- 11/04/2015
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Olá meus caros, primeiramente expresso aqui minha profunda gratidão com a comunidade CM e a atenção, gentileza e o bom humor aguçado que presencio por aqui, além da sabedoria que nutro da galera. Valeu, aprendo muito (não só com a mente descritiva). Digo isto pois ontem tive a minha primeira experiência com Psilocybe Cubensis, e o que li por aqui juntamente com o período de meditação, mantras, higiene mental e também de alguma experiência que tenho com o dharma (os ensinamentos do Buda) me propiciaram um set and setting meditativo e sem ânsia, que culminou em uma experiência maravilhosa. Como era a minha primeira vez eu decidi comprar 6 gramas de cogumelos secos, já que a região onde eu moro é desprivilegiada de pastos (pretendo cultivar esses deuses pessoais/universais daqui pra frente). Não sei se os cogumelos foram bondosos comigo ou eu com eles. Acordei de manhãzinha, meditei e fiquei ouvindo músicas indianas, da umbanda, hinários do daime e montei um pequeno altar com lindas imagens de budas, com incensos, aromas e uma bandeja de frutas, mel e chocolates. Só comi algumas frutas e depois de uma hora e pouco ingeri com mel um pouco mais de 1g e deitei na cama (cuja janela é contígua à uma árvore gigante e linda que quase adentra o meu quarto). Após alguns bons minutos conforme eu ouvia as músicas me concentrando na audição fui sentindo um bem-estar advindo da mente totalmente quieta. O perfume do incenso era MUITO doce, parecia que eu me alimentava do cheiro enquanto Krishna me olhava tocando flauta numa imagem linda que estava ao meu lado. Estava inundado de uma energia que era feminina (não mental).
No teto do quarto algumas imagens de pinturas mexicanas se formavam em marca d´água dançando e criando mandalas e sóis, barbas, saias, era tudo muito mexicano (mas sem cores). Fui tomado por um maravilhamento (com aromas femininos) e a mente estava absurdamente quieta de modo que eu só observava as coisas e meu corpo foi levantando num fluxo não comandado por mim. Sentei em postura de meditação e enquanto eu meditava a mente começou a falar e eu testemunhava, falava sobre a família, as convivências, memórias, insights sobre os outros e sobre mim e nisso eu chorava e sorria, sorria e chorava, ao mesmo tempo. Fui inundado por um amor e um carinho que me fez levantar e apreciar a vista da janela (moro no segundo andar de um prédio e vejo de cima a cidade): a árvore dançava num verde magnífico, a serra ao longe se misturava com o céu, as pessoas passavam lá embaixo e era como se eu visse a verdade delas, dentro dos seus carros, suas casas, bonequinhos carregando compras, crianças, latido de cachorros, tudo numa massa só de maravilhamento e quietude (ainda que a mente falava eu estava imerso na atenção pura disso sem me misturar). Liguei para minha mãe, avó, falei com um primo e alguns familiares. Não tive medo de fazer a ligação, conversei tranquilo, risonho e compassivo (minha mãe estranhou e eu falei que tinha tomado um vinho). Desliguei o celular e deitei de novo na cama e as imagens mexicanas voltavam a se formar no teto e parece que todas elas saiam de um ponto triangular no alto do guarda-roupa (de olhos fechados imagens com cores de néon e tridimensionais se formavam ao fundo, lindas demais). O ponto triangular era uma imagem de nossa senhora aparecida (que eu ganhei da minha mãe) e em volta dela havia uma áurea (em marca d´água, sem cor) e dessa áurea saia todas as imagens mexicanas (que não invadiam o espaço da imagem). A cidade estava inundada por rojões (alguma comemoração) e parecia que os rojões estavam festejando o estado que eu estava. Fui à cozinha e tomei mais 1 grama e até a noite fui tomando de 1 em 1 grama até tomar as 6 gramas. Dancei muito com os tambores, com movimentos que eu desconheço, era como se eu fosse um fantoche consciente sendo guiado por uma força poderosa e xamânica. Me senti um guerreiro (uma auto estima selvagem me dominou e eu fazia uns movimentos parecidos com o Jim Morrison do The doors), coloquei um colar de contas que tenho e nu me enchi com as cinzas do incenso . As tatuagens, o colar, a dança, a meia luz do quarto e o som das músicas me envolveu num ritual totalmente desconhecido e ao mesmo tempo familiar. Me senti um selvagem, comia frutas com voracidade e me melecava com o mel delas (eu tenho alguns problemas de aceitação comigo mesmo e parece que ali eu estava vivo, ampliado e poderoso como um xamã). Não sei quanto tempo passei dançando e rolando no chão, tremendo e vibrando com os tambores e tudo mais.
