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Aqui discutimos micologia amadora e enteogenia.

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Fungos: muitas espécies, pouco conhecimento e uma enorme importância

Clorofila

Cogumelo maduro
Membro Ativo
24/01/2007
844
76
Tenho particular apreço pelos fungos, esses magníficos seres vivos, tão onipresentes e esquecidos. São chamados por aí de mofos, bolores, chapéus-de-sapo, cogumelos, orelhas-de-pau, urupês... Eles estão mais para uns bichinhos estranhos, mas por serem lentos, sempre foram tratados juntos com as plantas - seus nomes científicos ainda obedecem ao Código Internacional de Nomenclatura Botânica. Contudo, são muito antigos e únicos, formando um reino inteirinho, bastante subamostrado e desconhecido na Amazônia.
Mas nem tudo é só abandono e solidão. Ano passado, fiz uma breve compilação na plataforma Lattes sobre taxonomia de fungos macroscópicos e percebi uma nítida ascensão de jovens taxonomistas, que vem contribuindo para um crescimento (explosivo) da produção de artigos científicos em taxonomia e sistemática de fungos no Brasil. Mesmo que não estejam vivendo na Amazônia, isso é extraordinário, pois esses taxonomistas serão vitais para estudar a diversidade de fungos em todo o país.

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Assim como muitos outros grupos, os fungos tem muitas espécies, algo estimado entre 1,5 e 9,9 milhões, embora se conheça algo em torno de 100.000 espécies. De fato, eles são muito diversos, mas muitas espécies desempenham funções semelhantes nos ecossistemas, formando grupos funcionais, as guildas. Em florestas tropicais, podem ser destacados vários tipos de guildas de fungos, como os decompositores de serrapilheira, endomicorrízicos, saprotróficos de solo, decompositores de madeira, endofíticos, ectomicorrízicos, entomopatogênicos...

No mestrado, decidi fazer um estudo ecológico sobre um grupo de espécies de fungos de serrapilheira. Eu tinha interesse em saber quais fatores ambientais influenciavam a distribuição das espécies na paisagem e usei os cogumelos como indicativo da presença da espécie no espaço em dois momentos no tempo (estação seca / chuvosa).

Embora o eminente micólogo alemão Rolf Singer tenha coletado durante alguns anos dentro da Reserva Ducke os mesmos fungos que eu estava interessado, a identificação das espécies e possíveis descrições de novas espécies exige um conhecimento técnico específico, baseado na comparação de características macro e microscópicas com materiais herborizados (secos), com base na consulta de uma literatura vasta e fragmentada. Eu não poderia fazer isso em tempo hábil no mestrado e optei por agrupar em morfoespécies com base apenas no jeitão do fungo e deixei a identificação em banho-maria.

Na maioria dos casos, os cogumelos são bem diferentes e podem ser reconhecidos. Diferentes cogumelos coletados em locais e momentos diferentes foram agrupados em morfoespécies, esperando que algum interessado identificasse o material e permitisse avaliar se cada morfoespécie representa ou não uma espécie.

Assim, montei um guia de identificação de fungos de liteira da Reserva Ducke com informações e imagens das morfoespécies. Todo o material coletado foi depositado no herbário INPA e os números de acesso permitem aos interessados solicitar empréstimos de espécimes para identificação (veja o guia no link abaixo).

Depois de alguns anos, eis que surge um interessado disposto a encarar a batalha! Ele é Jair Putzke, um dos micólogos brasileiros mais ativos na última década, autor de alguns livros e grande estimulador da formação de diversos novos talentos nessa área.

Ele não só vai ajudar a identificar e descrever os fungos que encontrei na Reserva Ducke, como devolveu minha motivação para trabalhar com esse grupo tão curioso e importante para o funcionamento das florestas na Amazônia.

Espero que mais jovens estudantes percebam quão estimulante pode ser trabalhar com esses bichinhos tímidos, mas tão presentes em nossas vidas.

Fonte: http://uleinpa.blogspot.com/2009/04/fungos-muitas-especies-pouco.html
 
Neuro... Neuro...

Sabe o que faz falta aqui no CM?

"Conteúdo"

Depois de retornar à nossa querida casa, pude perceber que outros seres habitam nosso lar.

O CM é assim, muitos estão somente de passagem, outros vivem aqui (Mortandello), alguns chegam, vão embora e depois de algum tempo reapresentam-se... alguns outros estão aqui, mas preferem não se manifestar...

Se os que habiatm, tivessem o compromisso de "colaborar" o CM seria muito maior.

Ao invés da colaboração, se perdem em discursões vazias e que nada contribuem, a não se com o próprio ego, pois se limitam a "colocar seu ponto de vista e defendê-lo até debaixo de pancada", mesmo se este ponto de vista esteja em desacordo com a realidade.

Aí alguns divagarão aqui sobre a realidade... sobre o direito de expôr seus pensamentos... sobre isso... sobre aquilo... diante disso, dias e mais dias de "remendos novos na enorme colcha de retalhos"...

