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Aviso Pesquisadores reagem a patentes de droga psicodélica extraída de fungos

Aviso da equipe TEO.

Ecuador

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22/12/2007
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Coluna interessante da FSP, com dois assuntos.

Marcelo Leite
mleite@uol.com.br

Pesquisadores reagem a patentes de droga psicodélica extraída de fungos

FDA, agência americana de fármacos, deu aval para testes clínicos com substância psicoativa

Na esteira do renascimento das drogas psicodélicas para a psiquiatria, a FDA (agência de fármacos dos EUA) deu no final de outubro seu aval para testes clínicos com a substância psicoativa psilocibina. Presente nos cogumelos alucinógenos Psilocybes, populares entre hippies, o composto ressurge com a promessa de combater a depressão.

Renascem também, em paralelo, as controvérsias sobre compostos psicodélicos. Não tanto como a voga contra os excessos da contracultura dos anos 1960/70, que resultou na proibição do LSD (embora não se possa descartar uma reação do ultraconservadorismo no Brasil e alhures), mas até entre os militantes da ressurreição.

Cogumelo

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Psilocybe pelliculosa - shroom360


O sinal verde da FDA contemplou a empresa britânica Compass Pathways, que propôs investigar o potencial antidepressivo da psilocibina num estudo clínico de fase 3, aquela que pode conduzir à consagração oficial de um medicamento. Seu alvo é tratar a depressão resistente aos remédios ora em uso.

A proposta da Compass recebeu o rótulo de “breakthrough therapy” (algo como “terapia revolucionária”; leia aqui em inglês). Concede-se tal status a drogas que mostrem em estudos prévios potencial para obter avanço substancial sobre os tratamentos disponíveis.

O mesmo aconteceu em agosto de 2017 com o plano de medicar com MDMA (base do ecstasy) portadores de transtorno de estresse pós-traumático. Também existem estudos, no Brasil e no exterior, sobre terapias psicodélicas com ayahuasca e ibogaína.

Por trás da Compass está o casal Ekaterina Malievskaia, médica, e George Goldsmith, empresário. Eles têm um filho que passou por grave depressão refratária a tratamento, o que os levou a criar em 2015 uma ONG de mesmo nome para impulsionar alternativas psicodélicas.

Planejavam um projeto de pesquisa com psilocibina em clínica na ilha de Man (Reino Unido) e pediram a colaboração de vários pesquisadores da área. Em lugar disso, acabaram transformando a ONG numa empresa com fins lucrativos, partiram para patentear processos de síntese química do composto e submeteram o teste clínico à FDA.

Alguns dos cientistas que lhes deram consultoria quando ainda eram uma ONG se sentiram usados. Outros, muitos deles pioneiros psicodélicos dos tempos da contracultura que resistiram ao período de hegemonia proibicionista, assinaram um manifesto (em inglês aqui) em defesa da livre circulação de dados na renascida ciência psicodélica.

Para eles, a propriedade intelectual da Compass poderia tornar os futuros tratamentos menos acessíveis e mais caros. Malievskaia reconheceu alguns tropeços num artigo (também em inglês), mas defendeu a estratégia comercial de sua empresa como a maneira mais rápida de levar alívio e esperança a quem sofre.



Está aberta a temporada de coleta de informações do Global Drug Survey 2019 (levantamento global sobre drogas), que qualquer pessoa pode responder pela internet. Basta clicar na bandeira do Brasil e submeter, aí se abre uma página em português para maiores de 16 anos participarem.
O levantamento, que tem por lema “Promovendo uma conversação franca sobre uso de drogas”, constitui uma das principais fontes de dados sobre hábitos de consumo de substâncias legais e ilegais, como álcool, maconha, tabaco e cocaína.
Na edição de 2018 participaram 130 mil pessoas de 40 países. Os organizadores ressalvam que os resultados representam apenas o universo de internautas que respondem, não o total da população.
Dos 45 mil que responderam sobre maconha, no GDS2018, 900 eram do Brasil, e 65% deles relataram já ter fumado, 57% nos 12 meses anteriores. No caso de cocaína, os respectivos percentuais foram 29% e 16%.
Na versão 2019, que está na reta final de coleta de dados, drogas psicodélicas como o LSD ganharam mais destaque.

Marcelo Leite
Jornalista especializado em ciência e ambiente, autor de Ciência - Use com Cuidado

https://www1.folha.uol.com.br/colun...de-droga-psicodelica-extraida-de-fungos.shtml
 
vi uma entrevista no canal do Joe Rogan no youtube entrevistando Hamilton Morris em que conversaram sobre o papel das empresas capitalistas na legalização da maconha nos EUA. Depois que ouve o incentivo privado de grandes industrias é que começou a decolar a legalização. Os ativistas anticapitalistas que em grande parte tocaram a manifestação pro legalização no final das contas se sentiram traídos, pois a maconha acabou sendo completamente incorporada na cultura consumista do capitalismo. Hamilton disse que talvez seja necessário para que possa ocorrer de fato a legalização de algumas substâncias, não sei se concordo. Vimos com a legalização da maconha nos EUA surgir uma grande industria e em alguns lugares como califórnia já é difícil para pequenos produtores conseguirem mercado devido à monopolização das grandes empresas. Me preocupa ocorrer dentro do capitalismo a incrementação de substancias psicoativas por elas acabarem passando por um processo de apropriação da cultura consumista que modifica os usos das substâncias dentro da cultura. No caso da maconha, ela criou um mercado completamente novo, que incentiva e esta completamente de acordo com a cultura do consumismo desenfreado o que não sei se é bom para a substância por ela acabar participando de um novo contexto cultural que retira dela o seu uso mais simples e direto, para que tenhamos um monte de parafernália pra comprar que modifica não nossa consciência e nossos hábitos culturais - que são efeitos bons de sustâncias psicoativas - mas nos mergulha mais na cultura do consumo e do capitalismo. Uma droga como a psilocibina acabaria sendo transformada em algo mais controlado, de uma maneira que quebre o atual contexto da psilocibina e a transforme numa espécie de SOMA como no livro Admirável Mundo Novo do Huxley, em que essa substância apenas conforma os usuários a continuarem na mesma cultura e sociedade, em vez de proporcionar neles uma revolução da consciência.
 
