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Informação sobre a toxicidade de psilocybes

viniciusc

Cogumelo maduro
Membro Ativo
11/04/2008
839
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olá amigos, traduzi um texto do shroomery, da parte de farmacologia (http://www.shroomery.org/6297/Psilocybe-Toxicity-Information).
perdoem qualquer erro de grafia ou a má disposição dos parágrafos (tá corrido aqui). REPAREM que eu pessoalmente não concordo com tudo o que está escrito, a metodologia de observação etc. críticas ao texto, não ao macaco aqui ok?!

Informação sobre a toxicidade de psilocybes

trecho de uma matéria sobre psilocybes, com informação sobre toxicidade e referências.

Princípios ativos

Os princípos ativos responsáveis pelos efeitos psicológicos dos psilocybes são conhecidos como triptaminas.

Triptaminas são compostos que contêm um anel fenólico. Estes compostos se assemelham ao neurotransmissor 'serotonina'. Imagina-se que sejam agonistas competidores nos receptores 5-HT2 (um subtipo particular de receptor de serotonina). A psilocibina é a triptamina mais abundante nos cogumelos do gênero psilocybe, e já foi confirmada em concentrações variando de 0.36% no P.stuntzii a 0.98% no P. semilanceata. Entretanto, após a ingestão, ela é rapidamente defosforizada pela enzima 'fosfatase alcalina' no intestino. além disso, acredita-se que o metabólito psilocina é responsável pelas alucinações e efeitos psicológicos.

Psilocina é o próximo composto mais abundante, variando de 0.12% no P. stuntzii a 0.60% em P. cubensis. Sua biodisponibilidade (o montante que é absorvido na corrente sanguínea intestinal) foi detectada em 50% em ratos. A psilocina se distribui uniformemente na maioria dos tecidos corpóreos, exceto para maiores concentrações no fígado e supra-renais. Em ratos, psiolcina se concentra em áreas específicas do cérebro: o neocortex, o hipocampo (envolvendo aprendizado e memória), e o tálamo (processamento sensorial). Em ratos, aproximadamente 20% da psilocina é excretada inalterada na urina, com o remanscente excretado como metabólitos conjugados polares como os glucoronides. Foi estimado que menos de 4% da psilocina é degradada pela monoamina oxidase, a enzima que degrada monoaminas endógenas como a serotonina.

Baeocistina está geralmente presente em concentrações de menos de 0.1%. Entretanto, umas poucas espécies, como P. semilanceata (liberty caps) podem conter até 0.36%. Por conta de poucos estudos farmacológicos foram feitos com a baeocistina, sua potência relativa à psilocibina desconhecida.

Alguns cogumelos de gêneros além do psilocybe também contêm triptaminas psicoativas, incluindo Paneolus, Gymnopilus, e Inocybe.

Toxicidade a curto prazo

Psilocibina não é qualificada como uma substância altamente tóxica quando usando métodos tradicionais de medição de toxicidade aguda como o LD 50 ( a dose requerida para matar 50% dos animais testados, geralmente ratos). Psilocibina tem um LD 50 de 280mg/kg. Em comparação, o LD-50 do LSD, THC (princípio ativo da cannabis), e mescalina, são respectivamente 30mg/kg, 42mg/kg e 370mg/kg. Além disso, quando a morte é considerada o ponto final da intoxicação, a psilocibina é um dos alucinógenos menos tóxicos. Também o potencial de dependência (vício fisiológico) da psilocinina e alucinógenos em geral é mínima a não-existente, o que ajuda a sustentar a tese da relativa segurança dela em relação a outros narcóticos. Entretanto, fatalidades e acidentes foram resultado de quedas de carro ou batidas causadas pelo comportamento a curto-prazo e confusão sensorial. Em uma pesquisa entre adolescentes usuários de psilocibina, 13% relataram sérios acidentes como traumatismo craniano e perda de consciência.

