- 17/11/2021
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Venho contar minha primeira bad trip com cogumelos, já estou muito acostumado a viagens psicodélicas, fiz cerca de 14 viagens dentro do período de 1 ano e 3 meses. Porém, a última experiência saiu do meu controle de uma forma tanto quanto inesperada, ainda estou processando para tentar encontrar algum motivo para isso ter acontecido.
Pois bem, era um dia lindo de sol, estava sozinho em casa, e como costumo fazer sempre quando estou sozinho, deixo um tomate ao meu dispor caso sinta fraqueza ou moleza enquanto estou sob efeito. (Um tomate justamente porque uma vez fiquei muito fraco, logo de primeira achei um belo tomate na geladeira, o gosto me fez ficar muito alegre logo quando comi.)
Comi os cogumelos desidratados, dessa vez fiz com o TAT, 2,1g. Sabia que não era uma dose forte, então não estava receoso, mesmo sabendo que o TAT costuma ser um pouco mais forte comparado aos outros. No início senti a mesma coisa de sempre, corpo leve, sensação de felicidade e euforia. Inicialmente estava escutando Beatles, e a brisa estava totalmente tranquila.
Começou bater mais forte, sempre costumo colocar psytrance, principalmente as músicas do Mandragora, sinto uma sensação de euforia combinada com um transe psicodélico que a música me leva, deixei fluir como sempre, ficava olhando os pilares de grafiato de casa, fazendo desenhos e se movimentando, ao mesmo tempo dançando e fazendo movimentos com as mãos acompanhando as ondas da música e suas batidas.
Certa hora, tive uma ideia maravilhosa, comer o resto de açaí derretido que estava num pote que havia deixado na mesa antes da trip, o gosto era absurdo, sentia um sabor magnífico, isso me deixou com um alto prazer ao ponto de esparramar açaí ao redor da boca a me olhar no espelho, fiquei dando gargalhadas da situação, até aí estava tranquilo, só aproveitando o momento que o cogu estava proporcionando.
O tempo se passava lentamente, e senti uma vontade enorme de conversar com um quadro enquanto a música estava ficando mais pesada, me senti como se estivesse num filme, controlando uma pessoa imaginária que não poderia deixar fugir do quadro. Isso estava me deixando muito feliz, pois sabia que era apenas brisa, mas alguns pensamentos começaram a despertar sem que eu tivesse controle.
O primeiro, foi que eu tinha certeza absoluta que eu era um psicopata, e isso não me deixava mal, apenas inflava meu ego e me dava a sensação que o refém de tudo isso, era eu mesmo. Parecia que tinha uma lado maléfico tomando conta de mim, e o outro lado completamente amoroso e feliz, então começou um embate entre os dois lados, em que o lado "do mal" ficava conversando com o lado "do bem", se o que era errado não poderia ser certo e o porquê do errado ser errado.
O que penso agora, é que meu ego estava numa completa confusão, estava pensando que não voltaria ao normal e sempre haveria esse embate entre os dois lados, e isso foi me deixando triste, senti que não poderia mais controlar isso, então tirei do psytrance e fiquei em silêncio, até que liguei para um amigo pedindo ajuda, disse que tinha me perdido na viagem, e que não sabia o que estava acontecendo comigo.
Tive uma longa conversa com ele, me ajudou demais a me reencontrar, voltar a saber quem eu era. Cheguei a conclusão que, apesar das coisas parecerem complexas demais, na verdade era eu que estava tornando elas muito complexas, pensando demais sobre assuntos vagos, que não tinham nada de errado, mas que minha psique me fez acreditar que eu era o problemático da história.
Enfim, foi uma trip conturbada, onde pude entender que muitas vezes, apenas ficar numa boa quando as coisas que nos acontecem na vida, é a melhor forma de se levar uma vida tranquila e sem estresses que nos deixam encucados sobre coisas simples. Numa bad trip pude perceber o quanto que apenas ser o que sou, é um prazer enorme, apenas viver com simplicidade, me torna feliz, e ser feliz é o que me faz viver bem.
