- 11/03/2018
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Embora eu sempre tenha tido enteresse na enteogenia como um todo, não me aventurei neste infindável universo de experiências num primeiro momento, assim como acontece com muitos, por receio de não ter conhecimento o bastante para fazê-lo de forma que eu considerasse “saudável”. Naturalmente uma série de pré concepções, por mais mente aberta que eu me julgasse, habita minha mente.
Em dado momento em minha vida eu havia atingido o que considerei então o fundo do poço pra mim. Havia passado por uma experiência de quase morte não muito agradável, perdido tudo há alguns anos (no material e em relações interpessoais) e, por fim, após muito esforço para comprar um terreno e construir uma pequena casa, vê-la queimada pelas mãos de um vizinho não muito amigável.
O incêndio me deixara em tal estado mental que, finalmente, ao que dois grandes amigos me ofereceram uma dose de cubensis, acabei aceitando, desta vez sem pensar muito, apenas ainda meio surtado emocionalmente.
A dose em questão fora de 2g secos, embora, após minhas experiências posteriores, eu pudesse facilmente colocá-la na casa dos 4g.
Consumimos os cogumelos pela manhã, em jejum, e fomos para a sala. A sala aqui tem forro de madeira, com muitos padrões interessantes. Após cerca de 40 minutos a trip bateu pros meus amigos. Eles pareciam meio bobos e eu estava decepcionado até então. Alguns minutos depois a coisa começou pra mim. Os padrões na madeira passaram a ser sobrepostos por imagens tipicamente pré-colombianas, levemente animadas, com tons de cores indo do verde limão ao magenta bem forte. Minhas pernas sentiam uma leveza que pra mim é muito característica atualmente do início de uma boa trip.
A felicidade que senti ao perceber meus sentidos alterados foi indizível. Até então eu sempre me considerara espiritualizado, contudo ver a realidade literalmente quebrando a meus olhos foi a certeza de que o que consideramos real nada mais é do que uma interpretação de sinais, dentre n outras possíveis, finalmente se fizesse entender.
Meus amigos queriam conversar, estavam um pouco inquietos; eu, contudo, queria apenas apreciar o momento. Não quis ser mal educado então deixei eles conversarem e participada de leve do assunto, mas acabou que os dois decidiram sair pro jardim, o que pra mim no momento foi um grande alívio. Os padrões de imagens sobrepostas aumentaram, até o ponto em que decidi ir ao banheiro (eu havia bebido muuuita água pra ajudar os cogus a descerem).
Decidi entrar na banheira, o que reconheço hoje como algo um pouco perigoso. Contudo, naquele momento acabou sendo a melhor decisão que já tomei. Enchi de água quente atá a altura desejada. Conforme entrei na água meu corpo simplesmente dissolveu nela. A realidade se apagou e minha mente foi catapultada para “o universo” fora da Terra.
Fica aqui o lembrete: Foi extremamente irresponsável de minha parte entrar na banheira naquele momento e peço que qualquer um lendo este relato não faça isso se não estiver acompanhado por um bom amigo consciente.
Neste local meio fora da terra tive uma conversa com o que me pareceu uma entidade humanoide. Perguntei se a entidade era Deus, ao que ela me respondeu que não, mas que se apresentava a mim como “o mais próximo de Deus que você pode compreender”.
Conversamos um pouco sobre o sentido da vida e mecânicas do universo, espaço e tempo, mas não consegui trazer de volta muita informação. Acabou que voltei pra realidade, mas ainda um tanto quanto perdido.
Entrei num loop muito interessante que se alternava entre 3 cenas: 1 – eu no banheiro novamente esvaziando o tanque / 2 – eu caminhando numa antiga casa de minha família, no passado, conversando com um espírito que era a mescla de duas pessoas que já se foram (um tio e um bom amigo) e 3 – eu caminhando na casa em que eu me encontrava fisicamente, contudo com a sensação de estar em um labirinto. Este loop deve ter continuado até o ponto alto da trip. Quando finalmente a coisa parou de se repetir fui para fora encontrar meus amigos.
Os dois estavam muito entretidos em algum assunto, fiquei observando sem ser percebido. Ambos pareciam naquele momento seres muito evoluídos e eu apenas admirava o fato de estar na presença deles.
Quando finalmente me perceberam começamos a conversar sobre tópicos que variam de ficção científica a espiritualidade, sempre rodando entre os assuntos e revisitando cada um deles na sequência.
Muitas trips interessantes se seguiram ao longo dos anos, mas esta primeira teve a grande importância de já quebrar a realidade. Talvez se tivesse sido algo mais leve eu não teria entrado de cabeça na enteogenia. Sou extremamente grato pelas 2g terem sido bem calibradas pro extremo de cima =]
A sensação de unidade e carinho para com o todo, assim como a máxima “não leve a vida tão a sério” passaram a ser companheiras desde então.
