- 14/04/2015
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Eis que nem tudo o cogumelo pode curar, mas eis que pra tudo a Voz do Cogumelo pode nos aconselhar - ainda que nos seja desagradável o conselho.
Na experiência 76, ocorrida há cerca de 10 meses atrás (começo de Novembro de 2020, creio eu), tentei realizar um progresso em relação a questões que me afetavam na experiência 75 (Mas... Hem???) e na Um Sorriso de Amor após a Destruição (xp 72 e 73). Eu vivia uma situação muito intensa de convivência com alguém que tinha e ainda tem graves problemas em lidar comigo quando diz respeito a sexo, com diversas mentiras me envolvendo e contradições entre o que era sentido e o que era vivido. Num contundente retorno a comportamentos que ela apresentava há 20 anos, me vi envolto num enredo de brigas súbitas, destratos sem razões que não fossem a merda da vontade dela de querer me dar a porra da buceta e segurar a vontade. Não admitia que queria, mesmo se masturbando e gozando ao meu lado na sala - o que só rendia o cheiro na mão dela e, ao notar o cheiro, uma puta de uma bronca como se eu fosse louco. Demorei muito pra notar que de fato eu estava certo sobre tudo que se passou, em termos de porque as coisas ocorreram como foram.
Só pra ajudar no contexto, neste período minha esposa e filha estavam fora por meses em função do COVID. Então tudo aqui ficou só entre eu e esta amiga. E pra ressalvar, minha esposa é ciente de tudo sobre nossa história, não mentimos nem omitimos um do outro as coisas.
Mas não digo que no entanto eu estivesse certo na hora em que reagi a essas injustiças que, se não fossem atos que ela não podia ter de forma diferente, seriam culpa dela. Mas como culpar alguém que não tem capacidade de agir de forma diferente comigo? É tal qual uma força da Natureza, que se abatia sobre a minha cabeça. Não podia culpar, mas ainda assim não podia deixar de sofrer. Imaginem um furacão. Ele não tem "culpa" de destruir a sua casa porque ele é apenas uma coisa seguindo em frente; mesmo assim, sua casa será destruída e você sofrerá.
Não há nem o que perdoar. Como se perdoa a um cão que lhe morde, se a mordida não podia ser evitada de ser dada pelo cão? Pra mim, se trata apenas de adequar a visão das coisas e seguir em frente... desde que distante fisicamente da pessoa, ou do cão kkk.
Eu sei que ela pode ler isso aqui (e se estiver lendo, recomendo que não passe dessa linha), mas tenho que falar em algum lugar. Espero que se dê pelo menos à dignidade de não me dar nenhuma resposta, porque leu aqui porque quis; eu não quero resposta alguma. Não quero satisfação. Não quero os "porquês". Não quero defesas pífias de uma mente maravilhosa pra tanta coisa - mas destrutiva quando se trata de mim e sentir-se atraída por mim. Ainda mentirosa, ainda falsa... uma oposição entre a amiga perfeita e o pesadelo existencial amoroso.
Mas, depois dos eventos do ano passado, uma parte de mim em relação a ela morreu, a parte que se importava com o fato de gostar ou não dela, de saber porque houve ou deixou de haver algo no passado. Na verdade, se inverteu pra um nojo e um arrepio a cada palavra dela que eu interprete como uma tentativa desesperada de se querer compreendida ou dar ao passado de 20 anos de manipulação sexual, uso sexual e descarte, esperanças para suceder humilhações, tortura e destruição emocional alguma tonalidade mais leve - apenas antecedida por alguma destruição da minha psiquê por parte dela se lhe der abertura pra tanto, simplesmente porque ela não consegue agir diferente.
Tá tudo bem. Eu apenas vou sorrir e acenar. Não vale a pena.
E posso dizer que essa consolidação de entendimento de autovalorização se deu a partir da experiência 78, (Dezembro, já sozinho em casa de novo) que mal me recordo, mas que já foi feita após a saída traumática dela da minha casa - e simbolicamente da minha vida amorosa, um descarrego de 20 anos. Não se tratou ela de uma experiência de autodescoberta ou transcendental, mas apenas de autorreflexão sobre isso, e o estabelecimento da sanidade: 20 anos de repetições de erros com ela chegaram ao fim.
