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Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

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O Jato da Verdade (25ª a 27ª exp)

ExPoro

Enteogenista Apaixonado pela Vida
Cultivador confiável
14/04/2015
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Vou resumir aqui as 3 últimas experiências que tive com cogumelos. Demorei muito pra digitá-las, o que me fez perder os detalhes da segunda delas, que foi a de dosagem mais alta.


25ª exp (15/03/2016)

Foi com uma dose bem baixa, um pequeno cogumelo, num motel com minha esposa. Não lembro bem a pesagem, mas acho que era pouco mais de 300 mg que eu tomei. A intenção era puramente erótica, uma pequena quantidade apenas pra aumentar a libido nas primeiras horas. Ocorre que não deu muito certo de começo, pois foi o suficiente pra me dar uma leve confusão mental. Depois rolou, mas não foi tão fluído quanto eu esperava. Por fim, depois de duas ou três horas os efeitos se foram.


26ª exp (21/03/2016)

Essa foi com um chá de 31,1 gramas frescas que dividi em duas dosagens. A primeira metade (e mais um pouquinho) tomei sozinho no meio da tarde, enquanto minha esposa estava no trabalho. A segunda metade dividi com ela quando chegou em casa, quase no fim da 6ª hora desde a primeira dosagem. Sobre essa segunda parte, foi muito divertido estar com ela. Fiquei basicamente dançando o tempo todo enquanto os efeitos batiam nela com força, e depois ficamos rindo e conversando quando ela começou a ter de novo condições. A segunda dosagem teve efeitos, mas foram bem leves.

Neste momento que surgiu o nome que dei a este relato, pois contei a ela como durante a tarde, no fim do pico, fui dar uma mijada no banheiro e, com efeitos ainda muito fortes, comecei a ver diversos jatos de urina saindo ao mesmo tempo em todas as direções. Alguns batiam na parede, outros batiam nos tampos da privada, outros ainda batiam no chão. No entanto, eu permaneci firme e forte com o primeiro jato original, ao invés de seguir os jatos ilusórios. Isso seria, então, uma lição de vida, no qual temos que ter certeza do jato da verdade e acreditar nele, senão a gente cai na ilusão dos jatos falsos e mija tudo - excelente metáfora pra vida. :LOL:

Não lembro grandes detalhes dessa viagem, mas vou então apontar as principais observações.

Para uma dosagem de cerca de 2 gramas na primeira dose, à tarde, não esperava chegar a efeitos espirituais. Francamente, eu espero estes mais em dosagens de 4 gramas secas ou mais. Contudo, pra minha surpresa, essa viagem teve novamente uns trabalhos na espiritualidade. Durante todo o álbum The Wall que foi a primeira parte do pico da experiência, fiquei sobre a cama com as mãos amarradas pra trás conversando com um obsessor com o rosto pressionado contra o colchão. Quando fechava os olhos, enxergava tudo que o obsessor conversava comigo - em algum momento eu vi a imagem de uma adolescente de outra vida que ele amava muito e que está no momento reencarnada e ainda é uma menina. Em alguns momentos eu enchia o saco e falava "porra, vai reencarnar, tô perdendo The Wall por sua causa". Ele me culpava por alguma grande desgraça na vida dele, e que envolvia a tal garota em outras vidas.

Devo destacar que nesse momento estava eu lidando com um velho obsessor que me acompanha desde seja lá quando. Me dei conta então finalmente da ligação kármica que tinha com ele, por conta de algum mal que fiz à garota em outra vida. Nessa hora eu lhe disse: "você me odeia em função do amor que você guarda por ela e pelo mal que eu tenha lhes feito em outra vida. Mas veja bem, seu ódio por mim está cegando o amor que você tem por ela. A sua razão de me odiar é o amor, mas do amor você esqueceu por conta da vingança. Ela está encarnada, e pela idade dela, você poderá reencarnar agora e finalmente viver sua história de amor que eu frustrei em outra vida. Agora você tem duas chances: se agarrar ao ódio e à vingança e não ser feliz como lhe é finalmente permitido, ou então seguir em frente e finalmente viver o amor que lhe foi negado".