Depois (já de noite) contemplei o céu roxo roxo, lindo, ornamentado com trovões e relâmpagos (caiu uma chuva, que sorte!). Algumas gotas caiam em mim na janela, depois eu deitei e fiquei um bom tempo ouvindo as canções e meditando no significado daquelas palavras tão poéticas e verdadeiras. Tive vontade de escrever e escrevi algumas coisas (como por ex: ´boas novas!é possível respirar ar fresco dentro da própria consciência´. ´o ser se torna mais e mais assertivo conforme o masculino e o feminino em si se congraçam´). Nessa calmaria a imagem de uma guria linda me veio à mente e ela parecia krishna e eu fui totalmente enfeitiçado por ela. O que será isso? Ela trabalha no mesmo prédio que eu mas não temos contato (só conversamos uma vez e a vejo de vez em quando pelos corredores, mas não tenho intimidade alguma apesar de achar ela linda e inteligente). A partir desse ponto tudo se remetia à ela, o incenso, a nossa senhora, buda, as sensações, a dança (eu beijava meu corpo e era como se eu beijasse ela). Será o cogumelo me dizendo que ela me ama? ahahah, tomara! Por que foi tão bom? Antes eu estava com medo de bad mas nada muito forte.
Já de madrugada a chuva passou e o céu estava calmo, multicolorido e com estrelas (parecia tudo tão perfeito, o momento silencioso, a chuva passageira, o dia, realmente tive sorte, não sei. estava no meu momento, que glória. claro que os traumas ascendiam durante a trip mas parece que eu não me envolvia com eles e só testemunhava do ser). Já era 6 da manhã quando meu corpo estava cansado e minha mente bem turbulenta (a quietude tinha passado) e deitei no quarto escuro ouvindo algumas músicas e apaguei. Acordei umas 10 e pouco e a mente agitada, demorei um pouco e apaguei de novo (sem sonho algum). Quando acordei umas 3 da tarde hoje não sentia dor de cabeça e nem cansaço, apenas a mente um pouco turbulenta, densa e meio triste por tudo ter passado. Agora começa o trabalho!
mais alguma coisa que escrevi durante a trip contemplando o que é o feminino (essa força fluídica que ama chocolates e gosta de falar pra tentar expressar o silêncio): "dança da criação, música cristalina, perfume, incenso intuitivo, poesia, tambor, floresta, flambar de flores, oceano de néctares, refúgio, silêncio das águas, resistência das raízes, ar puro dentro da própria consciência, as boas novas do amor energizado com a sabedoria intelectual, a dança dionisíaca que encanta serpentes sedentas, jim morrisom, mãe, vó, vó, nossa senhora aparecida, alegria dos quilombos, mãezinha misteriosa, estamira, vózona, chamado xamânico, voz que amansa trovões doces, soar de harpas compassivas, êxtase ilimitado, vó que desata os nós, a voz da estrelaguia, sabedoria felina, coração de gaia, gata, olhar de dentro da falha, pantera, naja, nirvana, pachamama, prana, prajna paramita, bodhissatvas, a assertividade do silêncio cristalino, coração de sabedoria, oásis no deserto da mente descritiva."
abração a todos, valeu! desculpe se falei demais, haha
No teto do quarto algumas imagens de pinturas mexicanas se formavam em marca d´água dançando e criando mandalas e sóis, barbas, saias, era tudo muito mexicano (mas sem cores). Fui tomado por um maravilhamento (com aromas femininos) e a mente estava absurdamente quieta de modo que eu só observava as coisas e meu corpo foi levantando num fluxo não comandado por mim. Sentei em postura de meditação e enquanto eu meditava a mente começou a falar e eu testemunhava, falava sobre a família, as convivências, memórias, insights sobre os outros e sobre mim e nisso eu chorava e sorria, sorria e chorava, ao mesmo tempo. Fui inundado por um amor e um carinho que me fez levantar e apreciar a vista da janela (moro no segundo andar de um prédio e vejo de cima a cidade): a árvore dançava num verde magnífico, a serra ao longe se misturava com o céu, as pessoas passavam lá embaixo e era como se eu visse a verdade delas, dentro dos seus carros, suas casas, bonequinhos carregando compras, crianças, latido de cachorros, tudo numa massa só de maravilhamento e quietude (ainda que a mente falava eu estava imerso na atenção pura disso sem me misturar). Liguei para minha mãe, avó, falei com um primo e alguns familiares. Não tive medo de fazer a ligação, conversei tranquilo, risonho e compassivo (minha mãe estranhou e eu falei que tinha tomado um vinho). Desliguei o celular e deitei de novo na cama e as imagens mexicanas voltavam a se formar no teto e parece que todas elas saiam