- 01/03/2011
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Olá amigos do cm.
Agradeço antes do relato em sí as completas informações que são de bom grado compartilhadas aqui.E peço desculpas, agora que terminei de escrever, pelo tamanho.Tentei descrever tudo que lembrei de notável da trip, sem me prender. Enfim, não querendo ser rude (de maneira nenhuma) mas esta aí o relato, se tiver tempo/vontade, leia.
Eu ja havia comido cerca de 2,5 cubensis em uma outra oportunidade, veio uma trip bacana, porém sutil.O relato aqui é da primeira experiência marcante.
Pulando a parte inicial da caçada, estávamos em 3 amigos procurando num pasto.
Dada a quantidade razoável de 5 cogumelos pra cada um (sempre deixando alguns na terra), fomos lavar num riachinho que tinha alí.
Comemos e em seguida, um dos rapazes deu a ideia de ir buscar mais..eu ja estava satisfeito, mas na hora, fomos. Achamos mais 2 pra cada.
Alí perto tem uma plantação de eucaliptos, e na borda uma poltrona velha, que revezamos. Esse era o set.
Eu ainda estava "normal" quando houve uma conversa sobre uma mania de falar "quíí" que um dos caras tinha, que ja conhecíamos faz tempo (e que inclusive eu peguei -.-) e a definição dele foi essa:
-ah, porque é foda negar alguma coisa, tipo "me da um cigarro?" não vai falar não né, aí se fala quííí.
Na hora achei aquilo engraçadíssimo e comecei a repetir em voz alta o tal do quí.Gargalhei sem parar e por muito tempo, a hora mais divertida e agradável de toda a viagem, chegou a escorrer lágrimas dos meus olhos.
Lembro-me de que minha pele parecia pulsar em padrões vermelho, assim como o rosto dos meus amigos.Na minha visão parecia que tudo era uma pintura, eu com certeza podia (ou achava que podia) sentir a respiração das árvores em volta.
Em uma determinada hora um dos caras foi "cirandar" (sair rodando sem parar) e na conversa com o outro chegamos a conclusão que a palavra que mais nos definia naquele momento era "deslocado" -de fato- me sentia muito deslocado, em contato com uma pessoa que definitivamente era eu, mas um eu completamente diferente.Parecia que meu português saía de forma mais natural, como se não tivesse um filtro cérebro-boca, como se fosse tudo um processo só.
Uma parte que não considero muito legal da trip foi quando comecei a sentir dificuldade pra respirar, como se meu nariz tivesse entupido mas não de coriza, uma sensação estranha. Contei pros meus amigos na hora que não conseguia sentir o ar entrando, e um deles refletiu : - O ar ta por todo lugar cara.. o ar é nosso amigo. Aquilo foi genial, na hora ja desencanei.
Fiz a besteira de ir de chinelo, e como o set era sensacional, tomei uma picada de formiga.Pra ajudar, meu amigo me disse que eu estava ficando meio vermelho, com certeza era aquela vermelhidão que ja citei anteriormente, mas...fiquei encanado que podia estar tendo uma reação alérgica, mas logo fui tranquilizado.
De repente, senti que precisava muito de agua, nessa hora a trip ja estava a mil, a própria sensação de andar era descomunal, fiquei, por exemplo, alguns segundos encarando o meu próprio pé e como aquele formado me deixava abobalhado!Convenci um amigo a voltarmos no riacho, para tomarmos agua. Antes de chegar no tal riacho, tem umas pedras...bendito set, denovo. Lembro que em um momento eu estava olhando pra uma pedra, e no outro, ja estava com as duas mãos nela (havia me desequilibrado e meu reflexo me salvou de uma ferida que não seria nada agradável).
Aquela hora foi estupenda, bebi agua e a sensação é indescritível, parecia que eu estava "furado" (acho que na verdade todos estamos, o incrível foi sentir).
Já estavamos saindo do pasto e me bateu uma saudade enorme da minha mãe, falecida em 2006.Nem de longe uma bad, só uma vontade que depois foi substituída por uma certeza de que nos encontraremos novamente.Quando me separei dos meus amigos e ia em direção ao ponto de ônibus, comecei a ter uma sensação a priori ruim. Era como se o gosto dos cogumelos tivesse voltado a minha garganta, e de repente, minha boca toda estava dormente.Ja no ponto, tinha um portão de ferro/metal/latão na minha frente, com algumas marcas de ferrugem, e aquilo realmente se mexia, como uma constante, como uma dança das marcas de ferrugem.
No ônibus, o fato mais notável foi uma hora que comecei a "querer" ter uma crise de riso, e tive que me controlar para não.Em casa, fumando, comecei a pensar de uma maneira diferente, como se considerando um todo, pensando no sentido geral das coisas e não único, e os pensamentos que tive naquele momento são a parte mais memorável e que levarei para o resto da vida.
Lembro-me de no final do dia olhar para as minhas pupilas no espelho, e elas estarem dilatando e voltando, dilatando e voltando.
Considerei a experiência fenomenal, atingiu completamente os meus objetivos - que são, em primeiro lugar, de auto-observação em efeitos alterados/reflexão, e em segundo ter experiências que a natureza pode proporcionar a aqueles que são interessados nela.
De adicional, to colocando as únicas fotos que foram tiradas.
Novamente, me desculpem pelo tamanho, e espero que quem tenha lido não tenha se arrependido, agora que chegou ao fim. Hoje choveu aqui na minha cidade, torcendo pra amanhã fazer um sol.