O mais importante aspecto da intoxicação a curto prazo é a imprevisível passagem do tempo e a intensidade dos sintomas. A ingestão de cogumelos com psilocibina resulta em sintomas alucinógenos que começam em pelo menos 10 minutos após a ingestão, e tipicamente dura de quatro a doze horas, apesar de casos com duração muito maior tenham sido relatados na literatura. Enquanto relatos pessoais de intoxicação compartilham temas, ambas intensidade e efeitos alucinógenos são altamente variáveis. Esta variabilidade tem sido atribuída a muitos fatores, incluindo características psicológicas do usuário, o anteparo cultural, o humor e expectativas dos usuários anteriores à ingestão (o 'set'), o ambiente do uso (o 'setting'), o conteúdo de psilocibina (que pode variar muito entre espécies, e pode mudar em função de preparo ou manuseio), uso prévio de outros aluncinógenos, e uso corrente de outras drogas ou álcool. Também, é possível que a sensibildiade individual seja resultados de diferenças herdadas sobre capacidades metabólicas.

Os seguintes sintomas são relatados durante uma intoxicação comum:

-início: tontura, vertigem, náusea, fraqueza, dores musculares, tremores, ansiedade, agitação, dor abdominal.
- Efeitos alucinógenos e psicológicos: efeitos visuais que incluem brilho e distorção de cores, pós-imagens, padrões visuais, superfícies movendo-se como ondas, expressões faciais alteradas, aumento da temperatura corporal, rubor facial, taquicardia (aumento da freqüência cardíaca), dilatação dos pupilas, sudorese, sensação de irrealidade e despersonalização, devaneio, sentimentos de pânico; julgamento distorcido de distâncias, incoordenação; prejudicada percepção de tempo, também, um estado de esquizofrenia com dupla concepção de ambos os eventos do mundo real ligeiramente alterados e efeitos alucinatórios têm sido descritos.
- recuperação: gradual declínio dos efeitos acima, dor-de-cabeça, fadiga extrema, resultando em 10/15 horas de sono; profunda depressão mental, diminuição do apetite.

Há casos relatados na literatura de efeitos agudos mais sérios quando extratos destes cogumelos foram usados intravenosamente. Vômitos persistentes, dores musculares, febre, baixa oxigenação sanguínea, elevado nível de enzimas no fígado (usado como medida para a toxicidade do fígado) e metaemoglobinemia (uma condição sanguínea resultada da baixa capacidade de carregar oxigênio) foram relatados.

Crianças são aparentemente mais suscetíveis à intoxicação por cogumelos psilocybe, e isso tem consequências como no caso abaixo:

Uma menina de seis anos comeu cogumelos, posteriormente identificados como p. baeoystis, crescendo perto de coníferas ao lado de sua casa em Kelso, Washington. Ela foi encontrada pelos pais em estado de ataxia e incoerência. Ela foi levada ao hospital local em estado convulsivo, pupilas fixas e dilatadas, e pele quente. A temperatura dela era de 41.1 graus célsius. Morreu três dias depois, tendo desenvolvido de um edema pulmonar.

Muitos envenenamentos e mortes foram resultado de má identificação de cogumelos comuns, parecidos, porém de espécies venenosas. Um caso de falha renal aguda em uma garota de 20 anos em função da ingestão de cogumelos Cortinarius foi relatado. A paciente admitiu ter comprado cogumelos que achava serem mágicos, de um traficante. Algumas espécies mortais de Cortinarius podem se parecer muito com cogumelos como psilocybes, até para micólogos profissionais.

Toxicidade a longo prazo

Enquanto a overdose letal com alucinógenos em geral e psilocibina em particular é rara, há um número de casos relatados de reações psiquiátricas adversas e distúribos neurológicos de longo prazo, atribuídas ao abuso de alucinógenos, que parecem indicar que estas substâncias exercem uma neurotixicidade mais duradoura, pelo menos numa parte dos consumidores. LSD, que tem uma estruturasimilar à da psilocibina, já causou palinopsia (visuais anteriores a imagens) em alguns indivíduos, por até cinco anos depois de terem parado de tomar. Aparentemente este fenômenos (anteriormente chamado 'flashback') é de frequência suficiente que recebeu um nome próprio: Hallucinogen Persisting Perceptual Disorder (HPPD) (*não achei como traduzir isso exatamente). Acredita-se que HPPD é causado por alterações permanentes de centros visuais no cérebro pelo LSD. Ainda não é claro se a psilocibina também causa tais distúrbios.
(* aqui suprimi um trecho que citava um estudo já revogado)
Os seguintes estudos e relatos descrevem prolongados distúrbios psiquiátricos após ingestão de cogumelos psilocybe:

