- 20/11/2013
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Olá galera! Gostaria de compartilhar minha experiência e caso alguém se identificar, pode me ajudar a entender algumas coisas que aconteceram.
Cogumelos/Dosagem: P. cubensis – 3 gramas desidratados
Set no momento pré trip: sensação de angústia e um pouco de tristeza
Setting: Meu apartamento e quarto, purificação do ambiente com Palo Santo.
Há alguns dias atrás (11/07/15) tive minha primeira dissolução do Ego, trip intensa mas carregada de energias boas e insights que trouxeram à tona problemas que achava que tinha superado, mas os cogumelos me fizeram ver esses problemas sobre diferentes perspectivas e foi muito bom poder vê-los de uma forma menos distorcida. Lembro pouco da trip, mas o que ficou me ajudou muito.
No dia (19/07/2015) tinha decidido realizar minha experiência com a mesma quantidade da trip anterior, mas no começo da manhã do domingo. Na noite anterior dormi mal, vários pesadelos e até me acordei falando sozinho. Levantei as 7:30 com uma sensação ruim no estômago, tomei um chá de camomila e decidi esperar para me sentir melhor, enquanto isso fui realizar tarefas domésticas. A partir das 9:00 horas comecei a me sentir melhor, mas ainda estava em dúvida se realizaria a experiência ou não. Meia hora depois resolvi que faria a experiência mesmo assim. Preparei o ambiente, fiz mais um chá de camomila, transformei os cogumelos quase em pó e misturei junto ao chá na hora mesmo e tomei tudo de uma vez só (9:50 hrs). Deitei na cama com as costas e cabeça elevados para não me sentir tão mal.
As 10:30 começaram os efeitos, mas começaram bem devagar, geralmente faço o chá, que em 10 minutos já recebo aquela pancada e a trip começa. Meu estômago ficou pesado e irritado, apesar do jejum prolongado e o chá para dar uma acalmada, as náuseas começaram a surgir com refluxos muito fortes, comecei a ter alteração visual e corporal intensa. Em um momento de um forte refluxo, como se algo grande estivesse saindo de mim, fui até o banheiro e no momento que me abaixei para vomitar fechei meus olhos e vi uma espécie de verme sem cabeça definida, com uma boca enorme cheia de dentes e 3 tentáculos, acabei não vomitando fisicamente, mas parecia ter expelido de uma outra forma esse negócio estranho e grande que estava entalado na minha garganta.
Voltei para o quarto e fiquei quase 1 hora muito mal do estômago, não conseguia deixar a experiência fluir e isso começou a despertar um certo pânico, mas tentei me controlar e não racionalizar muito. A última vez que olho no relógio era 11:20, comecei a sentir uma pressão fortíssima sobre meu corpo e um zumbido alto, achei que iria explodir a qualquer momento, além de uma alternância na sensação de frio/calor. O desconforto estomacal começou a parar, me deitei na cama e deixei a experiência fluir. Nesse momento fui para um lugar escuro e estranho. Vou citar um trecho do livro “Uma Prova do Céu – A jornada de um neurocirurgião à vida após a morte” do autor Dr. Eben Alexander III, que relata quase da mesma forma o que encontrei por lá.
“...Escuridão, mas uma escuridão visível – como estar submerso na lama, mas ainda assim poder ver através dela. Gelatina escura talvez seja a melhor descrição: transparente, mas turva, embaçada, claustrofóbica e sufocante. Consciência, mas consciência sem memória nem identidade – como um sonho em que você sabe o que está acontecendo em volta, mas não tem ideia de quem ou o que você é. Há um som também: um golpear profundo e ritmado, distante porém forte, de modo que cada pulsação o atinge em cheio. Como uma batida do coração? Um pouco, só que mais sombrio, mais mecânico, como o som de metal contra metal, como se um gigantesco ferreiro subterrâneo estivesse martelando uma bigorna bem perto: golpeando tão forte que o barulho ecoa pela terra, pela lama, ou pelo que quer que seja aquilo onde você está.
Eu não tinha um corpo – nenhum de que me lembrasse de alguma maneira. Eu apenas estava... lá, naquele lugar de escuridão massacrante e pulsante. (...) Linguagem, emoção, razão: tudo havia desaparecido, como se eu estivesse regredido a algum estado primitivo nos primórdios da vida. (...) Quanto mais tempo ficava ali, menos confortável me sentia. No começo eu estava tão imerso que não havia diferença entre “mim” e o elemento repulsivo e ligeiramente familiar que me rodeava. Mas, aos poucos, essa sensação de imersão profunda, atemporal e sem fronteiras deu lugar a outra coisa: o sentimento de que eu não fazia parte daquele mundo subterrâneo, embora estivesse dentro dele.
Caras grotescas de animais borbulhavam na lama, grunhiam, guinchavam e desapareciam de novo. Escutei urros medonhos. Algumas vezes, esses urros e grunhidos davam lugar a cânticos rítmicos e obscuros que eram, ao mesmo tempo, assustadores e curiosamente conhecidos – como se em algum momento eu mesmo os tivesse cantando.
