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Mudar é preciso?!

Marittha

Cogumelo maduro
Membro Ativo
07/05/2007
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"Saltar sobre os limites que separam o possível existente do utópico desejado" – o pensamento do educador Rubem Alves traduz o grande desafio humano de superação, em tempos que nos convocam, continuamente, a criar o novo. Vivemos um contexto de incessantes inovações, e cada vez mais somos solicitados a nos tornar maleáveis, introduzindo o novo em nosso cotidiano, e deixando para trás o velho modelo histórico voltado para o "constante e definitivo" A renovação é a marca decisiva da nova era e o elo fundamental entre o presente e o futuro.

"Flexibilidade" é a palavra de ordem dos novos tempos, constituindo-se em elemento essencial em todos os âmbitos da vida humana. Abandonar paradigmas estabelecidos, superar o vício do pensamento maniqueísta, criar uma nova organização de si mesmo, assumir posicionamentos inéditos são requisitos absolutamente necessários para a experiência plena do "novo". Precisamos aprender a mudar, criando um espaço permanente de transformações que possibilite a descoberta de potenciais nunca antes explorados. Precisamos não ser sempre os mesmos a cada amanhecer, sem medo de desbravar novos caminhos, de imaginar novos nomes, de criar possibilidades antes inimagináveis, porque o novo reivindica sua própria linguagem, seu vocabulário original, suas atitudes nem sempre compreendidas pelos guardadores zelosos do conhecimento embolorado.

O aprendizado da mudança exige, contudo, uma atitude de abertura interior que permita-nos "ler" o mundo em movimento. O desenvolvimento da aptidão para o novo requer de cada um de nós a compreensão da inter-relação entre o universo interno e o mundo exterior; entre a natureza humana – complexa e subjetiva – e o meio onde estamos inseridos; entre a existência finita e a nossa dimensão cósmica, transcendente. Só podemos compreender e participar das transformações contínuas que se operam no mundo se tivermos a coragem de recriarmos a nós mesmos; se não hesitarmos em abdicar das formas ultrapassadas – dualistas e excludentes – de encarar a realidade, reconhecendo erros e instigando aqueles que nos circundam a sair da apatia mental disfarçada em verdades inquestionáveis. Os novos tempos clamam por rebeldia – a grande propulsora da evolução humana.

Marca dos gênios, dos que se insurgem contra a injustiça, a rebeldia traz no seu bojo a semente do novo e revela-se como um autêntico ato criador. Mais do que uma mera e ferrenha oposição aos modelos estabelecidos, a autêntica postura rebelde inaugura um novo ciclo, estabelece uma nova ordem e instiga-nos a abandonar aquilo que já não nos serve mais.

Namastê!
 

Eu vim

Eu não nasci no começo desse século.
Eu nasci no plano do eterno.
Eu nasci de mil vidas superpostas.
Nasci de mil ternuras desdobradas.
Eu vim para conhecer o mal e o bem.
E para separar o mal e o bem.
Eu vim para amar e ser desamado.
Eu vim para ignorar os grandes e consolidar os pequenos.
Eu não vim construir a minha riqueza.
Não vim construir a minha própria riqueza.
Mas não vim para destruir a riqueza dos outros.
Eu vim para reprimir o choro formidável.
Esse choro formidável que as gerações anteriores me transmitiram.
Eu vim para experimentar a dúvida e a contradição.
E aprendi que é preciso idolatrar a dúvida.

Murilo Mendes

 
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