1- Na inglaterra, um homem de 24 anos compareceu a um departamento psiquiátrico com um histórico de três meses de ataques de pânico diários, reclamando de tensão, ansiedade, despersonalização, palpitações, boca seca, e pulsação variante. Ele também admitiu sertir-se suicida muitas vezes desde o início de sua doença. Duas semanas antes do aparecimento destes sintomas, ele havia ingerido 25 cogumelos psilocybe com duas garrafas de cerveja, após o que ele havia ficado emocionalmente instável e experienciado distúrbios visuais três horas depois. O paciente não tinha nenhum histórico de problemas psiquiátricos.

2- Um homem de 25 anos sem nenhum histórico de problemas psiquiátricos mas com histórico de abuso de alucinógenos, por suas próprias contas, aproximadamente 200 cogumelos foram consumidos durante um dia. Ele também bebeu álcool e fumou cannabis. Após experienciar os típicos sintomas de uma intoxicação por psilocibina, ele subitamente ficou extremamente paranóico e agressivo, ameaçando três detetives que o prenderam. No dia seguinte ele reclamou de sono perturbado, irritabilidade e falta de concentração. Alguns dias depois a condição piorou, apesar do tratamento com tranquilizantes e anti-depressivos para sua ansiedade e depressão, então foi admitido num hospital. Ele relatou ter usado 50 cogumelos em duas outras ocasiões antes de sua admissão. Ele experienciou um 'flashback' dois dias depois, com distúrbios visuais e ataques de pânico, e ficou agressivo com a equipe do hostipal. Estes sintomas permaneceram por 14 dias e não se resolveu antes de quatro sessões de eletro-choque. Ele foi finalmente liberado do hospital dez semanas depois.

3- Um caso foi relatado no Jornal de medicina escandinavo Ugeskrift For Laeger de um norueguês de 24 anos que procurou ajuda médica por persistentes sintomas psicológicos nove meses após consumir cogumelos psilocybe.

4- Num estudo de ingestões confimadas de psilocybe semilanceata, um prolongado distúrbio psicológico ocorreu em 26 de 318 casos (acima de 8%). Dentre estes 26 casos, 21 pacientes experienciaram flashbacks até quatro meses após a ingestão inicial de cogumelos. Somente em 5 destes 26 casos este distúrbio pode ser atribuído a outras possíveis causas como predisposição anterior a doenças. De 160 casos em que o questionário de acompanhamento foi preenchido, 82 deles foram hospitalizados. Destes 82, 8 foram hospitalizados por dois ou mais dias por conta de alucinações prolongadas. Curiosamente, dentre 16 casos em que estes cogumelos foram usados de maneira abusiva com outras drogas ou álcool, nenhum teve intoxicação séria ou sintomas persistentes.

5- Num estudo de 27 casos de ingestão de p.semilanceata relatado no hospital Britânico, dois pacientes reclamaram de episódeos com ataques de pânico após a ingestão de álcool, um deles sete dias após a ingestão inicial de cogumelos, e outro nove dias depois. Em outro caso, um paciente aterrorizado foi admitido num hospital psiquiátrico por acreditar que deus e o diabo estavam falando com ele. Estas alucinações continuaram por três noites consecutivas, apesar do tratamento com anti-psicóticos.

O número de casos similares a estes descritos que não procuram ajuda médica por medo de complicações legais não pode ser determinado. A base biológica destas reações adversas não são conhecidas. Alguns destes casos (1 e 2) parecem envolver grande quantidade de cogumelos e/ou consumo de álcool, enquanto outros estudos (4 e 5) não puderam encontrar qualquer relação entre quantidade cosumida x severidade dos sintomas, ou nenhuma influência de interação entre drogas. Como a triptamina contida em cada cogumelo é variávelm, é difícil conseguir mais do que uma parca estimativa sobre o consumo destes compostos.