de um ponto triangular no alto do guarda-roupa (de olhos fechados imagens com cores de néon e tridimensionais se formavam ao fundo, lindas demais). O ponto triangular era uma imagem de nossa senhora aparecida (que eu ganhei da minha mãe) e em volta dela havia uma áurea (em marca d´água, sem cor) e dessa áurea saia todas as imagens mexicanas (que não invadiam o espaço da imagem). A cidade estava inundada por rojões (alguma comemoração) e parecia que os rojões estavam festejando o estado que eu estava. Fui à cozinha e tomei mais 1 grama e até a noite fui tomando de 1 em 1 grama até tomar as 6 gramas. Dancei muito com os tambores, com movimentos que eu desconheço, era como se eu fosse um fantoche consciente sendo guiado por uma força poderosa e xamânica. Me senti um guerreiro (uma auto estima selvagem me dominou e eu fazia uns movimentos parecidos com o Jim Morrison do The doors), coloquei um colar de contas que tenho e nu me enchi com as cinzas do incenso . As tatuagens, o colar, a dança, a meia luz do quarto e o som das músicas me envolveu num ritual totalmente desconhecido e ao mesmo tempo familiar. Me senti um selvagem, comia frutas com voracidade e me melecava com o mel delas (eu tenho alguns problemas de aceitação comigo mesmo e parece que ali eu estava vivo, ampliado e poderoso como um xamã). Não sei quanto tempo passei dançando e rolando no chão, tremendo e vibrando com os tambores e tudo mais.
Depois (já de noite) contemplei o céu roxo roxo, lindo, ornamentado com trovões e relâmpagos (caiu uma chuva, que sorte!). Algumas gotas caiam em mim na janela, depois eu deitei e fiquei um bom tempo ouvindo as canções e meditando no significado daquelas palavras tão poéticas e verdadeiras. Tive vontade de escrever e escrevi algumas coisas (como por ex: ´boas novas!é possível respirar ar fresco dentro da própria consciência´. ´o ser se torna mais e mais assertivo conforme o masculino e o feminino em si se congraçam´). Nessa calmaria a imagem de uma guria linda me veio à mente e ela parecia krishna e eu fui totalmente enfeitiçado por ela. O que será isso? Ela trabalha no mesmo prédio que eu mas não temos contato (só conversamos uma vez e a vejo de vez em quando pelos corredores, mas não tenho intimidade alguma apesar de achar ela linda e inteligente). A partir desse ponto tudo se remetia à ela, o incenso, a nossa senhora, buda, as sensações, a dança (eu beijava meu corpo e era como se eu beijasse ela). Será o cogumelo me dizendo que ela me ama? ahahah, tomara! Por que foi tão bom? Antes eu estava com medo de bad mas nada muito forte.
Já de madrugada a chuva passou e o céu estava calmo, multicolorido e com estrelas (parecia tudo tão perfeito, o momento silencioso, a chuva passageira, o dia, realmente tive sorte, não sei. estava no meu momento, que glória. claro que os traumas ascendiam durante a trip mas parece que eu não me envolvia com eles e só testemunhava do ser). Já era 6 da manhã quando meu corpo estava cansado e minha mente bem turbulenta (a quietude tinha passado) e deitei no quarto escuro ouvindo algumas músicas e apaguei. Acordei umas 10 e pouco e a mente agitada, demorei um pouco e apaguei de novo (sem sonho algum). Quando acordei umas 3 da tarde hoje não sentia dor de cabeça e nem cansaço, apenas a mente um pouco turbulenta, densa e meio triste por tudo ter passado. Agora começa o trabalho!
mais alguma coisa que escrevi durante a trip contemplando o que é o feminino (essa força fluídica que ama chocolates e gosta de falar pra tentar expressar o silêncio): "dança da criação, música cristalina, perfume, incenso intuitivo, poesia, tambor, floresta, flambar de flores, oceano de néctares, refúgio, silêncio das águas, resistência das raízes, ar puro dentro da própria consciência, as boas novas do amor energizado com a sabedoria intelectual, a dança dionisíaca que encanta serpentes sedentas, jim morrisom, mãe, vó, vó, nossa senhora aparecida, alegria dos quilombos, mãezinha misteriosa, estamira, vózona, chamado xamânico, voz que amansa trovões doces, soar de harpas compassivas, êxtase ilimitado, vó que desata os nós, a voz da estrelaguia, sabedoria felina, coração de gaia, gata, olhar de dentro da falha, pantera, naja, nirvana, pachamama, prana, prajna paramita, bodhissatvas, a assertividade do silêncio cristalino, coração de sabedoria, oásis no deserto da mente descritiva."
abração a todos, valeu! desculpe se falei demais, haha
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