empresa com fins lucrativos, partiram para patentear processos de síntese química do composto e submeteram o teste clínico à FDA.
Então não é bem uma patente da psilocibina "extraída de fungos" (natural), e sim da sintética.
E vai de encontro ao que eu disse aqui:
Sendo que a obtenção de psilocibina é tão fácil, o que seria mais típico, para a indústria farmacêutica, seria voltar a comercializar os produtos patenteados, ou desenvolver novos análogos, e a psilocibina natural continuar sendo proibida.

Deve ter sido um verdadeiro chute nos basidiosporos de quem ajudou na pesquisa. Não que a síntese de psilocibina seja um segredo, mas além da já citada transformação em produto comercial, com (in)consequente popularização e interesse pelo "novo barato", há o risco de atrair o interesse das pessoas erradas - e uma vez que as receitas da síntese (velhas e novas) sejam de "domínio público", que comece a aparecer psilocibina de má qualidade por aí (em pó, misturada com outras coisas em comprimidos, etc).

Serão tempos escuros. Ou talvez cheios de fractais e muito coloridos, mas também vai aparecer um monte de bicho-papão de quem tinha um no armário e não sabia.
 
Então não é bem uma patente da psilocibina "extraída de fungos" (natural), e sim da sintética.

Como é um composto natural, a psilocibina não pode ser patenteada. Mas um processo de síntese pode. Se alguém quiser sintetizar usando aquele processo específico terá que se entender com o dono da patente.
 
@Ecuador e @Salaam`aleik , além de que é melhor e mais viável para uma indústria saber o quanto ela irá produzir, podendo controlar a produção e o conhecimento, ela controlará o mercado. E, a psilocibina está em ascensão já faz um tempo, várias pessoas estão sendo direcionadas a alucinógenos quando apresentam sintomas de depressão, entre outros.

Algumas empresas vêm trabalhando para construir uma base sólida sobre isso. É aquela velha história, você não pode aparecer com algo novo no mercado e falar: "Comprem!". Em primeiro lugar, há de ser realizado uma certa alienação, ou seja, induzir as pessoas a aceitarem esta ideia de maneira vagarosa e inconsciente.

vi uma entrevista no canal do Joe Rogan no youtube entrevistando Hamilton Morris em que conversaram sobre o papel das empresas capitalistas na legalização da maconha nos EUA. Depois que ouve o incentivo privado de grandes industrias é que começou a decolar a legalização. Os ativistas anticapitalistas que em grande parte tocaram a manifestação pro legalização no final das contas se sentiram traídos, pois a maconha acabou sendo completamente incorporada na cultura consumista do capitalismo. Hamilton disse que talvez seja necessário para que possa ocorrer de fato a legalização de algumas substâncias, não sei se concordo. Vimos com a legalização da maconha nos EUA surgir uma grande industria e em alguns lugares como califórnia já é difícil para pequenos produtores conseguirem mercado devido à monopolização das grandes empresas. Me preocupa ocorrer dentro do capitalismo a incrementação de substancias psicoativas por elas acabarem passando por um processo de apropriação da cultura consumista que modifica os usos das substâncias dentro da cultura. No caso da maconha, ela criou um mercado completamente novo, que incentiva e esta completamente de acordo com a cultura do consumismo desenfreado o que não sei se é bom para a substância por ela acabar participando de um novo contexto cultural que retira dela o seu uso mais simples e direto, para que tenhamos um monte de parafernália pra comprar que modifica não nossa consciência e nossos hábitos culturais - que são efeitos bons de sustâncias psicoativas - mas nos mergulha mais na cultura do consumo e do capitalismo. Uma droga como a psilocibina acabaria sendo transformada em algo mais controlado, de uma maneira que quebre o atual contexto da psilocibina e a transforme numa espécie de SOMA como no livro Admirável Mundo Novo do Huxley, em que essa substância apenas conforma os usuários a continuarem na mesma cultura e sociedade, em vez de proporcionar neles uma revolução da consciência.

Não creio que irão liberar psicodélicos tão facilmente, pois se trata de um droga que ativa o cérebro como um todo. Podendo despertar ideias contrárias e causando o caos generalizado. Vai ser um tal de "Eu sei mais do que você!", ainda mais em um mundo polarizado como o nosso. É garantir o colapso de governos que já estão com problemas internos (vide EUA e China).

No caso da maconha, é um entorpecente que vicia, que inabilita as pessoas, quanto mais usam mais preguiçosas ficam. Isto se dá por conta da maconha literalmente afetar o cérebro, criando buracos nas ligações neurais de uma pessoa normal. Tem um neurocientista que mostra os resultados de scans cerebrais de viciados, é drástico. Quanto ao lucro que a maconha gera, é algo relativo, pois ao mesmo tempo que há um aumento de empregos, há um aumento no consumo energético do país. Os EUA enfrentaram um problema de energia por conta da legalização, e estavam querendo regular: Power grids getting high on pot: States roll out laws to make cannabis industry more energy efficient.
 
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