Talvez o fator que mais confunda a coleta de dados sobre estes cogumelos seja a grande porcentagem de falsos psilocybe vendidos no mercado negro, adulterados. Em uma análise de 1985 de 886 cogumelos vendidos ilegalmente como psilocybe, somente 28% deles eram realmente psilocybes, enquanto 31% eram cogumelos comuns de mercado, ou outras variedades 'batizadas' com LSD e PCP, e 37% eram inertes. Entretanto, a sensibilidade individual da psilocibina e compostos relacionados pode ser um déficit hereditário de enzimas importantes para o metabolismo destas substâncias, um fenômeno conhecido com o ácool e alopáticos, ou diferenças na química cerebral que resultaria em diferentes níveis de vulnerabilidade a doenças psiquiátricas como esquizofrenia e depressão. Também, como estes cogumelos podem naturalmente conter muitas substâncias diferentes além das triptaminas, talvez uma maior concentração de um composto ainda não identificado em algumas espécies ou raças podem ser responsáveis. Por conta do abuso destes cogumelos estar crescendo prevalescentemente entre jovens, mais pesquisa na área é necessário.

Tratamento

Não há antídoto específico para a intoxicação por psilocibina, apesar de relatos clínicos indicarem a reversão da intoxicação com 'fisiostigmina' merecerem atenção e novos estudos. Lidar com a intoxicação por psilocibina consiste mais em apoio emocional e reafirmação durante os episódeos de pânico, e monitoramento dos sinais vitais. Entretanto, em caso de reações adversas a longo-prazo, tranqulizantes como o Valium e anti-psicóticos como o Thorazine têm sido usados. Também, em casos em que a exata espécie não pode ser identificada, uma lavagem gástro-intestinal ou tratamento com carvão ativado é recomendado.


Referências

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Vini, este é o texto do pessoal do contra...
Pô, acho que não é por aí não. Tem neguinho que bebe uma dose de cachaça e quer matar todo mundo outros bebem um túnel e ficam de boa, então, o problema tá na cachaça? Estes relatos de casos são apenas relatos, para decifrar se há ou não danos no cérebro, precisa se fazer tomografias, estudo de tecidos nervosos (em cobaias claro), enfim fazer o que se tem que fazer quando se quer descobrir de verdade alguma coisa.
Este texto tá mais para assustar do que para informar. Eu sou dos que têm sensibilidade alta à psilocibina, mas não concordo com nada disso aí não do jeito que está posto.

Vê o caso destes remédios que são feitos com ácido lisérgico aí nesse link:

http://translate.google.com.br/tran...esult&prev=/search?q=hydergine+smart&hl=pt-BR

Sei lá cara, quando querem fazer a coisa parecer boa é de um jeito, quando querem detonar fazem ficar pior, muito pior do que o que são.
 
Hallucinogen Persisting Perceptual Disorder?

Talvez Desordem de percepção alucinada persistente.

Ou Desordem de percepção persistente de alucinações.
 
É dificil afirmar que nesses relatos de problemas as pessoas não tenham ingerido cogumelos errados no meio dos certo. Acho mais prudente levarmos em consideração o pessoal aqui do forum, que dificilmente passa por coisas parecidas. Pela quantidade de usuários aqui no forum acredito que a psilocibina seja muito segura.
Os cientistas podem ficar horas em laboratórios, mas a gente vive a vida real. Nosso laboratório é nossas vidas. São as vidas dos comunas aqui. E o que tenho percebido é que os cogus estão fazendo muito bem para nós :)
 
é cacto, eu também não concordo com a forma que está escrito, nem com a forma como as conclusões foram tiradas, a partir de observações simples. MAS isso é científico, hoje. porque a ciência é chata, amassada, e só admite essa metodologia que inventaram há séculos e movimenta toda a infra-estrutura da tecnologia do sistema.

só não dá pra negar, por exemplo, que existe sim a possibilidade de uma pessoa como nós sofrer um caso parecido com aqueles. já vi gente aqui no cm, das antiga e recentemente, falando sobre flashbacks, e crises serotoninérgicas após uma trip. o texto só cria um 'bicho-papão' sobre essas coisas - por quê? porque os cientistas estão olhando de fora, conforme manda o script científico. e de fora é mesmo aterrorizante.

Mas não é de todo horrível. Temos diversos camaradas, inclusive você, que têm filhotes em casa. No mínimo nos informamos que é ótimo deixar os cultivos bem longe deles - enquanto ainda não percebem direito o que é 'risco de vida' - e depois cada um explica (ou não) quando julgar mais apropriado...

a coisa só fica feia pra quem deixa ficar, não ?!

