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Experiência!

Kliphos

Cogumelo maduro
Membro Ativo
25/01/2006
446
76
Encontram-se em vermelho as partes da experiência que fui digerindo e lembrando com o tempo.

Pois bem meus amigos!

Depois de muito tempo aguardando por isso, posso dizer, experimentei! Vamos à história!

Cheguei do trabalho, me arrumei e esperei o Quetzal e o Nabodê chegarem.

Aproveitamos do Sol e fomos procurar mais alguns frescos em pasto dos arredores da cidade.

:cool: Dotados de sapiência entramos na chácara como pesquisadores de fungos. Em nenhum momento mentimos nem enganamos ninguém.

Fomos para a cidade do Nabodê (que nos cedeu e concedeu o uso da chácara), passamos em sua casa e fizemos o favor de limpar sua geladeira - comemos tudo que tínhamos direito. :D

Nesse momento chega Zalinsk para terminar de vez com a comida dele (melhor dizendo, que sua mãe havia feito).

Fomos então todos no mesmo carro para a chácara. Mas chegando lá sentimos que faltava alguma coisa em todos nós, é aquilo em nós que faz que todas as portas que apareceram na nossa vida sejam abertas... As chaves! :confused:

Ficaram então Quetzal e Zalinsk tentando arrombar a chácara enquanto Nabodê e eu voltamos para cidade para pegar a bendita chave.

A experiência em si não poderia ficar melhor se não fossem essa classe de eventos.

Pois bem, em meio as conversas e descontrações, próximo da meia-noite fizemos uma macarronada, mandioca e carne e 'ceiamos' antes de deitar.

Conforme o planejado, acordamos por volta das 03h30min (o Zalinsk e Quetzal nem dormiram, elétricos, pois arriscaram a tomar meu pó mágico, um composto de ginkgo biloba, ginseng, maca e guaraná). Tomei um pouco do meu pó para dar aquela levantada. :eek:

Meio que às tapas começamos a discutir sobre como faríamos o chá. Decidimos fazer do jeito mais primitivo, água e cogumelo apenas.

Nossa receita foi utilizar dos meus 5.5 gramas de tasmanianos, mais umas 6 gramas dos tasmanianos que sobraram do Zalinsk, somados a uns 70 gramas de cogumelos fresquinhos. Foi adicionado também os cogumelos secos que encontramos em nossa caçada de fim de expediente. Calculamos que cada um dos 3 tomou por volta do equivalente a 7 gramas de cogumelos secos. (o Zalinsk já havia tomado, não queria novamente, leiam o relato dele). Só para loucos.

A receita rendeu perfeitos 3 copos. Então decidimos que iríamos tomar afastados da casa, em meio a chácara, meio a natureza. :p:

Na 'discussão' de que o gosto seria ruim e que deveríamos colocar açúcar, tomei APENAS um golinho, fundo do copo, daquele caldo preto. Apenas molhei a boca...

Então saímos da casa. Antes de chegarmos à clareira, que eram quase 10 minutos de caminhada, já notei os efeitos da psilocibina atuando em meu organismo. Notei as cores bem mais fortes, contornos dos objetos mais nítidos, facilidade de enxergar no escuro e audição levemente mais aguçada. :rollees:

Quando chegamos, estendemos uma lona no chão. Cada um então tomou um copo do chá.

Vale lembrar que o Zalinsk foi nossa babá! E que tamanha compreensão que tem esse grande irmão em não apoiar nem se opor a nossa vontade de tomar o chá, senão de ser imparcial e de nos ajudar em todos os momentos. Valeu Zal! :)

Como já estava com psilocibina no sangue e ter acabado de encher o tanque com mais um copo, rapidamente minhas pernas bambearam e logo fui deitar na lona. Foi então que notei que já fazia um tempo que era só fechar os olhos que contínuos fractais se formavam.

Passados 10 minutos, Quetzal havia vomitado :neg:, mas já era tarde, já havia absorvido psilocibina suficiente. :eek:

Enfim, toda descrição que fizer a partir de agora são da minha particularidade. O fungo se encarregou de levar a cada um o seu 'poder' e cada um teve sua experiência em particular, embora com semelhantes objetivos, cada um teve a sua vivência.

Deitado na lona pude observar o forte brilho das estrelas. Cintilavam, sentia a vida nelas, indescritível.

Descrevia para o Zalinsk: 'Estou afundando, estou derretendo!'. E ele dizia: 'Do chão não passa, respira fundo e viva'. Então pensei comigo.... Afunda sim, afunda sim... E então me sentia derretendo lentamente.