Obrigado aos que chegaram até aqui, ainda estou processando essa viagem, fiz o que pude para me expressar em palavras, algo que é difícil descrever.
Deixo a música que me fez entrar em transe, foi completamente absurdo escutar sob efeito de cogu:
Pois bem, era um dia lindo de sol, estava sozinho em casa, e como costumo fazer sempre quando estou sozinho, deixo um tomate ao meu dispor caso sinta fraqueza ou moleza enquanto estou sob efeito. (Um tomate justamente porque uma vez fiquei muito fraco, logo de primeira achei um belo tomate na geladeira, o gosto me fez ficar muito alegre logo quando comi.)
Comi os cogumelos desidratados, dessa vez fiz com o TAT, 2,1g. Sabia que não era uma dose forte, então não estava receoso, mesmo sabendo que o TAT costuma ser um pouco mais forte comparado aos outros. No início senti a mesma coisa de sempre, corpo leve, sensação de felicidade e euforia. Inicialmente estava escutando Beatles, e a brisa estava totalmente tranquila.
Começou bater mais forte, sempre costumo colocar psytrance, principalmente as músicas do Mandragora, sinto uma sensação de euforia combinada com um transe psicodélico que a música me leva, deixei fluir como sempre, ficava olhando os pilares de grafiato de casa, fazendo desenhos e se movimentando, ao mesmo tempo dançando e fazendo movimentos com as mãos acompanhando as ondas da música e suas batidas.
Certa hora, tive uma ideia maravilhosa, comer o resto de açaí derretido que estava num pote que havia deixado na mesa antes da trip, o gosto era absurdo, sentia um sabor magnífico, isso me deixou com um alto prazer ao ponto de esparramar açaí ao redor da boca a me olhar no espelho, fiquei dando gargalhadas da situação, até aí estava tranquilo, só aproveitando o momento que o cogu estava proporcionando.
O tempo se passava lentamente, e senti uma vontade enorme de conversar com um quadro enquanto a música estava ficando mais pesada, me senti como se estivesse num filme, controlando uma pessoa imaginária que não poderia deixar fugir do quadro. Isso estava me deixando muito feliz, pois sabia que era apenas brisa, mas alguns pensamentos começaram a despertar sem que eu tivesse controle.
O primeiro, foi que eu tinha certeza absoluta que eu era um psicopata, e isso não me deixava mal, apenas inflava meu ego e me dava a sensação que o refém de tudo isso, era eu mesmo. Parecia que tinha uma lado maléfico tomando conta de mim, e o outro lado completamente amoroso e feliz, então começou um embate entre os dois lados, em que o lado "do mal" ficava conversando com o lado "do bem", se o que era errado não poderia ser certo e o porquê do errado ser errado.
O que penso agora, é que meu ego estava numa completa confusão, estava pensando que não voltaria ao normal e sempre haveria esse embate entre os dois lados, e isso foi me deixando triste, senti que não poderia mais controlar isso, então tirei do psytrance e fiquei em silêncio, até que liguei para um amigo pedindo ajuda, disse que tinha me perdido na viagem, e que não sabia o que estava acontecendo comigo.
Tive uma longa conversa com ele, me ajudou demais a me reencontrar, voltar a saber quem eu era. Cheguei a conclusão que, apesar das coisas parecerem complexas demais, na verdade era eu que estava tornando elas muito complexas, pensando demais sobre assuntos vagos, que não tinham nada de errado, mas que minha psique me fez acreditar que eu era o problemático da história.
Enfim, foi uma trip conturbada, onde pude entender que muitas vezes, apenas ficar numa boa quando as coisas que nos acontecem na vida, é a melhor forma de se levar uma vida tranquila e sem estresses que nos deixam encucados sobre coisas simples. Numa bad trip pude perceber o quanto que apenas ser o que sou, é um prazer enorme, apenas viver com simplicidade, me torna feliz, e ser feliz é o que me faz viver bem.
Obrigado aos que chegaram até aqui, ainda estou processando essa viagem, fiz o que pude para me expressar em palavras, algo que é difícil descrever.
Deixo a música que me fez entrar em transe, foi completamente absurdo escutar sob efeito de cogu: