[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]Uma doença que pode atingir geólogos, arqueólogos e outros trabalhadores que lidam diretamente com o solo ainda é pouco conhecida. Esse foi um dos diagnósticos feitos durante o primeiro Workshop Internacional de Geologia Médica, que aconteceu na Unicamp, entre os dias 14 e 16 de outubro, e reuniu profissionais de diferentes formações e da área de geociências, como os geólogos Robert Finkelman, do Serviço Geológico dos Estados Unidos, Olle Selinus, do Serviço Geológico da Suécia, José Centeno, do Instituto de Patologia das Forças Armadas Americanas, e Bernardino Figueiredo, do Instituto de Geociências da Unicamp.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]A coccidioidomicose, referida no evento, é uma doença provocada por um tipo específico de fungo e que compromete, sobretudo, o sistema respiratório. Mais comum nos Estados Unidos, os primeiros casos da doença apareceram na região Nordeste do Brasil no final da década de 70, mas, ainda hoje, muitos profissionais da área de geociências desconhecem a doença e não sabem o quanto podem estar expostos ao fungo Coccidioides imitis quando estão trabalhando.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]"Senti necessidade de dividir informações sobre a coccidioidomicose com os profissionais presentes, porque um dos palestrantes, o professor Finkelman, comentou sobre a incidência dessa doença nos Estados Unidos, mas disse não ter dados sobre a realidade brasileira", explicou a biomédica Ana Bolena da Costa, doutoranda em clínica médica na área de fungos, na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]Segundo ela, grande parte dos profissionais que trabalham com o solo desconhece esse problema. "Somente de um tempo para cá é que a micologia vem ganhando importância, devido às infecções fungicas emergentes em pacientes com o sistema imunológico comprometido", disse a pesquisadora.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]As observações feitas pela biomédica causaram surpresa aos participantes do evento. "Como a doença é mais localizada, geograficamente falando, não existem tantos casos [no país]", afirmou, ressaltando que, por causa disso, muitos não conhecem essas informações. "Além desses profissionais, os trabalhadores rurais que utilizam instrumentos manuais para remover terra e os caçadores de tatu também estão mais expostos ao fungo", destacou.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]No Brasil, foram relatados casos de pacientes procedentes do Piauí e da Bahia, locais onde o solo é semi-árido e o clima é quente e bastante seco - condições ambientais ideais para a proliferação desse fungo. O estudo recente de um surto de pneumonia em caçadores de tatu, realizado por uma equipe liderada pela Fiocruz, do Rio de Janeiro, levou à descoberta de uma área endêmica de cocciodioidomicose no semi-árido brasileiro, na região de Oeiras, no Piauí. "Um aspecto relevante foi o encontro do fungo em solos de tocas de tatu, nunca antes relacionadas a fontes infectantes em áreas endêmicas conhecidas", salientou.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]Os primeiros sintomas da doença são percebidos no sistema respiratório, mas ela pode atingir outros órgãos, como os ossos, a pele, a articulação e as meninges, por exemplo. A contaminação acontece por inalação dos fungos, e o período de incubação varia de uma a quatro semanas. "A coccidioidomicose não é doença contagiosa e o tratamento é feito com medicamentos antifúngicos; mas se não tratada, pode levar à morte", afirmou Ana Bolena. "O tipo e o tempo do tratamento dependem do estado geral do paciente em relação à doença e da sua gravidade", completou. Qualquer pessoa, entre 20 e 50 anos, pode ser infectada, mas costuma atingir mais homens.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]Como muitos médicos ainda desconhecem esses dados, o diagnóstico acaba prejudicado. Por isso, é comum que eles confundam a coccidioidomicose com outras doenças que apresentam sinais e sintomas semelhantes, como tuberculose e neoplasia. "Para descobrir a presença do fungo, é preciso ter profissionais de laboratórios bastante experientes. No Brasil, ainda há poucos profissionais", afirmou.[/FONT]
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[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]Nos Estados Unidos, essa doença é mais comum, principalmente nas regiões áridas, como o sudoeste e o sul. No Novo México e na Califórnia, por exemplo, por causa da incidência de terremotos, o solo é removido e forma poeira, que é deslocada a grandes distâncias. Segundo Finkelman, para evitar a contaminação das pessoas por esse fungo, o governo norte-americano utiliza sismógrafos para prever terremotos nas áreas do "Valley Fever", onde os casos da doença são comuns.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif] Esses aparelhos localizam a poeira e para onde ela se move. "As autoridades locais comunicam a população e tomam medidas preventivas para que as pessoas não tenham contato, ou tenham o mínimo de contato, com essa poeira", observou.