E Ecuador, agora pensei em Desordem Perceptual de Alucinações Persistentes... mas não sei se os médicos usam qualquer desses que falamos...
 
É Vinicius, isso é mesmo, a ciência tem adotar uma postura imparcial, mas acho que no caso dos psicodélicos eles são meio que receosos. Mas indo à questão da tal desordem HPPD (gostei do esforço para obtermos a precisa tradução, sigla esquisita), então, eu tenho umas desordens sim, mas são no campo visual, às vezes as imagens borram, às vezes respiram, às vezes acho que o mundo não tá de verdade, às vezes percebo o mundo com um brilho esquisito (ou brilhante e bem vivo, ou escuro e macabro), enfim, eu atribuo todas estas ocorrências ao aprendizado do nosso sistema perceptivo após tantas repetidas experiências, as novas ligações desenvolvidas entre os neurônios, vão passando a funcionar. Se isso é ruim, não sei, em mim não tem causado incomodo ou dificuldade alguma, na verdade sinto é uma melhora pq adquiri um olhar "multiplo", um tipo de visão sem os olhos, hoje consigo escapar da maioria dos problemas que antes não havia como os contornar.

Se esta tal sindrome é ruim, não sei, mas quanto à problemas durante uso de algum psicodélico, eu tô passando por um sinistro, que é com aiahuasca e jurema (DMT, ingestão oral com IMAO), cada vez doses menores são suficientes para causar percepções assustadoras da "realidade", como que um novo olhar para o mundo, direto e sem palavras está cada vez mais próximo de tomar conta da minha primeira atenção e se fixar sem volta. Todas as vezes, mas por enquanto eu ainda estou pensando se ver o mundo daquela forma é realmente ruim, pq, apesar de assutadora, aquela forma de ver é incrível, o mundo inteiro flui como energia, as plantas são energia, as pedras, tudo, e você vê ainda tudo organizado, não é borrado, é nítido e tem também o lance de ver as interconexões entre todas as coisas, mas ver mesmo. Eu acho que o problema desta forma de ver é que a gente não está adpatado a estar sendo bombardeado por tanta informação ao mesmo tempo, daí acho que causa um tipo de esgotamento, medo, desconformto.

Mas acho que o sonho de todos nós é justamente atingir este estado de "ver" e ter domínio sobre isso, ou não?

Ou vamos continuar a admitir que este olhar é o olhar dos loucos que os cientístas vivem apregoando? Eu nunca fui esquizofrênico (até onde eu sei) para saber que o nosso modo de "ver" nos estados alterados de consciência são coisa de doido e suspeito que não seja a mesma coisa.

FAÇO RESSALVAS apenas AO DMT (ingestão oral), que realmente ÀS VEZES eu penso que o que eu passo é coisa de doido mesmo, até pq ele parece estar associado às crises escrisofênicas, pois as qtdes de DMT nos exames laboratoriais das pessoas com o problema sempre aparece DMT em elevadas taxas. Cada vez mais o DMT bate assustador em mim, lembram do quadro do gato de Van Gogh, que ele pintou quando tava começando a ficar doido de pedra. Então, os gatos ficam daquele jeito brother, os ramos do pé de maracujá que tinham na cerca de uma casa, viraram os bigodes de um imenso "dragão" (ou outro bicho similar), mas era uma criatura enorme descomunal e que estava atravessando de uma outra "dimensão" para a nossa, eu olhava para o pé de maracuja e só conseguia ver era a porra dos bigodes, começo da boca, forçando para entrar no nosso mundo, um contorno de luzes na borda como uma aura (bonita até, muito colorida e psicodélica), uma coisa real, tenebrosa, tive que sair da varanda pq não mudava esta visão e o bicho cada vez mais conseguia vir passando para o nosso lado. Preferi fugir por um tempo, sei lá, sabe como é né, kkkk, e depois voltei lá e fui até à planta para tocar nela.