Como não havia nenhuma lembrança da existência anterior, meu tempo naquela região se estendia indefinidamente. Meses? Anos? A eternidade? Qualquer que fosse a resposta, cheguei a um ponto em que a sensação rastejante suplantou a sensação de familiaridade. Quanto mais eu me sentia como um eu – como alguma coisa separada do ambiente frio, úmido e escuro à minha volta -, mais os rostos que borbulhavam na massa pegajosa se tornavam feios e ameaçadores. As batidas ritmadas do ferreiro também ficaram mais intensas: pareciam britadeiras de trabalhadores subterrâneos, tipo ogros, executando uma tarefa interminável e massacrantemente monótona. O movimento a minha volta se tornou menos visual e mais palpável, como se criaturas parecidas com vermes e répteis estivessem passando em bandos e de vez em quando esfregassem suas peles macias ou espinhosas em mim...”
Não lembro de grande parte do momento que estive nesse lugar, mas quando li esse trecho do livro as coisas que aconteceram começaram a pipocar na memória. Lembro muito bem de ver várias cobras, de diferentes formas e tamanhos, sendo que uma delas atacou um verme esquisito, o mesmo que vi no início da trip. Como em outra experiência que já relatei aqui no fórum, já tinha tido contato com cobras durante uma trip e entendi como sendo meu animal protetor.
Após ter ficado um bom tempo nesse lugar, fui retornando a esse mundo, meu ego começou a juntar os pedaços e me veio à mente quem eu era, minha família, as coisas boas que existem e o quanto sou privilegiado por poder ter uma vida “boa”. Fui invadido de amor e alegria, com vários insights pessoais e uma clareza de pensamentos absurda. Quando consegui pegar meu celular e ver a hora já era 13:15, fiquei ainda sob efeito e sem conseguir sair da cama até as 14:00 hrs. Voltei a esse mundo com uma sensação de ter passado por uma “peia” daquelas, mas que me fez bem, não considero uma bad trip.
O que percebi em altas dosagens e dissolução do ego, é que não consigo escutar música alguma, gosto de ficar em silêncio completo, além de lembrar de poucas coisas da trip. Tentei desenhar esse verme, pois já li aqui e em outros lugares sobre os parasitas psico espirituais, mas jamais imaginei que veria tal criatura, ainda mais saindo de mim. (Sou péssimo em desenhar haha)
Não senti grandes mudanças no meu humor nos dias seguintes, mas já faz 1 mês que larguei a cannabis e não tenho mais vontade de usa-la, só isso já valeu a pena.
Obrigado a todos pela atenção!
Cogumelos/Dosagem: P. cubensis – 3 gramas desidratados
Set no momento pré trip: sensação de angústia e um pouco de tristeza
Setting: Meu apartamento e quarto, purificação do ambiente com Palo Santo.
Há alguns dias atrás (11/07/15) tive minha primeira dissolução do Ego, trip intensa mas carregada de energias boas e insights que trouxeram à tona problemas que achava que tinha superado, mas os cogumelos me fizeram ver esses problemas sobre diferentes perspectivas e foi muito bom poder vê-los de uma forma menos distorcida. Lembro pouco da trip, mas o que ficou me ajudou muito.
No dia (19/07/2015) tinha decidido realizar minha experiência com a mesma quantidade da trip anterior, mas no começo da manhã do domingo. Na noite anterior dormi mal, vários pesadelos e até me acordei falando sozinho. Levantei as 7:30 com uma sensação ruim no estômago, tomei um chá de camomila e decidi esperar para me sentir melhor, enquanto isso fui realizar tarefas domésticas. A partir das 9:00 horas comecei a me sentir melhor, mas ainda estava em dúvida se realizaria a experiência ou não. Meia hora depois resolvi que faria a experiência mesmo assim. Preparei o ambiente, fiz mais um chá de camomila, transformei os cogumelos quase em pó e misturei junto ao chá na hora mesmo e tomei tudo de uma vez só (9:50 hrs). Deitei na cama com as costas e cabeça elevados para não me sentir tão mal.
As 10:30 começaram os efeitos, mas começaram bem devagar, geralmente faço o chá, que em 10 minutos já recebo aquela pancada e a trip começa. Meu estômago ficou pesado e irritado, apesar do jejum prolongado e o chá para dar uma acalmada, as náuseas começaram a surgir com refluxos muito fortes, comecei a ter alteração visual e corporal intensa. Em um momento de um forte refluxo, como se algo grande estivesse saindo de mim, fui até o banheiro e no momento que me abaixei para vomitar fechei meus olhos e vi uma espécie de verme sem cabeça definida, com uma boca enorme cheia de dentes e 3 tentáculos, acabei não vomitando fisicamente, mas parecia ter expelido de uma outra forma esse negócio estranho e grande que estava entalado na minha garganta.