Sinto falta de muita gente das antigas aqui, e gente que tinha "apego" à causa, tanto ao estudo da micologia amadora como do psicodelismo e autoconhecimento.

Autoconhecimento e expansão da mente não tem nada a ver com "autoafirmação dentro um grupo específico".

Tratemos sim de liberdade e de expansão, porém com respeito a nós mesmos.

Obs: observe quantas leituras teve este tópico até agora, mes depois que alguns vierem aqui para fazerem seus passos de dança, a coisa bomba!! :eek:

O povo gosta é disso!

:pos:
 
Cloro, as tão batidas fases. Há muito o que mudar aqui no CM, há muito o que melhorar, muito.

De boa parte dos usuários há pouco interesse para o aprofundamento da micologia, da administração há a lentidão para implementar mudanças que permitam naturalmente um maior interesse pelos temas do fórum. Pessoalmente vejo que há necessidade de mudanças estruturais no fórum, um recomeço melhor dizendo, mas não por achar que o CM esteja ruim e sim como forma de evolução.

Eu me pergunto o que o pessoal sumido anda fazendo em relação a enteogenia. Cada um segue o rumo visando a concretude dos planos, sejam materiais ou espirituais, mas para aqueles que conheceram a experiência enteógena, o que será que estão fazendo?

Digo, será que os rumos escolhidos ou os projetos feitos têm alguma relação com a enteogenia? Não apenas com a experiência em si, mas com os frutos dela trazidos, será?
 
Cloro, que bacana, mais um "amazônida", então você teve com o pessoal do INPA lá de Manaus/AM? É mano, trabalhei junto com equipes de pesquisa do INPA, a amazonia é um sonho que está sendo destruído. Se a turma não acordar a tempo e não partir para pesquisar a sério aquela região, se nossos jóvens não se interessarem logo, em breve não verão o espetáculo maravilhoso que temos aqui, tão pertinho da gente e tão "cobiçada" pelos gringos.

Parabéns pelo seu trabalho... Dos fungos da floresta fotografei poucos, visto que o meu foco de trabalho era outro, mas a riqueza é inquestionável, pois as condições edafoclimáticas são perfeitas e substratos não faltam.

Gostaria de mudar o quadro em que se encontra a imagem dos cogumelos mágicos diante da sociedade, mas acho que tá difícil...Mas vamos continuar.

Grande abraço,
PS. eu cacei cubensis por lá (Amazonas), mas na região por onde estive eram bem difíceis devido aos hábitos alimentares nas comunidades, o gado era coisa rara, mas achei também, depois de um ano e meio procurando, :D:D:D .
 
:!:Como biólogo fico entuziasmadissimo com este trabalho e parabenizo o autor por este desafio vencido.

poucas pessoas tem o interesse de tentar tais trabalhos com maconha e cogumelos por causa do preconceito que realmente existe.

ano passado tentei orientar um amigo que se formaria em bio e faria sua monografia com cubensis, os professores simplesmente desaconselharam meu amigo a escrever sobre cubensis por não saberem ao certo se entrariam em desacordo com e lei ou não.

ósculos santos a todos
 
saudade clorofila....
particulamente tenho um grande interesse em aprofundar no termo micologia,...
 
Cloro, as tão batidas fases. Há muito o que mudar aqui no CM, há muito o que melhorar, muito.

De boa parte dos usuários há pouco interesse para o aprofundamento da micologia, da administração há a lentidão para implementar mudanças que permitam naturalmente um maior interesse pelos temas do fórum. Pessoalmente vejo que há necessidade de mudanças estruturais no fórum, um recomeço melhor dizendo, mas não por achar que o CM esteja ruim e sim como forma de evolução.

Eu me pergunto o que o pessoal sumido anda fazendo em relação a enteogenia. Cada um segue o rumo visando a concretude dos planos, sejam materiais ou espirituais, mas para aqueles que conheceram a experiência enteógena, o que será que estão fazendo?

Digo, será que os rumos escolhidos ou os projetos feitos têm alguma relação com a enteogenia? Não apenas com a experiência em si, mas com os frutos dela trazidos, será?

Boa pergunta Neuro...


“Experiência não é o que aconteceu com você; mas o que você fez com o que lhe aconteceu”

(Aldous Huxley)
 
Opa!
Primeiramente OTIMO topico, mais um que eu devo ter passado desperçebido quando da treta do 2012.
E a pergunta do Neuro=
Só motivo de abrir um tópico - O que vocês fazem com a experiencia de vida adquirida durante as tripps.
Demorex já até né??
Neuro - eu gostaria de falar com voce sobre design uma hora.
eu andei visitando uns foruns internacionais ue usam um sistema de icones parecido com aquele dos diários de cultivo, onde uma foto ou icone grande (estilo mac osx) identificava os posts...
sei lá se nao fica pesadao pro pessoal da discada (ainda existe discada?) mas po a gente poderia trocar uma idéia.
 
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