Pois é Mr D., mas o que seria um desenvolvimento sustentável hoje? A cultura humana já é predatória dos meios naturais. Mesmo a idéia romântica de que os índios são integrados e respeitadores da natureza é falsa. Eles desmatam tb e faziam isso muito antes da colonização. Integração não significa harmonia. E se pensarmos progressivamente, ou seja, se abandonarmos a utopia de que o mundo retornará a um estado comunal e auto-sustentável, perceberemos que a demanda pelos recursos sempre será maior que a oferta. A demanda é sempre maior que a oferta, essa equação não se estabiliza e sim fica cada vez mais inversamente proporcional.
Não, não acredito numa virada de consciência e da sociedade rumo à preservação e ao uso sustentável. O caminho é de mão única, rumo ao caos. A partir do caos provavelmente o otimismo retornará, porque certamente medidas serão tomadas, mas pode ser tarde demais para um retorno promissor. Nos vemos no caos daqui a algumas décadas.
Mas a saída não é nos aprofundarmos no pessimismo e não propor soluções. Uma idéia que está em voga e a qual dou o meu apoio é a de fazer zoneamento de áreas. Ou seja, áreas de proteção permanente de biomas, áreas para produção de alimentos e áreas para habitação humana. É um pensamento progressista, pragmático, que abandona as utopias e traz à tona o que é possível fazer para aliar desenvolvimento humano com o meio ambiente. O que é claro é que eles são antagônicos, quando um se desenvolve o outro perece e vice-versa.