Recordo que o Zalinsk falou então para mim: 'Tente dormir' então ele soltava uma risada sarcástica e irônica e dizia: 'Não vai conseguir...'

Em poucos segundos me senti tomado completamente pelo fungo. Fechava os olhos e continuava a ver o céu, maravilhoso, da mesma forma que com os olhos abertos.

Senti meu corpo inteiro formigar como que estivesse fritando de dentro para fora.

:luz: Em mais alguns instantes veio o primeiro 'choque', tomei sentido absoluto de todo meu corpo. Podia sentir todas os músculos, nervos, cartilagens, tendões, artérias. Podia sentir o fluxo do sangue fluir em cada parte do meu organismo. Sentir o coração, estômago, fígado, pâncreas e intestinos, pulmões, rins... Todos os órgãos... Senti como cumprem seu papel, senti que funcionavam, que estavam vivos. Simplesmente senti meu corpo.

Olhando para as estrelas pude notar que algumas se movimentavam! O pulsar delas era muito, muito forte! Mas em um determinado momento todas começaram a se mover harmoniosamente em direção a uma 'estrela central' que suavemente aumentava seu brilho. Até que todas estrelas foram absorvidas por essa linda e enorme estrela central!

Os cheiros/perfumes/fragrâncias da natureza! Com meu olfato super aguçado podia respirar junto a terra. Sentia o cheiro do campo. Ouvia o cheiro! Enxergava o cheiro!


Então acredito eu, entrei no efeito máximo do cogumelo. :!:

:luz: Fechava os olhos e infinitas visões e mensagens me viam, parecia que entrava cada vez mais no universo, ou que entrava cada vez mais em um átomo. Indescritível. Quem assistiu 'Viagens Alucinantes', ou quem já tomou uma dose cavalar como a nossa, sabe que essa descrição em forma de texto é representação de apenas 1% do que se consegue escrever.

Algumas vezes olhava para meu lado esquerdo e via o Nabodê se derretendo como uma estátua de cor verde acinzentado, integrado com a natureza, saindo folhas de todo seu corpo/estátua que estava metade afundada no chão, completamente sem movimento. Olhava para o lado direito e via o Quetzal, sorrindo todo feliz, meio transparente assumindo semelhante forma de um morcego, e ao mesmo tempo conseguia ver o universo estrelado através dele, no horizonte. Inclinava um pouco a cabeça para cima e via o Zalinsk, na forma como de um tigre, tomando conta da gente. Estava mexendo as mãos e enxergava muitos mais dedos do que havia. Usava isso como apoio e como ponte para manter a concentração, então, chamava-os pelo nome.

As vezes houve um som metálico estridente. Em alguns momentos ficava muito agudo e em outros ficava grave, ondulava e oscilava. Quem já brincou com um osciloscópio conhece os sons.

Mas não me incomodei em absolutamente nada com isso. Apenas sentia o som.

As vozes dos meus amigos em muitos momentos ficavam metálicas. Principalmente do Nabodê, pois em alguns momentos ele -tentava- vocalizar alguns mantrams. Parecia que o som emitido se arrastava por todo o campo, sentia-o, enxergava-o.


:luz: O impulso e a força violenta do fungo ficou ainda muito maior. A cada palavra que saia no ar da boca dos companheiros, afundavam em mim e então descobria o significado da palavra (ou achava que sentia, como vou repetir varias vezes nesse relato: preciso digerir muita coisa ainda). Sentia-a, simplesmente isso.

Via meus braços e pernas, mas não eram meus. Eram como que se fossem apenas pedaços de carnes, objetos. Em alguns momentos colocava minhas mãos sobre o rosto e sentia minhas mãos transpassarem meu rosto, meio que formigando soltava-se em minhas mão. Me sentia derretido, como se aquele corpo estivesse se despedaçando, mas que estava em cada um daqueles pedaços. Me desintegrava.

Ao mesmo tempo sentia uma forte sensação/emoção de como o corpo físico é realmente frágil. Sentia como meu organismo é realmente importante ao mesmo tempo que completamente insignificante perante o 'todo' aonde me encontro inserido.

O tempo tornou-se insignificante. Apenas uma propriedade da matéria. As vezes congelava, as vezes retrocedia, as vezes avançava. Muitas vezes NÃO EXISTIA.

Como que em flashs, sentia o significado de muitas coisas. Me sentia integrado com o todo, não chamava mais o nome de ninguém, não estava mais deitado na lona senão sentia que estava em todo lugar, em todos os pontos em todo o tempo. Acredito ser o ápice da coisa, pois não pensava mais, não sentia mais, a pouquíssima faísca de algo tão pequeno, chamado raciocínio, também não existia mais, simplesmente 'ERA'. O significado das coisas não tinha mais importância. Perdi minha identidade, acredito que naquele instante, não estava presente aquilo chamado EGO. Nada disso do que escrevo pode ser descrito em palavras, não é 1/2 % do que passei.

