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O Começo de uma árdua Cura? (xp 60)

ExPoro

Enteogenista Apaixonado pela Vida
Cultivador confiável
14/04/2015
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Fiz a experiência tem uma semana, como tenho feito, quinzenalmente aos domingos. O que posso destacar dessa última experiência é um pós-efeito que não sei se veio de algum processo mental da trip em si, ou de alguma consequência farmacológica do uso da psilocibina. Comecei a ter uma redução da aflição mental de meu transtorno do pânico.

Explique-se. Eu sinto os sintomas todo santo dia, da hora de acordar até a hora de dormir. Mas minha mente não fica mais aflita e ansiosa com isso, me levando então a um agravamento dos sintomas com pensamentos como, por exemplo, me vingar dos responsáveis pelo assédio moral que me adoeceu. É como se eu estivesse mais "tranquilo", acompanhado de uma crença na cura, que só este ano comecei a ter, com o recomeço dos cogumelos na minha vida como parte espiritual do meu tratamento.

É, eu sei. É estranho dizer que ainda sinto o pânico. Mas é que o corpo não está vinculado à mente, nesta doença. Posso estar calmo e meu corpo reagir como se tivesse um leão na minha cara. Mas o ponto aqui é que pelo menos minha mente tem se mantido tranquila, aceitando a situação, sem agravar ela. Uma certa serenidade. E isso ocorreu a partir da última experiência de cogumelo, que foi a terceira desde que retomei meus rituais.

Também houve um outro diferencial nesta experiência. Fiquei dois dias sem tomar meu antidepressivo (o que conversei com meu médico antes), e ocorreu o que eu esperava. Uma suave (mas sensível) redução da tolerância e o retorno de processos mentais mais profundos e limpantes. Ainda não como antes, mas suficientes para uma experiência mais longa e com as consequências de início de cura que citei acima.

De resto, nada de especial. Ah, sim, ouvi meu Pink Floyd de Dark Side até Division Bell, o que tomou as 6 horas de experiência. Foi interessante porque há muito tempo não fico imerso as 6 horas inteiras em minha músicas litúrgicas. E como sempre, a temática de cada álbum e música adentravam em minha psiquê e me davam insights.

Sei que tenho buscado muito o perdão, e pedido para que todos que me fizeram mal não sejam "julgados" nem criem karma pra si mesmos por terem me feito mal. Que se livrem de tudo, espiritualmente. Quero que o ciclo do mal termine em mim, e ninguém precise pagar pelo mal que me fez. Assim como normalmente eu espero também que eu mesmo tenha absolvição dos males que eu tenha feito. Não é perdão verdadeiro se a gente pensa "o karma vai te pegar" ou "Deus vai te julgar", certo?
 
Que lindo relato, @ExPoro !

Os cogus até tem efeitos no sentido de aumentar as possibilidades de conexoes neurais e de flexibilizar ou, em altas doses, "resetar" a Rede Neural Padrão (DMN), ou seja... de ajudar na mudança de perspectiva e de comportamento em relação a pensamentos/comportamentos cristalizados.

Mas eles não fazem isso sozinhos.

Se você está se curando e já alcançou uma melhora significativa... o mérito é todo seu. É seu esforço, sua introspecção, seu trabalho auto-dirigido com os cogus, seu exercício espiritual, sua vontade de melhorar.

Parabéns!

Que continue trilhando seu caminho de cura, se auto-conhecendo, se desenvolvendo espiritualmente... e melhorando cada vez mais.

Celebro com muita sinceridade essa notícia!

Sei que tenho buscado muito o perdão, e pedido para que todos que me fizeram mal não sejam "julgados" nem criem karma pra si mesmos por terem me feito mal. Que se livrem de tudo, espiritualmente. Quero que o ciclo do mal termine em mim, e ninguém precise pagar pelo mal que me fez. Assim como normalmente eu espero também que eu mesmo tenha absolvição dos males que eu tenha feito. Não é perdão verdadeiro se a gente pensa "o karma vai te pegar" ou "Deus vai te julgar", certo?

O perdão cura.
Desejar que eles se curem que "se livrem de tudo, espiritualmente" cura.

Se o karma vai pegar pra eles ou não... é com eles o problema, e com a sabedoria do universo. O importante é vc estar em paz.

Mas o ponto aqui é que pelo menos minha mente tem se mantido tranquila, aceitando a situação, sem agravar ela. Uma certa serenidade.

Só dá pra começar a mudar alguma coisa quando a gente aceita aquilo que é. É super difícil... mas funciona.

E quando a gente aceita, passamos a observar aquilo que é. Como quem observa a si, como quem observa os próprios pensamentos e sentimentos, o próprio corpo, a própria vida... quase como quem se observa "de fora", em terceira pessoa. Acho que isso tem um poder incrível, e talvez seja mais ou menos isso que vc esteja experimentando, não sei.

É, eu sei. É estranho dizer que ainda sinto o pânico. Mas é que o corpo não está vinculado à mente, nesta doença. Posso estar calmo e meu corpo reagir como se tivesse um leão na minha cara.

E sim... o corpo tem uma memória "própria", pode demorar um pouquinho mais, mas ele acompanha. Tem uma linha da psicologia que se chama "bioenergética", ramo da "psicologia corporal"... eles tem uns exercícios pra trabalhar essas "memórias corporais", ir afrouxando algumas couraças.

Ainda que não sejam exercícios da bioenergetica, talvez alguns exercícios de respiração, yoga e tal... possam ajudar nessa resposta corporal. Agora que vc tem consciência e calma mental... pode ser mais fácil aplicar esses exercícios na hora em que percebe que seu corpo está reagindo.

De respiração eu sei uns 2 bons e mt simples, eficazes pra ansiedade... talvez ajude no caso da resposta corporal de pânico. Se te interessar te passo.

Mas enfim... belo processo!
Desejo tudo de bom pra vc :)
 
Última edição:
De respiração eu sei uns 2 bons e mt simples, eficazes pra ansiedade... talvez ajude no caso da resposta corporal de pânico. Se te interessar te passo.

Obrigado pelas boas palavras, amável @Priscillocibina. Vou querer saber sim desses exercícios de respiração. Por enquanto, tenho praticado o silêncio e a consciência da inspiração e expiração.
 
Por enquanto, tenho praticado o silêncio e a consciência da inspiração e expiração.

Que ótimo!

O exercício seria uma continuação do que vc já faz.

Depois de algum tempinho dessa atenção voltada ao silêncio e ao ritmo da sua respiração, você passaria a alongar a expiração até o máximo que conseguir, expelindo todo o ar dos pulmões, mantendo a inspiração natural, sem força-la, é apenas o ar que naturalmente enche seu pulmão vazio.

Alongar a expiração estimula o sistema nervoso parassimpático, acalmando e diminuindo a resposta "luta ou fuga".

E vc pode imaginar que a expiração vai dissipando o excesso de energia e tensão do seu corpo.

Esse é o que acho melhor. Muito simples e eficaz.

Um outro que as vezes tb faço é uma "respiração quadrada", ou seja, inspira em 4 tempos, mantém o ar preso nos pulmões por 4 tempos, expira em 4 tempos, mantém os pulmões vazios em 4 tempos. (Esse "tempos" sao segundos... mas n precisa ser certinho, é achar seu ritmo). Esse é 1 ciclo. Fazer uns 10 ciclos dá um efeito muito bom tb. Diminui os batimentos cardíacos, acalma, coloca o foco de atenção na respiração e contagem, etc.

Depois me conta o que achou 🤓
 
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