Sobre a experiência 77 não lembro nada (por volta de Novembro de 2020). Exceto que também foi focada em tentar tolerar conviver mais um dia com ela.
Mas a que mais me marcou foi a experiência 76, do começo deste relato. Em franco inferno de convivência, eu dediquei 6 horas de efeito a conseguir superar os sentimentos de conflito, a raiva, o ódio. Eu queria que o cachorro me mordesse, mas que eu não sentisse os dentes nem que ele me ferisse. Qual foi a resposta do Cogumelo? "Não tem como, vai sentir, vai sofrer, e só com a distância é que melhora".
-Ahhh não!!! Você é o Santo Cogumelo! Você pode me encher de uma luz estoica-budista-taoista-cristã-islâmica maravilhosa e infinita!!!
E a Voz: "Não, não posso não, tem limite. Se pra eu ajudar a curar vícios a pessoa tem que parar primeiro de usar a droga, da mesma forma não posso eu te fazer virar santo perante aquilo que ao mesmo tempo é tentação e inferno".
-O que você quer dizer?
"Que você vai ter que engolir a seco, já que a quer ajudar dando moradia que ela precisa. Você já sabia como seria, e chegou no limite. Agora aguenta".
E basicamente a lição da experiência 77 foi que o cogumelo é santo, mas que não faz milagre incondicionalmente.
Hmmm. É... o cogumelo me faz ficar como se nunca tivesse fumado cigarro, como se nunca tivesse usado dopaminérgicos (aquela droga de cheirar e fumar), me fez retomar a minha sexualidade saudável para me reconectar ao prazer da parceira ao invés de sentir prazer na dor alheia, me fez ser melhor como pai, irmão, filho, amigo; me ajudou de tantas formas inacreditáveis em que uma sessão valia por 5 anos de psicólogo...
Mas, eu literalmente fiquei 5 anos numa psicóloga na década antepassada falando dessa amiga, por conta dos sentimentos confusos. E não funcionou. E nem também tomar cogumelo, nem por 10 a 20 anos de terapia em equivalente a dosagem, também adiantou.
Assim como a doença que me afastou do trabalho e que eu tive que tratar antes de retornar aos cogumelos para finalmente iniciar o tratamento espiritual da doença (narrado em todos os relatos meus a partir de 2018)... o cogumelo também não poderia me fazer encontrar uma fórmula mágica pra ter uma boa convivência com ela.
Talvez porque não dependesse de mim mais a certo ponto, quando ela se resumiu a agir como agira por 20 anos, sem qualquer sinal de melhora. Não havia ali chance pra mim, e não seria o cogumelo a corrigir as falhas minhas que vinham de me permitir estar sob tão intenso abuso, disfarçado em uma densa camada de doença que se confundiria com hipocrisia e sadismo sexo-afetivo direcionado com exclusividade a mim por duas décadas.
É... só podia dizer "não tem jeito, só afastando" mesmo, essa tal Voz do Cogumelo que tanto me ajuda.
Foi, de longe, a experiência mais falada da minha vida. Após a (1) negação acima narrada no diálogo calmo, eu gritava: "PORRA VAI SE FODER COGUMELO NÃO PODE SER ASSIM, NÃO PODE SER ESSA A SUA RESPOSTA". Já era (2) raiva E tentava buscar na mente de onde tirar mais uma gota de luz pra uma violência emocional de 20 anos que se manifestava como "problemas do dia a dia". Foi a etapa mais demorada da experiência, que tomou mais horas e o pico.
Já não tinha nem porque. O Voz do Cogumelo sentia a minha fúria em berros que começavam a caminhar pra risos de loucura e desespero. Então começa a (3) barganha, em que de repente me via jogado no chão, rindo, como se a risada e a superação da necessidade de uma resposta fossem me trazer justamente uma resposta. Como se aceitar a situação fosse fazê-la doer menos. Mas não, não doía. E que se foda o estoicismo!!!
