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Quando fui ver, nem vi (23ª exp)

ExPoro

Enteogenista Apaixonado pela Vida
Cultivador confiável
14/04/2015
3,699
1
64
É no que dá sair misturando. A intenção sequer era de tomar cogumelos, e daí mastiguei e engoli antes 3 sementes de Argyreia nervosa. Mas antes disso já havia tomado meia garrafa de Vodka, e também fumado erva. Ocorre que eu só lembrei que tomei as sementes com LSA quando acordei no dia seguinte, pelo que erroneamente achei que tinha entendido o porquê das besteiras que fiz naquela noite: conclui que havia tomado somente as sementes e esquecido que as tinha tomado ao longo da noite até dormir, e por isso não consegui controlar meus comportamentos.

Contudo, se eu demorei, o que?.. 12 horas pra lembrar que tomei as sementes?.. Foram então 7 dias para eu conseguir lembrar que também comi uma dose bem pequena (cerca de 250 mg) de cogumelos secos nessa mesma noite :huh:, pouco depois de começar a ficar com o pensamento relativamente onírico. Isso foi algo que eu não pensei que viria a fazer, dado que sempre considerei o cruzamento de LSA com cogumelos, em teoria, algo relativamente burro de ser feito pra quem não curte sofrer fisicamente. Primeiro o body load deve ser escroto demais, porque cogumelos já me derrubam :olhoroxo:, imagina ainda com Argyreia junto :sick:.

Contudo, a soma das ondas do álcool, LSA e da psilocibina me trouxeram à tona sentimentos de rancor infernal ao lado de sentimentos de amor universal...

Tem quem sinta vergonha de agir feito louco.

Eu também tenho.

Mas se agi, no dia seguinte...

Não sinta culpa - desapegue-se, aprenda com o erro, assuma a responsabilidade pelo que fez e siga em frente feliz pra mais um dia.

Enfim...

:teo_seta_direita: Não recomendo a mistura de cogumelos com LSA se você estiver muito alcoolizado e um cado de ódio no coração... :devil:

O cogumelo já é onírico em um sentido e a Argyreia também o é em outro. :!: A complementação disso é uma ação corporal correspondente a impulsos que não são filtrados. Tampouco a pessoa fica fora do mundo, tampouco fica nesse; e os cogumelos só tornam tudo mais visceral e fazem com que o sonho (se for good trip) ou o pesadelo (se for bad trip) se torne em ato - exteriorizado mais facilmente quando o álcool obnubila a mente.

Deve ser divertido pra quem der certo essa combinação, que imagino que sentimentos felizes aflorem também como loucos. É verdade. Mas foi um erro (item 16 do Uso Responsável) no meu caso.

O papel da erva neste tipo de viagem foi de aumentar os efeitos dos psicodélicos que eu sequer conseguia lembrar que tinha tomado.

Em algum momento cessei de beber, logo após tomar os cogumelos. Interessante observar isso. A insanidade era demais da conta.

Mas enfim, no dia seguinte me senti realmente muito bem e relaxadaço, mas devido à mistura, achei que tinha sido pela outra partícula apenas. Não era o caso, que também estava com uma vivacidade maior, própria do pós-efeito da psilocibina.

Aí...

Quase uma semana depois...

Hoje, quando fui ver onde estavam meus coguzinhos que somavam pouco mais de 250 mg hoje não os achei. Fiquei ao longo do dia sem lembrar, de repente me dei conta há uma hora atrás do que houve :atrapalhado:.

Pena, eu queria testar minha sanidade com a 22ª experiência, mas esta serviu apenas pra me mostrar que por fora eu já sou louco mesmo :LOL:. --> lembrei que tive, poucos dias antes do ocorrido neste relato, uma experiência leve e gostosa com um minicogumelo visando aumentar a sociabilidade em uma conversa com um amigo (link para o relato).

Moral da história: não adianta nada você ter uma mente capaz de controlar seus atos externos sob efeito se ela não for capaz de lembrar que está sob efeito de algo. Hipótese interessante de descontrole por falta de lembrar que usou algo, a qual já levantei em alguma postagem pelo CM ao longo do ano passado. Daí, eis um exemplo de bad trip devido à impossibilidade da própria mente se conscientizar do que lhe ocorre, quando a quebra dos filtros do subconsciente não proporciona uma good trip pura.

A bad trip só não durou muito porque com o passar do tempo os efeitos dos psicoativos entraram na fase de calmaria, então fui dormir pouco depois de 4-5 horas de encheção de saco sem controle. E também influiu que durante a própria loucura de ressentimento vinha junto a vibe de paz e amor. No fim, mais um louco neste planeta de gente sã :assutoenc:.
 