Em algum momento desse debate, comecei a buscar quem seria o espírito que estaria acima dele, ou se finalmente tinha encontrado o obsessor-chefe de minha vida nesse momento. Nisso comecei a caçar espiritualmente por mais quais vibrações restavam acima dele. Nesse momento, notei que eu me conectava a uma onda vibracional muito infernal, de forma que eventualmente minha mão ficou tão travada pra trás que me dei conta de que estava me conectando ao que chamamos de Diabo - aqui não mais entendido como a figura simbólica da etapa da evolução moral atual da Humanidade como falei no relato Diabo, Servo do Bem, e a Origem do Mal, mas "apenas" como o espírito líder das regiões que chamaríamos de Inferno na espiritualidade.

Isso me deixou cabreiro. Na verdade, meio que não quis acreditar que havia algum interesse direto do eventual Tinhoso, se ele existe, na minha vida insignificante. No entanto, eventos que se deram durante os dois meses seguintes me levaram a repensar um pouco essa situação. Em um deles, inclusive, a porta que havia na minha mente desde criança quando fui visitado pelo Diabo, que um anjo me fechou (citado no relato Igreja do Chamamento do Capeta), se reabriu de vez e novamente o Capeta veio falar comigo pouco antes de dormir - e, dentro da minha mente, na mesma sala espiritual onde ele me assustou durante a infância, eu conversei com ele e lhe chamei a atenção para o que ele amava em seu planeta originário, que ele deixou há milênios terrestres para ajudar a Terra, e como ele tinha esquecido de tudo que amava em função de seu ódio. Notei que minha imagem para ele lembrava alguma coisa, como se fosse um amigo de longa data, do outro planeta, ou algum parente, e isso era mais importante que minhas palavras - pois o que eu dizia fazia-o se lembrar porque olhava para mim e minha imagem lhe remetia ao passado por ele esquecido, e só isso dava força ao que eu dizia. Sei que nessa hora meu sentimento era de amor para ele. Após esse relativo breve tempo de conversa virou criança e foi reencarnar no caso dele em outro planeta, parecido com o ocorrido no Jardim de Infância do Inferno.​

Bem, na viagem, sei que continuei ali sobre a cama com as mãos entrelaçadas pra trás, cara no colchão, de joelhos, por uma hora e meia e mesmo assim esse obsessor só foi embora reencarnar depois dos eventos que ocorreram aqui na minha vizinhança nos dias seguintes, que se estenderam por mais de um mês. Algo relacionado a uma menina ser abusada pelo pai de que passei a desconfiar, e os eventos causaram certas mudanças lá na família dela que de alguma forma acho que agradaram o obsessor, que finalmente foi seguir seu caminho. Não sei se eu estava certo sobre o que pensei dos vizinhos, realmente espero estar errado sobre isso, mas tenho quase certeza de que a menina encarnada que ele queria ajuda era a filha do vizinho. E, de algum jeito que não sei como, a ajuda foi ou está sendo dada.

E de volta à viagem, houve também uma liberação de um obsessor-hipnotizado sobre mim. Isso foi muito bizarro. Enquanto estava indo atrás de quem seria o "chefe dos chefes", senti sem querer uma presença muito forte e quando me dei conta enxerguei um homem de cerca de 30 anos amarrado e deitado de barriga pra baixo num pedaço de madeira enorme e inclinado, com os olhos vendados. Ele não estava consciente, mas conseguia sentir as emanações dele de raiva em relação a mim. Foi nesse momento em que me uni ao corpo dele e - no único momento em que desencostei a cabeça e as mãos do colchão - dei um movimento súbito pra cima como quem sai debaixo da água já sem fôlego, bem rápido, quase um grito mas pra dentro, e retornei à posição de antes. Foi o que fez ele ser solto e acordar, muito confuso, pra imediatamente ser levado a algum lugar pela espiritualidade. Com isso, senti uma carga vibracional pesada reduzindo à minha volta.

E esses foram os aspectos que mais lembro da viagem.

O que tenho pra dizer sobre todo o relatado e tudo que ocorreu depois ligado a essa experiência, é o anúncio que gostaria de fazer:

O bem e o mal na Terra estão finalmente entrando em equilíbrio, é chegado o fim da prevalência do mal em nosso Planeta. A escolha pelo bem é sempre uma escolha, e conhecerá o começo de uma Terra mais feliz quem o escolher. Não precisa já ser bom, mas permanecer na escolha deliberada pelo mal determinará o deslocamento do espírito, após a morte, para planetas que se encontram moralmente como a Terra há 2000 anos atrás.