Abrir mão de pedir uma resposta não fez com que a resposta viesse. Buscar que a resposta fosse melhor do que "aguenta, e aguenta, e aguenta que não tem nem vai ter saída, só melhora quando ela for embora da sua casa" só dava em nada, e a barganha ia se tornando em tristeza. Claro, chegou a (4) depressão, de novo no chão. Certa tristeza, intensa, pura, íntima. Como eu não tinha como melhorar a situação e ser uma pessoa melhor com ela? Que beco sem saída: ela precisava da minha ajuda!
-Mas, Cogumelo... olha como eu tô...
"É assim mesmo. Ficar triste também não muda".
Até que, já com a proximidade do fim dos efeitos e sem esperança de nenhuma saída emocional milagrosa, tive a (5) aceitação de que a minha relação em proximidade com ela era e seria para sempre uma merda, o que veio a se confirmar nas semanas seguintes, em que a presença dela e suas mentiras e agressões por ser mal resolvida foram se agravando. Já não havia o que fazer, apenas aceitar. Sofrer uma agressão, me defender, ser agredido por me defender como se não tivesse sido agredido primeiramente, ter que ficar calado. Devagar sintomas da doença que me tirou do serviço se agravaram novamente, como se tivesse acabado de sair dos hospitais de 3 anos antes.
Já não dava mais. Não havia espaço pra respirar. Trancado e restrito em minha própria casa a quem abri para viver. Por outra pessoa doente, que seja. A doença me faz não a culpar; mas também me faz saber o motivo de não a poder ter por perto mais que algumas horas de papo por dia; ou em situações de ajuda e apoio emocional. Sempre com a liberdade de, após desligar o telefone, poder ficar dias sem falar com ela, se for o caso.
Bem... o dia em que explodi e bêbado berrei ao rosto dela sobre "não tá feliz aqui vai pra porra da casa da sua mãe então caralho se lá é melhor mas não me adoece eu preciso me tratar e você tá me deixando pior a cada dia". Bem, todos meus familiares e amigos concordavam. Meu psiquiatra inclusive recomendou que eu a convidasse a se retirar da minha casa um mês antes de chegar ao limite máximo. Bem, assim aconteceu, de forma muito traumática. Mas aí ela já não morava aqui mais. Aí eu podia finalmente assentir com o que o cogumelo, em sua sabedoria disse, "só resolve com a distância".
E mais que isso, toda essa história deu fim a um caso de 20 anos. Talvez tenha vivido na minha casa, naquele mero 1 mês e meio (puta que paril! Um mero mês e meiooooo), todas as etapas do luto de finalmente conhecer alguém que, apesar de ser minha melhor amiga há 2 décadas, ainda não tinha se mostrado por completo em como podia me destruir impiedosamente por ser uma doente emocional incapacitada de ser honesta comigo em qualquer sentido se envolvesse sexo, quase uma esquizofrênica sexo-afetiva no geral, com um toque especial comigo - não fosse ela "convidada" a se retirar daqui.
...
E nessa fase o cogumelo foi sim muito importante pra tolerar tempo o suficiente pra ver tudo mais que se mostraria e que me faria ver que de fato nunca soube quem ela era e porque ela sempre disse que eu não a conhecia, senão não ia querer ficar com ela. Pois é, ela estava mesmo certa.
Uma lição de moral que vale pra todo mundo:
No nosso caso, a amizade voltou mais forte, porque agora totalmente limpa, da minha parte, de qualquer tipo de ilusão sobre a possibilidade dela não ser amanhã a mesma merda sexo-afetiva que foi comigo por 20 anos. E não se trata de mágoa de 20 anos. Não. Ela fez tudo de novo, há menos de 1 ano atrás. É quem ela é. E, sabendo disso, hoje posso ser um amigo melhor. E tirei de nossos diálogos toda e qualquer mínima referência sexual.
E se um dia a incurável doente sexo-afetiva (incurável em relação a mim, não em relação ao mundo) vier me dar mole de novo, como tanto já fez, me levando a ser usado, largado e humilhado? Meu plano é dar um tapa ou uma porrada tão forte na cara dela que talvez ela aprenda de vez a tomar jeito e não mais acreditar na própria loucura de que um dia tem chance legítima dela querer ter e assumir um relacionamento comigo, sem me fazer acreditar, ir atrás e jogar pra escanteio. Vai doer mais em mim do que nela... só que não.