'Passado um tempo' nesse estado, recobrei uma fração dos sentidos humanos. 'Retornei a lona' e uma grande inspiração me atingiu, tudo era muito claro de se entender. O sol já estava nascendo. Deve ter passado umas duas horas e já conseguia quase ficar de pé. Havia MUITOS mosquitos e pernilongos, mas não da a mínima importância para elas, não faziam sentido para mim.

Encorajado pelo Zalinsk, percorri a clareira e andando em círculos, algumas vezes me apoiando nele. Continuava a receber muitas impressões, muitos conceitos e dogmas continuavam a se quebrar. O tempo parecia acontecer de forma diferente do normal, mas o suficiente para apreciar o nascer do Sol com todas as cores possíveis. Beleza fatal, sedutora e encantadora.

Algo interessante aconteceu, as vacas que estavam pela redondeza começaram a se aproximar e dentro de minha viagem era como se todas elas estivessem olhando para mim! Impressionante a forma como todas elas me encaravam!

Olhava para o Zalinsk e em vários momentos perdia o conceito de profundidade. Era como se estive bem perto de mim e em outros momentos se encontrava a muitos e muitos metros de distancia.

Percorria o terreno, tudo parecia prazeroso, assim como no inicio da experiência, conseguia sentir os aromas com uma percepção incrível. Ouvia os grilos, os pássaros, as plantas, tudo como uma harmônica musica. Tamanho encanto da 'serpente' que muitas vezes me perdia em metros. Me confundia para onde deveria caminhar, muitas vezes o Zalinsk me questionava as coisas, muitas delas me atingiram, muita coisa eu obedecia como um zumbi, porque assim como repetia: 'Não importa'. Nada mais tinha significado, apenas 'vivia' a natureza, nada mais tinha valor. Valor foi um conceito que desapareceu. :luz:

Pouco a pouco o tempo passava e fui ao encontro do Nabodê e Zalinsk que já haviam entrado em um conjunto de arvores, uma mini-selva na chácara. O cheiro, o som, as cores, o sabor, a textura daquele lugar... Tudo muito nítido. A arvores cochichavam, o chão respirava, cada ponto era vivo e possuía sua inteligência. E podia sentir isso.

Muitas vezes me sentia perdido, em alguns momentos a floresta parecia infinita e em outros como toda aquelas arvores encontravam-se em pequeno quarto.

Como Quetzal havia absorvido pouca psilocibina, já estava suficientemente 'bom', tanto que nos trouxe uma garrafa de água. Beber a água foi uma experiência nova! Sentia o líquido escorregar suavemente pela minha garganta e chegando no estômago. O mais interessante é que enquanto bebia parecia que estava dentro da garrafa. Podia até ver as ondas lá dentro.

A psilocibina no sangue foi lentamente diminuindo e fui me dirigindo para casa. Me perdi algumas vezes, encantado com a paisagem. :p:

Em todos os momentos estive 'estranhamente' lúcido. Guiado, como se o fungo estive no comando, uma melhor analogia seria como se o fungo fosso o chofer, o motorista do carro e eu apenas estava lá atrás, assistindo e dizendo o que queria. Era e não era eu. :confused:

Fui chegando próximo da casa e ia sentindo que aquilo era o fim, mas já fazia tempo que havia perdido minha identidade. Reconhecia as pessoas, as coisas e os lugares, porem era como se nunca tivesse estado lá, nunca tivesse visto ninguém. Era como se estivesse retornando de uma viagem de muitos anos. Quem recorda do final do filme 'As Crônicas de Nárnia' sabe do que estou falando. Estava a cada passo sendo bombardeado por muitas idéias, muitas lembranças, muitos dogmas, idéias, conceitos foram quebrados, espero que não foram apenas substituído por outros, senão que houve uma revalorização geral da vida. Havia esquecido quem era e pouco a pouco fui recordando quem fui. De certa forma não queria, sentia uma angustia enorme.

Me sentia retornando para meu corpo, tomando o controle, ia me sentindo amarrado, me aprisionando novamente naquele veiculo humano frágil e limitado a matéria. :confused:

Deitei na cama. Fiz algumas respirações. Foi como nascer. Levantei, conversei (apenas fiquei ouvindo) um pouco da filosofia do Quetzal, que em instantes se retirou para procurar o Nabodê e o Zalinsk.