No mais, a única coisa que importa vermos em cada pessoa é se ela opta pelo bem sempre que possível. E as pessoas que optam pelo bem devem se unir e ajudar as que ainda querem permanecer no mal a tentarem escolher o bem e irem pra frente. A ninguém é dado o direito de se arrogar maior valor do que outro por se considerar "pessoa mais de bem", o que constitui falta de caridade.

Ah, também estou notando que prefiro ficar dançando e me movendo enquanto espero a onda bater que ficar deitado até chegar o pico.


27ª exp (09/05/2016)

Consumi um cogumelo seco de 155 mg enquanto tomava uma cervejinha e fumava unzinho, tudo de leve. Não estava bêbado nem chapado, estava tranquilo, mas a vida tava muito louca. Estava quase no fim dos quase 2 meses que se seguiram à experiência anterior, em que diversas situações tensas ocorreram; e queria apenas me sentir um pouco melhor no dia seguinte, mais tranquilo.

Como digo, 155 mg pra mim já é dose baixa-baixa, mas ainda não é microdose. Contudo, nesse dia, não senti muito o cogumelo propriamente. Senti um bem estar é verdade, mas como não bateu nenhuma confusão mental, estranhei. Talvez por conta da minha condição mental tensa, não tenha conseguido deixar fluir muito bem.

Por que não fiz uma viagem psicodélica logo? Justamente porque a minha vida estava muito confusa, muito cheio de coisas que impossibilitavam minha mente de ir pra uma viagem - ou seja, o set estava inviável. E, ainda bem, aprendi alguma disciplina nesse um ano de enteogenia. :D
 
Última edição:
Cara, que relato foi esse @ExPoro?!!
Extasiado aqui, e como você consegue captar bem o que te acontece nas viagens hein?!!
Você é espírita? Parece ter uma intimidade com as entidades 😆
Na verdade, meio que não quis acreditar que havia algum interesse direto do eventual Tinhoso, se ele existe, na minha vida insignificante
Achei legal essa parte, sempre falo isso pra pessoas quando tocam nesses assuntos de espírito. Falo que se viesse um espírito me visitar eu ia falar: Cara, comigo? Não tinha nada mais interessante pra fazer não?
 
Obrigado, caro @cabal kkkkk

Você é espírita? Parece ter uma intimidade com as entidades 😆

Por extenso da forma mais complexa, eu seria um cogumeleiro-enteogenista-kardecista-umbandista, ou kardekumbandista-cogumeleiro kkkk.

Em outras palavras, gosto de lidar com entidades de Umbanda e do ritual de Umbanda, mas as explicações da relação do mundo espiritual com o material se dão pela Doutrina Espírita. Adicione então que na liturgia adotei o cogumelo como prática de enteogenia e pronto, tá aí a mistureba.
 
Hahha, descreveu bem...

@ExPoro, vi em um relato seu (a 4ª experiência sua) em que você em um comentário citou o seguinte:
Creio que tenha conseguido reduzir a minha suscetibilidade à bad trip do álcool a que (quase?) todos os homens (não mulheres) estão subjugados
Se não for muito incômodo e você tiver tempo gostaria de saber o porquê dessa afirmação sua....
 
Hahha, descreveu bem...

@ExPoro, vi em um relato seu (a 4ª experiência sua) em que você em um comentário citou o seguinte:

Se não for muito incômodo e você tiver tempo gostaria de saber o porquê dessa afirmação sua....

Me lembro de que após a 4ª experiência comecei a passar fora dessa faixa vibracional por uns anos e não ter pensamentos agressivos sob efeito de álcool. Meio que antes eles dominavam minha cabeça, e aí depois pararam. Como se todas as pessoas bêbadas do mundo formassem um grande ciclone de energia sobre o planeta, em um turbilhão de irresponsabilidades, agressividades, fatalidades, etc. O contrário do que se forma com enteogênicos. Bem, de certa forma essa vibração do álcool parece afetar mais os homens do que as mulheres, em termos de trazer agressividades a tona. Senti como se pisasse fora dessa corrente e pudesse tomar o álcool sem pensar em ressentimento ou coisa assim, após a 4ª experiência. :)

Hoje em dia, após 5 anos, acho que o cogumelo começa a me afastar do álcool como um todo, devagar.
 
Entendi, acontece com muitos mesmo.
Pessoalmente nunca rolou comigo depois de algumas doses fico igual um bobo que só ri, daqueles que pode jogar em qualquer lugar que tá bom.

Mas que bom que você lida agora mais saudavelmente =)
 
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