afim de trocar experiências sobre Cogumelos, psicodelia em geral e fazer um Som, toco violão, pandeiro e um pouco de baixo, é só me mandar msg.
1ª Fase - Faculdade - Juiz de Fora
Sai de casa com 17 anos, vindo de uma experiência de adolescência pouco gratificante entrei na faculdade. Era uma pessoa em conflito, inseguro sem saber para onde ir em vários campos da vida: Sem um deslumbramento ou paixão pela realização profissional (sou engenheiro eletricista), sexualmente sem nenhuma desenvoltura sendo extremamente tímido.
A partir do terceiro ano de faculdade entrei para o D.A. , juntamente com isso o meu círculo social aumento bastante, fiz amizades em outros cursos, principalmente nas humanas, comecei a fazer uso de maconha, conhecer muita musica brasileira interessante e ler muitos livros importantes na minha formação.
Essa fase foi de ruptura total com o "passado", vejo que esse processo é bastante comum nos jovens. Estando frustrado e emocionalmente pouco desenvolvido, adentra no uso de substâncias como uma válvula de escape, tentando romper com uitas concepções adquiridas ao longo da vida, principalmente muito conteúdo emocional reprimido na criação. No meu caso passei uma crise séria de afastamento dos meus pais, chegando a ficar um ano sem visitar minha casa, que ficava a 300KM.
Utilizei no período de um ano, a maior quantidade que pude de maconha, LSD, argiréia nervosa, trombeta, MDMA, cogumelo e ayuhasca. Hoje entendo que eu estava procurando solução para minhas frustrações e dificuldades nas drogas. Para quem está "perdido" sem orientação, esse tipo de comportamento é muito perigoso, pois a tendência a abuso é um passaporte para paranóias e ressacas morais amargas.
Não foram só dificuldades, as substâncias são professoras que precisam ser respeitadas, caso contrário só haverá confusão. Mesmo assim, contei com a generosidade da argiréia numa trip que fui para um sítio junto com um amiga e dois amigos. Após tomar 4 sementes eu"curupirizei", andando no mato descalço de madrugada, me sentindo um bicho, sem fazer uso de linguagem,sem qualquer diálogo interno. Estava plenamente conectado com os meu corpo, escutando os barulhos da noite, correndo, sentindo meu pé entrando na terra gelada e úmida em simbiose com a mata e com a noite.
Pela primeira vez eu entrava em um estado e êxtase. Após essa experiência minha relação de confiança e ligação com a natureza foram reestabelecidas em um entendimento e senso de pertencimento que eu carrego até hoje.
Após algumas intervenções de amigos eu diminui a frequência dos usos, terminei a faculdade depressivo, pesando 56KG e sem muitas perspectivas.
2ª Fase - Cefet- Belo Horizonte
Assim que me formei, estudei por 4 meses e passei em um concurso. Enquanto não era convocado consegui um emprego para da aula no CEFET. Me Mudei para Belo Horizonte, comprei uma moto. Estava em uma fase muito boa, o emprego de professor foi uma grata surpresa, estava conhecendo uma cidade nova, tinha muito tempo disponível, namorada nova.
Sempre fui uma pessoa muito racional e materialista. Tive criação católica tradicional e sempre fui a criança que ficava de olho aberto vendo se todo mundo estava de olho fechado na hora de rezar na catequese. No meio da confusão do meu primeiro ciclo de uso de substâncias eu li bastante sobre religiões orientais, porém sem nenhuma orientação e sem a prática correta de qualquer método de introspecção o que consegui foi um amontoado de conceitos confusos na minha cabeça e um preconceito meio indefinido contra "a mente". Por causa desse desgaste parei de olhar para a "transcendentalidade" que possuía.
Estava a um ano se utilizar nada, quando por acaso conheci uma casa sincrética que trabalha com Ayhuasca. A primeira vez que visitei foi numa gira de umbandaime. Tomei duas pequenas doses e tive umas das experiências mais gratificantes da vida adulta. Comecei a rir,rir, rir e não conseguia mais parar, nem me comunicar com niguém. Me invadia em ondas uma sensação infantil de alegria com a vida, de riso de criança em estado de graça. Mesmo depois do final do ritual não conseguia retornar a "normalidade"; Dormi no terreiro e só fui embora no outro dia.
Após essa experiência tive aproximadamente outras 10, no espaço de quatro meses. Esse ciclo de imersão foi extremamente virtuoso, principalmente pela destruição de várias barreiras e ilusões desnecessárias que eu criava com minhas carências e expectativas.
Não sei detalhar os mecanismos especificamente, mas passei a adotar uma postura mais aberta e acolhedora em relação a minha subjetividade. Passei a ser mais flexível, questionando o valor das minhas verdades, e observando as manifestações religiosas/artísticas de modo mais pragmático, pelos resultados objetivos observáveis. As coisas que realmente valem a pena, como o amor, a paz, tranquilidade e a harmonia começaram a aflorar, como lembranças esquecidas.
Descontrui alguns comportamentos como a sensação de uma eterna perseguição de prazer que não te permite estar satisfeito aqui e agora. Preocupação com a "verdade", toneladas de falação metafísica e o sarcasmo com as crenças alheiais "não racioanais" dentro do âmbito religioso. Passei a olhar para mim mesmo como mais humildade e tranquilidade, aceitando que a vida é isso mesmo que está aí. A aceitação permite que venha a tranquiladade, com a tranquilidade você aumenta sua presença nas situações e a mudança ocorre sempre no presente. Esse paradigma se pôs como um aprendizado valioso.