Era por volta das 08h30min. Fiquei sozinho na casa. Foi então que o a psilocibina ficou inerte no meu organismo. Como que bombardeado pela minha vida. Assisti meu passado me atingir. 'Lembrei' dos meus familiares, das minhas obrigações, das responsabilidades, de como fiz muitas dessas coisas sem sentido e sem responsabilidade devida... 'Lembrei' da minha noiva e me pus a chorar... Chorei igual um bebê, em silêncio apenas pela saudades que senti dela. A angustia era muito forte, ao mesmo tempo em que 'não queria voltar' daquela 'felicidade', me senti muito mal porque me lembrava de todos os momentos que fiz coisas erradas. Muita coisa passou pela cabeça. Muitos dogmas, conceitos, idéias que tinha sobre a vida e sobre as coisas, foram facilmente destruídas. Sempre soube que a vida é uma ilusão perfeita, mas nunca tinha tocado, sentido isso dessa forma. Mas que pelo menos, senti uma fração de uma fração de um fragmento, ainda de forma superficial, daquilo que todos os poetas, pintores, escultores, artistas e eteceteras tentaram expressar. Amor.

Senti isso, que a única maneira de se chegar a algo parecido com aquela 'liberdade/realidade' (ou ilusão daquilo) seria estar na condição humana. Que realmente precisava de todas aquelas coisas que fui recordando. Transcendê-las.

O que sentia naquele momento é bem parecido com ALGUMAS das frases da música dos Titãs, Epitáfio:
Devia ter amado mais, Ter chorado mais, Ter visto o sol nascer, Devia ter arriscado mais, E até errado mais, Ter feito o que eu queria fazer...
Queria ter aceitado as pessoas como elas são. Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração...
...
Devia ter complicado menos, Trabalhado menos, ter visto o sol se pôr, Devia ter me importado menos, Com problemas pequenos, Ter morrido de amor...
Queria ter aceitado a vida como ela é, A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier...
...
Devia ter complicado menos... Trabalhado menos... Ter visto o sol se pôr...

Não sei se aquilo que vi/senti/percebi era a 'realidade' (ou uma fração perceptível dela), pois havia me separado temporariamente do ego.
ou
Não sei se aquilo que vi/senti/percebi era uma ilusão, a ilusão que de fato vivemos, só que vista de forma nua e crua, já que havia me separado temporariamente do filtro que nós mesmo criamos, o ego.

Acredito que uma conclusão segura que posso tirar é que é tudo uma ilusão. E que a realidade, de verdade se encontra engarrafada dentro de nós. Dentro de cada um, aprisionada dentro de cada particularidade humana. Ignorada por nós, ou não. :)

Algo interessante que aconteceu e que Quetzal notou foi que a nossa integração com a natureza foi tamanha que não nos machucamos em nenhum momento! Um exemplo é que andávamos descalço e nada aconteceu a nossos pés! Diferente de outros dias, ou mesmo horas depois nesse mesmo dia, aonde caminhamos reclamando dos espinhos ou das pedras, cheios de frescura.

Nos momentos da viagem estávamos em harmonia com a natureza! Não a ferimos e ela não nos feria... Ou será o contrario? Também não importa!


Não pretendo usar os cogumelos novamente. Também não posso afirmar que nunca vou usá-los novamente. Mas posso dizer que 'hoje', não vou precisar mais deles. :luz:

Posso ter tirado muitas conclusões erradas, ou não. Ainda estou trabalhando e refletindo muito sobre o que passei. Mas ai esta o meu testemunho.

Gostaria de avisar que o que descrevi nesse pequeno texto é uma porcentagem MUITO PEQUENA do que consegui digerir das informações que recebi. E que também não importa o quanto tenha tentado detalhar, nada, absolutamente NADA chega perto do que foi sentido, isso não pode ser expressado em palavras, em textos, em relatos de experiências. Mesmo porque MUITAS das experiências que senti, bem como que 'significados' e 'explicações' procurava, são muito particulares e não cabe em lugar nem hora nenhuma detalhar isso. Mesmo porque ainda vou levar algum tempo para digerir tudo.

Traduzindo em fatos, vou levar essa experiência para toda vida. É no mínimo interessante olhar para as pessoas, para os animais, plantas, pedras... Com outro olhar, um outro sentir, tenho que trabalhar para que não me acomode tão fácil nem que me nivele com as pessoas tão rápido. :)

Agradecimentos para Nabodê, Zalinsk, Quetzal, pelo trabalho em equipe e cooperação, pela vivencia e convivência no meu dia-a-dia.
Agradecimentos extras para Calimba, Boca, Maurício e MuiLok que influenciaram diretamente no meu cultivo.
Agradecimento especial para minha noiva. Pela sua paciência, sua compreensão e seu sentido maternal em se preocupar comigo.
Não posso esquecer da minha família que me apoiou no cultivo, mesmo sem entenderem meus objetivos.

