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Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

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O Nascimento do Átomo

Átomo

Cabeça de Cogumelo
Membro Ativo
21/11/2009
490
80
Não está na ordem de ensinamentos, nem de trips, nem cronológica, nem individualmente lógica...
(A morte: https://teonanacatl.org/threads/isto-faz-algum-sentido-para-alguém.4513/ )

Fui até o som deixei tudo preparado, e pensei, musicas instrumentais são boas, coloquei yann tiersen mal sabendo que aquilo iria transformar a minha vida inteira...as pessoas já estavam ansiosas e a seus postos, copos na mão e tim-tim, glup glup glup glup... ahhhh...
começamos a andar pela casa e esperar os efeitos, fui até a porta, estava um fim de tarde nublado como aqueles dias que você acha cogumelos... o arquétipo da grande mãe fura-bolos estava na porta, percebi que algo estava mudando...
e as nuvens começaram a se transformar, faziam aquelas formas de desfazer as formas, o cachorro do vizinho latia como se algo muito sério fosse acontecer, eu sabia que não tinha volta, já sabia que tinha que me entregar, fazia tempos que não era tão forte, fazia tempos que nao era tão boa...
as diferenças não existiriam, mas as semelhanças também não...
e eu sabia que aquilo seria apenas lembranças de um outro verão...

derrete-se as idéias, derretem-se as pessoas, era hora de entrar, o que tinha que ser seria, e difícil seria até ser mais fácil...
algo conhecido pelo resto do que o aguardava


E na cama me joguei, era um medo muito grande e eu sabia que era só não olhar , então me entreguei, fechei os olhos e eu estava sobre o fio

- Vamos?
- Tudo bem, me ajuda? Vai conversando comigo?
- Claro, não se preocupe, você vai ficar bem!
- Posso ir perguntando coisas?
- Claro!
- Me avisa quando terminar, coloca algum sinal pra mim?
...

no dia da solidão eu entendi que fazer o dever era preciso para ver as coisas como elas são, era lembrar que nós somos um... e eu não tinha feito... eu estava afogado em meu próprio ego e só poderia sair se eu quisesse, se eu fizesse o dever de casa...
e fazendo isso, a beleza voltaria para os olhos de quem a vê...


...

em gritos e gritos, as pessoas se dividiram em várias, se tornaram todas e todas ao mesmo tempo, e os gritos continnuavam e aquilo nunca ia passar, nunca ia acabar até que acabasse, e aquela sensação nostalgica e solitária e intensa de todas as sensações do mundo estavam em mim e estavam no mundo e o mundo girava e se contorcia e eu girava e me contorcia, mas ia conversando sem falar, de boa também, tinha algo além daqueles sentimentos, algo onde nao existia e apenas não existia...
Deitado na cama eu podia entender claramente tudo que estava acontecendo, eu entendia quando eles não entendiam e eles entendiam quando eu não entendia...as musicas se repetiam e repetiam e repetiam, Seu Vizinho estava morrendo e no limbo do corredor ele andava de um lado pro outro indo ao banheiro milhões de vezes e gritando muito, mas as vezes ele parava pra conversar com os outros normal...
a morte me equilibrava enquanto eu continuava sobre o fio
 
-Mas então é desse jeito mesmo mesmo mesmo?
-Siiiim, já te respondi tantas vezes, você pergunta muito hein.
- Tudo bem então. Posso continuar perguntando, to sendo muito chato?
-Aahahahah, nao, não tá não, pode ir falando! ("vá vá falando daí q eu estou ouvindo daqui e tudo e tal")
- Obrigado eheheh!

E eu ouvi um uhullllllllllllllll ahhhhhhhh, e eu sentia meu próprio sorriso no rosto, eu nunca fui, EU NUNCA FUI, eu nunca tinha sido...
...
Haviam engrenagens e suas cores eram intensas, havia um circo,havia roletas de jogo, havia pessoas, havia muiitos desenhos e muitas páginas em branco, havia a fábrica, havia a biblioteca, hávia a porta de entrada e a porta de saída e eu sentia cada um entrar e ver como era...

Os dias eram tristes, as tristezas de todos podiam vir sobre mim, não tinha problema, era assim que tem que ser, os gritos continuavam e as tristezas iam se desfazendo, laços estavam sendo formados, laços que nunca mais seriam extintos e apenas não seriam...

os seres iam coloridos no som do acordeon, seria difícil, mas sentir as dores do mundo era tão pequeno, elas dançavam ao meu redor, todas as dores todod o sofrimento se mostrando como algo triste e feliz ao mesmo tempo, era uma força e um mundo indescritível e colorido e abundante em todas as coisas, muitas coleções de lapis de cor...
eu não podia aceitar, eu não era merecedor de tudo aquilo até que fosse, mas não seria mais igual, nada seria igual, e então eu peguei os lapis

a noite era de celebração

e eu acordei, o som ia aumentando e o mundo ia se colorindo e eu ia desenhando
- mas eu posso ser melhor? Não melhor nas coisas, mas melhor enquanto pessoa, enquanto ser humano?
- Você pode!
- Mas eu não vou conseguir mudar tudo logo depois dessa trip, como eu faço?
-As mudanças ocorrem aos poucos, você nunca foi, lembra?
-Sim, obrigado, vou continuar pintando:)

(O enfrentamento dos medos: https://teonanacatl.org/threads/no-mundo-do-flapjack.4618/ )

e o mesmo risco feio se tornava bonito cada vez que a minha cabeça falava sai dessa e de uma tristeza imensa aquilo ia se tornando o que seria até que já tivesse sido, de todas as coisas...
e então foi e eu me sentia limpo e feliz...