Após um ano e meio me mudei para o Rio de Janeiro. Tomei 02 vezes cogumelos e umas 04 vezes ayauhasca no período de três anos, porém estava sentindo que a porta não estava se abrindo porquê eu não estava sabendo bater corretamente. Durante as experiências frequentemente estava caindo na armadilha de ser embalado por imaginações açucaradas de deslumbramentos do tipo Eu feliz, Eu realizado, Eu pacífico, Eu harmonizado que não conduziam a qualquer tipo de reflexão profunda. Fiquei um ano sem utilizar nada e amadureci a visão que o trabalho com enteógenos deve ser feito para rasgar os véus de ilusão, mistificações, sonhos e devaneios egóicos de poder pessoal e coisas do tipo.
3ª Fase - Belo Horizonte - Santo Daime e Cogumelos
Retornei a Belo Horizonte a três anos, nesse período fui ao Santo Daime, numa igreja do interior onde tenho vários amigos. Inicialemtne tive muita resistência ao ritual porque não me identifico com simbologia cristã. Porém foquei na substância em si e no que eu poderia somar, após a 3ª experiência melhorei muito a minha firmeza na música, tocando percursão. Paralelamente eu li o livro o jogo interior do tênis, que recomendo a todos, o texto trata sobre o diálogo interno que geralmente travamos quando estamos em situações que exigem alta performance, seja esportiva, comunicativa, musical etc.
Resumidamente, quando estamos sob pressão de uma apresentação/performance nós nos dividimos internamente entre um ego - instrutor e um executor. Essa cisão te afasta da ação que exige atenção plena, tirando o seu foco da atividade e preocupando-se com resultados e reações do público. Na verdade é muito mais fácil fazer, entrar no ritmo, pular no rio e seguir o fluxo do quê ficar enumerando um compêndio gigantesco de coisas a se lembrar na hora da executar. Entender esse ensinamento melhorou muito minha capacidade musica, trabalhada sob a influência de substâncias.
Na virada do ano fui a São Tomé das Letras, onde tive uma experiência muito significativa com cogumelo. Estou planejando o cultivo próprio para ter material suficiente para um novo ciclo de estudo virtuoso, consumindo a substância em um contexto e com objetivo de auto conhecimento e auto expressão.
No momento estou com uma companheira que confio bastante e que está se propondo a conhecer substâncias como ayahuasca e Cogu com bastante equilíbrio. Essa companhia tem me motivado muito a uma nova fase de experiências saudáveis.
Estou pensando em fazer programas de domingo do tipo: Corrida pela manhã, meditação, almoço leve, ingestão de Cogus, tocar violão, pandeiro e canto.
Hoje olho para a caminhada de aprendizado enteógeno e vejo que é possível colher frutos muito valiosos quando se abre as portas da percepção. Porém é necessário respeito pelo ensinamentos que as substâncias carrega e propósito nas suas ações porque as armadilhas da fruição, avidez por experiências de picos, mistificação e abusos estão sempre abertas. A mesma faca que prepara o alimento que nutre pode ferir, cabe ao usuário da ferramenta o discernimento e a responsabilidade pelo seu uso.
Sobre Experiências Transcendentais
Quanto a experiências místicas, creio que elas vêm de partes não acessíveis da mente no seu estado ordinário. Alguns símbolos podem aparecer e fluir bastante conteúdo psíquico e conhecimentos novos podem ser mediados, mas isso realmente acontece quando você consegue ficar em silêncio. Essa opinião é expressa de maneira genial no livro As portas da percepção - Aldous Huxley, onde ele descreve o ego como um filtro redutor da realidade, que sob efeito de enteógenos "abre" a válvula e permite acesso a coisas fantásticas mas pouco práticas. Qualquer usuário experiente sabe que é inviável estar numa trip forte e cumprir sua rotina normal pois perdemos nosso senso utilitário.
Quando vou a um ritual, ou visito qualquer doutrina (que use plantas de poder) evito fazer qualquer tipo de julgamento sobre verdade/mentira sobre o que está acontecendo. Entendo uma gira de umbanda como uma manifestação psíquica e física de potenciais latentes do ser humano. Não sinto necessidade de acreditar em qualquer pressuposto, verdade absoluta ou dogma nem me filiar a qualquer grupo/seita/filosofia/religião.
Cada religião tem o seu conjunto de símbolos, que consequentemente traz um conjunto de ensinamentos/energias. A mediação dessas manifestações e a cognição pessoal é que vai sedimentar algum ensinamento válido a ser agregado no seu modo de viver. Ser racional e ter sabedoria para aceitar coisas que não são acessíveis a sua racionalidade é o modo que encontrei como mais simples para meu aprendizado. Utilizando uma frase de Aldous Huxley:
"O Ser Humano não pode ser racional excluindo sua irracionalidade básica. O que devemos fazer é nos permitir ser irracionais de uma maneira razoável."
Esse é o meu primeiro Post, caso haja pessoas de BH afim de trocar experiências sobre Cogumelos, psicodelia em geral e fazer um Som, toco violão, pandeiro e um pouco de baixo, é só me mandar msg.
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