E também a muitas outras pessoas que conheci no fórum, que me ajudaram direta ou indiretamente para que eu chegasse aos meus objetivos. Todos tiveram sua participação em maior ou menor grau.

O Heroína é um mala, mas é gente fina, tem chances de se tornar um exímio cultivador de medicinais, pois esta pesquisando MUITO.

Acredito que agora eu dê uma afastada do fórum. O fórum é rico e transbordante de informações e um lugar interessante aonde algumas POUCAS pessoas que conheci compartilham de objetivos semelhantes (fora o cultivo em si).

Pessoal... É isso! É!

:eek::p:;):D:):rollees::cool::)
 
Bem... que eu posso te dizer?
o Universo TODO fica feliz pela sua otima experiencia.
existem raras pessoas como você que conseguem tirar o verdadeiro proveito do cogumelo.
você entendeu o que eu te dizia que era andar JUNTO ao tempo e nao DENTRO dele?
sua vida se torda INFINITA quando você tem a capacidade de viajar ao lado do tempo ao invéz de ficar parisionado a ele.
o sentimento de culpa é normal, a sensaçao de aversão ao fungo tambe´m pelo menos nas duas ou 3 primeiras vezes.
agora kliphos essa CICATRIZ est[á marcada a fundo em sua vida em seu universo.
Trabalhe-a pro lado do bem, pessoal e coletivo.
as energias que você gastou nessa viagem levam um tempo pra se recarregarem, entao é até normal se sentir um pouco "down" nessa primeira volta.
você tirou energias de um lugar que ainda nao é treinado para tal, porém tem essa capacidade NATA inbuída em si.
sua viagem foi exatamente igual a minha 3a, a viagem que eu considerei como marco - ponto ond eeu mudei a maneira de encarar a vida, o mundo, as pessoas e os cogumelos em si.
uma citaçao curiosa foi:
onforme o planejado, acordamos por volta das 03h30min (o Zalinsk e Quetzal nem dormiram, elétricos, pois arriscaram a tomar meu pó mágico, um composto de ginkgo biloba, ginseng, maca e guaraná). Assim que levantei, tomei um pouco do meu pó para dar aquela levantada.

estou precisando " dar uma levantada" se é qu e vc me entende.. a idade vai batendo, o cara é muito louco abusa da gordura e das bebidas a anos.. sabe como é depois vc me passa essa receita! apósto que as gatinhas aqui do meu catil vao adorar.
abraços. fico sinceramente feliz pela sua "insurreiçao" amigo. aproveite esse sentimento de ADMIRAÇAO COM O MUNDO NOVO.
continue com suas rotinas do terrario e de meditaçao/estudo.
dê tempo- que nesse lugar aqui SIM EXISTE- antes de se aventurar em outras experiencias.
com alguns dias (de 15 a 20 dias) você vai ver que essas cicatrizes foram maiores do que você imaginava, e terá novas duvidas, a partir de agora cada vez mais específicas e mais faceis de serem "acessadas" para trabalhar em sua existencia.
entao nao vá fazer como alguns "gatinhos medrosos" e jogar tudo fora.
rita lee já dizia:
cuidado pra nao se perder.:pos:
 
Muito Bem irmão Kliphos!!!!

Gostei muito do seu relato, eu andava preocupado com o que poderia ter ocorrido, já que encaramos essa situação juntos, distantes, porém juntos.

Fico com a mesma impressão. Ainda não consegui escrever nada sobre minha experiência, mas mesmo escrevendo um best-seller, duvido que chegue perto de 1% das condições da experiência. Mas vc mandou bem, conseguiu descrever uma realidade até então somente imaginária.

Ficou muito feliz por teres conseguido seus objetivos, isso de certa forma fecha com "chave de ouro" esse ciclo criado por vc.

Bom... precisamos de vc ainda aqui no fórum, tu sabe que faz parte dessa equipe, e digamos, assim, nós, novatos, temos a obrigação auxiliar novos cultivadores. Até porque, aprendemos muito juntos.

Meu amigo, posso te desejar muita paz, muita serenidade pra encarar esse mundo a qual somos obrigados a nos portar como ele manda... e que qq coisa, estamos aê! Um forte abraço, e mais uma vez, parabéns!!!!!

Entra de sola em 2007, bota pra quebra!!!!!!! vlw irmão!!!


paz, luz!!!!
 