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]Segundo a biomédica, os especialistas da área de micologia indicam que antes de os profissionais fazerem estudo de campo em um determinado local, devem ter um conhecimento prévio da região e sempre utilizar máscaras, para evitar a inalação de poeira. "As pessoas que residem em locais onde há esse tipo de fungo devem umedecer o solo ao redor das casas e usar veículo com ar refrigerado, para que a poeira não entre no carro e exponha o indivíduo ao fungo", destacou.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]A coccidioidomicose, referida no evento, é uma doença provocada por um tipo específico de fungo e que compromete, sobretudo, o sistema respiratório. Mais comum nos Estados Unidos, os primeiros casos da doença apareceram na região Nordeste do Brasil no final da década de 70, mas, ainda hoje, muitos profissionais da área de geociências desconhecem a doença e não sabem o quanto podem estar expostos ao fungo Coccidioides imitis quando estão trabalhando.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]"Senti necessidade de dividir informações sobre a coccidioidomicose com os profissionais presentes, porque um dos palestrantes, o professor Finkelman, comentou sobre a incidência dessa doença nos Estados Unidos, mas disse não ter dados sobre a realidade brasileira", explicou a biomédica Ana Bolena da Costa, doutoranda em clínica médica na área de fungos, na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]Segundo ela, grande parte dos profissionais que trabalham com o solo desconhece esse problema. "Somente de um tempo para cá é que a micologia vem ganhando importância, devido às infecções fungicas emergentes em pacientes com o sistema imunológico comprometido", disse a pesquisadora.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]As observações feitas pela biomédica causaram surpresa aos participantes do evento. "Como a doença é mais localizada, geograficamente falando, não existem tantos casos [no país]", afirmou, ressaltando que, por causa disso, muitos não conhecem essas informações. "Além desses profissionais, os trabalhadores rurais que utilizam instrumentos manuais para remover terra e os caçadores de tatu também estão mais expostos ao fungo", destacou.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]No Brasil, foram relatados casos de pacientes procedentes do Piauí e da Bahia, locais onde o solo é semi-árido e o clima é quente e bastante seco - condições ambientais ideais para a proliferação desse fungo. O estudo recente de um surto de pneumonia em caçadores de tatu, realizado por uma equipe liderada pela Fiocruz, do Rio de Janeiro, levou à descoberta de uma área endêmica de cocciodioidomicose no semi-árido brasileiro, na região de Oeiras, no Piauí. "Um aspecto relevante foi o encontro do fungo em solos de tocas de tatu, nunca antes relacionadas a fontes infectantes em áreas endêmicas conhecidas", salientou.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]Os primeiros sintomas da doença são percebidos no sistema respiratório, mas ela pode atingir outros órgãos, como os ossos, a pele, a articulação e as meninges, por exemplo. A contaminação acontece por inalação dos fungos, e o período de incubação varia de uma a quatro semanas. "A coccidioidomicose não é doença contagiosa e o tratamento é feito com medicamentos antifúngicos; mas se não tratada, pode levar à morte", afirmou Ana Bolena. "O tipo e o tempo do tratamento dependem do estado geral do paciente em relação à doença e da sua gravidade", completou. Qualquer pessoa, entre 20 e 50 anos, pode ser infectada, mas costuma atingir mais homens.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]Como muitos médicos ainda desconhecem esses dados, o diagnóstico acaba prejudicado. Por isso, é comum que eles confundam a coccidioidomicose com outras doenças que apresentam sinais e sintomas semelhantes, como tuberculose e neoplasia. "Para descobrir a presença do fungo, é preciso ter profissionais de laboratórios bastante experientes. No Brasil, ainda há poucos profissionais", afirmou.[/FONT]
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[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]Nos Estados Unidos, essa doença é mais comum, principalmente nas regiões áridas, como o sudoeste e o sul. No Novo México e na Califórnia, por exemplo, por causa da incidência de terremotos, o solo é removido e forma poeira, que é deslocada a grandes distâncias. Segundo Finkelman, para evitar a contaminação das pessoas por esse fungo, o governo norte-americano utiliza sismógrafos para prever terremotos nas áreas do "Valley Fever", onde os casos da doença são comuns.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif] Esses aparelhos localizam a poeira e para onde ela se move. "As autoridades locais comunicam a população e tomam medidas preventivas para que as pessoas não tenham contato, ou tenham o mínimo de contato, com essa poeira", observou.[/FONT]
[FONT=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif]Segundo a biomédica, os especialistas da área de micologia indicam que antes de os profissionais fazerem estudo de campo em um determinado local, devem ter um conhecimento prévio da região e sempre utilizar máscaras, para evitar a inalação de poeira. "As pessoas que residem em locais onde há esse tipo de fungo devem umedecer o solo ao redor das casas e usar veículo com ar refrigerado, para que a poeira não entre no carro e exponha o indivíduo ao fungo", destacou.[/FONT]