Abraços fraternos!
Em dado momento em minha vida eu havia atingido o que considerei então o fundo do poço pra mim. Havia passado por uma experiência de quase morte não muito agradável, perdido tudo há alguns anos (no material e em relações interpessoais) e, por fim, após muito esforço para comprar um terreno e construir uma pequena casa, vê-la queimada pelas mãos de um vizinho não muito amigável.
O incêndio me deixara em tal estado mental que, finalmente, ao que dois grandes amigos me ofereceram uma dose de cubensis, acabei aceitando, desta vez sem pensar muito, apenas ainda meio surtado emocionalmente.
A dose em questão fora de 2g secos, embora, após minhas experiências posteriores, eu pudesse facilmente colocá-la na casa dos 4g.
Consumimos os cogumelos pela manhã, em jejum, e fomos para a sala. A sala aqui tem forro de madeira, com muitos padrões interessantes. Após cerca de 40 minutos a trip bateu pros meus amigos. Eles pareciam meio bobos e eu estava decepcionado até então. Alguns minutos depois a coisa começou pra mim. Os padrões na madeira passaram a ser sobrepostos por imagens tipicamente pré-colombianas, levemente animadas, com tons de cores indo do verde limão ao magenta bem forte. Minhas pernas sentiam uma leveza que pra mim é muito característica atualmente do início de uma boa trip.
A felicidade que senti ao perceber meus sentidos alterados foi indizível. Até então eu sempre me considerara espiritualizado, contudo ver a realidade literalmente quebrando a meus olhos foi a certeza de que o que consideramos real nada mais é do que uma interpretação de sinais, dentre n outras possíveis, finalmente se fizesse entender.
Meus amigos queriam conversar, estavam um pouco inquietos; eu, contudo, queria apenas apreciar o momento. Não quis ser mal educado então deixei eles conversarem e participada de leve do assunto, mas acabou que os dois decidiram sair pro jardim, o que pra mim no momento foi um grande alívio. Os padrões de imagens sobrepostas aumentaram, até o ponto em que decidi ir ao banheiro (eu havia bebido muuuita água pra ajudar os cogus a descerem).
Decidi entrar na banheira, o que reconheço hoje como algo um pouco perigoso. Contudo, naquele momento acabou sendo a melhor decisão que já tomei. Enchi de água quente atá a altura desejada. Conforme entrei na água meu corpo simplesmente dissolveu nela. A realidade se apagou e minha mente foi catapultada para “o universo” fora da Terra.
Fica aqui o lembrete: Foi extremamente irresponsável de minha parte entrar na banheira naquele momento e peço que qualquer um lendo este relato não faça isso se não estiver acompanhado por um bom amigo consciente.
Neste local meio fora da terra tive uma conversa com o que me pareceu uma entidade humanoide. Perguntei se a entidade era Deus, ao que ela me respondeu que não, mas que se apresentava a mim como “o mais próximo de Deus que você pode compreender”.
Conversamos um pouco sobre o sentido da vida e mecânicas do universo, espaço e tempo, mas não consegui trazer de volta muita informação. Acabou que voltei pra realidade, mas ainda um tanto quanto perdido.
Entrei num loop muito interessante que se alternava entre 3 cenas: 1 – eu no banheiro novamente esvaziando o tanque / 2 – eu caminhando numa antiga casa de minha família, no passado, conversando com um espírito que era a mescla de duas pessoas que já se foram (um tio e um bom amigo) e 3 – eu caminhando na casa em que eu me encontrava fisicamente, contudo com a sensação de estar em um labirinto. Este loop deve ter continuado até o ponto alto da trip. Quando finalmente a coisa parou de se repetir fui para fora encontrar meus amigos.
Os dois estavam muito entretidos em algum assunto, fiquei observando sem ser percebido. Ambos pareciam naquele momento seres muito evoluídos e eu apenas admirava o fato de estar na presença deles.
Quando finalmente me perceberam começamos a conversar sobre tópicos que variam de ficção científica a espiritualidade, sempre rodando entre os assuntos e revisitando cada um deles na sequência.
Muitas trips interessantes se seguiram ao longo dos anos, mas esta primeira teve a grande importância de já quebrar a realidade. Talvez se tivesse sido algo mais leve eu não teria entrado de cabeça na enteogenia. Sou extremamente grato pelas 2g terem sido bem calibradas pro extremo de cima =]
A sensação de unidade e carinho para com o todo, assim como a máxima “não leve a vida tão a sério” passaram a ser companheiras desde então.
Abraços fraternos!
), mas também tive a sorte de encontrar uma entidade, não tão grande quanto a sua, foi apenas um silfo ou elemental do ar, e tive uns papos massas que tal dia relato pelo fórum hehe