Nuss sinhura ,,, gostei bastante do seu relato ,, bem detalhado e explicativo ,,,, graatzz for you ,,,, !!!


Good Vibes
[]'s SoBoRo
 
Bom, eu também não poderia de expressar meu sentir sobre essa experiência, afinal estava junto com o Kliphos...

O que posso dizer sobre minha primeira experiência é que foi TERRIVELMENTE MARAVILHOSA e MARAVILHOSAMENTE TERRÍVEL!

Tomamos o chá às 4:50, e realmente em pouco tempo senti um desconforto, senti um certo medo, preocupação....meu instinto paternal sobreveio e decidi: tenho que ficar mais consciente, afinal eram 3 pessoas tomando o chá e apenas 1 babá...não sabia o que podia acontecer já que todos eramos inexperientes no assunto...queria estar bem acordado pra poder ajudar em caso de necessidade, e assim o fiz! Certamente tive uma papel importante por que por diversas vezes fui necessario para colocar as coisas fisicamente em ordem!

Logo após vomitar, em deitei e comecei a ver os famosos fractais, em formas retas, triangulares e pentagonais...amarelo, rosa, e azul bem marcantes...
Logo, observava as estrelas que apareciam às centenas...
Um misto de desconforto e ao mesmo tempo felicidade ia tomando conta de mim...

Ao deitar na lona citada pelo Kliphos e fechar os olhos entrava em uma viagem profunda, e quando abria os olhos e me sentava, muitas das cenas se perdiam de minha memória...

Tive efeitos de Dejavu, via a mesma cena se repetindo 5, 6, 7 vezes...
Já não sabia se o que estava vendo era dentro de mim ou fora de mim...
Esta sensação me deixou levemente apavorado, por que queria estar no controle da situação, não queria me entregar à esse sono...

Ao meu lado via meus amigos FRITANDO no chão...eu dizia para o Zalinsk:
"Cara o tempo não passa logo!", logo ouvia o Kliphos dizer: "Tempo?" e o Nabodê completava: "O que é o tempo?"

Olhava para o Zalisnk e o via com cara de LEOPARDO, olhava para o Kliphos e o via com cara de RATO....já o Nabodê parecia uma ESTÁTUA, um MACACO, sei lá...não era uma forma mto definida, não sei o que era..:cool:

Umas 15 a 20 vezes Kliphos chamava nossos nomes, parecia estar inseguro, queria saber onde estava e tinha a cada um de nós como referencia...

Estranhamente olhei para minha mão e, CARAMBA! Não era minha mão...achei o maximo essa sensação de estar em outro corpo...pena que não tinha um espelho pra ver meu rosto nesse momento...

Minha mente chegou à uma confusão tão grande, que quando o dia amanheceu queria logo me livrar dos efeitos da psilocibina...então nosso guia Zalinsk disse: "Vá até a casa tomar agua!"...mas estava tão confuso que não sabia se era ele que estava me dizendo isso ou se era eu que estava imaginando isso...por que me preocupava com a segurança de todos, inclusive com a minha, porque não confiava mais em mim mesmo...

Eu andava em circulos e la pela 3a vez que me disse isso, e me entregou a chave da casa, pensei: "Bem, a chave está na minha mão (ainda que sentisse ela se movendo, se curvando incessantemente...), então vou até a casa tomar agua..."

Quando comecei a andar pelo pasto, que coisa linda! linda! linda!
O pasto estava muito verde! As cores muito intensas, para onde olhava via diversos cogumelos, sabia onde eles estavam e pensava: "Caramba, estão por toda parte!"...
Lá embaixo, vi a paisagem da represa...parecia que via o paraíso, e pensei: "Os artistas plásticos devem tomar um chá desses pra pintar aqueles quadros tão belos!!!"

Mas no fundo uma inquietude me corroía...será que o que estou vendo é real? Para mim, tudo não passava de uma ilusão...nem o que via sob efeito da psilocibina, nem o que vejo em meu estado "normal"....a conclusão que cheguei é: "É TUDO ILUSÃO, O MUNDO É UMA ILUSÃO"...É dificil explicar o que sentia e pensava, somente me sentia preso em um mundo ilusório...como se fosse a MATRIX, uma experiência, onde somos apenas marionetes..

Cheguei à casa, são e salvo (ufa!):D mas estranhava que não sentia cansaço...meu pé estava encharcado de agua, mas não sentia frio, nem me incomodava aquilo...

