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Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

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Primeira experiência!

  • Criador do tópico PVEZ
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P

PVEZ

Visitante
Queridos,

Relato aqui minha primeira experiência com os cogumelos P. Cubensis :

Fomos a uma praia que tem aqui no RJ chamada Sossego, essa praia é pouco visitada e é como um pequeno oásis no meio de casas e ruas.
Estava com mais 2 amigos e minha namorada, todos antes já tiveram uma experiência com cogumelos e assim eu parecia ser o único ansioso e ligeiramente nervoso, já que minha experiência com enteógenos era só com a Ayahuasca, que por sua vez para mim é MUITO forte. Assim, após ler A Erva do Diabo do Castaneda, providenciei todo um ritual para criar um Setting bacana em conjunto com a praia (mal sabia eu que as coisas não são bem assim)... Nos equipamos com alimentos (frutas e sanduíches), roupas de praia e roupas de frio, muita água, incenso e Zoroaster. Chegamos 15h na praia com um tempo ótimo, preparamos tudo, acendemos um incenso, tentei ler o que havia preparado para o dito 'ritual' só que me pareceu por demais forçada aquela ideia e logo abandonei-a. Comemos cada um 1,33g (uma fração 1,333333333.... sempre próximo ao 1,34 mas nunca lá, o que para nós entendemos como uma dosagem infinita), um dos amigos afim de elevar o setting acendeu uma vela (os entendedores entenderão), coisa que fiquei meio receoso a principio pois não sabia como seria aquela mistura, mas logo após a explicação deles fui convencido. Começaram a ler Zoroaster, que eu não conhecia mas curti a linguagem poética da coisa e tempos depois desviamos totalmente e falávamos de outras coisas entre muitas risadas, quando como um soco na nuca senti uma certa tontura e as pernas bambas, logo pensei "nossa, não vou dar conta disso" e me veio um certo mal estar, sentei...nesse ponto, vi um de meus amigos apontando para a canga e afirmando que ela se parecia com o mar, ai percebi que todos estavam bem loucos. Eles riam horrores, se divertiam e tudo aquilo era muita informação pra mim.. levantei para me afastar e senti o corpo leve, andei alguns passos cambaleantes para longe e finquei os pés na areia, olhei para o sol que nesse ponto aquecia meus ossos e senti a brisa fresca batendo no corpo, era relaxante e lindo demais, poderia ficar horas ali. O mal estar se dissolveu, e ai alguém falou "você vai entender que é como uma montanha russa", dito isso senti um bem estar eufórico preencher meu corpo, e entendi o que ele disse. Diversas experiências se passaram entre indas e vindas, entre loucuras e sobriedades.. fundi com a terra e as rochas, vi caleidoscópios na areia e o chão se mover, palavras tomavam formas quase sólidas e som formavam cores, êxtase, entendi contornos e profundidades que nunca havia visto antes, era simplesmente incrível. A todo tempo permanecemos juntos e compartilhando aquilo que passávamos, a 'onda' era coletiva o que facilitava tudo. Certo momento falamos sobre a fração 1,3333... dita anteriormente, e entendemos que procurávamos o infinito, entendo isso um de meus amigos literalmente saiu a procura dele, chamando '33' se meteu no encontro escuro entre duas rochas e gritou ali o número por um tempo, quando com uma vozinha aguda disse "Quem tá ai? Quem é você?" para o escuro no qual ele se meteu. Isso obviamente chamou minha atenção e parecia que era só a minha, ao perguntar com quem ele falava me respondeu rindo "não sei quem era, não respondeu" e começou a ir atrás daquilo o qual ele entendeu com uma presença, mas não antes de fazer um turbante com a canga. Esquecemos dele e continuamos cada um compartilhar sua loucura. Certo tempo depois aparece ele entre as pedras, agachado como que caçando e nos chama em um sussurro, pedindo silêncio para nós acompanharmos ele. Obviamente fomos sem exitar! Ele nos guiou por entre as pedras, no que parecia ser uma caverna úmida que dava acesso ao mar, no começo titubeei em entrar ali na penumbra mas quando ele entrou fui logo atrás e ai percebi o porque nos chamara. De cócoras ficamos em circulo e muito apertados já que a caverna era muito pequena, no centro só havia areia batida até o momento em que ele passou a mão sobre a areia e tudo brilhou! Sim! Pontos luminosos como estrelas surgiram na areia, era incrível eu estar vendo aquilo e mais incrível todos estarem vendo, era o infinito, o universo. Fiquei um bom tempo ali pasmo e boquiaberto até o momento que as estrelas não apareciam mais. Nesse ponto decidimos sair da caverna e fazer outra coisa.
Percebemos que o sol ainda se punha, mas todos tinham a impressão que ele se punha a horas. Lembrei do Dom Juan falando sobre o por-do-sol, que este era um portal para o outro mundo e ali entendi que o era. Fizemos muitas outras coisas: conversamos com insetos, dançamos etc. Uma experiência maravilhosa mas por demais longa para escrever aqui.

Um grande abraço!

@Ecuador pode por favor mover esse tópico para o de primeira experiência? Não consigo deletá-lo e acredito que meu browser esteja com algum problema pois tinha certeza de tê-lo posto na parte correta.

Obrigado!
 
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