Paz e boas experiências a todos.

Agradeço antes do relato em sí as completas informações que são de bom grado compartilhadas aqui.E peço desculpas, agora que terminei de escrever, pelo tamanho.Tentei descrever tudo que lembrei de notável da trip, sem me prender. Enfim, não querendo ser rude (de maneira nenhuma) mas esta aí o relato, se tiver tempo/vontade, leia.
Eu ja havia comido cerca de 2,5 cubensis em uma outra oportunidade, veio uma trip bacana, porém sutil.O relato aqui é da primeira experiência marcante.
Pulando a parte inicial da caçada, estávamos em 3 amigos procurando num pasto.
Dada a quantidade razoável de 5 cogumelos pra cada um (sempre deixando alguns na terra), fomos lavar num riachinho que tinha alí.
Comemos e em seguida, um dos rapazes deu a ideia de ir buscar mais..eu ja estava satisfeito, mas na hora, fomos. Achamos mais 2 pra cada.
Alí perto tem uma plantação de eucaliptos, e na borda uma poltrona velha, que revezamos. Esse era o set.
Eu ainda estava "normal" quando houve uma conversa sobre uma mania de falar "quíí" que um dos caras tinha, que ja conhecíamos faz tempo (e que inclusive eu peguei -.-) e a definição dele foi essa:
-ah, porque é foda negar alguma coisa, tipo "me da um cigarro?" não vai falar não né, aí se fala quííí.
Na hora achei aquilo engraçadíssimo e comecei a repetir em voz alta o tal do quí.Gargalhei sem parar e por muito tempo, a hora mais divertida e agradável de toda a viagem, chegou a escorrer lágrimas dos meus olhos.
Lembro-me de que minha pele parecia pulsar em padrões vermelho, assim como o rosto dos meus amigos.Na minha visão parecia que tudo era uma pintura, eu com certeza podia (ou achava que podia) sentir a respiração das árvores em volta.
Em uma determinada hora um dos caras foi "cirandar" (sair rodando sem parar) e na conversa com o outro chegamos a conclusão que a palavra que mais nos definia naquele momento era "deslocado" -de fato- me sentia muito deslocado, em contato com uma pessoa que definitivamente era eu, mas um eu completamente diferente.Parecia que meu português saía de forma mais natural, como se não tivesse um filtro cérebro-boca, como se fosse tudo um processo só.
Uma parte que não considero muito legal da trip foi quando comecei a sentir dificuldade pra respirar, como se meu nariz tivesse entupido mas não de coriza, uma sensação estranha. Contei pros meus amigos na hora que não conseguia sentir o ar entrando, e um deles refletiu : - O ar ta por todo lugar cara.. o ar é nosso amigo. Aquilo foi genial, na hora ja desencanei.
Fiz a besteira de ir de chinelo, e como o set era sensacional, tomei uma picada de formiga.Pra ajudar, meu amigo me disse que eu estava ficando meio vermelho, com certeza era aquela vermelhidão que ja citei anteriormente, mas...fiquei encanado que podia estar tendo uma reação alérgica, mas logo fui tranquilizado.
De repente, senti que precisava muito de agua, nessa hora a trip ja estava a mil, a própria sensação de andar era descomunal, fiquei, por exemplo, alguns segundos encarando o meu próprio pé e como aquele formado me deixava abobalhado!Convenci um amigo a voltarmos no riacho, para tomarmos agua. Antes de chegar no tal riacho, tem umas pedras...bendito set, denovo. Lembro que em um momento eu estava olhando pra uma pedra, e no outro, ja estava com as duas mãos nela (havia me desequilibrado e meu reflexo me salvou de uma ferida que não seria nada agradável).
Aquela hora foi estupenda, bebi agua e a sensação é indescritível, parecia que eu estava "furado" (acho que na verdade todos estamos, o incrível foi sentir).
Já estavamos saindo do pasto e me bateu uma saudade enorme da minha mãe, falecida em 2006.Nem de longe uma bad, só uma vontade que depois foi substituída por uma certeza de que nos encontraremos novamente.Quando me separei dos meus amigos e ia em direção ao ponto de ônibus, comecei a ter uma sensação a priori ruim. Era como se o gosto dos cogumelos tivesse voltado a minha garganta, e de repente, minha boca toda estava dormente.Ja no ponto, tinha um portão de ferro/metal/latão na minha frente, com algumas marcas de ferrugem, e aquilo realmente se mexia, como uma constante, como uma dança das marcas de ferrugem.
No ônibus, o fato mais notável foi uma hora que comecei a "querer" ter uma crise de riso, e tive que me controlar para não.Em casa, fumando, comecei a pensar de uma maneira diferente, como se considerando um todo, pensando no sentido geral das coisas e não único, e os pensamentos que tive naquele momento são a parte mais memorável e que levarei para o resto da vida.
Lembro-me de no final do dia olhar para as minhas pupilas no espelho, e elas estarem dilatando e voltando, dilatando e voltando.
Considerei a experiência fenomenal, atingiu completamente os meus objetivos - que são, em primeiro lugar, de auto-observação em efeitos alterados/reflexão, e em segundo ter experiências que a natureza pode proporcionar a aqueles que são interessados nela.
De adicional, to colocando as únicas fotos que foram tiradas.
Novamente, me desculpem pelo tamanho, e espero que quem tenha lido não tenha se arrependido, agora que chegou ao fim. Hoje choveu aqui na minha cidade, torcendo pra amanhã fazer um sol.
Paz e boas experiências a todos.