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Você falou, falou e não falou nada. Não entendi o que aconteceu durante essa bad trip, o que é 'agir como louco', o que se passou na sua cabeça, o que fez. Só o que tomou e mais um monte de recomendações e conclusões... relato da trip, não vi. :hilario:
 
Você falou, falou e não falou nada. Não entendi o que aconteceu durante essa bad trip, o que é 'agir como louco', o que se passou na sua cabeça, o que fez. Só o que tomou e mais um monte de recomendações e conclusões... relato da trip, não vi. :hilario:

:LOL:

Pois é, @Malahov, normalmente eu narro elas com mais detalhes mesmo. Mas os detalhes do que fiz considerei irrelevantes para a utilidade deste tipo de relato, que tentei manter o mais racional possível. Reparei que dar muitos detalhamentos em bad trips torna a pessoa ou "muito identificada" ou "nada identificada", porque o que é problema pra um não é pra outro, e daí o leitor perde, por conta de detalhes, a ideia central de cuidado. Então melhor manter a história em abstrato.

Contudo, sem problemas contar o que houve.

Foram condutas ruins deste dia, em especial: gritaria para a vizinhança, chamando quem tinha falado que fazia e acontecia comigo pra vir me calar a boca, chamando quem tivesse coragem pra vir me colocar no lugar, depois eu cantava em alto som pra quem passasse e fazia gestos de paz e amor a todos os que não mereciam me ouvir gritando por conta do erro de alguns, ai me acalmava e começava a gritar sobre o sujeito que tentou acabar comigo, que quase afetou a minha família por fofoca, e depois cantava alguma coisa pra quem passasse na rua, em breve até os cheiradores que passam aqui na frente começaram a passar sem nem olhar pra mim, depois eu comecei a espancar a mesa do meu computador e a quebrei mais um pouco por lembrar da injustiça e da sacanagem que fizeram comigo, e daí voltei a berrar na janela, chamei quem quisesse pra vir me mostrar meu lugar, derrubei as cortinas propositadamente para que nada me atrapalhasse de ficar na janela, comecei a encher o saco, meti porrada na grade de ferro até a casa começar a tremer e fiquei com uns roxos, e a cada vez que a minha esposa me pedia calma eu sentia mais ódio do filho da puta que me fez virar esse "bicho louco" na beira da minha janela, rugia como um Exu amarrado, respirava, rugia alto com um ódio visceral evocando o filho da puta que quis acabar comigo, que me ferrou, que me levou a ser agressivo de tanto rancor por conta de injustiça... E mais uns outros tantos comportamentos que caracterizam atos externos não desejáveis.

Minha esposa disse no dia seguinte que quando ela chegou em casa ela disse que todos os vizinhos estavam fechando as janelas. Eu perguntei também depois quando sóbrio exatamente como eu estava, se agressivo ou apenas um doido-chato. Ela falou que "chato pra caralho". Eu ri e concordei, porque não dá pra ninguém ser violento fazendo gestos de amor pra quem passa, mesmo urrando como um Exu. A ideia era mais um sarcasmo ou pisar novamente na cabeça de quem tentou pisar em mim - gesto nada cristão da minha parte que só faço sob descontrole da minha consciência, normalmente ocasionado pela junção com álcool.

Antes de dormir fui pra varanda na frente da casa e olhei pra todas as casas, porque eu não tinha raiva contra o mundo, mas apenas contra quem tinha me injustiçado, e ainda assim eu estava em grande paz com o mundo, com as pessoas. Respirei profundamente. Mais uma noite quem me ajudou a me tornar neste serzinho amável enfiou o rabo entre as pernas, para que todos vissem. Sorri cheio de amor e então perdoei novamente a tal pessoa. Senti uma energia muito boa e fui tomar banho, onde ainda me lamentei um pouco das peripécias que a vida me trouxe.

No dia seguinte, logo ao acordar, fui pra janela, olhei pro horizonte com um jeito plácido, o dia estava e foi maravilhoso, tanto em casa quanto na rua.

De qualquer forma, apesar de que as consequências sejam sempre tranquilas pra mim, não deixa de ser uma bad trip uma viagem expansiva sem consciência nem lembrar que usou uma combinação de substâncias que faziam aqueles sentimentos aflorarem, com as respectivas condutas incontidas.

A doidera disso é que eu já tinha me resolvido totalmente sobre o assunto. Eu estava literalmente "na mão do palhaço" dos efeitos somados, sem nem saber pra onde me dirigia, com sentimentos que já estavam bem resolvidos. Foi, pois, desnecessária a gritaria. Contudo, sou doido mesmo, e todos sabem. No fundo, apenas "mais uma noite em que aquele doido resolveu gritar na janela de casa, nada fora do normal".