Mas de fato o que eu farei? Apenas sorrirei e acenarei. Olhar pra cima, dizer alguma coisa boa do tipo "ahan, acredito". Não criar drama. Seguir em frente. É só disso que ela precisa, afinal, que eu acredite nela, mas que nada faça. Pena que não acredito; mas parabéns a ela, que nada farei.
É...
1 - CONTEXTO
Na experiência 76, ocorrida há cerca de 10 meses atrás (começo de Novembro de 2020, creio eu), tentei realizar um progresso em relação a questões que me afetavam na experiência 75 (Mas... Hem???) e na Um Sorriso de Amor após a Destruição (xp 72 e 73). Eu vivia uma situação muito intensa de convivência com alguém que tinha e ainda tem graves problemas em lidar comigo quando diz respeito a sexo, com diversas mentiras me envolvendo e contradições entre o que era sentido e o que era vivido. Num contundente retorno a comportamentos que ela apresentava há 20 anos, me vi envolto num enredo de brigas súbitas, destratos sem razões que não fossem a merda da vontade dela de querer me dar a porra da buceta e segurar a vontade. Não admitia que queria, mesmo se masturbando e gozando ao meu lado na sala - o que só rendia o cheiro na mão dela e, ao notar o cheiro, uma puta de uma bronca como se eu fosse louco. Demorei muito pra notar que de fato eu estava certo sobre tudo que se passou, em termos de porque as coisas ocorreram como foram.
Só pra ajudar no contexto, neste período minha esposa e filha estavam fora por meses em função do COVID. Então tudo aqui ficou só entre eu e esta amiga. E pra ressalvar, minha esposa é ciente de tudo sobre nossa história, não mentimos nem omitimos um do outro as coisas.
Mas não digo que no entanto eu estivesse certo na hora em que reagi a essas injustiças que, se não fossem atos que ela não podia ter de forma diferente, seriam culpa dela. Mas como culpar alguém que não tem capacidade de agir de forma diferente comigo? É tal qual uma força da Natureza, que se abatia sobre a minha cabeça. Não podia culpar, mas ainda assim não podia deixar de sofrer. Imaginem um furacão. Ele não tem "culpa" de destruir a sua casa porque ele é apenas uma coisa seguindo em frente; mesmo assim, sua casa será destruída e você sofrerá.
Não há nem o que perdoar. Como se perdoa a um cão que lhe morde, se a mordida não podia ser evitada de ser dada pelo cão? Pra mim, se trata apenas de adequar a visão das coisas e seguir em frente... desde que distante fisicamente da pessoa, ou do cão kkk.
Eu sei que ela pode ler isso aqui (e se estiver lendo, recomendo que não passe dessa linha), mas tenho que falar em algum lugar. Espero que se dê pelo menos à dignidade de não me dar nenhuma resposta, porque leu aqui porque quis; eu não quero resposta alguma. Não quero satisfação. Não quero os "porquês". Não quero defesas pífias de uma mente maravilhosa pra tanta coisa - mas destrutiva quando se trata de mim e sentir-se atraída por mim. Ainda mentirosa, ainda falsa... uma oposição entre a amiga perfeita e o pesadelo existencial amoroso.
Mas, depois dos eventos do ano passado, uma parte de mim em relação a ela morreu, a parte que se importava com o fato de gostar ou não dela, de saber porque houve ou deixou de haver algo no passado. Na verdade, se inverteu pra um nojo e um arrepio a cada palavra dela que eu interprete como uma tentativa desesperada de se querer compreendida ou dar ao passado de 20 anos de manipulação sexual, uso sexual e descarte, esperanças para suceder humilhações, tortura e destruição emocional alguma tonalidade mais leve - apenas antecedida por alguma destruição da minha psiquê por parte dela se lhe der abertura pra tanto, simplesmente porque ela não consegue agir diferente.
Tá tudo bem. Eu apenas vou sorrir e acenar. Não vale a pena.
