- 12/04/2022
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Contém Spoilers
Ninguém vai te salvar é um filme de suspense/terror que estreou recentemente no streaming Star+. De maneira bem resumida, a história gira em torno de uma invasão alienígena e os conflitos que surgem com uma moradora reclusa de uma pequena cidade interiorana dos EUA, aparentemente da década de 80/90.
Seguindo a linha simplista da descrição, uma jovem mulher, aparentemente mal vista pelos moradores da cidade, um dia tem sua casa invadida por seres que reconhecemos muito facilmente como aliens, cria-se uma tensão pela inicial e necessária furtividade da protagonista que se esconde dos seres dentro de sua própria casa, foge até a cidade mas se depara com moradores que a hostilizam, após isso, ao tentar fugir da cidade, percebe que os moradores foram "invadidos" por uma espécie de parasita, o que a obriga a voltar para a própria casa para se esconder. o Enredo é basicamente esse.
Bom, poderia ser um simples filme de corre corre e esconde esconde com aliens malvadões, mas existem muitas outras camadas no filme, sendo a principal, um trauma muito grande envolvendo sentimento de culpa da protagonista.
Com o passar das cenas descobre-se que ela, ainda ná infância, com 12 anos de idade, em uma briga, dessas de criança mesmo, matou a melhor amiga, o que justificaria a antipatia dos moradores da cidade com ela, e claro, o que justificaria muito sentimento de culpa.
Acontece, que os aliens, que sempre se mostraram muito agressivos, e existiam aliens um pouco diferentes uns dos outros, e alguns eram realmente bastante agressivos, próximo ao final do filme, se mostram auxiliares nessa cura do trauma.
Primeiro, "clonam" a protagonista, clone que precisa ser morto por ela mesma, e mais a frente à capturam e levam para sua nave, onde revisitam as memórias do passado, incluindo a cena da morte da amiguinha, seguida de uma especie de reconciliação com a mesma, para só depois, devolver a personagem principal, que acorda, no chão, entre o choro e o riso, numa situação que já vi descrita muitas vezes em relatos aqui na comunidade, por fim, um musical onde todo mundo participa de um baile, como um número musical.
Bom, vamos a minha interpretação, no filme, identifiquei muita semelhança dessas reconciliações com memórias do passado ao que acontece em trips de cura, processos terapeuticos inteiros, de auto perdão, que acontecem em uma única trip.
Além disso, os aliens, corriqueiros também nos relatos de trips psicodélicas, os malvados, que refletem angustias de bad trips, a morte do eu, representada na morte do clone, a revisão de memórias, a capacidade de ressignificar coisas em insights rápidos e muito significativos.
Claro, quando um cineasta cria uma obra ela tem capacidade de parecer coisas diferentes para pessoas diferentes, então, quem assistiu, localizou essas mesmas referências?
Quem não assistiu, recomendo, o filme é bom.
Ninguém vai te salvar é um filme de suspense/terror que estreou recentemente no streaming Star+. De maneira bem resumida, a história gira em torno de uma invasão alienígena e os conflitos que surgem com uma moradora reclusa de uma pequena cidade interiorana dos EUA, aparentemente da década de 80/90.
Seguindo a linha simplista da descrição, uma jovem mulher, aparentemente mal vista pelos moradores da cidade, um dia tem sua casa invadida por seres que reconhecemos muito facilmente como aliens, cria-se uma tensão pela inicial e necessária furtividade da protagonista que se esconde dos seres dentro de sua própria casa, foge até a cidade mas se depara com moradores que a hostilizam, após isso, ao tentar fugir da cidade, percebe que os moradores foram "invadidos" por uma espécie de parasita, o que a obriga a voltar para a própria casa para se esconder. o Enredo é basicamente esse.
Bom, poderia ser um simples filme de corre corre e esconde esconde com aliens malvadões, mas existem muitas outras camadas no filme, sendo a principal, um trauma muito grande envolvendo sentimento de culpa da protagonista.
Com o passar das cenas descobre-se que ela, ainda ná infância, com 12 anos de idade, em uma briga, dessas de criança mesmo, matou a melhor amiga, o que justificaria a antipatia dos moradores da cidade com ela, e claro, o que justificaria muito sentimento de culpa.
Acontece, que os aliens, que sempre se mostraram muito agressivos, e existiam aliens um pouco diferentes uns dos outros, e alguns eram realmente bastante agressivos, próximo ao final do filme, se mostram auxiliares nessa cura do trauma.
Primeiro, "clonam" a protagonista, clone que precisa ser morto por ela mesma, e mais a frente à capturam e levam para sua nave, onde revisitam as memórias do passado, incluindo a cena da morte da amiguinha, seguida de uma especie de reconciliação com a mesma, para só depois, devolver a personagem principal, que acorda, no chão, entre o choro e o riso, numa situação que já vi descrita muitas vezes em relatos aqui na comunidade, por fim, um musical onde todo mundo participa de um baile, como um número musical.
Bom, vamos a minha interpretação, no filme, identifiquei muita semelhança dessas reconciliações com memórias do passado ao que acontece em trips de cura, processos terapeuticos inteiros, de auto perdão, que acontecem em uma única trip.
Além disso, os aliens, corriqueiros também nos relatos de trips psicodélicas, os malvados, que refletem angustias de bad trips, a morte do eu, representada na morte do clone, a revisão de memórias, a capacidade de ressignificar coisas em insights rápidos e muito significativos.
Claro, quando um cineasta cria uma obra ela tem capacidade de parecer coisas diferentes para pessoas diferentes, então, quem assistiu, localizou essas mesmas referências?
Quem não assistiu, recomendo, o filme é bom.