Pra mim, faz parte - quem viu algo que ache graça ou que cuide de sua vida e, como não veio me colocar no meu devido lugar conforme eu chamei, que não me encha o saco com bravatas. Para outros, no entanto, pode ser razão de profunda culpa no dia seguinte, entre vergonhas e medos.

Bem...

Daí a minha conclusão: evitem misturar LSA com cogumelos e álcool se não estiverem muito bem da cabeça, num estado mental (set) ótimo e/ou cenário (setting) ideal. No meu caso, o cogumelo adicionou visceralidade à coisa toda, foi o elemento expansor ao se somar com as outras substâncias. Depois que o tomei, na soma dos efeitos e do meu emocional, que fiquei expansivo e aprofundei ainda mais a dissociação entre o que eu fazia e a consciência do que havia consumido.

Não recomendo nenhuma combinação que suprima a mente de se situar sobre o que está acontecendo, pois é um risco maior para bad trips com condutas externas não desejadas.
 
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Esse relato vai permanecer, @ExPoro, mas os próximos relatos do tipo bebi meia garrafa de vodka, tomei LSA, fumei maconha e ainda 250 mg de cogumelos não vou considerar uma experiência com cogumelos.

Sinto muito pelos processos que o deixam suscetível a essas ingestões compulsivas e irresponsáveis de psicoativos, mas seria abrir um precedente.
 
Esse relato vai permanecer, @ExPoro, mas os próximos relatos do tipo bebi meia garrafa de vodka, tomei LSA, fumei maconha e ainda 250 mg de cogumelos não vou considerar uma experiência com cogumelos.

Sinto muito pelos processos que o deixam suscetível a essas ingestões compulsivas e irresponsáveis de psicoativos, mas seria abrir um precedente.


Antes de tudo: :) - que este é um fórum de cogumelos.

Mas...

Tentei fazer o relato o máximo focado nos cogumelos, e por isso ele foi tão curto. Minha intenção no relato era mais passar um cruzamento que não dá certo.

Só gostaria de ressaltar que 250 mg de cogumelos pra mim são uma dose pequena, que já me afeta sensivelmente. O pessoal costuma considerar 250 mg microdose, mas pra mim microdose é no máximo até 100 mg, e normalmente fica entre 25 mg e 50 mg. Chegou a 200 mg eu já considero dose baixa e experiência de cogumelo.

Então, apesar da dosagem aparentemente irrelevante, foram 2 pequenos cogumelos e mais uns pinos, além de ser uma dosagem que me afeta a consciência, mesmo que de leve.

Acredito que esse seja o problema de eu ter citado os cogumelos, certo? É que fica parecendo que não foi uma experiência de cogumelos, devido à baixa dosagem deste em face ao uso em dosagem normal ou alta das outras substâncias. E isso também influiu pra eu não detalhar muito, porque eu queria focar realmente no resultado ruim do cruzamento e tentar retirar ao máximo do relato as outras substâncias.

Decerto que se eu falasse 1 grama de secos que ia ficar clara a influência dos cogumelos para todos, e você não se veria levado a fazer esse aviso - que acho válido. Mas eu ressalvo: 250 mg de cogumelos me dão uma trip de nível 1 por si mesmo, bem leve. Daí, foi uma experiência sob influência de cogumelos, conforme explicado no primeiro post, sacou? :)

Inclusive, a baixa dosagem do cogumelo influiu mais na expansividade que caracterizou a bad trip do que se fosse uma dose alta, que teria me derrubado. Por isso também considerei a relevância de tratar dessa combinação, nessas proporções, pois outras proporções de dosagens gerarão outros efeitos.

Aliás, sei que minha alta sensibilidade a dosagens muito baixas não é comum, e que muitos consideram placebo. Mas não é. Me pergunto porque a psilocibina é tão sentida por mim em baixas dosagens, e acho que seja o estilo de vida que levo. Por isso pretendo repetir o diário de microdoses quando estiver limpo de outras substâncias no organismo.

Assim, fica explicado porque considerei essa uma trip relatável aqui no fórum, uma vez que para meu organismo essa baixa dosagem já é psicoativa. Normalmente, baixas dosagens com alguma mistura de leve não geram essa dúvida, mas como peguei pesado com as outras substâncias, parece que a minha baixa dosagem foi irrelevante, mas não foi o caso. :coffee: E é bom eu dizer isso também para que os membros mais novos que tenham lido a experiência saibam que este é um fórum de cogumelos, não de outras substâncias, pois relatei na crença de estar cumprindo esta orientação, conforme dito acima.
 
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