E posso dizer que essa consolidação de entendimento de autovalorização se deu a partir da experiência 78, (Dezembro, já sozinho em casa de novo) que mal me recordo, mas que já foi feita após a saída traumática dela da minha casa - e simbolicamente da minha vida amorosa, um descarrego de 20 anos. Não se tratou ela de uma experiência de autodescoberta ou transcendental, mas apenas de autorreflexão sobre isso, e o estabelecimento da sanidade: 20 anos de repetições de erros com ela chegaram ao fim.
Sobre a experiência 77 não lembro nada (por volta de Novembro de 2020). Exceto que também foi focada em tentar tolerar conviver mais um dia com ela.
Mas a que mais me marcou foi a experiência 76, do começo deste relato. Em franco inferno de convivência, eu dediquei 6 horas de efeito a conseguir superar os sentimentos de conflito, a raiva, o ódio. Eu queria que o cachorro me mordesse, mas que eu não sentisse os dentes nem que ele me ferisse. Qual foi a resposta do Cogumelo? "Não tem como, vai sentir, vai sofrer, e só com a distância é que melhora".
-Ahhh não!!! Você é o Santo Cogumelo! Você pode me encher de uma luz estoica-budista-taoista-cristã-islâmica maravilhosa e infinita!!!
E a Voz: "Não, não posso não, tem limite. Se pra eu ajudar a curar vícios a pessoa tem que parar primeiro de usar a droga, da mesma forma não posso eu te fazer virar santo perante aquilo que ao mesmo tempo é tentação e inferno".
-O que você quer dizer?
"Que você vai ter que engolir a seco, já que a quer ajudar dando moradia que ela precisa. Você já sabia como seria, e chegou no limite. Agora aguenta".
E basicamente a lição da experiência 77 foi que o cogumelo é santo, mas que não faz milagre incondicionalmente.
Hmmm. É... o cogumelo me faz ficar como se nunca tivesse fumado cigarro, como se nunca tivesse usado dopaminérgicos (aquela droga de cheirar e fumar), me fez retomar a minha sexualidade saudável para me reconectar ao prazer da parceira ao invés de sentir prazer na dor alheia, me fez ser melhor como pai, irmão, filho, amigo; me ajudou de tantas formas inacreditáveis em que uma sessão valia por 5 anos de psicólogo...
Mas, eu literalmente fiquei 5 anos numa psicóloga na década antepassada falando dessa amiga, por conta dos sentimentos confusos. E não funcionou. E nem também tomar cogumelo, nem por 10 a 20 anos de terapia em equivalente a dosagem, também adiantou.
Assim como a doença que me afastou do trabalho e que eu tive que tratar antes de retornar aos cogumelos para finalmente iniciar o tratamento espiritual da doença (narrado em todos os relatos meus a partir de 2018)... o cogumelo também não poderia me fazer encontrar uma fórmula mágica pra ter uma boa convivência com ela.
Talvez porque não dependesse de mim mais a certo ponto, quando ela se resumiu a agir como agira por 20 anos, sem qualquer sinal de melhora. Não havia ali chance pra mim, e não seria o cogumelo a corrigir as falhas minhas que vinham de me permitir estar sob tão intenso abuso, disfarçado em uma densa camada de doença que se confundiria com hipocrisia e sadismo sexo-afetivo direcionado com exclusividade a mim por duas décadas.
É... só podia dizer "não tem jeito, só afastando" mesmo, essa tal Voz do Cogumelo que tanto me ajuda.
2 - AS FASES DE LUTO
Foi, de longe, a experiência mais falada da minha vida. Após a (1) negação acima narrada no diálogo calmo, eu gritava: "PORRA VAI SE FODER COGUMELO NÃO PODE SER ASSIM, NÃO PODE SER ESSA A SUA RESPOSTA". Já era (2) raiva E tentava buscar na mente de onde tirar mais uma gota de luz pra uma violência emocional de 20 anos que se manifestava como "problemas do dia a dia". Foi a etapa mais demorada da experiência, que tomou mais horas e o pico.
Já não tinha nem porque. O Voz do Cogumelo sentia a minha fúria em berros que começavam a caminhar pra risos de loucura e desespero. Então começa a (3) barganha, em que de repente me via jogado no chão, rindo, como se a risada e a superação da necessidade de uma resposta fossem me trazer justamente uma resposta. Como se aceitar a situação fosse fazê-la doer menos. Mas não, não doía. E que se foda o estoicismo!!!