Mas os cogus não, as doses continuam as mesmas, desde que nos encontramos em 89, a sensibilidade que eu tenho continua do mesmo jeito, as vizões são sempre mais para o sublime, sagrado, ou divino, sei lá, uma insistente compreensão de todas as coisas, mas de uma forma maravilhosa, um diálogo com todas as coisas (sem palavras, como uma cumplicidade), belezas e mais belezas, e o pós efeito então, um completo bem estar e ânimo. Nas bad´s é que fica ruim às vezes, mas bad de cogu significa que você tá errando em alguma coisa e findam se tornando boas no final. Enfim, acho que os cogus são seguros, são benéficos e são a coisa mais espetacular que há na Terra, depois de nós humanos é claro.
 
pois é cacto, acredito em tudo o que você descreveu como pessoal... mas pra ciência você é mais um número, do lado da maioria que não sofre nenhum tipo de distúrbio - já que está tão seguro de sua não-esquizofrenia etc.

eu já não sei se sou tão sólido, ou se as coisas são assim taão simples, matemática- cada um pode olhar pra si mesmo e pros casos relatados pra ter uma idéia se seria possível ou não acontecer. a meu ver o cara que ouvia deus e o diabo, ou acreditava neles racionalmente ou inconscientemente.

e nem acho que 'os cogumelos não', pelo contrário já passei por situações de terror também, não duvido que possa ser algo tão marcante a ponto de desencadear uma disfunção dessa ordem. Temos pelo menos dois casos aqui no fórum de distúrbios pós-trip, e de mais de um dia. Se quiser conferir posso mandar os tópicos em mp pra você...

dos flashbacks, eu também acho que os tenho, mas de maneira bem leve, nada que 'relembra' tanto uma trip. E tenho lido relatos de outros enteógenos (já que você mencionou o dmt) em que isso acontece até mais...

já disse que não é a minha opinião pessoal no texto, não se esqueça
 
os flashbacks são de maneira bem leve em mim também, mas consigo percebe-los, mas muito leves.

Eu entendi Vini, sei que você está trazendo para a gente coisas que são úteis e este artigo é importante de ser analisado e discutido sim.

Uma coisa que eu não sei se acontece com você, as suas trips costumam ser mais curtas ou demoradas? Eu tenho percebido que as trips tem ficado mais curtas em mim, não sei se o corpo tá aprendendo a se desvencilhar mais rápido.

Para uma trip demorar muito é preciso uma "OVER" dose, já li em algum lugar que a psilocibina, após uma determinada concentração no sangue, para o aparelho digestivo, daí fiquei imaginando que isso, além do metabolismo da quantidade maior também, mas esse fato de parar o aparelho digestivo também possa prolongar a trip, entrando numa espécie de equilíbrio entre metabolisbo e abasorção, tipo assim, vc come muito cogu, daí a digestão vai, a viagem bate bem troncha, daí o aparelho digestivo fica lento, então o metabolismo vai diminuindo a concentração de psilo no sangue e a digestão se intensifica de novo, daí a trip volta a ficar forte, isso até que tenha sido feita toda a absorção e metabolismo para que a viagem termine. Na prática, trips de mais de 3-4 horas, fortes, comigo, só se eu comer a tal "OVER" dose, por isso penso que o que estou postando tenha lógica e que confirma esta minha lembrança de ter lido algo assim.

Valeu brother
 
legal cacto era essa a idéia :)

sobre a parte das trips mais curtas ou prolongadas, acho que ainda não tenho tanto tempo de consumo pra perceber alguma mudança... só relativa a dosagens: em menores, trips mais leves e menos demoradas (lógico né eheh)

os flashbacks imagino que tenhamos mais ou menos na mesma intensidade- quando você descreveu, bateu certinho...

a informação sobre parar o aparelho digestivo eu não conhecia... se proceder, é interessantíssimo inclusive para dosagens, como você descreveu... A psilocibina é absorvida no intestino, o que significa que precisa de um tempinho se degradando, entre a boca e ele... será que ela pararia até a emissão de bile, suco gástrico etc? Isso aproximaria uma explicação pras 'fezes brancas' que já reparei depois de trips fortes...
 
Bacana mesmo estes conhecimentos e melhor ainda saber que alguém mais quer pesquisar estas coisas. Eu gosto disso, de pesquisar o que dá para se chegar a alguma conclusão, isso é o máximo, chegar a alguma conclusão. Ou sim, ou não.

Bele Vini,
 
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