Voltando, encontrei Kliphos na metade do caminho, longe da supervisão do Zalinsk, e preocupado (ja estava bem consciente de mim) disse: "Aonde vai?" ele respondeu: "Vamos embora!"...eu disse: "Tá louco? Ainda não é hora! Lembra que combinamos ficar todos juntos? Então! Volta pra lá, vamos ficar juntos!"...ele parecia um Zumbi! hahahaha:D Virou as costas e foi novamente ao encontro do Zalinsk que cuidava do Nabodê...

Resumindo...subia e descia pelo campo e não me cansava...sentia amar todas as coisas, não me importava com a aparência, higiene, se minha roupa estava limpa ou suja...tudo estava ótimo como estava...

Logo os efeitos foram passando...bem mais rápido do que o dos meus amigos, afinal...botei boa parte da substancia pra fora!

No princípio foi terrivel, depois maravilhoso...porém concluí que os cogumelos não se encaixam nos meus objetivos de vida.
Não me arrependo! De forma nenhuma! É um mundo maravilhoso, experiências maravilhosas, porém não servem para o que busco em minha vida..

Parabenizo à todos do fórum, e praticamente estou me despedindo...acredito que não vou usar cogumelos por um bom tempo, se é que vou usa-los novamente...afinal como disse o Kliphos, é muita informação pra digerir...

Abraços à todos!!!
 
Outro ponto interessante de lembrar é que tirando os momentos de pico do efeito, tinha a perfeita noção de tudo que estava acontecendo ao meu redor...

Por exemplo: via e sentia com precisão o Quetzal botando tudo para fora... Mas estava fritando em tal intensidade que não estava nem ai para mais nada.
Em muitos momento também tive Déjà vu... algumas cenas se repetiam algumas vezes...
 
Pessoal só pra avisar, desde que tomei os cogus andei meio afastado do forum, e pra documentar estou me despedindo, agradeço a todos do forum e a todos que do mundo, não sei se volto ou se um dia vou tomar os danados novamente, mais q experiência é válida, pelo menos pra mim foi.

Aproveito esse tópico por estar fresquinho.

Obrigado, paz, luz, sabedoria e paciência.
 
Kliphos e Quetzal!

Que bom, vocês tiveram uma oportunidade única! Parece que aproveitaram bem. Não desapareçam!

O Heroína é um mala, mas é gente fina, tem chances de se tornar um exímio cultivador de medicinais, pois esta pesquisando MUITO.

Eu sei que vc me adora Kliphos!:D :D

To seguindo esse caminho, mas não vou deixar de experimentar a psilocibina.:D

Bom, boa sorte Quetzal na sua busca!

Kliphos, boa sorte pra vc!:D

Um por todos e todos por um!
 
Uma pergunta!

Vocês não tiraram foto do lugar?

Se tiver coloca aí!
 
Puxa Kliphos, demorei mas li sua experiencia, emocionante, fico ainda com mais vontade dos fungos...:eek:

Some não cara, vc achou muito forte sua primeira trip? Foi uma experiencia unica, nao gostaria de repeti-la, entende-la melhor?
Sei que vc tem muitos cogus por perto de onde vc mora, mas nada como cultivar seus proprios ne?:pos:

Peace
 
Irmãos...

Kliphos, Zalinsk e Quetzal....

Estou contente com vocês, ao mesmo tempo, um pouco triste.... parece que vcs estão querendo se despedir de nós, assim.... partindo......

Gente, vcs aprenderam muito, não sumam.

Kliphos, somos uma nova geração de cultivadores, que praticamente, entramos juntos nessa, quase ao mesmo tempo, ao meu ver, temos muito ainda que aprender e evoluir. Nós temos coragem, nós temos objetividade, determinação.

Concordo quando citaram que por enquanto não precisam mais da psilocibina.... que os cogus não eram pra suas vidas.... sempre, cada um é livre, por isso temos o livre arbítrio. Mas, amigos, já que vcs possuem já terrário, ou investiram no cultivo, não sumam não. Podem até se acalmar um pouco, mas não sumam. Talvez, uma idéia, pq não partem prum cultivo de medicinais, ou talvez comestíveis? Que tal cogus na macarronada?

Amigos, não deixem um vácuo por aqui.

Kliphos, tu sabe que não é só esse fórum que ficou. Ficou uma grande amizade cara, comigo, com outros por aqui. Lembro quando tu me ajudava via Msn, lembra quem te apresentei numa conversa? Claro que lembra. Isso é uma equipe, imbatível. Pode perceber que tivemos muito sucesso em nossos cultivos. Meu, fica por aqui, e sabe, quando precisar de mim, tamo aê. Tu sabe como me encontrar... ah... e lembra...