Abrir mão de pedir uma resposta não fez com que a resposta viesse. Buscar que a resposta fosse melhor do que "aguenta, e aguenta, e aguenta que não tem nem vai ter saída, só melhora quando ela for embora da sua casa" só dava em nada, e a barganha ia se tornando em tristeza. Claro, chegou a (4) depressão, de novo no chão. Certa tristeza, intensa, pura, íntima. Como eu não tinha como melhorar a situação e ser uma pessoa melhor com ela? Que beco sem saída: ela precisava da minha ajuda!
-Mas, Cogumelo... olha como eu tô...
"É assim mesmo. Ficar triste também não muda".
Até que, já com a proximidade do fim dos efeitos e sem esperança de nenhuma saída emocional milagrosa, tive a (5) aceitação de que a minha relação em proximidade com ela era e seria para sempre uma merda, o que veio a se confirmar nas semanas seguintes, em que a presença dela e suas mentiras e agressões por ser mal resolvida foram se agravando. Já não havia o que fazer, apenas aceitar. Sofrer uma agressão, me defender, ser agredido por me defender como se não tivesse sido agredido primeiramente, ter que ficar calado. Devagar sintomas da doença que me tirou do serviço se agravaram novamente, como se tivesse acabado de sair dos hospitais de 3 anos antes.
Já não dava mais. Não havia espaço pra respirar. Trancado e restrito em minha própria casa a quem abri para viver. Por outra pessoa doente, que seja. A doença me faz não a culpar; mas também me faz saber o motivo de não a poder ter por perto mais que algumas horas de papo por dia; ou em situações de ajuda e apoio emocional. Sempre com a liberdade de, após desligar o telefone, poder ficar dias sem falar com ela, se for o caso.
Bem... o dia em que explodi e bêbado berrei ao rosto dela sobre "não tá feliz aqui vai pra porra da casa da sua mãe então caralho se lá é melhor mas não me adoece eu preciso me tratar e você tá me deixando pior a cada dia". Bem, todos meus familiares e amigos concordavam. Meu psiquiatra inclusive recomendou que eu a convidasse a se retirar da minha casa um mês antes de chegar ao limite máximo. Bem, assim aconteceu, de forma muito traumática. Mas aí ela já não morava aqui mais. Aí eu podia finalmente assentir com o que o cogumelo, em sua sabedoria disse, "só resolve com a distância".
E mais que isso, toda essa história deu fim a um caso de 20 anos. Talvez tenha vivido na minha casa, naquele mero 1 mês e meio (puta que paril! Um mero mês e meiooooo), todas as etapas do luto de finalmente conhecer alguém que, apesar de ser minha melhor amiga há 2 décadas, ainda não tinha se mostrado por completo em como podia me destruir impiedosamente por ser uma doente emocional incapacitada de ser honesta comigo em qualquer sentido se envolvesse sexo, quase uma esquizofrênica sexo-afetiva no geral, com um toque especial comigo - não fosse ela "convidada" a se retirar daqui.
...
E nessa fase o cogumelo foi sim muito importante pra tolerar tempo o suficiente pra ver tudo mais que se mostraria e que me faria ver que de fato nunca soube quem ela era e porque ela sempre disse que eu não a conhecia, senão não ia querer ficar com ela. Pois é, ela estava mesmo certa.
3 - FECHAMENTO E CONCLUSÕES
Uma lição de moral que vale pra todo mundo:
Ir morar juntos não destrói apenas relacionamentos amorosos
Mas pode destruir também amizades de longa data
Mas pode destruir também amizades de longa data
No nosso caso, a amizade voltou mais forte, porque agora totalmente limpa, da minha parte, de qualquer tipo de ilusão sobre a possibilidade dela não ser amanhã a mesma merda sexo-afetiva que foi comigo por 20 anos. E não se trata de mágoa de 20 anos. Não. Ela fez tudo de novo, há menos de 1 ano atrás. É quem ela é. E, sabendo disso, hoje posso ser um amigo melhor. E tirei de nossos diálogos toda e qualquer mínima referência sexual.
