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Onde se concentra a psilocibina no cogumelo?

GlubGlub

Esporo
Cadastrado
08/03/2024
79
3
23
Olá pessoal, sempre tive esse dúvida. Há diferença na concentração de psilocibina no corpo do cogumelo? Tipo, se eu tomar 1g do "corpo" ou 1g do "chapeu", terão efeitos parecidos?
 
Há diferença na concentração de psilocibina no corpo do cogumelo?


A única referência que eu conheço é o artigo que é referenciado nesse link da postagem.
 
Muito obrigado pelas infos. Na minha cabeça fazia sentido uma das partes ter a maior concentração
 
Aahhhhh, posts de polêmica científica finalmente!

Estudo após estudo que se propõe a fazer a espectrometria das partes isoladas do corpo frutífero, o píleo (chapéu) demonstra concentrar doses ligeiramente ou expressivamente maiores de psilocibina.

Segue em anexo o mais recente que encontrei (feito com outro tipo de Psilocybe zapotecorum).

On average, the cap tested more potent than the stem (p < 0.01). The stems ranged from 8.9 to 23.5 mg/g averaging 15.6 ± 2.2 mg/g (n 5 7, Table 1). The caps ranged from 19.4 to 30.4 mg/g averaging 25.5 ± 1.8 mg/g (n 5 7, Table 1).

Se pensarmos sobre isso faz bastante sentido evolutivo certo?
A hipótese da presença de psilocibina no cogumelo é a de defesa contra predadores.

Existem várias plantas que desenvolvem espinhos ou substâncias urticantes ao redor de suas sementes, tipo caju, pequi, jaca.
Assim como nesses casos, o micélio bombeia a piscilocibina para as regiões adjacentes às lamelas pra proteger seus esporos até que estejam maduros.
Após a esporulação o fruto murcha e a piscilocibina para de ser produzida, pois já cumpriu seu propósito.
 

Anexos

  • 2054-article-p63.pdf
    2.9 MB · Visualizações: 5
Última edição:
Me baseei nesse artigo.

"Caps versus estipes de corpos de frutificação fúngica

Os corpos de frutificação foram separados em chapéus e estipes para determinar as
concentrações de triptamina nessas partes do cogumelo. Esses experimentos foram
realizados em corpos de frutificação de fungos secos em seis réplicas. Em média, as
tampas continham 0,01% em peso de aeruginascina, 0,07% em peso de baeocistina,
0,88% em peso de psilocibina, 0,01% em peso de norbaeocistina e 0,06% em peso de
psilocina. Em estipes, encontramos <0,01% em peso de aeruginascina, 0,03% em peso
de baeocistina, 0,47% em peso de psilocibina, <0,01% em peso de norbaeocistina e
0,01% em peso de psilocina.
Havia aproximadamente 50% menos baeocistina, psilocibina e
norbaeocistina nos estipes do que nos chapéus. Os estipes continham 32% menos aeruginascina e 85% menos psilocina que os caps. O conteúdo total
de alcaloides de triptamina nos estipes foi aproximadamente 50% menor do
que nos chapéus. Esses resultados são ligeiramente diferentes de um estudo
mais antigo, que afirma que o teor de psilocina é maior nos estipes do que nos
bonés em P. cubensis,mas uma distribuição semelhante de psilocibina (níveis
mais altos nos chapéus do que nos estipes) foi observada em Psilocybe
samuiensis.52 Nossos resultados correspondem ao trabalho publicado.26
O paramétrico de duas amostras não pareadotteste com correção de
Welch no programa R constatou que os resultados não foram estatisticamente
significativos, pois o valor foi 0,3756.
Isso pode ser devido à grande diferença
entre as concentrações de alcaloides nos corpos de frutificação individuais. Issos
significa que, embora o teor médio de triptaminas em caps seja maior do que
em estipes, devido ao SD, onde há alta variabilidade entre corpos de
frutificação individuais, não se pode dizer que esta afirmação se aplica a todos os corpos de frutificação. A variabilidade das triptaminas em corpos de frutificação individuais foi descrita em outros trabalhos publicados.52,53



52. Gartz J, Allen JW, Merlin MD. Etnomicologia, bioquímica e cultivo de
Psilocybe samuiensisGuzman, Bandala e Allen, um novo fungo
psicoativo de Koh Samui, Tailândia.J Ethnopharmacol.
1994;43(2):73-80.
53. Gartz J. Variation der Indolalkaloide vonPsilocybe cubensisdurch
unterschiedliche Kultivierungsbedingungem.Beiträge Kenntnis Pilze
Mitteleuropas.1987;3:275-281."
 

Anexos

  • Stability of Psilocybin and Analogs.en.pt.pdf
    1.4 MB · Visualizações: 4
Havia aproximadamente 50% menos baeocistina, psilocibina e
norbaeocistina nos estipes do que nos chapéus.

A pesquisa que você linkou está condizente com as demais.

Existe ampla variabilidade entre os frutos.
Na média a concentração é 50% maior no chapéu (ex: estudo que citei encontrou uma média de ~60% a mais).
 
Sim, mas o problema, pelo que entendi é a questão onde eu deixei em negrito.

Com base nisso, se estiver correta a informação. Não da afirmar que todo cogumelo terá mais triptaminas nos caps do que na estipe e vice-versa. Então, por via da dúvidas, fico com a igualdade entre as partes.
 
Sim, mas o problema, pelo que entendi é a questão onde eu deixei em negrito.

Sem dúvida, SD é a standard deviation que é a variabilidade entre um fruto e outro.
Se colhermos um único cogumelo aleatório no meio do flush não dá pra assumir que o píleo seja necessariamente mais potente.
 
Sem dúvida, SD é a standard deviation que é a variabilidade entre um fruto e outro.
Se colhermos um único cogumelo aleatório no meio do flush não dá pra assumir que o píleo seja necessariamente mais potente.
Qnd eu ganhar na Mega-Sena, prometo montar um laboratório de análise só pra ficar fazendo esses testes :anjo::anjo::anjo::anjo:
 
Qnd eu ganhar na Mega-Sena, primeiro montar um laboratório de análise só pra ficar fazendo esses testes :anjo::anjo::anjo::anjo:

O lab da Unifesp era aberto pra comunidade até um tempo atrás, a gente só agendava com 1 mês de antecedência e bancava os reagentes usados.
No momento só virando milionário mesmo, conferi o preço de um espectrômetro de massa de entrada e tá na média de 100~150 mil 😭

E pra trabalhar com Crispr e produzir umas cepas novas por engenharia genética (termo ciclador, eletroporador, espectrofotômetro) sai uns 300 mil 😭😭😭
Dezembro tá chegando, contamos com o empenho de todos do fórum pra financiar essa iniciativa kkkkkkkk
 
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