Voltei para o quarto e fiquei quase 1 hora muito mal do estômago, não conseguia deixar a experiência fluir e isso começou a despertar um certo pânico, mas tentei me controlar e não racionalizar muito. A última vez que olho no relógio era 11:20, comecei a sentir uma pressão fortíssima sobre meu corpo e um zumbido alto, achei que iria explodir a qualquer momento, além de uma alternância na sensação de frio/calor. O desconforto estomacal começou a parar, me deitei na cama e deixei a experiência fluir. Nesse momento fui para um lugar escuro e estranho. Vou citar um trecho do livro “Uma Prova do Céu – A jornada de um neurocirurgião à vida após a morte” do autor Dr. Eben Alexander III, que relata quase da mesma forma o que encontrei por lá.
“...Escuridão, mas uma escuridão visível – como estar submerso na lama, mas ainda assim poder ver através dela. Gelatina escura talvez seja a melhor descrição: transparente, mas turva, embaçada, claustrofóbica e sufocante. Consciência, mas consciência sem memória nem identidade – como um sonho em que você sabe o que está acontecendo em volta, mas não tem ideia de quem ou o que você é. Há um som também: um golpear profundo e ritmado, distante porém forte, de modo que cada pulsação o atinge em cheio. Como uma batida do coração? Um pouco, só que mais sombrio, mais mecânico, como o som de metal contra metal, como se um gigantesco ferreiro subterrâneo estivesse martelando uma bigorna bem perto: golpeando tão forte que o barulho ecoa pela terra, pela lama, ou pelo que quer que seja aquilo onde você está.
Eu não tinha um corpo – nenhum de que me lembrasse de alguma maneira. Eu apenas estava... lá, naquele lugar de escuridão massacrante e pulsante. (...) Linguagem, emoção, razão: tudo havia desaparecido, como se eu estivesse regredido a algum estado primitivo nos primórdios da vida. (...) Quanto mais tempo ficava ali, menos confortável me sentia. No começo eu estava tão imerso que não havia diferença entre “mim” e o elemento repulsivo e ligeiramente familiar que me rodeava. Mas, aos poucos, essa sensação de imersão profunda, atemporal e sem fronteiras deu lugar a outra coisa: o sentimento de que eu não fazia parte daquele mundo subterrâneo, embora estivesse dentro dele.
Caras grotescas de animais borbulhavam na lama, grunhiam, guinchavam e desapareciam de novo. Escutei urros medonhos. Algumas vezes, esses urros e grunhidos davam lugar a cânticos rítmicos e obscuros que eram, ao mesmo tempo, assustadores e curiosamente conhecidos – como se em algum momento eu mesmo os tivesse cantando.
Como não havia nenhuma lembrança da existência anterior, meu tempo naquela região se estendia indefinidamente. Meses? Anos? A eternidade? Qualquer que fosse a resposta, cheguei a um ponto em que a sensação rastejante suplantou a sensação de familiaridade. Quanto mais eu me sentia como um eu – como alguma coisa separada do ambiente frio, úmido e escuro à minha volta -, mais os rostos que borbulhavam na massa pegajosa se tornavam feios e ameaçadores. As batidas ritmadas do ferreiro também ficaram mais intensas: pareciam britadeiras de trabalhadores subterrâneos, tipo ogros, executando uma tarefa interminável e massacrantemente monótona. O movimento a minha volta se tornou menos visual e mais palpável, como se criaturas parecidas com vermes e répteis estivessem passando em bandos e de vez em quando esfregassem suas peles macias ou espinhosas em mim...”
Não lembro de grande parte do momento que estive nesse lugar, mas quando li esse trecho do livro as coisas que aconteceram começaram a pipocar na memória. Lembro muito bem de ver várias cobras, de diferentes formas e tamanhos, sendo que uma delas atacou um verme esquisito, o mesmo que vi no início da trip. Como em outra experiência que já relatei aqui no fórum, já tinha tido contato com cobras durante uma trip e entendi como sendo meu animal protetor.
Após ter ficado um bom tempo nesse lugar, fui retornando a esse mundo, meu ego começou a juntar os pedaços e me veio à mente quem eu era, minha família, as coisas boas que existem e o quanto sou privilegiado por poder ter uma vida “boa”. Fui invadido de amor e alegria, com vários insights pessoais e uma clareza de pensamentos absurda. Quando consegui pegar meu celular e ver a hora já era 13:15, fiquei ainda sob efeito e sem conseguir sair da cama até as 14:00 hrs. Voltei a esse mundo com uma sensação de ter passado por uma “peia” daquelas, mas que me fez bem, não considero uma bad trip.
O que percebi em altas dosagens e dissolução do ego, é que não consigo escutar música alguma, gosto de ficar em silêncio completo, além de lembrar de poucas coisas da trip. Tentei desenhar esse verme, pois já li aqui e em outros lugares sobre os parasitas psico espirituais, mas jamais imaginei que veria tal criatura, ainda mais saindo de mim. (Sou péssimo em desenhar haha)
Não senti grandes mudanças no meu humor nos dias seguintes, mas já faz 1 mês que larguei a cannabis e não tenho mais vontade de usa-la, só isso já valeu a pena.
Obrigado a todos pela atenção!