"eu sei que o sol esquenta a terra... eu sei que a terra tem ciúmes da lua..... não tente mudar, o equilíbrio do universo, faz mal pra gente, mal pros dentes, e também pra cuca.... é proibido, olhar pra aquela pequena, é proibido, essa princesa já tem dono...é proibido, amigo emitir problemas, é proibidooo....."

forte abraço irmão, que a paz universal te acompanhe....ótimo 2007!

paz e luz!
 
Heroina, vou ver com os companheiros quais fotos são interessante e que podem ser postadas com segurança, que não comprometam absolutamente nada nem ninguém.

MindStates... É! Sinceramente? Não achei forte porque foi exatamente do jeito que esperava (pela dose que tomei), se fosse mais do que esperava, talvez tivesse me preocupado.

Não pretendo repetir... Já entendi o que precisava... O que quero dizer é que eu atingi meus objetivos, respondi as perguntas que tinha... As inquietudes que não respondi, pelo menos agora sei como encontra-las na vida... Estou re-avaliando meu norte. Estou agora em constante avaliação de conceitos. Então simplesmente sinto que não preciso mais deles...

O que fiz não foi para pirar, chapar o coco, ficar legal e ver o mundo lindo e bonito e tirar onda... relaxar ou esquecer de algo... (Absolutamente nada contra quem curta, perfeitamente melhor que a pessoa se valha disso do que viver como um completo perdido no mundo sem nenhuma vontade de viver de verdade). Tinha objetivos.. Apenas isso, que já foram respondidos...

E assim como escrevi: 'Não pretendo usar os cogumelos novamente. Também não posso afirmar que nunca vou usá-los novamente. Mas posso dizer que 'hoje', não vou precisar mais deles.'

Tem sim cogumelos perto de casa, e agora mais do que nunca parece que consigo encontrá-los em todo lugar, com uma facilidade monstruosa. :D

MuiLok, concordo nesse ponto: "temos muito que aprender". E evolução já temos até demais, precisamos é fazer uma revolução, isso sim! E não é do lado de fora, é do lado de dentro. No interior e na particularidade de cada um de nós.

Cogumelos na macarronada? :D Não tenha dúvidas que vou ser cobaia dos medicinais e/ou comestíveis do Heroina!

:pos:
 
Fala Amigão!!!

Belas fotos, gostei do lugar. Me identifiquei com ele, muito próximo da realidade daqui. Se fosse adicionar alguns montes e morros no horizonte, fica igual a paisagem daqui.

E esse lago aí... deve estar rodeado de selvagens.... ou não???

Não tive sucesso até agora em minhas caçadas...pelo jeito, vou ter que encarar uns confins por aqui, o bom é que tá chovendo agora. Acredito que sábado, se ainda existe cogu por aqui, acharei algum vestígio, difícil acreditar que não tem cubensis mais por aqui. Em umas 8 a 10 caçadas...nada.

Cara, essa paisagem na escuridão e no nascer do dia deve ter revelado muita coisa que vive por aí..... Muito 10!!!

Paz e luz!
 
É um cenário muito lindo!

O lago estava solitário, nada de cubensis.

O que você precisa para caçar é levar o Quetzal junto! :pos: Ele sim é um ímã de cogumelos.

Mas agora que já tive minha experiência parece que caçar será muito fácil. Parece que de alguma forma, uma capacidade de enxergá-los tornou-se inerente a mim. Aonde eu ando estou encontrando as mais diversas espécies.

:D Estou achando é que o Quetzal já havia tomado há muito tempo! :D
 
Essa imagem expressa bem o que descrevi na experiência, quanto a fase em que tomei conhecimento do meu próprio corpo.

A sensação de compreender cada parte do organismo. Senti-lo por completo.

Essa imagem é a capa do livro 'DMT: The Spirit Molecule' do Rick Strassman.
capa.jpg
 
Esse lugar parece mágico!

Da próxima vez leva euu!!

Acho que o Kliphos de ve ter visto Gnomos e Fadas.. hahahah!!:D :D

Bons lugares pra se ir por aqui!!
 
perfeito, perfeito, perfeito !

só o que tenho a dizer.
 
Kara, relato perfeito... ó pruveito disso é melhor ainda, enxergar a vida d maneira diferente....

Tive experiencias com outras psico ativas... + pelo que estou vendo dessas experiencias com cogu's, concerteza tem um poder mto forte...

:mad:

Um dia quero ter uma trip como a sua, "local, gente boa e tirando conclusões diferentes sobre a vida, que é o que queremos"..


bye man :)
 
Caranba Exelente Relato, O Bom De Tudo E Que Foi Uma Experiencia Vivida Entre Amigos E Nao Sozinho, E PARA Ficar Ainda Melhor Em Meio A Natureza... Uauuuu....:6
 
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