E se um dia a incurável doente sexo-afetiva (incurável em relação a mim, não em relação ao mundo) vier me dar mole de novo, como tanto já fez, me levando a ser usado, largado e humilhado? Meu plano é dar um tapa ou uma porrada tão forte na cara dela que talvez ela aprenda de vez a tomar jeito e não mais acreditar na própria loucura de que um dia tem chance legítima dela querer ter e assumir um relacionamento comigo, sem me fazer acreditar, ir atrás e jogar pra escanteio. Vai doer mais em mim do que nela... só que não.
Mas de fato o que eu farei? Apenas sorrirei e acenarei. Olhar pra cima, dizer alguma coisa boa do tipo "ahan, acredito". Não criar drama. Seguir em frente. É só disso que ela precisa, afinal, que eu acredite nela, mas que nada faça. Pena que não acredito; mas parabéns a ela, que nada farei.
É...
O que o Cogumelo não resolve,
A vida dá um jeito.
A vida dá um jeito.
E agradeço de coração aos Guias dela que me protegeram demais enquanto ela estava aqui, e que fizeram isso porque não ter mudado após 20 anos já era "demais" da parte dela; pois finalmente paguei todo meu karma de outras vidas com ela ao aceitá-la em minha casa. Quem sabe não a sacaneei por 20 anos em outra vida? Bem, estamos zerados. Estou liberto da submissão emocional que tive por 20 anos. A leveza é incrível, e por isso nada me libertava desse peso. Eu precisava dar a ela tudo que talvez a tenha negado; e dar a ela também todas as chances de me destruir desde adolescente, quando ela fez parte da minha primeira formação sexual - algo que ela nem tem ideia até porque eu seria o enésimo dela (foram muitos antes de mim) então tava longe de ter uma importância significativa profunda pra ela como ela teve pra mim, mesmo apaixonada à época, e nem quero que tenha, mas que foi suficiente pra criar um vínculo doentio com ela que felizmente não tive com nenhuma outra, em termos de submissão, busca de validação e despersonalização de mim mesmo.
E se você leu isso, minha amiga, não se faça de vítima nem culpe ninguém. Não te mandei ler, leu porque quis. Eu avisei ali em cima. Você já é passado, assunto morto que trago ao relato para tratar de sofrimento superado e nada mais. Nem chore, suas lágrimas sobre isso me enojam; suas tentativas de justificar meu sofrimento me enojam; e no fim suas lágrimas só vão servir pra me bater com mais força assim que eu lhe for empático - como sempre fez. Não pergunte o porquê, se não foi capaz de compreender com o que leu neste relato. Se você é ainda doente de achar que conseguiria ser diferente comigo após 20 anos, pelo menos me respeite e engula esse papo.
De resto, vou apenas sorrir, rir e acenar. Você não merece meu esforço emocional. Mas merece todo meu esforço como amigo e como pessoa que de longe mais me fez bem nessa vida, quando atuando como amiga e apenas amiga.
E chega de escrever.
Agora sou livre, e podemos reforçar nossa amizade e mútuo respeito. E é assim que nossa amizade ganhou ainda mais força esse ano. Amém.
E se você leu isso, minha amiga, não se faça de vítima nem culpe ninguém. Não te mandei ler, leu porque quis. Eu avisei ali em cima. Você já é passado, assunto morto que trago ao relato para tratar de sofrimento superado e nada mais. Nem chore, suas lágrimas sobre isso me enojam; suas tentativas de justificar meu sofrimento me enojam; e no fim suas lágrimas só vão servir pra me bater com mais força assim que eu lhe for empático - como sempre fez. Não pergunte o porquê, se não foi capaz de compreender com o que leu neste relato. Se você é ainda doente de achar que conseguiria ser diferente comigo após 20 anos, pelo menos me respeite e engula esse papo.
De resto, vou apenas sorrir, rir e acenar. Você não merece meu esforço emocional. Mas merece todo meu esforço como amigo e como pessoa que de longe mais me fez bem nessa vida, quando atuando como amiga e apenas amiga.
E chega de escrever.
Agora sou livre, e podemos reforçar nossa amizade e mútuo respeito. E é assim que nossa amizade ganhou ainda mais força esse ano. Amém.
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