tudo era simples, tudo era bonnito, nnem sempre seria simples mas era ao mesmo tempo e seria pra sempre, cada momento mostraria isso e eu continuava pintando com as mãos que não eram minhas...
 

e nesse dia eu estava acordado e já tinha tomado e já tinha morrido em outra vez, então não ia mais morrer, mas eu queria ser melhor, ser alguem melhor, ser uma pessoa melhor no mundo, queria ser uma pessoa boa, queria que todas as pessoas se dessem bem...
e pensar que tudo começou com um grande banquete de cogumelos mágicos

os gritos voltavam e as músicas se repetiam e as mortes aconteciam, eles nasciam e morriam e orgásticamente sentia a energia da criação em todo o meu corpo que se movimentava na gelatina cósmica, era a redescoberta de novos seres, pessoas melhores surgindo, pessoas com a mente aberta, com a vida livre, a grande mãe gritava de dor cada nascimento quue acontecia, sempre aconteceriam, eu estava dentroo do ovo dando origem a todos eles, eu era eles e eles eram eu, não tinha problema sentir essas coisas, era bela a angústia de nascer pra uma nova literatura...
E em cada morte era feita uma nova descoberta


...

- Por que as pessoas tem que esquecer? Está acabando né?
- Por que elas tem, não é tão simples
.
Mas é assim que funciona... Sim sim está acabando, vamos indo?
- Posso lembrar de algumas coisas depois que passar?
- Você vai lembrar o que precisa ser lembrado até lembrar mais...
- Vai me explicando essa parte do esquecimento, eu sei que eu sou curioso, mas me explica?
...

outrora eu que achava que meio copo seria suficiente, não queria que fosse tão forte, o senhor do tempo e o oraculo já estavam deitados e eles conversavam entre si, eu sentia que aquele meio copo não era suficiente, tinha que ser todo mundo a mesma quantidade, mas eu não queria, não queria me entregar, aquele resto de suco me olhava e dizia vem, e o tempo e as respostas conversavam em uma lígua estranha, não entendia o que eles falavam, eles tinha sumido no colchão e só a cabeça deles estava pra fora pra respirar...
e eu estava sozinho e tudo era apenas eu, era pra mim aquela história...



-E o que eu faço agora?
-Só respira...
-Mas eu to sentindo q eu não fui pra lá? Por que eles já estão e eu não, é o meio copo?
- Pode ser, pode não ser, toma e vê.
- Me ajuda?
...
glup glup glup e aquilo se transfomou e enquanto eles desenhavam o deles e eu estava deitado com muitos seres ao meu redor eu estava imobilizado e me guiavam, não tinha como voltar atrás, era preciso aceitar, o que viria viria para melhor, e senhor da minha realidade eu estava sendo coroado,
os seres eram menores que eu em tamanho, mas estavam mais acima em energia, não sei o quanto acima, mas eles podiam... eles me rodeavam e enquanto eu estava deitado naquela capsula com eles ao meu redor, meu corpo ficava andando e pulando e fazendo caretas..
e eu não podia me mexer, entendia o que era, entendia o aqui e o eu agora. Sim, podia pegar os lápis de cor e desenhar no pé ou no mundo, o meu mundo se abria pra mim, não teria como contar, não teria como descrever extamente, pois era um mundo de possibilidades e todas estavam nele, todas sem exceção... e eu poderia escolher e os seres ao meu redor me guiariam...
...
-Existem hierarquias ou todos são e não são ao mesmo tempo?
- Tudo a seu tempo...
...

Com apenas quatro médios era possível ter acesso à fabrica onde todas as coisas são feitas e à grande biblioteca onde está todo o conhecimento de todas as coisas, as figuras dentro das engranagens faziam aquele movimento 3d e todas as histórias de todas as coisas vistas vividas ou não estavam ali cada uma eu seu lugar e aquelas cortinas coloridas ficavam disponíveis como uma grade sala de controle de si mesmo, era livre livre, então das entranhas da fábrica saiu o mundo, pegaram-no com as duas mãos e me deram: ó é pra você, foi feito especialmente pra você, é o seu mundo, mesmo que...

E numa explosão a matéria se desintegrou e se recontruiram todos os seus átomos

Os cogumelos sempre foram o meus aliados, mas coisas novas estavam chegando, eles não poderiam me explicar o que seria, mas seria depois de ser...

PAZ

(O engraçado é q eu não sabia nenhum nome das músicas, mas os ensinamentos tavam relacionados a isso e as repetições tb)

To be continued...
 
Boa sorte, Átomo.
 
Obrigado Ecuador!
quando for em tempo continuarei essa parte daquele ciclo!
 
...no dia da solidão eu entendi que fazer o dever era preciso para ver as coisas como elas são, era lembrar que nós somos um... e eu não tinha feito... eu estava afogado em meu próprio ego e só poderia sair se eu quisesse, se eu fizesse o dever de casa... e fazendo isso, a beleza voltaria para os olhos de quem a vê...
Experiência é aquilo que aprendemos. E eu aprendi um pouquinho junto com você maninho.
Valeu!
 
"E então ele não tinha feito o dever de casa. De que adianta aprender, ver, saber e encontrar, se aquilo era nada, e nada era sufiente. A raiva tomou conta dele, queria saber o que já sabia. De raiva chegou a tristeza, de tristeza chegou à solidão e na solidão permaneceu. E levou uma sova da morte. E se desintegrou. E uma nova química começou. E então ele faria o dever de casa."
:)
 
O átomo foi dividido!
Que legal o teu relato, valeu!
 
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